Resumo: Este estudo objetiva avaliar a possibilidade de se implantar a modalidade de Ensino à Distância na catequese de Iniciação à Vida Cristã e, também, na divulgação de conteúdo cristão para jovens e adultos, o que traria uma dinâmica mais realista, dentro do contexto da conectividade presente na sociedade atual, agregando novos comportamentos, e, assim, suscitando novas formas de se pensar e vivenciar a mensagem cristã. A partir do estudo da bibliografia especializada, além de pesquisa em documentos da Igreja acerca da “cibercultura”, verificou-se que as novas tecnologias são instrumentos importantes para a evangelização. Diante dessa realidade, o EaD complementaria a metodologia catequética praticada habitualmente, pois seria um ambiente a integrar os catequizandos, que, em geral, já estão conectados às redes sociais, e, portanto, habituados à esta linguagem, proporcionando-lhes melhor interação para o aprofundamento da mensagem de Cristo, aliada à experiência da catequese presencial. Pensar o futuro da catequese, tendo em conta o Ensino à Distância, é também refletir a respeito de toda a tecnologia à disposição do catequista e da Igreja que, se utilizada à luz da antropologia cristã, pode ser a ferramenta para alcançar a todas as pessoas. Por fim, identificou-se que o EaD, no modelo híbrido, se adequaria melhor à catequese, pois, embora as mídias digitais sejam uma rede infinita de fios, elas não são totalmente imparciais, eis que existe todo um tecido humano por detrás, e assim, que possibilita tanto a concretização de um processo de evangelização quanto um encontro com Deus.

Palavras-chave: Catequese; Cibercultura; EaD.

INTRODUÇÃO

Existe uma significativa tendência, dos jovens, de se distanciarem cada vez mais da mensagem de Cristo, sobretudo em um mundo marcado pela secularização e com muitas informações que, tanto nos meios de comunicação quanto na internet, tem cada vez menos conteúdo cristão. Dentre as formas de interação, notadamente percebe-se maior atração para as redes sociais, mas, que ao mesmo tempo, reflete-se como um espaço onde regularmente se busca entretenimentos e raramente mensagens ou conteúdo com o anúncio do Evangelho. Questionamos se a falta da mensagem cristã nesses ambientes tem relaçãocom a dificuldade de catequistas acessarem tais meios de comunicação, por dificuldades na formação do catequista, pelo desinteresse na educação cristã no ambiente familiar que não incentivaria o jovem ou se seria por conta do método catequético adotado atualmente, essencialmente presencial e doutrinário. Embora a formação do catequista e a educação familiar sejam aspectos relevantes para a evangelização, neste trabalho optaremos por enfatizar o método que, em última análise, está correlacionado aos anteriores, qual seja, aquele utilizado no encontro de catequese presencial em comparação ao modelo EaD, que é o objeto do nosso estudo. Apesar da carência de estudos aprofundados, em relação a metodologia catequética, esse trabalho procura demonstrar que se deveria reavaliar os processos de evangelização, adequando-se às realidades tecnológicas, buscando principalmente inserir-se mais no cotidiano da juventude. A realidade atual, é a de que as mídias digitais fazem parte do contexto juvenil de forma irreversível, e, não há como voltar no tempo ou se desfazer delas. Assim, o presente enfoque nessa temática busca confrontar tanto as possibilidades quanto os limites na utilização dessas tecnologias, permitindo que sejam aliadas na catequese e não pura e simples negação evasiva da existência delas. Em relação ao método, a Igreja se manifesta de forma aberta à novos caminhos para a evangelização, que busquem se adequar as realidades tecnológicas presentes em nosso dia-a-dia. Ao se falar em realidades tecnológicas, deparamo-nos com a internet, espaço virtual em que o jovem dedica grande parte do seu tempo. Esse ciberespaço torna-se um ambiente para novas relações sociais, modificando estruturas como o tempo e o espaço, uma vez que esse veículo midiático os aproxima de realidades distantes e em um curto espaço de tempo. As formas de tecnologias encontradas atualmente, transformam as relações sociais, aproximando diferentes realidades em um ambiente virtual, onde tempo e espaço assumem nova concepção, ou seja, que colocam o jovem nesse ambiente, com uma nova maneira de se comunicar. Diante dessa realidade tecnológica contemporânea, o jovem encontra-se mergulhado nas mídias digitais, muitas vezes alienando-se, em virtude de informações sem conteúdo, que em nada contribuem para seu crescimento intelectual ou espiritual. Tendo como linha de pensamento essas novas possibilidades, a catequese, direcionada para os jovens, tem o compromisso de assumir novas metodologias que sigam ao encontro das necessidades da comunidade de fé, também como forma de resgatar jovens de todas as classes sociais. Nessa perspectiva, esse artigo tem como tema identificar os novos desafios para a Catequese na era digital, considerando as possibilidades de utilização e os eventuais limites aplicáveis à espécie sob análise, qual seja, o EaD (Ensino à Distância). O objetivo é, portanto, avaliar a possibilidade de se agregar na metodologia catequética para jovens e adultos, a plataforma EaD, tendo em vista as inúmeras quebras de paradigmas advindas do mundo virtual, que também podem refletir na vivência da fé, desde a fase da iniciação cristã. Partindo desse pressuposto, a questão investigativa colocada em pauta, é a de saber se, a tecnologia aplicada ao EaD, na contemporaneidade (III Milênio), contemplaria a possibilidade de ser estendida, parcial ou totalmente, para a Iniciação à Vida Cristã, ou mesmo, na continuidade de formação para os adultos. Neste trabalho de investigação, utilizamos o método indutivo-analítico, a partir de pesquisa bibliográfica, literatura e revistas especializadas na área de Catequese e Teologia, Documentos da Igreja, Bíblia, e, ainda, livros e artigos especializados na área de Educação com ênfase em Ensino à Distância, inclusive disponíveis em sítios da Internet. [...]