O USO DAS COMPETÊNCIAS SÓCIO EMOCIONAIS COM FOCO NA REDUÇÃO DO USO DA VIOLÊNCIA VERBAL NA ESCOLA
                                                                                              

Antônia Damasceno A. Pontes
Antônia Eli Ferreira Lima Moura
Emanuel Alisson Damasceno
Daniele de Brito Ribeiro
Kelciane de Fátima P. Vieira
 

 INTRODUÇÃO

A escola vivencia atualmente um grande desafio: um quadro de violência cada vez mais presente em seu interior. O que professores, diretores, pedagogos, funcionários, pais, devem fazer para enfrentar estas questões que se apresentam com muita frequência nas escolas?

É certo que os professores não se sentem preparados para encarar tais desafios. Afinal, pouco se tem discutido sobre os mesmos, pois sempre pareceu que a violência era algo que acontecia apenas fora dos muros da escola. Agora, porém, é chegado o momento em que não se pode mais fechar os olhos para não ver os conflitos. Estes precisam ser encarados, estudados, analisados e entendidos, para que possam ser enfrentados. Uma das maneiras que podemos usar para enfrentar estes problemas são as competências socioemocionais.

As competências socioemocionais são a capacidade de mobilizar, articular e colocar em prática conhecimentos, valores, atitudes e habilidades para se relacionar com os outros e consigo mesmo assim como estabelecer e atingir objetivos e enfrentar situações adversas de maneira criativa e construtiva.

Além das habilidades clássicas, como saber ler, escrever, resolver cálculos, a escola irá trabalhar para o desenvolvimento de competências socioemocionais nos estudantes, preparando-os para se relacionarem consigo mesmos, com os outros, com objetivos de vida, enfocando aspectos complexos como responsabilidade, pensamento crítico, colaboração, abertura para o novo e capacidade de resolver problemas e de gerir emoções.

2. OBJETIVOS 

Objetivo Geral
Conscientizar os alunos por meio do uso das competências socioemocionais sobre episódios de violência escolar.

Objetivos Específicos 

Refletir teorias que tratam da violência na escola como um dos fatores que acarretam a não aprendizagem.

 Proporcionar atividades pedagógicas que desenvolvam as competências socioemocionais;
 Desenvolver no ambiente escolar a solidariedade, nas formas simples do diálogo, visando a paz;

Discutir o tema para a escola, como forma de conscientização;

 Propor intervenções pedagógicas adequadas à valorização da paz escolar;

Investigar os fatores psicológicos que levam a violência;

Fazer uso das competências socioemocionais para combater a violência na escola.

JUSTIFICATIVA

A convivência baseada no respeito tem sido cada vez mais desafiadora em nossa sociedade, onde os interesses coletivos vêm sendo substituídos gradativamente por padrões individualistas. Pensando nisso, este projeto foi construído voltado para o resgate de valores e a mediação de conflitos nas escolas fazendo uso das competências socioemocionais que vem tornando-se algo primordial para a construção de um bom clima na escola e, dessa maneira, garantir bons resultados no processo de ensino e de aprendizagem. Listaremos a seguir, um pequeno sumário com as principais habilidades trabalhadas com o uso das competências socioemocionais, e uma breve definição de cada.  Abertura para o novo. Ser receptivo a novas experiências, sejam estéticas, culturais ou intelectuais. Alunos que trabalham essa característica desenvolvem a imaginação, a tolerância e a curiosidade.

 Amabilidade. Tendência a pensar mais no coletivo do que de maneira individualista. O aluno que desenvolve essa característica se torna mais tolerante às diferenças e altruísta. 

Altruísmo. Saber conciliar a satisfação pessoal com o bem-estar dos outros, além de saber dominar os instintos egoístas que são naturais a todo ser humano. Permite ao aluno aprender a conviver melhor com as pessoas e trabalhar colaborativamente.  

Assertividade. Saber expressar com segurança tanto opiniões e pontos de vista quanto emoções e sentimentos. O estudante que trabalha essa característica consegue se sentir mais seguro quanto às suas qualidades.
 Autoconfiança. Não ter medo de expor sentimentos e opiniões, ser capaz de assumir posições e defendê-las com propriedade. O aluno só tem a ganhar ao reconhecer em si as características que o tornam único.

