Onde está Deus.

Com seu inconcusso saber.

A vida é tão ruim.

Uma etiologia classificatória.

Para milhões de pessoas.

Mitigadas ao silêncio.

Que vivem na mais absoluta.

Miséria.

Se não fosse composto.

Pelo princípio da hilética.

Sem pernície.

Se eu fosse o diabo.

Na essência da sua maldade.

 Isso de acordo com a ideologia.

Sem natureza ínclita.

Do que de fato ele representa.

Negaria o fundamento mefistofélico.

Eu faria alguma coisa.

 Acabaria com o sofrimento.

Do povo.

Mesmo não sendo bom.

Salvaria as pessoas pobres.

Imagina sendo o diabo.

E desejando fazer o bem.

Faria um mundo.

Mais melífluo.

Sendo o diabo.

Eu faria tudo isso.

Imagina então sendo.

Deus.

O mundo seria mais róscido.

Amanha mesmo.

Não existiria miséria.

 Exatamente por que.

Nem Deus ou o diabo.

Faz alguma coisa.

Por isso o mundo não é.

Rórido.

Motivo pelo qual sou ateu.

Esse mundo cruel e insuportável.

 Está sozinho.

Cheio de ruptibilidade.

Não existe Deus.

Muito menos o diabo.

Não existe céu, inferno.

Alma, ressurreição.

Não existe reencarnação.

Não existe o pecado.

 A única coisa que existe.

 São homens profundamente.

Alienados.

Não rútilos.

Não são capazes de entender.

O espírito do engano.

Seródio a civilização.

Se foi Deus quem fez o homem.

 O mar e a floresta.

 Rios e pedras.

Se Deus é capaz de tudo.

 Então porque hoje.

Objurgado a indiferença.

Oblitera se ao necessário.

Sentando numa poltrona.

Vendo tudo acontecer.

No mais absoluto silêncio.

Do ponto de vista da realidade.

Deus não faz absolutamente nada.

Ilídimo a sua natureza,

Fez o mundo.

Rios florestas e as águas.

Do mar.

Fez até a Física Quântica.

 Mas depois de pronto.

Deus deseja que o mundo.

Apodreça.

Não é capaz de fazer uma única ação.

Indelével a maldade.

Para o mundo ser bom.

 Por isso mesmo.

Se Deus existir ele não serve a nada.

Nem mesmo para engrandecer.

 Sua superioridade.

Muito menos o diabo.

Eles são impostores a concepção.

Da grandiloquência do delírio.

Edjar Dias de Vasconcelos.