Rápida transformação da sociedade em que vivemos tem provocado uma mudança nos valores éticos que afeta sensivelmente a boa convivência social. Somando-se a isso a nossa “falta de tempo”, encontramos uma condição favorável para que pais, inconscientemente, transfiram para a escola a responsabilidade da formação de cidadania de seus filhos, função essa que a escola já há algum tempo vem assumindo.

            A escola não tem mais o papel exclusivo de educar, mas, de uma forma mais ampla, propiciar um espaço onde as habilidades cognitivas e sociais se desenvolvam de maneira produtiva, íntegra e, sobretudo, ética.  A construção de conceitos éticos e morais ocorrem de forma gradativa na vida da criança e, à medida que esses conceitos vão se internalizando, ela se torna cada vez mais apta a ser um adulto crítico, reflexivo, produtivo e, principalmente, livre para ser feliz..

  Essa construção ocorre a partir dos 4 anos, idade pré-escolar que se caracteriza pelo início da coordenação motora fina e pelo surgimento da linguagem, que acarretarão mudanças nos aspectos intelectual, afetivo e social da criança.  

            Com a linguagem, a criança poderá se comunicar, exteriorizar sua vida e impulsionar seus pensamentos. Nesse período, ela transforma o mundo real em função de seus desejos e fantasias. Posteriormente, utiliza essas fantasias como referencial para aplicar à sua realidade, à sua própria atividade, ao seu eu e às suas leis morais.  

            Nessa fase, a criança está vivendo um período repleto de possibilidades, no qual, através do imaginário, é permitida a ela a interação constante com o mundo real e o mundo da fantasia. Esse último é abastecido pela literatura infantil, que atua como suporte de diálogo, recreação e elaboração de idéias. Ela desperta a sensibilidade da criança e aflora seu senso crítico, permitindo sua alfabetização intelectual e estética, além da percepção ética e moral, fartamente encontrada nos contos de fadas.

            Os contos de fadas pertencem ao mundo dos arquétipos, são míticos, simbólicos, respondem ao universo da criança, e, sendo assim, torna-se possível perceber que não nos dão outro poder, senão o de assumir o real através da cultura do imaginário.  

            É na literatura infantil que os encontramos, seu gênero é o narrativo, e seu enredo é bem simples, rápido e preciso. Têm características próprias: Era uma vez..., Num reino encantado..., Num lugar não muito distante... Essa forma narrativa denota um início, um meio e um fim e faz com que a criança perceba a existência de um tempo, um tempo que não é o seu, um tempo imaginário.  Os contos de fadas propiciam, ainda, através da oralidade, o primeiro contato que a criança tem com um texto. Por isso, deve-se permitir que ela ouça muitas e muitas histórias, pois, além de ser um passo inicial no seu processo de aprendizagem, certamente contribuirá no seu interesse pela leitura.

            É através da interação do conto de fadas e seu conteúdo que a criança tem a oportunidade de brincar com os mistérios da vida, sem se preocupar com a aprovação ou reprovação do adulto. Ela adquire segurança para buscar relações entre o seu “eu” e as personagens dos contos, projetando-se nelas para conseguir criar estruturas mentais e assim resolver problemas do cotidiano, desvencilhar-se deles ou, pelo menos, conseguir conviver com eles.

            O conto promove o desenvolvimento da criança, motivando-a a ser generosa e solidária, fazendo-a compreender que nem sempre as pessoas são boas e que nem sempre as situações são agradáveis. Por conseqüência, desperta seu senso crítico, fazendo-a refletir entre o pensar e o agir, entre o certo e o errado.

            A essência do conto de fadas é o de abstrair conceitos formadores de caráter, uma vez que estabelece relação entre “bem e mal”, “certo e errado”. Seus valores são inúmeros: respeito, bondade, justiça, amizade, amor, franqueza, humildade, diferença, etc. A formação moral da criança ocorre quando esta faz uso da reflexão sobre os contos de fadas, distinguindo as atitudes das personagens e construindo as suas próprias, alicerçando sua formação moral.

            Os contos de fadas mais trabalhados são os clássicos, não só por sua riqueza, mas por atuarem significativamente nos conceitos de construção moral, discernindo o “bem” e o “mal”; o “certo” e o “errado”, desenvolvendo, principalmente, um conceito de moralidade, pois permitem que a criança interaja consigo e com outras crianças, percebendo a si e ao outro.

