O USO DO QUESTIONÁRIO DE FELICIDADE INTERNA BRUTA (FIB) NA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL DE GOIÂNIA-GO: UM ESTUDO NO BAIRRO ITATIAIA
Publicado em 08 de outubro de 2020 por OSMIR DE ASSUMPCAO
Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão
Unidade Acadêmica Especial de Gestão e Negócios
Bacharelado em Administração Pública – Modalidade a Distância
Trabalho de Conclusão de Curso - TCC
O USO DO QUESTIONÁRIO DE FELICIDADE INTERNA BRUTA (FIB) NA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL DE GOIÂNIA-GO: UM ESTUDO NO BAIRRO ITATIAIA
OSMIR DE ASSUMPÇÃO
Catalão-GO
Maio – 2017
O USO DO QUESTIONÁRIO DE FELICIDADE INTERNA BRUTA (FIB) NA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL DE GOIÂNIA-GO: UM ESTUDO NO BAIRRO ITATIAIA
Discente:
OSMIR DE ASSUMPÇÃO
Orientador:
Prof Dr José Luiz Solazzi
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como pré-requisito para obtenção do título de Bacharel em Administração Pública
Catalão-GO
Maio - 2017
OSMIR DE ASSUMPÇÃO
O USO DO QUESTIONÁRIO FELICIDADE INTERNA BRUTA (FIB) NA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL DE GOIÂNIA-GO: UM ESTUDO NO BAIRRO ITATIAIA
Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado a Unidade Acadêmica Especial de Gestão e Negócios da Universidade Federal de Goiás, Regional de Catalão como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração Pública.
Orientador: Prof Dr José Luiz Solazzi
Conceito final:
Aprovado em ….. de ………………. de 2017.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________
Orientador – Prof. Dr José Luiz Solazzi
_________________________________________
Avaliador – Prof. Dr Rogério Bianchi de Araújo
DEDICATÓRIA
A minha adorável esposa Marivone, meus queridos filhos Ricardo e Rodrigo, pela compreensão, apoio e incentivo incondicionais e em homenagem aos meus pais Oradi e Isoire.
AGRADECIMENTOS
Ao Exército Brasileiro, especialmente o 1º Batalhão de Forças Especiais, Organização Militar que servi durante o período desta graduação, aos meus companheiros de batalhão e meus comandantes, por compreenderem minha situação de militar e universitário.
Aos colegas do Polo de Aparecida de Goiânia, à tutora presencial Thaís, à tutora Natália, aos professores deste curso, à Profª Drª Alethéia supervisora do meu estágio obrigatório na FACE/UFG, ao Prof Dr Serigne coordenador do Curso de Bacharel em Administração Pública por sua incansável batalha em prol deste curso e ao meu orientador, Prof Dr Solazzi, por suas orientações e constante acompanhamento deste trabalho.
EPÍGRAFE
“Que diremos, pois, a estas coisas?
Se Deus é por nós, quem será contra nós?”
Romanos 8.31
S U M Á R I O
RESUMO i
ABSTRACT ii
1 INTRODUÇÃO 01
2 OBJETIVOS 03
2.1 Objetivo geral 03
2.2 Objetivos específicos 03
3 REFERENCIAL TEÓRICO 04
4 METODOLOGIA 07
5 FELICIDADE INTERNA BRUTA - FIB 09
5.1 As dimensões do FIB 09
5.2 Projetos FIB no Brasil 11
5.3 Por quê o PIB é inadequado para Medir o Bem Estar? 12
5.4 O que é felicidade 13
5.5 O questionário FIB 13
6 RESULTADO ESPERADO 14
6.1 Perfil social 15
6.2 Análise das varáveis discriminantes 16
7 CONCLUSÃO 18
ANEXO 22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25
ASSUMPÇÃO, Osmir de. O uso do Questionário Felicidade Interna Bruta (FIB) na Implementação de Políticas Públicas pela Administração Pública Municipal de Goiânia-GO: um Estudo no Bairro Itatiaia. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Administração Pública. Polo de Aparecida de Goiânia / Regional Catalão. Universidade Federal de Goiás, 2017.
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo realizar uma pesquisa diagnóstico aplicando o questionário de Felicidade Interna Bruta (FIB), desenvolvido no Butão e adaptado para a realidade brasileira pelo Instituto Visão Futura, no Bairro Itatiaia, município de Goiânia-GO. Utilizou-se o método quali-quantitativo descritivo com um questionário estruturado em trinta e seis questões, das quais, quatro referentes aos dados sociais e trinta e duas referentes às nove dimensões do indicador FIB. Foram aplicados 92 questionários, possibilitando analisar se fatores como sexo, idade, escolaridade e nível de renda implicam na felicidade da população. Para tabulação e análise das questões referentes as dimensões foi utilizado a Escala de Likert de 4 pontos e balanceada. Após análise estatística descritiva dos dados coletados, avaliou-se as diferenças entre os níveis de felicidade dos moradores do referido bairro, os quais serão apresentados à Administração Pública Municipal. Através da análise Exploratória foi traçado o perfil social dos entrevistados, sendo possível que os resultados sejam estratificados por sexo, faixa etária e ou nível de escolaridade. Os resultados do trabalho demonstram que as diferenças nos níveis de felicidade da população não estão diretamente relacionados com fatores sociais como renda, nível de escolaridade e idade. Ficou evidente que quanto maior a renda, há uma maior preocupação com segurança, fator este decisivo na felicidade das pessoas. Ainda, a maioria das respostas à pergunta: “Em uma palavra, o que te faz feliz?”, ficou claro a ênfase por fatores imateriais. Os resultados obtidos possibilitam que se discuta os problemas, as soluções e os planos de ação para implementar políticas públicas no Bairro Itatiaia com a finalidade de melhorar a qualidade de vida e, consequentemente, a felicidade da população local.
Palavras-chave: Administração Pública Municipal; Butão; FIB; Goiânia; e Visão Futura
Orientador: Prof Dr José Luiz Solazzi - Universidade Federal de Goiás/Regional de Catalão
ASSUMPÇÃO, Osmir de. The use of Gross National Happiness (GNH) Questionnaire for the implementation of public policies by the municipality of Goiania, Goias: a study in the district of Itatiaia. Course Conclusion Paper. Bachelor’s degree in Public Administration. The Federal University of Goias, 2017.
ABSTRACT
This work aimed to carry out a diagnostic research through the administration of the Gross National Happiness (GNH) questionnaire developed in Bhutan and adapted to the Brazilian context by Future Vision Institute situated in the district of Itatiaia in Goiania. The questionnaire adopted a qualitative-quantitative method and contained thirty six questions, four of which referred to social data and thirty-two to the nine dimensions of GNH indices. Ninety-two questionnaires were responded to in order to verify if factors such as gender, age, schooling and income had implications for the level of happiness of the population. A balanced 4 point Likert scale was used to tabulate and analyze the questions referring to the nine dimensions. After the descriptive statistical analysis of the collected data, differences in the levels of happiness among the residents in the aforementioned district were assessed and presented to the office of the mayor. The respondents’ social profiles were outlined through an exploratory analysis so they could be stratified by gender, age group or schooling levels. The results of the work show that the differences in the levels of happiness of the population are not directly related to social factors such as income, schooling and age. It was evident that the higher the income the greater the concerns about security, which is a crucial factor for happiness. Besides, most answers to the ‘what makes you happy’ question showed that people give special importance to non-material things. The results of the work enable authorities to discuss actions plans and solutions to implement public policies in Itatiaia that can improve welfare and, as a consequence, raise the levels of happiness in the local population.
