ORIENTAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA: Conceituações, estratégias e parceria com as famílias em busca de resultados positivos em função dos discentes da Escola Ezilda Aragão Brasil

Texto elaborado em 2022 e divulgado em 2023 em Santa Maria do Uruará - Prainha Pará.

ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL “EZILDA ARAGÃO BRASIL”

Proponentes: Coordenação Pedagógica EAB e Gestão Escolar EAB

Org. Professor Sydney Pinto dos Santos[1]

ORIENTAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA: Conceituações, estratégias e parceria com as famílias em busca de resultados positivos em função dos discentes da Escola Ezilda Aragão Brasil

SANTA MARIA DO URUARÁ – PRAINHA PARÁ

2022

TÍTULO: ORIENTAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA: Conceituações, estratégias e parceria com as famílias em busca de resultados positivos em função dos discentes da Escola Ezilda Aragão Brasil

Tema: A relação Família e Escola na busca de valores e benefícios em razão das orientações aos alunos da escola Ezilda Aragão Brasil no que tange a sua sexualidade na adolescência.

Problemática: Quais os problemas e barreiras causados na vida do adolescente em idade escolar por falta de informações e orientações condizentes e eficazes à sua formação como discente?

Hipóteses: 

1 – Desestruturação no ambiente familiar (crises emocionais no espaço de vivência);

2 – Informações ineficazes e desencontradas obtidas nos grupos de vivência dos adolescentes;

3 – Fragilidade na formação do caráter, valores e princípios do adolescente;

4 – Despreocupação do espaço escolar em propor palestras e debates que tenham como alvo estas questões formativas do adolescente;

5 – Fatores intervenientes, como drogas, sexualidade precoce, processo do despertar emocional fragilizado;

6 – Adolescente como alvo principal das mídias sociais dentro do contexto de formação de sua cidadania;

7 – Quase inexistência da interação entre a comunidade escolar e os órgãos de saúde local.

8 – A inexistência de um trabalho voltado para o emocional, o psicológico e o espiritual do aluno.

Introdução

No mudo em transformação ao qual vivemos e compartilhamos estas mudanças rápidas e significativas, inclusive na “segunda idade” em formação os aspectos pessoais, emocionais, comportamentais e atitudinais do ser humano, que é a adolescência, a escola se preocupa expressivamente com os resultados que podem surgir ou se desenvolverem a partir de informações e orientações que não estejam de acordo com àquelas esperadas, as quais são dentro de um conjunto que envolve a área da saúde, do bem-estar social, e das convicções culturais dos participantes, que são os adolescentes.

Pois segundo Brasil (1998, p. 35):

O trabalho com temas sociais na escola, por tratar de conhecimentos diretamente vinculados à realidade, deve estar aberto à assimilação de mudanças apresentadas por esta realidade. As mudanças sociais e os problemas que surgem pedem uma atenção especial para se estar sempre interagindo com eles, sem ocultá-los. (...)

Assim, o projeto Orientação Sexual na Escola, como um trabalho com temas sociais, está voltado para os alunos crianças e adolescentes, que se encontram em plena formação educacional, as quais precisam de imediato estarem a par de informações que venham corresponder com suas dúvidas, anseios e expectativas. Ou seja, orientações que realmente correspondam com a veracidade dos fatos, sem distorções, que venham ajudar e contribuir e não levá-las ainda mais a um mundo de dúvidas, desesperanças e insegurança no que tange a sua postura como ser social e cultural

Logo, a escola buscará utilizar de maneiras didáticas e estratégias que possam respeitar as faixas etárias dos participantes no projeto, isto é, dos alunos do Ensino Fundamental Maior, os quais estão em período de transição entre o pueril e a adolescência, quando começam os grandes dilemas, vinculados à compreensão de forma ordenada do mundo ao seu redor, assim como das suas expectativas e curiosidade sobre si mesmos.

Ressaltando que, a justificativa do projeto, se embasa na necessidade de levar este conhecimento até aos alunos, já que as informações sobre a sexualidade dos mesmos chegam muitas vezes de forma desordenadas, o que em vez de ajuda-los, acabam por gerar mais dúvidas, condições distorcidas, e até mesmo consequências extremamente prejudiciais ao seu corpo e ao seu caráter e dignidade humana.

Pois, como se sabe, e nos trabalhos ao longo do tempo com crianças e adolescentes nos ambientes escolares, nos mostrou o quanto eles possuem de dificuldade de compreender o seu corpo, suas necessidades, e as mudanças que se fazem necessárias biologicamente.