 Autoconhecimento. Conhecer as próprias competências, capacidades e limitações. Além disso, compreender as motivações e emoções que são significativas para cada um é importante para se tornar um aluno mais competente e estável emocionalmente.  Autocontrole. Ser capaz de controlar ou de ter domínio sobre os próprios impulsos. Faz com que o aluno não se deixe levar pelas emoções e frustrações cotidianas e se permita pensar antes de agir por impulso. 

Autoestima. É ser capaz de gostar de si mesmo e apreciar seus pontos fortes e suas limitações. Permite que o aluno desenvolva seu autoconhecimento e cresça mais confiante. 

Autonomia. É a capacidade de tomar decisões por conta própria. É ver o aluno como um sujeito ativo na busca pelo conhecimento, estimular a sua capacidade de se organizar e de buscar respostas às suas perguntas.

Compromisso. É o ato de sustentar uma escolha ou um acordo. Uma pessoa é comprometida quando reconhece a importância de cumprir uma obrigação. Estimular esse conceito é importante para o aluno tanto no cotidiano escolar quanto no futuro, para o sucesso profissional.

 Cooperação. É saber agir em conjunto para alcançar um objetivo comum, deixando os interesses pessoais de lado. O ambiente de diversidade da escola é uma oportunidade para que o aluno seja estimulado a trabalhar em conjunto.

Criatividade. É a capacidade de criar, inventar ou produzir algo novo. O aluno deve perceber que usando da criatividade e da sua imaginação, pode dar vida a uma ideia original ou encontrar soluções inovadoras para problemas recorrentes.

Curiosidade. É a busca por experimentar algo novo ou por entender através do questionamento. A curiosidade implica em ter um desejo de acessar o conhecimento. Para o aluno, é importante manter-se curioso para expandir os próprios conhecimentos e o pensamento crítico.
 Disciplina. É a capacidade de se auto-organizar e manter o foco para execução de uma tarefa. Um aluno disciplinado é capaz de apresentar melhores resultados em atividades que requerem o estudo individual.

 Empatia. É saber se colocar no lugar de outra pessoa com o intuito de compreender seus sentimentos e ações. Desenvolver a empatia faz com que os alunos se ajudem mutuamente. Esse conceito está intimamente relacionado com o altruísmo.

 Entusiasmo. É um estado de espírito de euforia, uma empolgação que se sente por praticar uma atividade específica. Para o aluno, como para todo ser humano, é importante descobrir as atividades que lhe causam paixão.

 Esforço. É empregar mais força, empenho e atenção a uma determinada atividade com o objetivo de alcançar resultados melhores. O conceito é importante para além dos anos escolares: o aluno que perceber que a dedicação traz frutos será um profissional mais completo e bem-sucedido.

 Estabilidade emocional. Lidar com as emoções de uma maneira previsível e consciente, sem mudar de humor bruscamente. Pode ajudar o aluno a trabalhar seu autocontrole.  Experimentação. É a atitude de colocar em prática ideias e conceitos teóricos. É não se limitar apenas a estimular a imaginação, mas de tentar dar vida às ideias. Propor um projeto em que a turma coloque a "mão na massa" conduz o aluno a idealizar, planejar e construir suas ideias. Ver um conhecimento sendo colocado em prática também pode dar mais sentido à aprendizagem.

Extroversão. Pode ser entendida como a capacidade de expressar sentimentos e opiniões mais facilmente e ser receptivo às emoções dos outros. Ainda que a introversão, o contrário da extroversão, não seja um defeito, o aluno pode se beneficiar da habilidade de se expressar com mais facilidade.

 Imaginação. Habilidade de criar ou produzir imagens, ideias ou fantasias. É não se conformar com o que é visível ou já foi determinado. Para o aluno, é importante usar a imaginação tanto para estimular o senso crítico quanto a criatividade.

 Organização. É a forma de dispor um conjunto de pessoas ou de tarefas para atingir um resultado em especial. Permite aos alunos
compreenderem que pode ser mais simples atingir um objetivo com atitudes racionais e preparação. Originalidade. Capacidade de se expressar de maneira independente e de usar a imaginação para ir além do convencional. Em um trabalho em sala de aula, o aluno pode ser instigado a usar a criatividade para apresentar seu trabalho de uma maneira diferente. 

 Otimismo. É a capacidade de encarar situações pelo aspecto positivo. É importante se dar conta das dificuldades, mas também saber reconhecer em si mesmo as habilidades para contornar aquela situação. Pode ajudar o aluno a trabalhar sua autoconfiança, sem menosprezar o esforço necessário para alcançar um objetivo.