Keywords: Public Administration; Buthan, GNH; Goiania; and Future Vision
Advisor: Prof Dr José Luiz Solazzi - The Federal University of Goias/Regional of Catalão
1. INTRODUÇÃO
Em 1972 o Rei do Butão, um pequeno país do Himalaia, Jigmes Singya Wangchuck, criou o Gross National Happiness (GNH), trabalhado e implementado no Brasil como Felicidade Interna Bruta (FIB). Trata-se de um indicador sistêmico que atualmente conta com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, após chamar a atenção de muitos países do ocidente. O FIB emprega indicadores para medir o progresso de uma região. Por considerar outros aspectos além dos indicadores econômicos para mensurar a riqueza de uma região, o FIB é considerado mais completo que o Produto Interno Bruto (PIB), pois leva em consideração fatores como o meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas.
O FIB está calcado na premissa de que o principal objetivo de uma sociedade não deve ser medido apenas pelo seu nível de crescimento econômico, porém, integrando e mesclando o desenvolvimento material com os fatores psicológicos, culturais e espirituais, sempre em harmonia com o meio ambiente em que vivem. O FIB possui 09 (nove) dimensões: bem-estar psicológico, saúde, uso do tempo, vitalidade comunitária, educação, cultura, meio ambiente, governança e padrão de vida. Cada uma destas dimensões possuem indicadores adaptados para a realidade social, cultural e econômica dos municípios brasileiros.
No Brasil, o programa FIB é liderado pelo Instituto Visão Futuro que lidera a implementação do programa em alguns municípios brasileiros. Trata-se de um movimento para mobilização social em prol da construção e melhoria do bem-estar da coletividade e desenvolvimento sustentável da comunidade em que esteja implementado. O programa requer a participação de todos os segmentos da sociedade, integrando as esferas pública, privada, comunitária e acadêmica para o desenvolvimento das estratégias e ações requeridas pelo programa, visando o bem comum.
O questionário usado para medir a Felicidade Interna Bruta (Questionário FIB), adaptado para a realidade brasileira e disseminado pelo Instituto Visão Futuro, é empregado como ferramenta para que o poder público tenha um diagnóstico das necessidades da população. Necessidades estas, que vão além da melhoria do padrão de vida, mas tem como objetivo primordial e intangível, a melhora na qualidade de vida da comunidade local.
Conforme a Drª Susan Andrews, do Instituto Visão Futuro, declarou em entrevista à Folha Uol (2010), o “FIB não é meramente um indicador: é também um catalisador de mudança, um processo de mobilização social em prol do bem-estar coletivo e do desenvolvimento sustentável [...] visado o bem-estar de todos”.
O Bairro Itatiaia justifica sua escolha como local para aplicação do Questionário FIB, entre outros aspectos, por sua origem, na década de 70, estar diretamente ligada à fundação do Campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG); é hoje um bairro charmoso, com boa qualidade de vida, servido, no que tange aos benefícios públicos de energia elétrica, água tratada, ruas pavimentadas, colégio estadual e municipal, Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI), esgoto, transporte público, posto da guarda municipal, amplas praças arborizadas com locais de caminhada e lazer para todas as faixas etárias. O comércio local e o setor imobiliário são voltados, especialmente, aos alunos da UFG vindos do interior do estado. Possui, ainda, casas lotéricas, igrejas de várias religiões, clubes de lazer, escolas particulares, academias e restaurantes. O Bairro Itatiaia possui toda a infraestrutura, tanto pública quanto privada, necessárias a atender as necessidades básicas da comunidade, além da estreita ligação com a comunidade universitária, conforme anteriormente elencados, são as justificativas para escolha deste bairro como local para aplicação do questionário FIB.
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Realizar uma pesquisa diagnóstico para quantificar o índice de Felicidade Interna Bruta (FIB) no Bairro Itatiaia, município de Goiânia-GO, descrevendo o índice de felicidade dos moradores com base nos nove pilares do FIB para subsidiar a Administração Pública Municipal sobre quais ações são necessárias para melhorar a qualidade de vida da população local.
2.2 Objetivos específicos
a) Aplicar o Questionário de Felicidade Interna Bruta com base nas 09 (nove) dimensões do Indicador FIB no Bairro Itatiaia na cidade de Goiânia-GO e analisar se fatores como sexo, idade, escolaridade e nível de renda podem implicar em diferentes níveis de felicidade da população;
b) Apresentar à Administração Pública Municipal de Goiânia-GO os resultados do Questionário FIB, para discutir problemas, soluções e planos de ação para implementar políticas públicas no Bairro Itatiaia com a finalidade de melhorar a qualidade de vida e, consequentemente, a felicidade da população.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
Para Maximiano (2006a, apud TRIGUEIRO, 2009), a administração [...] “é o processo de tomar decisões sobre objetivos e utilização de recursos. O processo administrativo abrange cinco tipos de funções: planejamento, organização, liderança, execução e controle”, com a finalidade de estabelecer a alcançar objetivos e metas.
A administração pública, para Amin (2010), é uma das áreas da Teoria da Administração, com campos de conhecimentos gerais e específicos. Apesar da administração geral e a administração pública compartilharem teorias, muitas são as especificidades da administração pública, a qual, conforme Trigueiro (2009), tem como objetivo principal atender aos anseios da sociedade. Ainda, para Amin (2010), neste contexto, ao longo do tempo, a administração pública vem se caracterizando como uma área independente de conhecimento, traçando identidade própria, formada por conjecturas próprias.
Conforme destaca Meirelles (1990) cabe à administração pública a gestão dos bens e dos interesses da comunidade, consoante com os princípios do direito, da ética e da moral, com a precípua finalidade de realizar o bem comum.
Para Jund (2006) a administração pública tem uma organização hierarquizada, semelhante às categorias funcionais, sob a ordenação do Poder Executivo de tal forma que a distribuição das suas funções, dos seus órgãos e dos agentes públicos mantenham uma relação hierarquizada.
Amin (2010) resgata que a razão do estudo de politicas públicas dá-se em razão de uma visão instrumental e conceitual que possibilite compreender os problemas sociais, permitindo aos analistas ter a visão real dos problemas da sociedade, podendo ser usada como subsídio na formulação de políticas públicas, sem esquecer os valores arraigados naquela sociedade.
Numa abordagem gerencial, Amin e Otani (2007), citam que a Nova Administração Pública (NAP) leva em consideração a conjectura de que na democracia os estados formulam e implementam políticas públicas nas áreas social, científica e tecnológica.
Denhardt (2008, apud AMIN, 2010) registra que “os avanços na tecnologia da informação tornaram as informações mais facilmente disponíveis a um grande número de grupos e organizações. O governo já não tem mais o monopólio nessa área”.
