O que agora denominamos Ontologia era chamado, antes, Metafísica. Pelo menos até o iluminismo, empregava-se esse termo mais sistematicamente.
Depois de Kant, que quis demoli-la ou pensou tê-la demolido mesmo, passou-se a dar preferência pela expressão Ontologia. A filosofia, a rigor, ocupa-se do problema do Ser. Já antes de Sócrates, Parmênides o tinha em mente quando afirmou, o ser é, e o não-ser, não é. Dessa tautologia, que o ser "é", surge o nosso elementar problema. De modo direto, a filosofia está envolvida com a compreensão do que "há" ou aquilo que dizemos que "há". Portanto, é procedente afirmar que toda filosofia, levada às últimas conseqüências, é ontologia. Quem, por exemplo, estuda política ou medicina não diz abertamente que a ontologia constitui os pressupostos de seus estudos. É possível que ignore isso por completo ou que considere essa questão irrelevante, o que é mais provável.
Afinal, e filosofia não muda o mundo. Mas os fundamentos mais íntimos da racionalidade também não desaparecem só porque são ignorados ou considerados irrelevantes. A filosofia não muda o mundo. Mas o desconhecimento de problemas filosóficos ou o seu proposital e explícito hipostasiamento não invalida seus pressupostos.