É impossível não ir à rua, ligar a televisão, usar um aplicativo de mensagens, conversar entre familiares ou amigos, acessar a internet, ler um jornal ou informativo, e não ouvir as palavras infectados, coronavírus, Covid-19, lavar às mãos, álcool em gel, máscaras, desinfectar, isolamento, pandemia, etc. Todas estas palavras e muitas outras, são usuais entre toda a população mundial para se referir as situações geradas por uma nova forma de gripe, que tem provocado milhares de mortes, internações e caos social. 

            O Covid-19, segundo às redes de notícias e os ministérios da saúde de dezenas de nações, teve seu início na China. Em uma cidade chamada Wuhan, que segundo os especialistas, foi o epicentro inicial da epidemia, que se tornou universal depois de cerca de sessenta dias dos primeiros casos constatados na província chinesa. Recebendo após a proliferação mundial, a expressão pandemia, para explicar a extensão do Covid-19. 

           O que podemos chamar de origem do coronavírus, que tem assolado o mundo e preocupado a humanidade, é o resultado do que alguns especialistas atribuem a nossa era, que, o que vem acontecendo desde o início deste milênio é o que conhecemos como “salto de espécies”. O vírus vai de uma espécie onde ele é o parasita habitual para a espécie humana (FIO CRUZ, 2020) 

          Ou seja, o vírus Covid-19, que é transmitido pelo coronavírus, já é conhecido desde o início do século XX, porém com às mutações genéticas, uma nova forma viral foi transmitida por animais, que alguns acreditam ser de morcego e/ou pangolim, e assim, gerou a contaminação que se espalhou pelo mundo. 

            Porém, pensar que uma doença contagiosa é o motivo do caos no planeta, é não atentar para um vírus que já se espalhou pelo mundo fazem muitos séculos, tendo seus primeiros surtos, assim digamos, no século XV (Usando essa data pela referência do capitalismo comercial exploratório da colonização europeia em várias partes do mundo). E ano após ano, o mesmo faz muito mais vítimas que todas as pandemias já registradas em nosso planeta. E pensar sobre essa infecção, é trazer uma reflexão sobre as causas deste vírus social, político, econômico e existencial. 

            Se o COVID-19 mata os mais vulneráveis fisicamente e debilitados, como o grupo mais idoso da sociedade. O CAPITAL-15 assim também faz aos pobres, marginalizados e excluídos, sendo estes as principais vítimas desta monstruosa pandemia, por serem os mais “debilitados” do constructo social. O CAPITAL -15, usa o lucro desesperado como meio de contaminação. E como o COVID-19 que afeta tanto seres humanos como animais, o CAPITAL-15 também mata pessoas e destrói o meio ambiente. 

            Se existem cuidados para não ser contaminado com o COVID-19, também temos práticas que fortalecem a imunidade de consciência e da saúde sócio-política de todos os cidadãos e cidadãs do Brasil e do mundo. Para não serem contaminados com o capital-15, é necessário usar um capacete, e não apenas uma máscara como o COVID-19. Esta proteção, é recomendada para proteger a mente, da ilusória mensagem de “oportunidades para todos” que os agentes infectores do CAPITAL-15 disseminam. De suposta liberdade econômica e ausência total da atuação do estado na direção de tratativas econômicas que fazem parte de temas que envolvem toda a nação ou a pregação de que o individuo em si é uma minoria, e este, é que deve ser resguardado. Quando nesta prática de exploração econômica, não se resguarda o individuo e tão pouco os grupos que formam toda a humanidade.

         Além de proteger a mente e o pensar. A comunidade deve ser higienizada pelas águas da esperança e do conhecimento. Fortalecer os vínculos da unidade social, valorizando o outro, lutando pela saúde mental e o bem-estar social. Que é possível quando a justiça é tanto jurídica, econômica, política e alcança toda a sociedade por meio de direitos materializados, como educação, moradia, alimentação, assistência médica e trabalho digno, e não precarizado. Se sintomas como dor de cabeça, febre, tosse e outros, identificam a possibilidade de estar contaminado com o COVID-19. O estresse, a depressão, angústia sobre não ter perspectivas de vida, as síndromes patológicas da sociedade contemporânea, a violência e a corrupção, são alarmantes da contaminação do CAPITAL-15. Superar este vírus sócio-político, que afeta todo o mundo, é uma prática que também necessita da colaboração de toda a coletividade. É uma ação que só poderá surtir efeito se houver colaboração dos meios educacionais, sociais, religiosos, da saúde e principalmente político. 

            Ao observarmos a preocupação das pessoas com o COVID-19, encontramos desalento, desesperança e medo. São temores da contaminação, da impossibilidade de realização de projetos e sonhos e do temor da morte. Os efeitos do capitalismo canibalesco, ou seja, do CAPITAL-15. É o medo de não haver vida, por não haver comida, oportunidades de estudo, de trabalho e de saúde. Se o Covid-19 contamina um grande grupo de pessoas, o CAPITAL-15 contaminou foi um sistema inteiro, e assim infectou e matou gerações passadas, adoece e mata a geração presente e seus efeitos ameaçam até às gerações futuras.

        O Covid-19 passará, assim como outras crises virais que já foram superadas; vacinas já estão sendo pesquisadas para atender a população frente essa doença. Porém, seus efeitos serão sentidos por alguns anos ainda. Tanto no espectro social, político e econômico. Mas o Capital15 ainda continua entre a sociedade, sem previsão de fim ou perspectivas de mudanças pelas políticas adotadas por centenas de governos. Todavia, já contemplamos anticorpos sociais que tem elaborado novas práticas para colaborar para a saúde da sociedade, do meio ambiente e do mundo. Ações que promovem o bem-estar individual, coletivo e sustentável. E assim iniciam uma cura, que para alguns é utópica, mas para os que sentem e respiram a esperança da existência, é tão real como a doença. 

Referência 

FIO CRUZ. Covid-19: infectologista Estevão Portela fala sobre medidas preventivas e aspectos clínicos.Disponível em:<https://portal.fiocruz.br/noticia/covid-19-infectologista-estevao-portela-fala-sobre-medidas-preventivas-e-aspectos-clínicos> Acesso em:14.Mar. 2020.