O USO DA AUDITORIA EXTERNA NA CONSTATAÇÃO DE ERROS E FRAUDES

LOURIVAL JUNIOR CAMARGO GOMES

MEIRE MOURA SOAVE RODRIGUES

RESUMO

Deseja-se com este artigo, tratar sobre a importância da auditoria externa dentro das organizações, como uma forma de constatar erros e fraudes, também como uma ferramenta eficaz na descoberta de fatores capazes de direcionar o trabalho da empresa à um nível de qualidade acima daquilo que se espera. A realização do estudo se deu através de revisão bibliográfica, consultando e pesquisando em livros, revistas especializadas, artigos científicos e materiais on-line.A auditoria externa exerce uma função muito importante para as organizações contidas a esta avaliação. Os acionistas e investidores de empresas de capital aberto precisam sempre verificar a veridicidade das informações passadas pelos responsáveis das funções administrativa destas empresas, consecutivamente com imparcialidade para os interesses da organização auditada no momento. O responsável por esta auditoria realiza suas funções com um respaldo de informações necessárias formando uma opinião sobre as demonstrações contábeis para a construção de um parecer apontado aos sócios e demais interessados. O mundo corporativo vem ao longo dos anos passando por mudanças continuas ocorridas da globalização dos mercados; devido a estes fatores a auditoria externa brota como uma alternativa importante dentro do processo de decisão nas empresas. Uma auditoria externa bem efetivada tem a capacidade de fornecer episódios e informações das mais diversas áreas de atuação e departamentos de uma organização, fazendo assim com que o mercado se sinta mais protegido e confiante. Amplas fraudes e escândalos financeiros foram descobertos no Brasil, na história recente, a partir de auditorias externas. Esta função tem sido vista como grande agregadora de valor no meio organizacional.

PALAVRAS-CHAVES: Auditoria externa. Constatação do erro

 

 

1.INTRODUÇÃO 

 

 Almeja-se com este artigo tratar sobre o valor da auditoria externa dentro das organizações como uma forma de detecção de falcatruas e também como uma ferramenta diligente na descoberta de fatores capazes de direcionar o trabalho da empresa à um nível de qualidade e excelência acima daquilo que se espera.

Com a mesma celeridade que vem acontecendo a evolução das tecnologias a fraudes e as formas com que elas acontecem, vêm crescendo em um número considerável na sociedade atual. Grandes e pequenas empresas são alvejadas diariamente de algum tipo de fraude, sobretudo as empresas do setor público, talvez pela facilidade em fraudar dados, documentos e desviar verbas, produtos, e pela falta de fiscalização de um responsável direto pela gestão de recursos financeiros.

Ao se obter uma análise sobre o desenvolvimento das organizações, tanto em complexidade, como também em tamanho, finda-se que a gestão dos recursos humanos e materiais dentro desta deve ser cada vez mais ativa e eficiente. Desta forma surge o profissional auditor, o qual adéqua para a empresa no atendimento de suas metas, um artifício estrutural muito mais sólido e também com maior aproveitamento de todo e qualquer potencial presente dentro da organização, através de um reconhecimento diário.

Conforme afirmação de Silva (2002), a contratação de um profissional especializado em auditoria, vem se tornando uma atividade bastante comum dentro da administração de empresas atuais, devido as leais modificações e formas de gestão que as organizações vem passando com decorrer dos tempos.

Para um entendimento mais nítido, a auditoria busca intensamente descobrir e entender os fatores que estão ocorrendo, como também aqueles que ainda irão ocorrer em uma linha de pensamento atualizada, adequada ao atual momento administrativo, sempre procurando resultados que possam contribuir de forma essencial para a correção destes acontecimentos.

