À primeira vista, quem participa de um campeonato de robótica apenas como espectador não consegue visualizar plenamente a riqueza em conhecimento camuflada nas maravilhosas maquininhas carregadas de high tech, a menos, claro, que seja um especialista ou entusiasta da causa. Me refiro ao grande público em geral. Algumas dessas maquininhas são realmente muito simples e até mesmo toscas em suas estruturas. Outras, sofisticadas ao extremo. Na realidade, embarcam e personificam anos de pesquisas e evolução tecnológica, do mais elementar plástico até o sofisticado chip ou Controlador, o seu cérebro programável. Olhando para a Robótica apenas dessa maneira, é inevitável a pergunta: o que há de interessante em um carrinho que procura a saída em um labirinto? Qual prazer podemos encontrar em um brinquedo que segue uma faixa escura, cujo objetivo é manter-se nela até o final do percurso durante um determinado tempo? Outro pode afirmar: talvez aqueles que desviam de obstáculos e sobem rampas sejam um pouco mais interessantes. São questionamentos naturais. Mas entendo que precisamos desenvolver um olhar diferenciado, um olhar um pouco mais específico. Um prisma, aquele que decompõe a luz branca, é um bom exemplo a ser comparado. Olhar pelo prisma equivale a lançar um olhar simplista sobre a causa. Se pegarmos um prisma e tentarmos olhar o que se encontra por trás, olhar pelo prisma, equivale a contemplar - no mínimo - uma imagem translúcida, transparente ou até desfocada. Ao passo que quando tomamos distância e olhamos para o prisma, no qual incide um raio de luz, contemplamos a sua finalidade e aprendemos que a luz branca é, na verdade, um conjunto de cores, um elemento multifacetado, assim como a robótica, que reúne diversos conhecimentos e proporciona meios de socialização, por exemplo, para o jovem...