Avaliar resultados na área governamental é muito mais complicado do que levantar se houve lucro ou prejuízo numa empresa privada. Para Amin (2010) o governo necessita de tempo para desenvolver critérios de avaliação que sejam adequados e eficazes para atender as necessidades de modo objetivo, preciso e claro.
Em seu artigo sobre “Observatório, TIC e gestão por resultados”, Donadel e Amin (2010, p. 11) concluem que “a conjugação positiva e cooperativa de Observatórios Urbanos, TIC, ONG's e a Gestão por Resultados podem representar a reabilitação da Administração Pública, tomando-a útil para a elevação da qualidade de vida das pessoas e da Sociedade”. Assim, de acordo com Helliwell et al., (2013, apud SOUZA et al., 2015), para se diagnosticar os níveis de felicidade e miséria de uma população, primeiro devemos saber as causas.
A FNQ (2009) avalia que a medição dos resultados gera indicadores, que “são dados ou informações numéricas que quantificam as entradas, saídas e o desempenho de processos, produtos e da organização como um todo”.
Conforme Andersen (2004) o uso de indicadores permite, numa análise generalizada, diagnosticar a realidade local caracterizando a diversidade existente. Indicadores tem a finalidade de analisar, fazer comparações de lugares e situações, avaliando os resultados em relação a metas, com a finalidade de antecipar situações futuras (BELLEN, 2005).
Para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2010), o conceito de desenvolvimento humano parte de um princípio de que para medir a riqueza de uma nação, além da dimensão econômica, deve se levar em conta características sociais, culturais e políticas que exercem influência na qualidade de vida dos cidadãos.
Os indicadores sociais, também identificados como não-financeiros, são, para Amin e Otani (2007), ferramentas básicas para formulação e implementação de políticas públicas nas áreas de educação, moradia, saúde, emprego, renda, segurança, etc. Enquanto os indicadores econômicos são definidos por Sandroni (2001, apud SALES et. al., 2012), como sendo constituídos por dados estatísticos que fornecem ao administrador público (Estado), um panorama da economia num determinado período ou data, devendo ser consideradas a possibilidade de mudanças ou oscilações nos dados.
Alonso (2016) define o PIB como sendo a soma de todos os bens e serviços produzidos num determinado período (mês, semestre ou ano), numa determinada região, expresso em Reais (no caso do Brasil) e, para calculá-lo, não são considerados os insumos para produção, como a matéria-prima, mão de obra, os impostos e a energia.
Em contrapartida ao PIB, foi criado em 1990 pela ONU, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), preparado para ser publicado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), no Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH). O IDH engloba as dimensões longevidade, educação e renda (SANTAGADA, 2004, apud SALES et. al., 2012). Para Herculano (1998, apud SALES et. al., 2012), o IDH “tratava-se de se ater a aspectos de fácil mensuração e que refletiriam a efetiva boa consequência do desenvolvimento na vida das pessoas”.
Caracterizado como um indicador sistêmico, o índice Felicidade Interna Bruta (FIB) foi idealizado e desenvolvido no Butão, pequeno país asiático, na década de 70. A partir de então, o Rei Jigme Singye Wangchuc IV (Jigme IV), com o apoio do PNUD, passou a orientar a política butanesa e os planos de desenvolvimento para o FIB. Passando, assim, o Butão a atrair a atenção do mundo com este novo indicador para medir o progresso de uma nação. O Rei Jigme IV fez a seguinte declaração: “Felicidade Interna Bruta é mais importante do que Produto Interno Bruto” (URA et al., 2012).
No seu trabalho, Sales et. al. (2012), aplicaram o questionário FIB na cidade de Lavras-MG para avaliar se aspectos como sexo, idade, localização geográfica e escolaridade poderiam implicar nos diferentes níveis de felicidade da população. Foi aplicado o questionário para uma amostra da população de Lavras, utilizando uma abordagem qualitativa descritiva, tendo como método de análise a variância das médias das respostas. Os resultados derivados deste estudo indicaram que a felicidade dos indivíduos apresenta níveis distintos de acordo com o sexo, idade, localização geográfica e escolaridade.
Com o mesmo intuito, somado aos já existentes sobre o tema felicidade, Souza et al. (2015), por meio de uma pesquisa de campo, identificaram que o otimismo, praticar exercícios físicos, pertencer a algum grupo social, são fatores que afetam positivamente e que mais influenciam na felicidade dos trabalhadores da cidade de Cascavel-PR.
4. METODOLOGIA
Conforme Gil (1996), a delimitação de uma pesquisa indica o desenvolvimento ordenado de um trabalho científico, daí a necessidade de que os procedimentos metodológicos sejam caracterizados em consonância com o presente projeto de pesquisa.
No presente projeto de pesquisa, com a finalidade de quantificar o nível de Felicidade Interna Bruta da população do Bairro Itatiaia, município de Goiânia-GO, foi utilizado o método quali-quantitativo descritivo. Conforme Laville & Dionne (1999, apud OLIVEIRA 2011) defendem que o método qualitativo quantitativo abdica em grande parte tanto das tradicionais abordagens matemáticas, quanto ao tratamento de dados, pois considera, como fator primordial, a percepção, o entendimento dos fatores motivacionais, dos valores das interpretações pessoais, assim como extrair novos conhecimentos. Ainda, Richardson (1999, apud OLIVEIRA 2011) defende o uso da quantificação na coleta e no tratamento de informações utilizando as técnicas estatísticas que caracterizam a pesquisa quantitativa no emprego da quantificação. E, para Gil (2006), a pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população e seus fenômenos.
Sob o ponto de vista da natureza da pesquisa, utilizou-se a pesquisa aplicada para quantificar o nível de felicidade da população do Bairro Itatiaia, município de Goiânia-GO, através do Questionário FIB. Conforme Lima (2009), utiliza-se a Pesquisa Aplicada na geração de conhecimentos para aplicação prática em resposta ao surgimento de problemas específicos de interesse local.
Para coletar os dados, utilizou-se um questionário estruturado, que conforme Gil (2006, p. 119),
as entrevistas mais estruturadas são aquelas que predeterminam em maior grau as respostas a serem obtidas, [...] e as menos estruturadas são desenvolvidas de forma mais espontânea, sem que estejam sujeitas a um modelo pré-estabelecido (sic) de interrogação.
As perguntas foram as mesmas para todos os entrevistados, com a finalidade de determinar homogeneidade e poder de comparação nas respostas. De aplicação simplificada, o questionário é capaz de abranger um número expressivo de entrevistados, cerceando erro de interpretação nos entrevistados.
Para abordar o problema, a forma utilizada foi a Pesquisa Qualitativa, de acordo com Gil (2006), na análise qualitativa, pode-se definir de maneira mais simples os passos da pesquisa, facilitando que fosse traçado um paralelo entre o FIB existente no Butão e aquele implementado em alguns municípios e comunidades brasileiras, através de coleta de dados na internet, artigos, experiências e palestras, além do que prega o Instituto Visão Futuro e suas Conferências.