Já que, muitas vezes, ou a família se restringe em abordar de uma forma clara e eficiente sobre estes temas, os quais são considerados tabus ou que causam um certo desconforto; ou ainda quando a faz, age de maneira erroneamente, omitindo certos aspectos e fatores intervenientes; ou acabam acreditando que, a responsabilidade deve ficar a cargo da escola.

Vale salientar, que os objetivos, abordados neste projeto, estão claramente vinculados a sua execução em sala de aula ou quando das palestras, e não em específico aos resultados futuros, junto aos familiares e a sociedade estudantil. Porém, com reconhecimento e interesse pela temática pelos próprios participantes e outros docentes.

Justificativa:

O referente projeto tem como justificativa a contribuição com a família no que diz respeito às dúvidas, anseios, expectativas e desafios que o jovem tem sobre si mesmo, sobre os problemas que a sociedade lhe atribui com o decorrer do tempo, e claro, com as modificações que são relevantes nos aspectos físicos, comportamentais, emocionais e atitudinais deste indivíduo.

Portanto, contribuir com a família com assuntos que muitas vezes são tabus, dentro do espaço familiar, o que muitas vezes leva ao afastamento, assim como a restrição na conduta de algumas informações essenciais para o bom convívio, o bem-estar social, assim como do caráter e da formação social do cidadão, é também atribuição da escola, dentro de suas limitações e atribuições educacionais, respeitando sempre os limites tanto por parte do discente com de seus familiares.

Assim, o projeto de Orientação Sexual na Escola, não vem substituir de forma alguma o papel relevante da família, mas expressar uma responsabilidade compartilhada entre estes dois núcleos sociais que por necessidade e condição, são responsáveis em completar educação dos seus entes, dentro dos seus espaços e com uma linguagem que atenda a compreensão dos interessados.

 

Objetivos:

Objetivo geral: Promover palestras sobre orientação sexual aos adolescentes do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) da escola Ezilda Aragão Brasil.

Objetivos Específicos:

  • Demonstrar aos alunos do Ensino Fundamental, através de palestras, com exposição via slides, e projeção em tela, as características, conceitos e importância sobre a Orientação Sexual em sua vida em formação;
  • Utilizar uma linguagem de acordo com a faixa etária dos alunos que participarão das palestras/debates;
  • Abordar assuntos nas palestras vinculados e direcionados a esta “clientela”, como: transformações corporais (físicas e emocionais); gravidez na adolescência, doenças sexualmente transmissíveis e conflitos pessoais;
  • Enfatizar aos alunos que a responsabilidade na sua formação com ser social está também vinculada à comunidade escolar.

Referencial Teórico

Junto com o crescimento desenfreado, ocorrem outros processos significativos: o aparecimento de pelos púbicos e axilares, modificações nos órgãos sexuais e nas proporções ósseas, a menarca (primeira menstruação) nas meninas e o início da ejaculação nos meninos, o surgimento dos seios e o arredondamento do corpo feminino. Essas mudanças mobilizam sentimentos ambíguos e até antagônicos: a alegria de se perceber como jovem mescla-se ao temor pelo desconhecimento da nova sensualidade. (BRASIL, 1998, p. 112)

Estas mudanças trazem em seu bojo, conflitos profundos na questão da identidade do futuro ser, quer dizer, do indivíduo com as novas características fisionômicas, o que também, abraça questões relacionadas ao emotivo, ao psicológico, ao comportamental, ao social e ao cultural.

Quando, “o corpo adquire significado especial e mobiliza atenção e emoções do adolescente. (...) Novas relações se estabelecem entre os sexos, os adolescentes iniciam um período de intensa experimentação de sua capacidade”. O que leva-os a ressignificar suas atitudes e ações comportamentais nos ambientes frequentados, seja ele a escola, a igreja, e no social e no próprio ambiente familiar. Fazendo assim, escolhas que, antes não eram condizentes com seus projetos e anseios. Ou seja, chega a era do conflito e das escolhas.

Assim, de acordo com Brasil (1998, p. 34), no que tange ao tema aqui abordado neste trabalho de intervenção didático-pedagógico, pode-se afirmar que:

A orientação Sexual na escola deve ser entendida como um processo de intervenção pedagógica que tem como objetivo transmitir informações e problematizar questões relacionadas à sexualidade, incluído posturas, crenças, tabus e valores a ela associados. Tal intervenção ocorre em âmbito coletivo, diferenciando-se de um trabalho individual, de cunho psicoterapêutico e enfocando as dimensões sociológica, psicológica e fisiológica da sexualidade.

Quando estas informações e questões devem ser cautelosamente separadas para atender adequadamente os discentes por faixa etária, focando nos interesses particulares e incentivando os indivíduos participantes a adotar uma postura que implica atenção, interesse e sensibilidade com os temas abordados.