 Pensamento crítico. Assumir uma postura questionadora, compreender uma informação nova e analisá-la a partir de outras referências. Em um mundo cada vez mais dominado pela guerra de discursos e notícias falsas, o pensamento crítico afiado será um escudo dentro e fora da sala de aula. Persistência. É manter-se constante na busca por um objetivo, apesar das adversidades. A persistência é vista como um valor importante a ser estimulado nos alunos, para que eles alcancem seus objetivos, de conquistas simples a complexas.

 Resiliência. Usar as próprias habilidades para superar crises e sair mais fortalecido e experiente diante de cada adversidade. Para o aluno, é uma forma de estimular a persistência e o equilíbrio emocional.  Responsabilidade. Assumir as consequências pelo próprio comportamento, além de ser capaz de se comportar de maneira sensata. Permite ao estudante ter consciência de quanto suas atitudes têm efeitos. 

Sensibilidade. É a capacidade de estimular a percepção do que se passa ao redor. De sentir, por exemplo, compaixão e empatia por outras pessoas. Faz com que o aluno seja capaz de se relacionar com pessoas e situações de maneira menos distanciada e mais aberta. Sociabilidade. É a tendência de as pessoas optarem por viver em comunidade e de estimular o bom relacionamento com os outros seres humanos. Na escola, as atividades em grupo são importantes para trabalhar as diferenças e fortalecer os laços de amizade entre os alunos.
 Tolerância. É respeitar as ideias, crenças ou ações diferentes das suas. É manter uma atitude de aceitação em relação às pessoas que têm valores muitas vezes opostos aos seus próprios valores. Permite ao aluno que amplie sua capacidade de ouvir e aceitar o que é diferente.
“O professor pode inserir esses conceitos em atividades que já realiza. Ao dar uma aula de interpretação de texto, por exemplo, ele pode propor que os estudantes reflitam sobre o que o personagem estava sentindo ao tomar determinada atitude. Essa seria uma ótima maneira de trabalhar a empatia", avalia a educadora e especialista em competências socioemocionais Tonia Casarin. (https://novaescola.org.br/conteudo/12178/competencias-socioemocionais-de-a-a-z. Acesso em: 05 de agosto de 2018)
O professor, por vezes, pode se sentir incapaz de realizar o trabalho com o uso da competências socioemocionais durante a aula, mas nem se dá conta de que já o realiza naturalmente quando propõe, por exemplo, um trabalho em grupo, que de toda forma exige o uso do respeito, empatia dentre outros aspectos presentes nas competências sócio emocionais. Não é uma prática difícil de ser incorporada, no entanto causa um certo impacto a primeira vista e precisa de um determinado tempo para ser recebido, refletido, absorvido e posto em prática com eficiência. É uma atividade que deve ser feita diariamente e abarcar todas as disciplinas para que torne-se leve e qualitativa.

 METODOLOGIA
 

Envolver a escola na conscientização da importância da convivência de um ambiente de paz; Debate sobre o tema na sala de aula.  Concurso da melhor produção de texto relacionado ao tema em questão;  Palestras com os membros da equipe e a professora de educação física da falando sobre o tema violência escolar; Dinâmica voltada à construção do respeito, humildade e empatia;  Apresentação dos textos escolhidos, feita pelos próprios autores, acompanhados dos membros da equipe, para as demais turmas da escola.

 PÚBLICO-ALVO
Estudantes que estão nas séries finais do ensino fundamental são um dos públicos que já têm um conhecimento de maior, bem como habilidades críticas mais desenvolvidas facilitando e melhorando a qualidades dos debates. Por esse motivo, o projeto se destina aos alunos do 8 º ano, constituída de 25 alunos.


 AVALIAÇÃO 

A avaliação deverá acontecer sistematicamente durante a vivência, analisado o comportamento dos alunos e como os mesmos estão absorvendo o assunto e através da produção de um texto de gênero livre junto com a apresentação para as demais turmas.

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. O cenário da violência e da criminalidade no Brasil e no Ceará: Análise comparativa. Ceará pacífico, defesa pela vida. Disponível em :http://www.solar.virtual.ufc.br/bibliographies?bread=menu_bibliography&contexts=2. Acesso em 21 de Julho de 2018.

CASARIN, Tonia. Competências sócio emocionais. Em: (https://novaescola.org.br/conteudo/12178/competencias-socioemocionais-de-a-a-z. Acesso em: 05 de agosto de 2018)