Em consonância com Gil (2006, p. 44) utilizou-se a pesquisa bibliográfica como procedimento técnico para embasar o artigo, pois a mesma utiliza material já elaborado, como livros e artigos científicos e material disponível na rede mundial de computadores, principalmente no site http://www.felicidadeinternabruta.org.br/, do Instituto Visão Futuro, do artigo que quantificou o índice de Felicidade Interna Bruta na cidade de Lavras-MG de Sales et al. (2012) e do estudo que mediu a felicidade da população trabalhadora da cidade de Cascavel-PR, de Souza et al. (2015).
Para elaborar o instrumento de coleta de dados desta pesquisa, foi utilizado o questionário elaborado e utilizado pelo Instituto Visão Futuro para quantificar o índice de Felicidade Interna Bruta. Índice, este, baseado e adaptado do questionário elaborado pelo Centro de Estudos do Butão (2007). O questionário é composto por 36 (trinta e seis) questões, das quais, 4 (quatro) são referentes aos dados sociais dos entrevistados e as demais 32 (trinta e duas), referem-se às 9 (nove) dimensões que compõem o indicador FIB. Para tabular e analisar as questões referentes a essas dimensões, foi utilizado a Escala de Likert de 4 pontos e balanceada. Nos extremos foram utilizados expressões de significados opostos; no caso em tela, “sempre” e “nunca”.
A presente pesquisa teve como universo de estudo a população do Bairro Itatiaia, na região norte da cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás. O Bairro Itatiaia possui uma população total de 5.903 (cinco mil novecentos e três) habitantes, conforme Censo de 2010 do IBGE, dos quais 2.772 (dois mil setecentos e setenta e dois), (47%) são homens e 3.131 (três mil cento e trinta e um), (53%) são mulheres.
A amostra definida foi estimada para uma magnitude de 95% e foi estratificada de acordo com o número total de moradores, para englobar todas as ruas do Bairro Itatiaia. Foi definido que, proporcionalmente, seriam entrevistados moradores pertencentes a todas as classes sociais, com todos os níveis de escolaridade, com idade entre 16 e 65 anos e pertencentes aos gêneros masculino e feminino. Definiu-se que os entrevistados deveriam, preferencialmente, ser abordados em suas residências e que todas as ruas do bairro teriam no mínimo 1 (uma) e no máximo 2 (duas) residências visitadas, com uma pessoa entrevistada por residência. Seguindo estes parâmetros, foram aplicados, no quarto trimestre de 2016 e no primeiro trimestre de 2017, um total de 92 (noventa e dois) questionários.
Os dados aferidos foram analisados e tabulados com o software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), versão 17.0. A análise de variância (ANOVA) foi a ferramenta utilizada para análise, conforme as médias obtidas nas respostas, concernentes à estatística descritiva. Na sessão resultados deste projeto de pesquisa, estão descritos o perfil social dos entrevistados e na conclusão, os resultados da análise dos dados.
5. FELICIDADE INTERNA BRUTA – FIB
O rei do Butão, Jigme Singya Wangchuck, proferiu a célebre frase “A Felicidade Interna Bruta é mais importante do que o Produto Interno Bruto” (URA et al. 2012), quando, na década de 70, começou a orientar a política interna do Butão, através dos conceitos do FIB e atrair a atenção do mundo para esta nova maneira de medir o progresso dos países. Com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o rei butanês, em 1972, colocou em prática uma fórmula nova para medir o desenvolvimento de uma comunidade. O FIB considera aspectos intangíveis como a conservação do meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas, além do desenvolvimento econômico. Aspectos como empreendedorismo social, geração ética de riqueza e a produção de bens e serviços facilitam o alcance da sustentabilidade ambiental, do bem-estar social e econômico.
5.1 As dimensões do FIB
O índice do FIB está calcado em nove pilares ou dimensões intangíveis, elas geram a harmonia entre aspectos materiais e espirituais voltados para potencializar a felicidade da população. A aplicação do Questionário FIB em determinada comunidade revela como estas dimensões precisam ser melhoradas, mantidas ou constituídas para a melhoria da qualidade de vida da população.
1. Bem-Estar Psicológico: esta dimensão analisa como cada indivíduo está satisfeito e otimista com sua própria vida, sua autoestima, nível de estresse, sua sensação de competência e o predomínio das emoções positivas ou negativas (ARRUDA, 2009).
2. Saúde: conforme a Organização Mundial de Saúde (1946, apud SALES et al. 2012), saúde é “um estado de completo bem estar (sic) físico, mental e social, e não somente a ausência de doenças ou enfermidades”. A segunda dimensão quantifica a eficácia das políticas públicas na área da saúde, utilizando critérios para autoavaliar a saúde, invalidez, possíveis padrões arriscados de comportamento, prática de exercícios físicos, alimentação, qualidade e tempo de sono.
3. Uso do Tempo: das nove dimensões é a mais significativa, no que tange aos fatores que definem a qualidade de vida, particularmente no tempo destinado ao lazer e convívio familiar e com os amigos. Considera-se o uso equitativo do tempo gasto no trânsito, trabalhando, estudando, etc. (ARRUDA, 2009).
4. Vitalidade Comunitária: é uma dimensão com foco nos relacionamentos interpessoais na comunidade, quantifica a confiança, a sensação de pertencimento, a qualidade dos relacionamentos afetivos, a sensação de segurança em casa e na comunidade, se há prática não estimulada de doação e voluntariado (FIB, 2015). Arruda (2009) enfatiza que “a violência é uma expressão eloquente da carência de vitalidade comunitária, e do carinho, afeto e amor sem os quais o ser humano se desfigura, adoece, morre(...) ou passa a matar”.
5. Educação: para o FIB a educação é de suma importância para desenvolver novos conhecimentos, garantir o aprendizado de valores e o desenvolvimento de habilidades capazes de despertar a criatividade, o sentimento de civismo, além de melhorar o capital humano. Considera-se, nesta dimensão, aspectos como a participação dos pais ou responsáveis na educação dos filhos, quer seja formal ou informal, além da valoração dada à educação ambiental, (FIB, 2015). Para Tideman (2004, apud SALES et al. 2012), “a educação é essencial para os seres humanos atingirem seu pleno potencial, tanto individual como coletivo”.
6. Cultura: quantifica o valor e a participação nas tradições e festividades locais, aos valores nucleares, na existência de oportunidades para desenvolver capacidades artísticas, possíveis discriminações de religião, raça ou gênero, (ARRUDA, 2009).
7. Meio Ambiente: os indicadores analisam a concepção da comunidade no tocante à qualidade da água, do solo e do ar, incluindo o acesso à coleta de lixo, saneamento e acesso público às áreas verdes, (ARRUDA, 2009 e FIB, 2015).
8. Governança: é uma dimensão que avalia a cidadania e a participação popular nas decisões e na criação de políticas públicas. Na governança qualifica-se a avaliação da população a diferentes órgãos como, o governo, a mídia, o sistema judiciário e eleitoral, os órgãos de segurança pública, (ARRUDA, 2009).
9. Padrão de Vida: para Galay (2009, apud SALES et al. 2012) padrão de vida “refere-se à base material do bem-estar, que se reflete no nível de consumo do indivíduo”. Esta última dimensão analisa e quantifica a renda individual e familiar, se há segurança financeira, as dívidas e a qualidade das habitações, (FIB, 2015).
