Odeio as pessoas que invadem a minha privacidade. Odeio ser interrompido enquanto assisto um filme ou uma partida de futebol. Odeio quando as pessoas me dizem o que fazer quando eu já sei como e quando. Odeio ser obrigado a fazer o que não quero e muito mais quando insistem para que eu faça só por que todos estão fazendo. Odeio pessoas interesseiras. Odeio quando as pessoas me pedem algo emprestado e não devolvem, ficam esperando que eu vá até suas casas para que eu possa buscar aquilo que lhes emprestei de bom grato e esperando ser útil em ajudá-las. Odeio meu pai por não ter acreditado em mim quando eu mais precisei dele. Odeio quando o pastor fica duas horas e meia durante o sermão falando coisas sem sentido algum para congregação, quando na verdade a própria bíblia diz que não é por muito falar. Odeio receber ordens de minha mulher. Odeio chegar atrasado em meus compromissos. Odeio os deputados, mas tinha vontade de me tornar um só pra sentir ódio de mim mesmo por um segundo e depois me esquecer de tudo tomando champanhe num iate com belas mulheres em Ibiza, Caribe ou Cancun. Odeio assistir os canais abertos da nossa televisão, pois só nos empurram cultura inútil de 9 da manhã as 6 da noite e por fim, odeio você, que tem a capacidade de ler esse texto e não postar nenhum comentário inteligente diante da minha insatisfação para que possamos debater uma maneira inteligente e divertida de reinventar a vida e tentar odiar menos as coisas que acontecem e as pessoas que vivem nesse poluído e enorme planeta azul que pela ironia se chama terra e não água.  

Por Tom Oliver