  A auditoria, objeto de estudo, também conhecida como auditoria de gestão, entende-se de acordo com Gil como sendo “revisão, avaliação, emissão de opinião de processos e resultados exercidos em linhas de negócios, produtos, serviços no horizonte temporal presente/futuro” (2000, p.21). Assim, procura-se demonstrar com este estudo o quanto a auditoria externa, também conhecida como auditoria independente, faz-se muito importante e eficaz para as organizações que buscam a nobreza em seus serviços e produtos, como evitar fraudes. Uma vez que muitas delas possuem sócios e acionistas, e não podem estar fixamente realizando um trabalho de fiscalização e acompanhamento das demonstrações contábeis fornecidas por seus colaboradores.

A escolha deste tema, a partir da importância observada pela pesquisa da auditoria dentro das organizações como uma ferramenta eficaz na detecção de fraudes, capaz de direcionar uma empresa ao caos, impondo-lhes diversos pontos negativos, tanto financeiros, como na imagem da empresa, perante a sociedade e o mundo organizacional.  A realização deste estudo se deu através de revisão bibliográfica, consultando e pesquisando em livros, revistas especializadas, artigos científicos e materiais on-line.  

 

2.MARCO TEÓRICO

1.1AUDITORIA 

 

 De acordo com Alberton (2002), a palavra auditoria possui genealogia vinda do latim “audire”, que tem como significado “ouvinte”, aquele que ouve. Já para os ingleses, este termo foi classificado como auditing, possuindo um sentido um pouco diferente, significando então revisão, exame, correção, ajustes.

  A raiz da auditoria, segundo Marcondes (2003) aconteceu na Inglaterra, que no passado como dominadora dos mares e do comércio precisavam realizar análises nos seus investimentos mantidos fora dos seus ambientes locais, pois estavam começando a espargir investimentos nos mais diversos países e locais.

 Para Aguirre (2002), a origem da auditoria é imprecisa. O autor acredita ter surgido com os guarda-livros italianos, prestadores de serviços aos comerciantes, auxiliando na atividade de escrituração das transações.

  As auditorias primarias tinham o nome de “auditorias corretivas” e tinham o intuito de detectar apenas fraudes e desfalques para a verificação da honestidade dos administradores. Os proprietários buscavam se certificar de que seus cooperadores estavam controlando de uma forma correta as suas contas, para que não faltasse nenhum bem e que as demonstrações financeiras fossem exatas, para tanto, essas auditorias dirigia o controle de todas as operações e também registros contábeis.

 Marcondes (2003) salienta que em 1934, a profissão de auditor adota uma devida importância nos Estados unidos, pois naquela época as empresas que faziam transações na Bolsa de Valores começaram a se sentir obrigadas a buscar profissionais auditores para obter uma maior credibilidade perante as suas demonstrações financeiras.  Segundo afirmação de Alberton (2002), assim como a história da contabilidade, a história da auditoria remonta à uma época bastante antiga.

era antes de Cristo, na antiga Suméria, e nas províncias Romanas, no primeiro século depois de Cristo. Na idade média, no Continente Europeu, surgiram as associações de profissionais que realizavam auditorias. A história do surgimento da auditoria na idade média teve como fato marcante a necessidade do Clero em dirigir os empreendimentos da Igreja Católica. Segundo Magalhães et al. (2001), mediante a colocação de títulos mobiliários no mercado, o Vaticano foi a organização que contraiu a primeira dívida pública ( p.27). 

 

Com o aumento das empresas e o crescimento do interesse da população pela economia, a auditoria no Brasil sofre uma maior impulsão. Acordado com Franco & Marra (2001), os fatores principais que marcaram a auditoria contábil foram os seguintes:

a) o crescimento de empresas cuja complexidade e ramificações tornaram impossíveis aos administradores controlar todos os atos de seus subordinados;

b) o aparecimento cada vez em número maior das sociedades abertas; c) a utilização, sempre crescente, de capitais de terceiros por parte das empresas, principalmente de financiamentos de entidades particulares e empréstimos junto ao público;

d) o crescimento da importância do imposto de renda – baseada no resultado do exercício – na receita pública de muitos países; d) o controle – cada vez maior do poder público sobre as empresas particulares e entidades que exercem atividades relacionadas com o interesse público;

e) a exportação de capitais, ou seja, a instalação de subsidiárias de empresas multinacionais, exigindo a fiscalização e o controle das atividades dessas subsidiárias. Igualmente, a associação de multinacionais com empresas locais, gerando o interesse das alienígenas em controlar seu investimento (p.44). 