5.2 Projetos FIB no Brasil
Os projetos FIB no Brasil estão sob a coordenação do Instituto Visão Futuro, de Porangaba-SP, através da Drª Susan Andrews, que recebeu do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) a missão de coordenar e implementar os Projetos FIB no Brasil e na América do Sul, conforme Peruffo et al. (2012).
O FIB foi introduzido no Brasil através de um projeto-piloto na cidade de Angatuba-SP, no ano de 2008. No ano seguinte, em 2009, devido ao sucesso do projeto-piloto de Angatuba, a cidade de Itapetininga-SP, na gestão do então prefeito Roberto Ramalho Tavares, implementou um projeto-piloto na cidade. Para o prefeito, “a FIB tornou-se uma importante ferramenta de gestão de políticas públicas que promove a participação popular, mobiliza a inteligência coletiva para pensar e avaliar o bem-estar em suas múltiplas dimensões, ou seja, ser protagonista da sua própria história, conforme a legislação vigente, considerando a qualidade de vida como fator primordial” (LUSTOSA & MELO, 2010). Em parceria com a UNICAMP, a cidade de Campinas-SP, também teve seu projeto-piloto da FIB em 2009 (SALES et al. 2012).
No município de Bento Gonçalves-RS, em 2011, com o apoio do Instituto Visão Futuro, a administração municipal implementou o programa FIB no Bairro Municipal. A integração administração pública, meio acadêmico, comunidade e setor privado foi um dos fatores do êxito do programa naquela cidade da Serra Gaúcha, (PERUFFO et al., 2012).
No setor privado, a primeira empresa do mundo a trabalhar com o programa FIB foi a Natura Cosméticos, com a finalidade de potencializar a responsabilidade socioambiental, um dos nove pilares do FIB, (PERUFFO et al., 2012).
No estado de Goiás, em dezembro de 2009, foi criado o Comitê FIB Goiás, uma parceria com o Instituto Visão Futuro, a UNIPAZ-GO e Sebrae-GO, com a finalidade de planejar a implementação do FIB no estado no ano seguinte. O projeto-piloto foi estruturado em três etapas: 1) Capacitação sobre o conceito FIB - 1º semestre de 2010; 2) Mobilização dos municípios e empresas - 1ª quinzena de outubro de 2010; e 3) Implementação do projeto-piloto - 2º semestre de 2010, (CONJUNTURA ECONÔMICA GOIANA, 2010).
5.3 Por que o PIB é inadequado para Medir o Bem-Estar?
Disseminado mundialmente, estudado intensamente por economistas e motivo da perda do sono de muitos governos, o indicador do Produto Interno Bruto (PIB), foi criado em 1947 para medir o progresso econômico de uma nação (SALES et al., 2013).
O PIB é um indicador que mede a riqueza de uma nação, ou seja, tudo o que é produzido e consumido envolvendo transações monetárias. Porém, como indicador de riqueza, o PIB tem algumas “falhas”, um implemento agrícola sem uso numa fazenda é contabilizado como riqueza, já um animal em extinção que se encontra livre na natureza não pode ser contabilizado pelo PIB. O PIB não é capaz de medir formas de serviço ou capital providos pelo meio ambiente ou socialmente (SALES et al. 2012).
O PIB de uma nação pode ser bom enquanto a saúde da população vai mal. No caso de haver um acidente numa rodovia que envolva 10 (dez) veículos, os gastos demandados no conserto destes veículos e nos medicamentos gastos com os feridos aumentaria o PIB. Em contrapartida, caso 10 (dez) pessoas decidam ir a pé para o trabalho deixando seus veículos em casa ou não comprando carros, sua saúde e renda subiriam, porém o PIB daquele país teria impacto negativo (SUSTAINABLE MEASURES, 2010). Hazel Henderson em Paradigmas do Progresso (1996, apud SUSTAINABLE MEASURES, 2010), “tentar guiar uma sociedade complexa baseado apenas num indicador como o PIB é como pilotar um 747 somente por meio de um instrumento no painel. Imagine se o seu médico, na hora do check up, não fizer mais do que um exame de pressão”.
Sales et al. (2012), afirmam que o PIB é uma parte integrante do FIB, haja vista que havendo crescimento econômico, haverá melhoria indireta no bem-estar e na felicidade da população mais pobre.
Ao se analisar o resultado do PIB de uma nação não é possível saber o que de fato acontece com o cidadão comum. Uma nação em desenvolvimento pode ter seu PIB subindo e a desigualdade na sociedade ser crescente, pois determinada camada da sociedade pode estar com seu nível de vida piorando, devido à inflação, alta carga de impostos, etc. Para Amin (2010) é difícil encontrar indicadores ou estatísticas métricas confiáveis e que possam ser usados pelos governos para subsidiar projetos de políticas públicas sobre o que realmente está acontecendo com o cidadão comum nos países desenvolvidos.
5.4 O que é felicidade
Felicidade é um bem público subjetivo. Por ser almejada por todos, cabe ao Estado garanti-la, com planejamento governamental, através de políticas micro e macroeconômicas em prol da sua população. Para que uma política pública garanta a felicidade da população, ela deve ser fruto dos seus anseios e orquestrada pelo executivo, quer seja municipal, estadual ou federal (SILVA, 2012).
Castro (1996) em sua obra sobre o perspectivismo ameríndio na qual faz uma leitura da civilização ocidentalizada brasileira nos diz que a felicidade da população influencia as relações sociais. Essas relações podem ser vistas como as relações contratuais ou relações instituídas entre pessoas e que só pode existir na sociedade humana.
5.5 O questionário FIB
O questionário FIB, elaborado e utilizado pelo Instituto Visão Futuro (http://www.felicidadeinternabruta.org.br/), utilizado para quantificar do índice de Felicidade Interna Bruta de uma comunidade, adaptado do questionário elaborado pelo Centro de Estudos do Butão (2007), é composto por 36 (trinta e seis) questões, das quais, 4 (quatro) são referentes aos dados sociais dos entrevistados e as demais 32 (trinta e duas), referem-se às 9 (nove) dimensões que compõem o indicador FIB. O Questionário FIB pode analisar corretamente e levantar as reais necessidades de uma comunidade como um todo, e não simplesmente as demandas elencadas pelos membros mais proeminentes ou politicamente mais bem relacionados (SALES et al., 2012 e SOUZA et al., 2015).
Na abordagem usada no Butão, Canadá e no Brasil, o questionário é aplicado em nível de comunidade local, em vez de municipal, regional ou mesmo nacional. Tal abordagem dá-se em virtude de que a meta final do processo do FIB não é apenas medir a realidade, mas transformá-la. Ao aplicar o questionário no nível de pequenas comunidades ou bairros, onde as pessoas compartilham problemas e recursos similares, a comunidade pode se mobilizar coletivamente para efetivar mudanças positivas baseadas nos resultados do levantamento (ARRUDA, 2009).