Lembrando que, quando estamos falando de Orientação Sexual, não estamos focando necessariamente em fatores, aspectos e ações que estejam ligados diretamente ao ato por si só, e nem nas mudanças fisiológicas, mas também aspectos que comungam diretamente convergem para a formação do caráter e da identidade do indivíduo em idade escolar.

Porém, vale ressaltar que, com as mudanças de paradigmas e das estratégias de ensino e de aprendizagem, mesmo ocorrendo em tempos de transformações no comportamento humano, e nas vantagens que a tecnologia apontam e estabelecem, percebe-se que:

A princípio, acreditava-se que as famílias apresentavam resistência à abordagem dessas questões no âmbito escolar, mas atualmente sabe-se que os pais reivindicam a orientação sexual na escola, pois reconhecem não só a sua importância para crianças e jovens, como também a dificuldade de falar abertamente sobre o assunto em casa. (BRASIL, 1998, p. 111)

Vale ressaltar que o projeto em si, caberá a sua aplicação ou mediação em salas de aulas, por profissionais capacitados e formados para esta situação, sabendo assim lidar com as faixas etárias das turmas, como também tendo as habilidades fundamentais e eficientes para a abordagem dos temas/assuntos do projeto. Pois:

intimidade e consentimento podem ser ensinados a crianças e adolescentes de qualquer idade. No entanto, há assuntos específicos e formas diferentes de abordá-los indicados para cada faixa etária de acordo com seu estágio de desenvolvimento. (CHILDHOOD, 2019)

Percursos Metodológicos

Segundo Brasil (1998, p. 138), no que diz respeito ao uso dos componentes curriculares, os quais devem ser utilizados no projeto, “podem e devem ser flexíveis, de forma a abranger as necessidades específicas de cada turma e cada momento, com conteúdo bastante diversificados”, como “prostituição, abuso sexual, métodos contraceptivos, desejo sexual, transformação do corpo na puberdade, iniciação sexual e muitos outros mais”.

Assim, este trabalho em forma de Projeto de Intervenção, denominado de: ORIENTAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA: Conceituações, estratégias e parceria com as famílias em busca de resultados positivos em função dos discentes da Escola Ezilda Aragão Brasil, tem em sua constituição quatro temas principais, os quais serão abordados e explanados de forma diferenciada, mas direcionado aos alunos que compõe o Ensino Fundamental maior da escola acima referida, que são: Mudanças Físicas na Puberdade: insegurança e ansiedade; Gravidez Precoce na adolescência e anticontraceptivos; Infecções Sexualmente Transmissíveis; Conflitos Pessoais e Uso de Drogas Lícitas e Ilícitas. Onde se buscará, elencar estratégias significativas e eficazes, respeitando a faixa etária e o interesse e motivação de cada turma participante.

Desta forma, o desenvolvimento e execução do projeto, se dará seguindo etapas e períodos, que além de destacar as turmas em seus respectivos horários, também deverá seguir o calendário escolar, visando não interromper os períodos de avaliação bimestrais ou ainda as revisões dos conteúdos programáticos dos respectivos componentes curriculares.

A primeira etapa, será a discussão das estratégias pela equipe da Coordenação Pedagógica que serão usadas nas apresentações nas diferentes turmas, assim tendo o cuidado sobre a linguagem utilizada pelo orientador/apresentador; o que possivelmente ficará ao encargo dos pedagogos ou membros da coordenação pedagógica, com o apoio dos docentes das turmas.

Já o segundo período ou espaço de desenvolvimento, está relacionada a escolha dos equipamentos e recursos, os quais serão utilizados na execução do projeto, visando com isto dar segurança e eficácia na apresentação do mediador.

No que diz respeito a terceira etapa da apresentação do projeto de intervenção, vinculado as necessidades da programação e também das diretrizes recebidas pelas instâncias que coordenam a educação no município, far-se-á a elaboração do calendário sobre a apresentação por turma e turno, durante o período a ser executado.

A etapa seguinte a ser destacada, após a elaboração do calendário, anunciar a direção e aos professores sobre os dias da semana que serão executados nas turmas.

Destacar os temas e aborda-los na sequência em diferentes turmas, tanto do turno da manhã como do vespertino, será a próxima etapa. Quando por questões particulares, como sequência e domínio dos temas, assim se destacarão:

1 - Mudanças Físicas na Puberdade: insegurança e ansiedade;

2 - Gravidez Precoce na adolescência e anticontraceptivos;

3 - Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs);

4 - Conflitos Pessoais e Uso de Drogas Lícitas e Ilícitas.

