RESUMO: Sabemos que a tecnologia tem sido cada vez mais presente em nosso cotidiano, entretanto é um desafio aos educadores principalmente para aqueles que possuem resistência em adotar as novas tecnologias em sala de aula e com o objetivo de ampliar seus conhecimentos. O presente trabalho trata-se de uma pesquisa desenvolvida na municipal Escola Reunida professora Isabel Botelho de Paulo, localizada  Rua Domingos de Souza Filho, s/n - Furadinho, Palhoça - SC no qual buscamos compreender como se dá o ensino com os educadores frente as TICs e suas práticas pedagógicas e a busca por  novos conhecimentos. Elencamos uma abordagem de observação, com pesquisa de campo na instituição já citada e com uma perspectiva qualitativa para realização desse trabalho. Dessa forma, buscamos elencar alguns objetivos, que foram o foco da nossa pesquisa. Para obter os resultados analisamos a forma de como os educadores da referida escola mantém-se atualizados para uma melhor qualidade no ensino aprendizagem, identificamos as dificuldades enfrentadas pelos professores no uso das TICs e identificamos quais os meios de comunicação utilizados por eles para complementar os conteúdos em sala de aula. Na primeira parte fizemos uma revisão da literatura dialogando com os autores que fundamentam nosso trabalho, ALMEIDA (2005), ASSIS; CZELUSNIAK; ROEHRIG, (2011), CANTINI, (2008), e outros. Além de elencarmos um aprofundamento teórico com algumas legislações. Na segunda parte fizemos uma referencia dos resultados obtidos através das metodologias usadas como, observações e registros na instituição. De acordo com os resultados percebemos a necessidade da busca de novos conhecimentos em relação as TICs pela maioria dos educadores.

 

PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Ensino-Aprendizagem (EA). Educação.

 

INTRODUÇÃO

 

Sabemos que as tecnologias de informações e comunicações - TICs alavancaram um novo modelo de educação e com sua inserção em todos os âmbitos na educação tanto presencial quanto a distância está transformando a a prática pedagógica do ensino aprendizagem.

As TICs disponibilizam aos educadores que trabalham 40hs ou até 60hs por semana a oportunidade de estudar e ampliar seus conhecimentos com cursos de especializações, mestrados e doutorados, até mesmo as segundas licenciaturas em estudos EAD, porém esse educador precisa estar aberto a adaptar-se com as TICs.

Nessa perspectiva foi escolhido o tema desse trabalho: “Os educadores frente às TICs/formação continuada com EAD”. Assim foram elencados alguns objetivos: analisar a forma de como os educadores da referida escola mantém atualizados para uma melhor qualidade no ensino aprendizagem; identificar as dificuldades enfrentadas pelos educadores que cursam especializações EAD, no uso das TICs; identificar quais os meios de comunicação utilizados pelos educadores para complementar os conteúdos em sala de aula.

 Com o presente trabalho apresentamos os resultados da pesquisa de campo, realizada na Escola Municipal Reunida Professora Isabel Botelho de Paulo, localizada no bairro Furadinho em Palhoça – SC. A referida escola é uma das mais antigas da região e a única que ainda mantém o nome Reunida, está inserida numa localidade de classe média à baixa, com famílias responsáveis, participativa e preocupadas com o ensino de seus filhos. A escola possui três salas que são ocupadas no período matutino por turmas de 1º, 2º e 3º anos do ensino fundamental, no vespertino por duas turmas de 1º ano e uma de 2º ano do ensino fundamental. A pesquisa foi realizada em duas turmas de 1º ano com a professora Maria e 2º ano com a professora Joana.

Na primeira parte do trabalho, apresentamos a revisão de literatura descrevendo um pouco da história da educação a distancia que foi o que motivou essa inserção das novas tecnologias nos âmbitos escolares. Com isso apontamos educadoras que nas entrevistas, um dos métodos para a pesquisa, colocaram seus estudos e formações permanentes realizados com cursos EAD. Utilizamos em sala de aula a metodologia da observação e registros para a coleta de dados com a intenção de responder e analisar como se dá o ensino com os educadores frente as TICs e suas práticas pedagógicas e a busca por  novos conhecimentos, sendo esse o problema do projeto em busca de resultados com uma abordagem qualitativa.