6. RESULTADO ESPERADO
Como um governo local poderia usar o FIB? Ao aplicar o questionário FIB numa comunidade tem-se um aumento no nível de mobilização e participação cidadã nos problemas comunitários. Os resultados dos questionários apresentados e reportados à comunidade local permitem que ações futuras, por parte do estado, despertem interesse e conscientização em relação às forças e fraquezas daquela comunidade e, principalmente, quanto aos recursos disponíveis e necessários à melhoria da qualidade de vida. Ficando assim evidenciadas as áreas carentes de melhorias e ajustes, de tal modo que os cidadãos e a administração pública possam realizar um trabalho conjunto para identificar e elaborar os mais importantes planos de ação, conforme atestam os estudos de Peruffo et al. (2011/2012), Sales et al. (2012) e Souza et al. (2015).
Conclui-se que o FIB é uma ferramenta poderosa para agregar pessoas com a finalidade de tentar resolver seus problemas comuns em prol do aumento do bem-estar coletivo. A administração pública municipal também pode se beneficiar dessa ferramenta para testar, através de uma abordagem sistêmica e multidimensional, qualquer projeto de desenvolvimento proposto para aquela comunidade. Pode-se utilizar o FIB como uma ferramenta de triagem para analisar como um determinado projeto, enquanto o mesmo ainda está em fase de planejamento (ação proativa), poderá impactar no bem-estar da comunidade agraciada com o projeto. Conforme concluíram Sales et al. (2012), em seu projeto, “Em conjunto, esses avanços podem munir a administração de um importante instrumento de avaliação da qualidade de vida percebida pelos indivíduos.”
Um dos grandes questionamentos a serem respondidos pela pesquisa é sobre a influência dos aspectos financeiros na felicidade dos indivíduos. O questionamento da ideia que é disseminada nas sociedades ao longo do tempo de que “dinheiro não traz felicidade”, este estudo leva a inquirir esta concepção. O dinheiro, mesmo que de forma relativa e leniente, será um fator relevante sobre a felicidade da população do Bairro Itatiaia, assim como a segurança, a saúde, educação, entre outros aspectos? Exerce o dinheiro influência sobre o sentimento de segurança do cidadão? Aquela parcela da comunidade do Bairro Itatiaia com maior poder aquisitivo tem melhores condições para se resguardar ou afastar-se da violência? É possível inferir ou relegar que fatores como padrão de vida, educação, bem-estar psicológico e cultura não estão motivados, ainda que relativamente, pelo fator dinheiro?
6.1 Perfil social
Aqui serão apresentados os resultados que merecem destaque no presente estudo. As análises foram divididas em dois blocos, que compreendem a análise do perfil social dos entrevistados e a análise das variáveis discriminantes para analisar os resultados gerais.
Com a presente análise foi possível traçar o perfil social dos entrevistados, encontrou-se que dos 92 entrevistados; a maioria pertence ao gênero masculino (57,1%), tem até 20 anos de idade (50,1%) e possui ensino superior incompleto (38,2%). O fato de que a maioria dos entrevistados tem idade até 20 anos e tem curso superior incompleto, reforça o perfil “universitário” do Bairro Itatiaia, o qual serve de residência para estudantes, professores e funcionários da Universidade Federal de Goiás, Campus Samambaia.
A TAB.1 mostra o perfil social dos entrevistados.
Tabela 1- Perfil social dos entrevistados
|
Variável social |
Distribuição |
|
Gênero |
57,1% masculino |
|
42,9% feminino |
|
|
Faixa Etária |
50,1% até 20 anos |
|
11,9% entre 21 e 30 anos |
|
|
16,6% entre 31 e 40 anos |
|
|
9,5% entre 41 e 50 anos |
|
|
11,9% maior que 50 anos |
|
|
Escolaridade |
7,1% Fundamental incompleto |
|
4,8% Fundamental completo |
|
|
9,5% Ensino médio incompleto |
|
|
28,5% Ensino médio completo |
|
|
38,2% Superior incompleto |
|
|
9,5% Superior completo |
|
|
2,4% Pós-graduação |
|
|
Total da renda |
11,9% Até 10 mil |
|
14,3% 10 a 15 mil |
|
|
11,9% 15 a 20 mil |
|
|
16,6% 20 a 30 mil |
|
|
21,4% 30 a 50 mil |
|
|
9,5% 50 a 80 mil |
|
|
2,4% 80 a 100 mil |
|
|
9,6% 100 a 200 mil |
|
|
2,4% Mais de 200 mil |
Fonte: dados da pesquisa
6.2 Análise das variáveis discriminantes
A partir dos resultados da análise de agrupamentos foi possível proceder à análise das variáveis discriminantes para as distintas características dos três grupos encontrados. Para proceder à referida análise, utilizou-se o método Stepwise (por etapas). A análise dos dados constantes na TAB. 2, a seguir, mostram o sentimento da população do Bairro Itatiaia em relação ao sentimento de felicidade, após tabuladas e valoradas as respostas dos entrevistados.
Tabela 2 – Resultado
|
RESULTADO |
||
|
A – 0 ponto |
0 – 20 Muito Infeliz |
- |
|
B – 1 ponto |
21 – 40 Infeliz |
- |
|
C – 2 pontos |
41 – 60 Satisfatório |
11,9% |
|
D – 3 pontos |
61 – 80 Feliz |
35,7% |
|
E – 4 pontos |
81 – 128 Muito Feliz |
52,4% |
Fonte: dados da pesquisa
Percebe-se que a população do Bairro Itatiaia se apresenta, em sua maioria 52,4%, “muito feliz” em relação à própria vida. Somando-se aos 35,7% tidos como “feliz”, temos que a maioria esmagadora, 88,1% da população local, considera-se em excelente nível de felicidade. O percentual de 11,9% da população com índice “satisfatório” de felicidade e que ainda não se sentem completamente satisfeitos(as), representam um percentual muito pequeno perante o total da população, porém, requer uma análise mais profunda e abre campo para estudos futuros para investigar os reais motivos de tal resultado.
Ainda, nenhum dos entrevistados(as) foi considerado “muito infeliz” ou “infeliz” segundo os critérios usados na tabulação do referido questionário.
7. CONCLUSÃO
Analisando os dados da tabela 3, abaixo, considerando a idade, escolaridade e nível de renda em consonância com os índices de felicidade alcançados pelo universo dos entrevistados, podemos responder aos questionamentos das variáveis que discriminam os grupos, considerando as 9 dimensões do FIB.