Quanto a linguagem que se utilizará na orientação e aplicação dos temas nas turmas, consiste naquela em que seja de acordo com a faixa etária, impedindo com isto, quaisquer conflitos entre os participantes e o mediador e, consequentemente com os familiares destes e a escola.

Tendo a duração, de cada palestra, dependo do tema/assunto, e do dinamismo utilizado, assim como dos recursos adicionais, como data show e outros, em torno de uma hora e meia de aula ou 2 aulas; o que são acordadas em sua utilização, entre os professores e os palestrantes (pedagogos da unidade escolar em questão).

A última etapa do projeto, está voltada para a avaliação dos trabalhos, fazendo uma análise profunda, sobre vários aspectos do mesmo, com intuito de fazer as mudanças necessárias, caso for, ou mesmo permitir os adendos ou supressão de alguns procedimentos ou etapas. Contanto que, se ajuste as necessidades do tema, da escola, do próprio projeto e das necessidades dos interessados, neste caso, os discentes.

Recursos Utilizados:

No que diz respeito aos recursos utilizados. Pode=se destacar: os pessoais, os instrumentais, os didáticos – pedagógicos, os materiais, e financeiros.

Pois os recursos pessoais, abrangem, desde os discentes, passando pelos professores, pedagogos, direção escolar e membros das famílias. Visto que a interação e a socialização entre os atores destes segmentos se faz necessário para o bom andamento e desempenho do projeto, assim como dos resultados a serem alcançados.

Os recursos instrumentais, está relacionado aqueles que auxiliarão os palestrantes na execução dos trabalhos de explanação, como: computadores, data show, máquina de impressão, pendrive, canetas e outros.

Já didáticos-pedagógicos, estão vinculados aos livros didáticos, paradidáticos, cartilhas, slides, cadernos, cartazes e outros.

Os recursos materiais, estão vinculados aqueles como o próprio espaço da sala de aulas com toda a sua estrutura: carteiras, mesas, cadeiras, quadro – branco, pinceis, luz e energia elétrica, extensões elétricas, ventiladores e outros.

No que tange, aos possíveis recursos financeiros, estes, caso forem necessários, poderão advir do Conselho Escolar da unidade educacional em questão, ou ainda recursos próprios da escola; ou ainda dos colaboradores afins. Pois, como se trata de uma Projeto de Intervenção vinculado as ações da escola em consonância com aqueles solicitados pelo MEC às escolas, poderão ter seus recursos para esta finalidade.

Possíveis Resultados

Dentre os resultados esperados, pós aplicação ou execução do projeto, espera-se que os alunos tenham uma ideia mais precisa sobre o seu próprio comportamento, assim como de suas atitudes pessoais e sociais, além de conceitos e informações que venham contribuir com sua dignidade e caráter como cidadão e indivíduo participativo e integrante da sociedade.

Assim, como, espera-se que a escola, se entende como instituição e unidade fomentadora dos preceitos e diretrizes que atinjam positivamente a vida de seus alunos, enquanto integrantes da comunidade escolar. Como também, provedora e responsável por estratégias e ações que permitam um olhar diferenciando, com soluções plausíveis para as problemáticas que atingem a vida e o cotidiano de nossas crianças e adolescentes no período da vida escolar.

Por outro lado, como, muitas vezes, o assunto sobre a orientação sexual, se torna ou é um tabu a ser discutido no espaço familiar, entre os seus integrantes, acaba a escola, se tornando, através e inclusive através de seus professores e pedagogos, os atores mediadores e propulsores destes diálogos/debates. Cabendo quase por inteira, a responsabilidade, que em tese, seria exclusiva da família.

Porém, como se entende as limitações dos componentes das famílias, no que tange as informações destes temas, os quais há bom tempo, já são discutidas nas diretrizes do processo educacional, a escola passa a ser a principal instituição, já que se entende que seus membros ou atores, como citado anteriormente, são pessoas com formação em diversas áreas, inclusive com conhecimento na área da saúde, mesmo que de maneira superficial, acabam por agir em função dos agentes (alunos) tirando suas dúvidas, amenizando seus anseios, e assim solucionando um sem número de problemáticas que se desenvolvem ou aflora nesta idade tão complexa e única.

Além do papel da escola, também se espera que a família, possa se tornar uma parceira nas soluções ou mesmo identificações de casos que, porventura, estejam infligindo a vida de alguns de seus membros. Visando com isto, repassar a escola, as informações sobre o que ocorre com seus filhos, a fim de que a mesma possa tomar algumas providências cabíveis, e algumas imediatas, dependo do grau que cada caso requer; seja as instituições como o Conselho Tutelar, o CRAS, ou ainda alguns casos ao pessoal da saúde.