 

Marcondes (2003) especifica que o principal alvo de uma auditoria, reside em apresentar pareceres adequado sobre as demonstrações financeiras, sempre concordando com os princípios mais habitualmente aceitos. Ainda de acordo com o autor, outro objetivo, não menos importante sobre a auditoria, é acessória a administração no processo de prática de estratégias gerenciais, as quais se destacam:

- Assistência nos processos de planejamento, execução e controle das operações empresariais; - Assessorar nas implementações de tecnologias gerenciais, tecnologias de materiais, tecnologias de indústrias e dos processos; - Detectar fraudes, desfalques e promover a investigação a ponto de quantificar os efeitos nos resultados dos negócios; - Prevenir fraudes e erros relevantes em tempo (p.4).

 

O intuito da auditoria de acordo com Franco & Marra (2001) é o anexo de todos os elementos de controle do patrimônio administrado, os quais abrangem registros contábeis, papéis, documentos, fichas, arquivos e anotações que comprovem a verdade dos registros e a legitimidade dos atos da administração, bem como sua cordialidade na defesa dos interesses patrimoniais.

 Para uma avaliação mais compreensiva cabe reproduzir a definição de auditoria conforme Franco & Marra (2001),

 

a auditoria compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de informações e confirmações, internas e externas, relacionados com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes. Os exames são efetuados de acordo com as normas de auditoria usualmente aceitas e incluem os procedimentos que os auditores julgarem necessários, em cada circunstância, para obter elementos de convicção, com o objetivo de comprovar se os registros contábeis foram executados de acordo com os princípios fundamentais e normas de contabilidade e se as demonstrações contábeis deles decorrentes refletem adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e outras situações nelas demonstradas (p.28).

 

Segundo Silva (2002), uma auditoria pode ser externa, efetivada por profissional ou empresa independente contratado para tal função, não havendo nenhum ligamento com a organização ou interna, onde alguns profissionais da empresa são escolhidos para tal função, ou contratados como efetivos apenas para realizar auditorias. De acordo com os objetivos, as auditorias podem ser operacionais, de sistemas, contábeis e financeiras e de gestão. Dentro do campo de atuação, pode ser de natureza governamental ou privada. 

Neste estudo, que busca a importância da auditoria externa na detecção de fraudes, ressalta-se como presente no seu título, a auditoria externa com os objetivos contábeis e de gestão. Uma vez que analisa-se a ocorrência de fraudes. 

 

2.2 CONCEITOS AUDITORIA INTERNA

 

A auditoria interna é segundo Alberton (2002), uma atividade muito pouco praticada no Brasil. As organizações que empregam deste tipo de auditoria se fazem através de exigências legais. Quando se analisa seu papel, necessitar lembrar que muitos cuidados devem ser tomados, uma vez que dada a sua definição, notar a existência de conflitos advindos de diversos interesses e intervenientes.   O sistema de auditoria interna pode ser deliberado segundo Januzzi (2002), como uma série de políticas e procedimentos adotados pela administração da organização, para auxiliar no realização dos objetivos administrativos, assegurando a execução composta e eficiente das atividades, o cumprimento das políticas administrativas, a correta guarda e utilização dos ativos, precaução e detecção de fraudes, exatidão com a integridade dos registros contábeis e a preparação de dados financeiras confiáveis. 

