O OFURÔ DO AMANHÃ

Insisti para que as portas e janelas ficassem abertas

No silêncio da noite toquei seus umbrais, suavemente,

desejava entrar e beijar-te os lábios e teus pomos

Escrevi poemas e os decorei para declama-los a ti

Saltei as barreiras, transpus os mares para vê-la 

Desejei tanto que me deixasse estar dentro de ti

Tu te escondeste no ofurô e, eu não a encontrarei.

 

Meus sonetos não a motivou a montar nos pegasos

Não cavalgaste até o jardim das flores brancas e azuis

A magia do jardim permitir-me-ia o calor de seu corpo

Quiçá sentirias o perfume que exalava de minh'alma

Como almejei frisar-te teus cabelos negros e sedosos

Olhar-te por teus olhos e perder-me dentro de ti

Mas, lá havia ofurô de rosas perfumadas e estrelas.

                        

Certas emoções a lógica jamais, explicará

Desejei-te, mas, negaste-me teu néctar

Tu foste gentil, silenciosa, linda e doce

Como esquecer-te se tal não desejo...?

 

Cedo ou tarde seguirei o destino dos humanos

Lá receberei a ternura dos amantes solitários

Apesar de longe de ti, certo é que estarei mais perto

Almas se amam e se entregam na lua cheia calorosa

Ao chegares lá, abrirei meu o coração em flores

Os poemas no infinito dir-te-ão que lá não há ofurô

A nudez do que não fomos será breve lembrança

Nos encontraremos na avenida das possibilidades

Encontrarei você meu eterno amor platônico..!

 

Por: Lourival Jose Costa - 11/06/2019 às 17;30hs