Tabela 3 – Idade, escolaridade, nível de renda e felicidade
|
Idade |
Todos (M/F) |
Muito feliz |
Feliz |
Satisfatório |
|
Até 20 |
50,10% |
42,9% |
38,1% |
19% |
|
21 e 30 anos |
11,90% |
40% |
60% |
- |
|
31 e 40 anos |
16,60% |
85,7% |
14,3% |
- |
|
41 e 50 anos |
9,50% |
75% |
25% |
- |
|
mais de 50 |
11,90% |
40% |
40% |
20% |
|
Escolaridade |
Todos (M/F) |
Muito feliz |
Feliz |
Satisfatório |
|
Não Alfabetizado |
- |
- |
- |
- |
|
Fundamental Incompleto |
7,10% |
100% |
- |
- |
|
Fundamental Completo |
4,80% |
50% |
50% |
- |
|
Ensino Médio Incompleto |
9,50% |
50% |
25% |
25% |
|
Ensino Médio Completo |
28,50% |
50% |
50% |
- |
|
Superior Incompleto |
38,20% |
38,9% |
38,9% |
22,2% |
|
Superior Completo |
9,50% |
75% |
25% |
- |
|
Pós-Graduação |
2,40% |
100% |
- |
- |
|
Nível de Renda |
Todos (M/F) |
Muito feliz |
Feliz |
Satisfatório |
|
Até 10 mil |
11,90% |
50% |
50% |
- |
|
10 a 15 mil |
14,30% |
60% |
40% |
- |
|
15 a 20 mil |
11,90% |
40% |
40% |
20% |
|
20 a 30 mil |
16,60% |
42,9 |
28,6% |
29% |
|
30 a 50 mil |
21,40% |
55,6% |
33% |
11% |
|
50 a 80 mil |
9,50% |
50% |
50% |
- |
|
80 a 100 mil |
2,40% |
100% |
- |
- |
|
100 a 200 mil |
9,60% |
50% |
25% |
25% |
|
Mais de 200 mil |
2,40% |
20% |
- |
80% |
Fonte: dados da pesquisa
Questionamento 1: “O dinheiro, mesmo que de forma relativa e leniente, será um fator relevante sobre a felicidade da população do Bairro Itatiaia, assim como a segurança, a saúde, educação, entre outros aspectos?” Analisando a parte descritiva do questionário, o dinheiro não se mostrou ser fator relevante sobre a felicidade dos moradores do bairro Itatiaia, pois foi citado por apenas 12,5% dos entrevistados. No entanto, segurança com 48,5% e os critérios saúde e educação tiveram 39%, aproximadamente, das indicações, como fator relevante na felicidade dos entrevistados.
Questionamento 2: “Exerce o dinheiro influência sobre o sentimento de segurança do cidadão?” Novamente, para responder esta questão, vamos recorrer às questões subjetivas do questionário, na qual a soma dos entrevistados com renda anual acima de 50 mil Reais atingiu 23,9%, nestes, a palavra segurança pública foi citada por 48,5%. Conforme anteriormente dito, a preocupação com segurança cresce de importância à medida que a renda dos cidadãos aumenta. Constatou-se, então, que ter uma renda maior, ou mais dinheiro, não é garantia de que o indivíduo sinta-se mais seguro.
Questionamento 3: “Aquela parcela da comunidade do Bairro Itatiaia com maior poder aquisitivo tem melhores condições para se resguardar ou afastar-se da violência?” Se considerarmos as residências visitadas pertencentes aos 12% dos entrevistados com renda superior a 100 mil Reais, todas possuem cerca elétrica nos muros, portões com acionamento eletrônico, residência monitorada e com sistema comunitário de vigilância móvel feito por empresa privada e sistema de câmeras de segurança, nestes casos a resposta é sim. Porém o sentimento de insegurança é maior devido ao medo de sequestros e roubos a residências.
Questionamento 4: “É possível inferir ou relegar que fatores como padrão de vida, educação, bem-estar psicológico e cultura não estão motivados, ainda que relativamente, pelo fator dinheiro?” Ao comparar o nível de renda com a felicidade da população, obtemos que: dos 11,9% dos entrevistados que possuem renda anual de até 10 mil Reais, nenhum foi considerado muito infeliz, infeliz ou satisfatório quanto a sua felicidade. No entanto, são mais felizes (50% muito feliz e 50% feliz), do que aqueles que ganham mais de 200 mil Reais (20% muito feliz e 80% satisfatório). Dos entrevistados, 26,2% ganham até 15 mil Reais por ano e nenhum foi considerado, segundo os critérios desta pesquisa, insatisfeito com sua felicidade. Estes dados respondem ao grande questionamento proposto nesta pesquisa, “qual a influência dos aspectos financeiros na felicidade dos indivíduos”: como os de menor renda na pesquisa (ganham dez vezes menos do que os de maior renda), são mais felizes do que os que possuem renda superior a cem mil Reais anuais, atestamos que o dinheiro, única e exclusivamente, não é fator primordial na felicidade dos moradores do Bairro Itatiaia.
Nas questões subjetivas a palavra “família” foi lembrada por 39,5% dos entrevistados, sendo considerada como fator primordial no alcance da felicidade. O lazer e a prática de atividades físicas com 18,5% vieram na sequência da preferência e necessidade dos indivíduos para sentirem-se felizes. O valor dado por 16% dos entrevistados a ter amizades e encontrar amigos e familiares foi a terceira opção mais citada e revela que as pessoas, independente do nível de escolaridade, idade e nível de renda, necessitam de formas de convívio (em sociedade) como fator que promove a felicidade. Na sequência, para os demais 13,5%, “ter mais dinheiro”, concomitantemente com poder adquirir bens materiais e viajar, principalmente para satisfazer as necessidades de consumo, é motivo de felicidade. Por último, os fatores imateriais como aqueles ligados à religião e à espiritualidade foram lembrados ou citados pelos demais 12,5%, como essenciais para alcançar a felicidade plena.
Apesar de que os bens materiais não foram citados pela maioria dos entrevistados, como impositivo para a felicidade, há que se concordar com Sales et. al. (2012), “como negar que fatores como padrão de vida, educação, bem-estar psicológico e cultura – que se mostraram significativamente diferenciadoras dos grupos – não são influenciados, ainda que de forma relativa, pelo dinheiro?”, numa sociedade diariamente fomentada nos meios de comunicação ao consumismo.
Observou-se, principalmente, nos 7,1% dos entrevistados com ensino fundamental incompleto, onde 100% foi considerado “muito feliz”, que a pergunta “Alimenta-se bem?”, respondida como “sempre” por 84,3% destes, é confundida com alimentar-se o suficiente. A grande maioria não tem por hábito realizar uma alimentação saudável e balanceada a cada tipo de pessoa, trabalho que realize ou necessidade orgânica individual.
Para estes 7,1% com menor índice de escolaridade, o simples fato de alimentar-se o suficiente é sinônimo de realizar uma boa refeição. Entra, então, a necessidade do poder público realizar campanhas de alimentação saudável, quer seja nas escolas, através de associação de moradores e, principalmente, através da capacitação dos agentes de saúde para que nas visitas domiciliares, tratem desta questão diretamente com a população. Pessoas com menor escolaridade e menor renda confiam mais no que lhes é dito e ensinado em casa, do que no que ouvem por qualquer outro meio.
Considerando que a felicidade é contagiante - assim como a infelicidade - manter a autoestima elevada da população é o que buscam os administradores públicos, ou ao menos deveriam e dizem buscar. Porém, conforme Marçal (2015), “não cabe à administração pública determinar qual será o modo de se atingir o postulado fundamental à felicidade. Trata-se de esfera eminentemente subjetiva”, ou seja, o estado não deve interferir na felicidade dos indivíduos. Mas o estado pode e deve fazer a sua parte garantindo segurança, acesso à saúde, saneamento, educação, transporte público entre outras necessidades para que a sociedade tenha um padrão de vida ideal conforme as 9 dimensões do FIB, já citados neste trabalho.