 

1 REVISÃO DE LITERATURA

O século XXI trouxe muitas mudanças para a educação contemporânea com a grande revolução industrial, econômica e tecnológica. Dessa forma todas essas inovações tecnológicas, oportunizou a educação à distancia, com um dos primeiros referenciais, a Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, em que um único artigo apontou para a EAD.

De acordo com o artigo 80, da LDB 9394/96:

Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. (Regulamento) (Regulamento)

§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.

§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância.

§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas. (Regulamento)

§ 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá:

I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens;

I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens e em outros meios de comunicação que sejam explorados mediante autorização, concessão ou permissão do poder público; (Redação dada pela Lei nº 12.603, de 2012)

II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;

III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais comerciais.

O Decreto 5.622, de 19 de dezembro de 2005, regulamenta o artigo 80 da LBD 9.394/96. Esse decreto traz todas as características que abrangem essa modalidade de curso seqüenciais, de graduação, especializações, mestrado e doutorado e nos aponta a metodologia para aprendizagem que se dá pelos “processos didáticos pedagógicos mediados pela tecnologia de informação e comunicação, TIC”.

Segundo o Decreto Nº 9.058, de 25 de maio de 2017, que regulamenta  o artigo  80  da  Lei Nº  9,394  de  20  de  dezembro  de  1996, Lei das  Diretrizes e Bases  da Educação.

Art. 1º Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a modalidade educacional na qual a mediação didáticopedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e tempos diversos.

 Art. 2º A educação básica e a educação superior poderão ser ofertadas na modalidade a distância nos termos deste Decreto, observadas as condições de acessibilidade que devem ser asseguradas nos espaços e meios utilizados.

Com uma nova regulamentação do artigo 80 da LDB 9.394/96, temos o decreto 9.057, de 25 de maio de 2017, que atualizou a legislação sobre o regulamentação do ensino a distância no Brasil, com uma melhoria para aqueles que trabalham 40hs e/ou professores que atuam nos três períodos e não tem tempo de estudar presencialmente, pois essa nova legislação legaliza as instituições em obter credenciamento inclusive para oferta de educação a distância, não necessitando de ofertar a modalidade presencial. Nessa perspectiva temos um grande crescimento de instituições com cursos EAD, oportunizando assim melhor oferta para atualização continuada dos sujeitos interessados.

Com a inserção de alunos com deficiência na rede regular de ensino em todos os níveis, sem discriminação, pela LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015, houve um aumento na procura por cursos de pós graduação a fim de se especializar para atender as necessidades desses alunos. Dessa forma a prática pedagógica está se transformando, a metodologia tradicionalista está ficando no passado. Com a utilização das tecnologias de informações e comunicações, os educadores estão potencializando sua autonomia e ganhando mais espaço nesse meio da educação, enfrentando esses desafios que é aprender e ensinar com as TICs.

Segundo o autor:

A autonomia vai se constituindo na experiência de várias, inúmeras decisões, que vão sendo tomadas. .... A autonomia, enquanto amadurecimento do ser para si, é processo, é vir a ser. Não ocorre em data marcada. É neste sentido que uma pedagogia da autonomia tem de estar centrada em experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade, vale dizer, em experiências respeitosas da liberdade. (FREIRE, 1996, p.67)

Nessa perspectiva essa liberdade que a autonomia potencializa em cada sujeito, faz com que o conhecimento adquirido se reinvente e se recrie em cada experiência e pesquisa através das TICs.

No entanto, o computador pode ser visto como:

O computador não apenas parece capaz de realizar ações humanas (calcular, tomar decisões, ensinar), mas toda a atividade mediada por ele pressupõe o desenvolvimento de capacidades cognitivas e metacognitivas (resolução de problemas, planejamento, organização de tarefas, etc.). Deste ponto de vista, o estudo, a experimentação e a exploração da informação, em qualquer área do currículo escolar, melhoram imediatamente a motivação, o rendimento e as capacidades cognitivas dos alunos. (SANCHO E HERNANDES, 2006, p.21).

Dessa forma percebemos que aprender com as TICs melhora a motivação, o aprendizado torna-se efetivo sem ser cansativo, mas sim, instigante para aluno e professor. [...]