Portanto, o bom funcionamento de um projeto de intervenção, assim como para o seu sucesso e permanência de maneira ativa e contínua, precisa-se que, todas as instituições, agentes educacionais e outros agentes sociais, passem a se preocupar e olhar com muita atenção esta fase, que além de ser um período de formação do sistema biológico, é também do emocional e psicológico do indivíduo, o qual é atingido pelas mudanças de comportamento e atitudes pela puberdade, se tornando, muitas vezes, indivíduos frágeis diante das incertezas e inconsistências da sua própria realidade; podendo agir em conjunto, no sentido de encontrar soluções para os desafios, barreiras e problemáticas que podem perdurar para a vida adulta e interferir negativamente nas expectativas e possibilidades de vivência do cidadão.

Considerações e observações complementares

Desde o ano de 1998, com a aprovação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, com objetivos norteadores das práticas educacionais e didáticas, inclusive no que tange aos Temas Transversais, e como proposta orientativa e não obrigatória, percebeu-se os primeiros passos a serem dados no que diz respeito a Educação Sexual nas escolas, o que de início, recebeu muitas resistências por parte de diretores, professores e dos próprios pais. Quando estes últimos, sabendo de suas responsabilidades sobre o tema, acabavam não fazendo a sua parte; repassando aos professores esta atribuição; no entanto, quando algum docente se manifestava neste sentido, em ministrar mesmo que irrisoriamente sobre o tema, acabava por receber críticas e desaprovação pelos pais.

Logo, o que se percebei, era uma barreira quanto ao foco pedagógico do tema; o que acabava por contagiar os próprios discentes. Os quais acabavam sem as orientações precisas e eficazes sobre esta necessidade de conhecer o próprio corpo, e as vezes os problemas que poderiam aparecer em razão das distorções apresentadas ou mesmo da inexistência das informações seguras, fosse no espaço familiar, fosse no ambiente escolar.

Por outro lado, pedagogos e muitos professores, e assim como muitos pais, acreditavam que caberia mesmo a escola, de uma forma atenuante e dinâmica, apresentar aos alunos estas informações, que envolveriam a sexualidade. Não confundindo nunca com algo que fosse entendido por pais e alunos como algo referente ao ato sexual. Pois esta confusão, que perdurou por muitos anos, na interpretação, inclusive de pais e da própria sociedade, foi o que tardou e afastou um trabalho com os alunos, acarretando ao longo dos anos ou até décadas, problemas que poderiam ter sido menos afetados, e/ ou amenizados, caso as orientações sobre a sexualidade já estivessem sido colocadas em prática nas escolas.

Assim, o projeto de intervenção, não só apenas busca tentar solucionar algumas questões cruciais na vida das crianças e adolescentes, mas colocar em vigor esta interação socioeducacional entre família e escola de uma forma mais ativa, compromissada e efetiva, buscando juntas, solucionar algumas questões que estão relacionadas com as atitudes, comportamentos e ações pessoais, inclusive nesta faixa etária que corresponde a adolescência; a qual é tão delicada, complexa e suscitante de cuidados e orientações precisas. Com o intuito ou objetivo, assim de uma formação mais preventiva e cuidados com os possíveis problemas ou situações embaraçosas que podem culminar na vida como jovem ou mesmo na sua futura vida adulta.

Referências

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais – Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino Fundamental – PCNs: Introdução. – Brasília: MEC/SEF, 1998.

______. Parâmetros Curriculares Nacionais: Apresentação dos Temas Transversais. – Brasília: MEC/SEF, 1998.

______. PCNs - Pluridade Cultural e Orientação Sexual: Temas Transversais. Vol. 10 – Brasília: MEC/SEF, 1998.

CHILDHOOD. Educação sexual para a prevenção do abuso sexual de crianças e adolescentes: Como falar sobre sexualidade e prevenção do abuso sexual com crianças e adolescentes de acordo com cada faixa etária. Childhood /Brasil. – São Paulo, 2019.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Proponentes:

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SYDNEY PINTO DOS SANTOS

 

 

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ELINEUZA GUEDES BARBOSA

 

 

 

 

Parceiros:          ______________________________________________________

 

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Direção Escolar EAB

 

 

Escola Ezilda Aragão Brasil, Distrito de Santa Maria do Uruará, 29 de junho de 2022.

 

[1] Professor Pedagogo da rede Pública de ensino do município de Prainha – Pará.

Mestrando em Educação com Especialização em Educação Superior – FUNIBER - UNIB