Importante reflexão há que ser feita acerca de 2 questionários com resultados opostos. Apesar de que num universo de 92 entrevistados, cada indivíduo representar apenas 1,087%, um dos entrevistados com renda acima de 100 mil Reais, com ensino superior incompleto e com idade até 20 anos foi considerado “satisfatório” quanto a sua felicidade, com pontuação bastante baixa, muito próximo do infeliz. Outro entrevistado com renda de até 10 mil Reais, ensino fundamental incompleto e com idade de 31 a 40 anos declarou-se muito feliz. Estariam os jovens infelizes e insatisfeitos? Estariam os indivíduos de meia idade, acomodados e menos exigentes quanto a felicidade? Para fins de estatística, representando pouco mais de 1% cada um no universo dos entrevistados, conforme já citado, não alteram o resultado da pesquisa, porém deixam espaço para novas pesquisas na área e, se for o caso, verificação futura de possíveis variáveis deste indicador.
Por conseguinte, os objetivos propostos neste trabalho obtiveram êxito ao analisar a felicidade dos moradores do Bairro Itatiaia no município de Goiânia, estado de Goiás, considerando o Questionário FIB como indicador. O trabalho não tem a pretensão de fazer nenhuma afirmação categórica e final quanto à felicidade dos indivíduos, entre outros motivos devido ao referido indicador de felicidade e questionário serem novos no Brasil. Conforme já citado, a felicidade é subjetiva e não é dever do estado garanti-la, mas cabe a este proporcionar as condições básicas como segurança, educação e acesso à saúde, entre as mais citadas, que levem os indivíduos em geral a buscarem a felicidade.
Conforme a definição do indicador sistêmico desenvolvido no Butão o índice do FIB ao ser aplicado numa comunidade, fomenta o desenvolvimento sustentável, a espiritualidade, a diversidade cultural, desenvolve o interesse no bem comum, dando importância à vida comunitária. Sendo assim, sabendo a administração pública de que um indivíduo feliz é um cidadão consciente dos seus direitos e deveres, estes dados aqui gerados, em conjunto com a implementação do orçamento participativo e outros estudos na área, podem servir de instrumentos para melhorar a qualidade de vida percebida pelos moradores do Bairro Itatiaia.
De posse dos dados obtidos na referida pesquisa, cabe à administração pública trabalhar os pontos fracos apontados pelos entrevistados que mais pesaram na avaliação da felicidade, transformando-os em oportunidades de melhoria, evitando assim que o critério “satisfatório” aumente ou, até mesmo, que futuramente tenha-se parte da população local definidos como “infelizes”. Da mesma maneira, os pontos fortes elencados por aqueles considerados felizes ou muito felizes sejam trabalhados pelo poder público de tal forma a manter ou elevar os índices alcançados.
ANEXO
Questionário FIB
Sexo:
|
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|
|
Masculino |
Feminino |
Faixa Etária:
|
|
|
|
|
|
|
até 20 anos |
entre 21 e 30 anos |
entre 31 e 40 anos |
entre 41 e 50 anos |
maior que 50 anos |
Escolaridade:
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Não alfabetizado |
Fundamental incompleto |
Fundamental completo |
Ensino médio incompleto |
Ensino médio completo |
Superior incompleto |
Superior Completo |
pós-graduação |
Com que frequência você…
1. Pratica exercícios físicos?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
2. Alimenta-se bem?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
3. Tem boa saúde?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
4. Considera-se bem remunerado?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
5. Gosta do trabalho que faz?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
6. Dorme bem?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
7. Está satisfeito com sua aparência?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
8. Acorda bem-disposto?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
9. Tem uma vida confortável?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
10. Controla seu orçamento?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
11. Volta para casa com a sensação de dever cumprido?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
12. Consegue poupar?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
13. Traça objetivos para o futuro?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
14. Costuma alcançar as metas estipuladas?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
15. É reconhecido por suas qualidades?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
16. Compra as coisas que deseja?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
17. Vê o lado positivo das coisas?
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|
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|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
18. Aprende com seus erros?
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|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
19. Sabe lidar com suas emoções?
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|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
20 Administra bem o tempo?
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|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
21. Costuma valorizar as coisas simples da vida?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
22. Aproveita as oportunidades que lhe são apresentadas?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
23. Sabe equilibrar vida profissional com vida pessoal?
|
|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
24. Está satisfeito com sua relação afetiva?
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|
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|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
25. Compartilha conhecimento?
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|
|
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|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
26. Encontra amigos/família com frequência?
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|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
27. Orgulha-se do caminho que traçou até agora?
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|
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|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
28. Ajuda a comunidade?
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|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
29. Exerce seus direitos e deveres?
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|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
30. Costuma ter contato com a natureza?
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|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
31. Respeita as diferenças?
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|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
32. Reflete a preocupação com o futuro do planeta em atitudes do cotidiano?
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|
|
|
|
|
|
Nunca |
Raramente |
Às vezes |
Bastante |
Sempre |
33. Com relação a emprego, qual das seguintes opções, melhor descreve sua vida profissional atual?
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|
Tempo integral |
Meio expediente |
Autônomo |
Militar |
Vol em ONG |
Dona de casa |
Desemp |
Aposentado |
Estudante |
Não pode Trb |
Outro |
34. Qual foi o seu rendimento familiar total de todas as fontes no ano passado?
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Até 10 mil |
10 a 15 mil |
15 a 20 mil |
20 a 30 mil |
30 a 50 mil |
50 a 80 mil |
80 a 100 mil |
100 a 200 mil |
Mais de 200 mil |
35. Diga uma coisa que você gostaria de fazer para melhorar seu bem-estar e dos outros?
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36. Em uma palavra, o que te faz feliz?
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Gross National Happiness (GNH) é o nome do indicador utilizado no país do Butão, e outros países do Ocidente como Canadá, USA e Reino Unido.
O Instituto Visão Futuro patrocinado pela UNESCO para desenvolver consciência ecológica, foi criado em 1993/4, em Porangaba-SP, para ser um modelo de desenvolvimento rural integrado, a partir da II Conferência da ONU sobre Meio Ambiente (“Eco-92”). (http://www.visaofuturo.org.br/parque/historia.html).
Susan Andrews é americana, formada em Psicologia e Antropologia (Universidade Harvard), doutorada em Psicologia Transpessoal (Universidade de Greenwich) e domina 11 idiomas. Mudou-se para o Brasil em 1992 e coordena o Instituto Visão Futuro em Porangaba, interior de São Paulo. Trata-se de uma ecovila ou comunidade autossustentável. (http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT1129906-1666,00.html).
Bento Gonçalves é um município do estado do Rio Grande do Sul, colonizado por imigrantes italianos, é o 18º município mais populoso do RS e o 264º mais populoso do Brasil. Sua economia se baseia na produção de uva e vinho, é o maior polo moveleiro do Brasil. Conhecida como da “Capital Brasileira da Uva e do Vinho”. (http://www.bentogoncalves.rs.gov.br/).
Com 6,6 milhões de habitantes, é o estado mais populoso da Região Centro-Oeste e o 12º mais populoso do país. Possui, a nona maior economia entre as unidades federativas brasileiras. (http://www.goias.gov.br/index.php?caderno=2)
Conclusão do economista Joseph Stiglitz.
Dasho Karma Ura, Presidente do Centro para os Estudos do Butão fundado pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) para formular as análises estatísticas do FIB.