            Diante deste contexto, qual é, então, o papel da escola como propiciadora da construção dos conceitos morais e éticos?

            A escola como espaço educador e  de socialização  deve ser atuante, entendendo que a criança não é um ser passivo, sem autonomia e sem direito a reflexão. A escola deve ser, portanto, um meio diversificado na formação ética e cultural da criança, propiciando atividades que envolvam a ordem física, afetiva, cognitiva, ética, estética, de relação interpessoal e inserção social.

            A escola deve incentivar a interação da criança não só com outras crianças, mas também com adultos e professores, favorecendo sua formação intelectual, possibilitando-lhe aprender a respeitar o próximo.

            É importante que a escola saiba explorar toda essa gama de possibilidades que os contos de fadas oferecem, e, assim, desenvolver vínculos afetivos com seus alunos, estabelecendo uma sólida relação de confiança. Para isso, os contos de fadas devem ser trabalhados pelo educador de forma consciente e concisa, deixando emergir de si o amor  a responsabilidade e a certeza de estar utilizando um facilitador de caminhos, alicerçando a formação dos valores éticos e morais das suas crianças.

            Assim, a escola e o professor devem refletir seu papel e seu objetivo central, repensando seus projetos e suas práticas pedagógicas, para que a aprendizagem seja o resultado do processo de interação sujeito e mundo real/imaginário, permitindo e mediando o desenvolvimento da criança, neste caso fazendo uso dos contos de fadas não só como fonte de socialização, mas como também como meio de internalização de valores da sociedade, enriquecendo todas as fases da infância.

            Os contos de fadas são eternos. Passados de uma geração a outra, constituíram-se em verdadeiros canais de transmissão de valores éticos e morais. Porém, numa sociedade marcada pela degradação da família e pela proliferação da violência, que atinge as crianças nas mais diversas atividades e lugares (nas ruas, nos desenhos a que elas assistem ou nos videogames com que brincam), os valores morais e éticos tendem a se enfraquecer.

            Portanto, o papel da escola é extremamente importante, pois poderá ser uma alternativa para fortalecer a construção dos conceitos morais e éticos da criança, e os contos de fadas são um forte aliado nessa construção, afinal não se findam única e exclusivamente em “moral da história”, é algo mais, muito mais.

            É através da interação do conto de fadas e seu conteúdo que a criança tem a oportunidade de brincar com os mistérios da vida, sem se preocupar com a aprovação ou reprovação do adulto. Ela adquire segurança para buscar relações entre o seu “eu” e as personagens dos contos, projetando-se nelas para conseguir criar estruturas mentais e assim resolver problemas do cotidiano, desvencilhar-se deles ou, pelo menos, conseguir conviver com eles.

            O conto promove o desenvolvimento da criança, motivando-a a ser generosa e solidária, fazendo-a compreender que nem sempre as pessoas são boas e que nem sempre as situações são agradáveis. Por conseqüência, desperta seu senso crítico, fazendo-a refletir entre o pensar e o agir, entre o certo e o errado.

            A essência do conto de fadas é o de abstrair conceitos formadores de caráter, uma vez que estabelece relação entre “bem e mal”, “certo e errado”. Seus valores são inúmeros: respeito, bondade, justiça, amizade, amor, franqueza, humildade, diferença, etc. A formação moral da criança ocorre quando esta faz uso da reflexão sobre os contos de fadas, distinguindo as atitudes das personagens e construindo as suas próprias, alicerçando sua formação moral.

            Os contos de fadas mais trabalhados são os clássicos, não só por sua riqueza, mas por atuarem significativamente nos conceitos de construção moral, discernindo o “bem” e o “mal”; o “certo” e o “errado”, desenvolvendo, principalmente, um conceito de moralidade, pois permitem que a criança interaja consigo e com outras crianças, percebendo a si e ao outro.

            Diante deste contexto, qual é, então, o papel da escola como propiciadora da construção dos conceitos morais e éticos?

            A escola como espaço educador de e socialização deve ser atuante, entendendo que a criança não é um ser passivo, sem autonomia e sem direito a reflexão. A escola deve ser, portanto, um meio diversificado na formação ética e cultural da criança, propiciando atividades que envolvam a ordem física, afetiva, cognitiva, ética, estética, de relação interpessoal e inserção social.