Os Abalachos da Cruz e as Coisas Fortuitas da Depressão

Em “meio” de abalachos e coisas fortuitas está a mais bela e solitária ideia de buscar seu objetivo que às vezes faz com que sua vida se torne um, “mais que isso”, um peso. Um desafio para suportar. Pois, de repente, o câncer deixou de ser uma das doenças que mais se preocupa a humanidade além da depressão. Isso mesmo, a depressão tem causado muita destruição nas famílias. Deixa um rastro de desespero por onde passa. É um verdadeiro mar de incertezas. Ela faz pesar em muito a própria vida.

Coloca a pessoa tão triste ao ponto de deixar as outras do seu convívio também envolvidas em sua tristeza. Com isso, a pessoa se isola dando abertura para a solidão. Não vê sentido em nada e, em muitos casos até mesmo a vida perde o seu encanto, possibilitando com isso  experimentar um desalento envolvendo todos os seus medos. Contudo, a única luz que brilha é a fé em Deus. Nele sua confiança recebe fortaleza, sua tristeza e solidão transferem-se para a gratuidade de sua crença, deixando no deserto da depressão apenas as pegadas de quem caminha em direção à sua vitória, uma conquista iluminada, mesmo que seguida com as cruzes da vida.

Os abalachos, isto é, ideias de um viver, se encontram com a serena providência em saber qual e como fazer com este ideal de vida. Porém, com as depressões ou mesmo com os “quebra-molas” _ altos e baixos_ que nossa vida mostra, de forma clara, este ideal de vida que é o de pegar a sua história e escrever em uma frase seguindo com mãos postas em um desejo que se anima com a doce cruz.
Ao perceber que existe uma doce cruz nada pode continuar sendo fortuito. O mesmo seria fazendo com sua história, que, se a ela enterrássemos. Com os altos e baixos encontrados em nossa vida nos anima a carregar esta doce cruz, cruz esta que para mim se repetirá por todos os dias, até minha vida se esvair.

Serão fortuitos os meus próximos longos  dias, se não estivesse com um desejo ardente de não ver este encontro como um peso, mas uma cruz doce que me leva ao encontro com os outros “eus”, animais, que existe no homem.

Com os abalachos espero que possa ajudar-me a ser mais humano entrando em contato com a “animalidade” de todos os homens.

Será que os homens mergulhados em suas doenças, principalmente as do nosso tempo, podem ser considerados de abalachos e coisas fortuitas? Contudo, espero que seja somente abalacho, porque assim estarei carregando minha doce cruz com menos ar de penúria. Quero, pois, alegrar com cada dia o qual eu retorno àquele lugar chamado humano.

Volto com medo? No entanto, com uma esperança: que o amor de Deus possa tocar o coração daqueles homens e mulheres que padecem seus males. Seria pouca esperança? Não. Porque segundo a carta de 1Jo 4, 8 “Deus é o próprio amor”. Então é isso que meu coração_ com altos e baixos_ deseja: que todas as pessoas que já tenham passado pelo sofrimento da depressão encontrem a Deus.

Assim sendo, ao pegar cada qual sua doce cruz e partir em missão diária, seja com palavras, coração ou com abalachos e nunca como sendo coisa fortuita àquela Missão: de ir ao encontro do humano do outro. Assim, segue com Cristo: pela graça. Deixando as incertezas do câncer para trás como também os sofrimentos da depressão, dando à vida uma nova docilidade para poder viver: uma luz divinal.

☆[PADRE
                 Joacir d'Abadia, Pároco de Alto Paraíso-GO]☆

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*> Filósofo, Escritor, articulista, Especialista em Docência do Ensino Superior e membro da "Academia de Letras e Artes do Nordeste Goiano" (ALANEG) e da "Casa do Poeta Brasileiro - Seção Formosa-GO", colunista filosófico das Revistas: "Xapuri" e "Bem Viver" e do Jornal "Alô! Vicentinos".

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