Letrista, jornalista, poeta e escritor, Orestes Barbosa nasceu no Rio de Janeiro, no dia 7 de maio de 1893 e, ainda menino, mudou-se para a Gávea, onde aprendeu a tocar violão com Clodoaldo de Moraes, pai do poeta e letrista Vinícius de Morais.

Amante das letras desde novinho, aos 13 anos de idade Orestes Barbosa venceu um concurso literário promovido pela revista Tico-Tico e aos 20 iniciou a sua carreira de jornalista, estreando no Diário de Notícias, onde o diretor de redação era o famoso Rui Barbosa, que se encantou de imediato com a habilidade do jóvem repórter.

Muito requisitado nas redações, no mesmo ano Orestes Barbosa participou da fundação dos veículos O Jornal e O Imperial, destacando-se nos editoriais de polícia política, sempre com brilhantismo.

Durante a sua longa carreira jornalística, em que escreveu, editou e produziu reportagens, colunas e crônicas, passou ainda pela Gazeta de Notícias, A Manhã, O Radical, Opinião, O Mundo, A Hora, O Avante, A Folha, A Noite, O Dia, A Notícia, O Globo, Diretrizes, Apátria e A Imprensa.

Em 1916, Orestes Barbosa casou-se com dona Regina Nunes da Costa, com quem viveu até morrer, dois meses depois de completar bodas de ouro.

O filho único do casal, Ossian Barbosa, nasceu um ano após o casamento e, no ano do nascimento de Ossian, Orestes Barbosa lançou o seu primeiro livro de poemas, intitulado Penumbra Sagrada.

Por várias vezes Orestes Barbosa esteve em Paquetá, na casa do seu filho Ossian, e costumava passear pela ilha dirigindo uma pequena charrete que era puxada por um único cavalo.

Só depois dos seus 30 anos de idade é que Orestes Barbosa rendeu-se aos encantos da música popular brasileira e aos inúmeros convites para fazer parcerias, das quais surgiram jóias como Positivismo, com Noel Rosa; Romance de Carnaval, com J. Machado; Bangalô, com Oswaldo Santiago; Chão de Estrelas, com Silvio Caldas – música que foi o seu maior sucesso; verdadeiro hino da MPB e cujo verso "Tu pisavas nos astros, distraída" era considerado por Carlos Drumond de Andrade como o mais belo da língua portuguesa.

Compôs ainda, com "o caboclinho querido", Arranha-céu, Suburbana, Serenata, Quase que eu disse e Torturante ironia.

Com Heitor dos Prazeres compôs Nêga e Meu bem ... Com Nássara, As Lavadeiras e Caixa Econômica ... Com Custódio Mesquita, Flauta,Cavaquinho e Violão ... Com Francisco Alves, Adeus e Dona da minha vontade e, com Wilson Batista, Abigail e Cabelo branco.

Orestes Barbosa também foi parceiro de Ataulfo Alves e do maestro J. Thomaz e fez letras para muitas outras músicas gravadas por Silvio Caldas, Zezé Gonzaga, Castro Barbosa, Carlos galhardo, Aracy de Almeida e Orlando Silva.

Várias das suas canções tiveram regravações mais tarde, dentre as quais o lindo samba Óculos Escuros, que o foi por Paulinho da Viola, nos anos 70.

Orestes Barbosa faleceu em sua casa, no Rio de janeiro, em 15 de agosto de 1966.