Olhos, flores e culpa
Publicado em 04 de dezembro de 2015 por Edson Terto da Silva
Na música do filme mudo, sou eu o cego vagabundo
Para que a cega florista me veja como a todo mundo
Vejo as flores, mas nenhuma chega aos pés da florista
Abaixada nos calcanhares, ela que é a flor mais bonita
Bate a porta de um carro e ela acredita que muito rico eu sou
Não está de todo enganada, pois a riqueza é o meu amor
Amor que passeia cego como o pássaro que quase a vida perdeu
Ao bater forte na vidraça transparente, que de repente apareceu
Bondosa alma que acolhe o pobre bichinho ferido
Que muito atordoado, parece ter ficado perdido
Perdeu penas e bando, mas meu coração não perdeu
Deixado-o em lugar seguro pra não morrer atordoado no asfalto
O pobre pássaro ferido terá lugar garantido por certo lá no alto
E a culpa dos não culpados, machuca, dói e dela eu não escapo....