 Uma vez que através da auditoria que se procura maior credibilidade e confiabilidade das informações da empresa. O profissional responsável pela função de auditar, precisa obter diversas informações e elementos que sejam satisfatórios para estar convencido da capacidade de emitir suas opiniões e conclusões acerca da auditoria, recomendando assim, as ações necessárias para corrigir possível falhas e erros.

  Segundo Almeida (1996), não é satisfatório que a empresa insira um bom sistema de auditoria e controle interno, sem que faça uma averiguação periódica, afim de avaliar se os colaboradores estão exercendo aquilo que foi determinado, ou se devam sem implementadas adequações. Desta forma, Almeida salienta que alguns dos principais objetivos da auditoria interna são os seguintes.

 

•verificar se as normas estão sendo seguidas;

•avaliar possíveis necessidades de novas normas ou então de modificações nas normas já existentes dentro da organização. 

 

A auditoria interna é realizada por um empregado da empresa denominado auditor interno. Este colaborador não deve ser subordinado à aqueles, cujo trabalho está sendo analisado. Almeida (1996) salienta ainda que este funcionário não deve desenvolver atividades que um dia venha a examinar.

 

2.3 COMPRENDENDO AUDITORIA EXTERNA

 

A atividade de auditoria independente ou auditoria externa mais popularmente conhecida é adentrada no Brasil no fim do século XIX, devido aos investimentos internacionais realizado no país naquela época, por empresários que aqui notavam boas oportunidades de negócios.

De acordo com Jund (2001), “a auditoria externa é uma das práticas utilizadas pela contabilidade, ou seja, aquela proposta a examinar a escrituração e demonstrações contábeis, a fim de confirmar sua adequação” (p.26). Basicamente, a auditoria externa executa a apresentação dos dados obtidos através das escriturações contábeis, com o intuito de confirmar a veracidade destes dados.

Segundo Crepaldi (2000), “a auditoria externa é aplicada por profissional independente, sem ligação com o quadro da empresa. Sua influência é ajustada em contrato de serviços” (p.49). Para que aconteça uma auditoria sem vínculos e fraudes, o auditor deve ser contratado através de uma empresa terceirizada, onde seu papéis são determinadas através de um contrato pré-estabelecido.

  Mais especificamente, Crepaldi (2000) define a auditoria externa como: 

 

Constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão do parecer sobre a adequação com que estes representam a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do Patrimônio Líquido e as origens e aplicações de recursos da entidade auditada consoante as normas brasileiras de contabilidade (p. 48).

 

 

Assim, destaca-se a precisão do auditor externo, ser um profissional sem qualquer tipo de vínculo empregatício com a empresa, como já citado anteriormente, uma vez que sua função é realizar um trabalho sem qualquer análise pessoal, mas sim restritamente profissional da situação atual em que a organização se encontra.

 

 

2.4 PLANEJAMENTO AUDITORIA EXTERNA

 

Em qualquer tipo de trabalho, o planejamento é uma peça principal para que se obtenha sucesso na sua concretização. Para a auditoria, é muito importante, pois com um planejamento bem arranjado, pode-se ter uma visão geral sobre a organização a ser auditada e definir então, quais são as áreas de maior risco para a auditoria, impedindo assim, que ocora erros que possam afetar a opinião do auditor, além de ser uma norma a ser seguida em atendimento aos órgãos regulamentadores.

  Segundo CFC (2003), considera-se como a primeira parte dos trabalhos o planejamento da auditoria, pois são nesta etapa que são definidas as estratégias de execução de acordo com a organização auditada. Desta forma, o planejamento será organizado a partir da contratação dos serviços, após estabelecer a natureza e a extensão dos exames, de modo que possa ocorrer uma auditoria eficiente: 

 

O auditor independente deve ter em conta que o Planejamento de Auditoria é um processo que se inicia na fase de avaliação para a contratação dos serviços. Nesta etapa devem ser levantadas as informações necessárias para conhecer o tipo de atividade da entidade, sua complexidade, a legislação aplicável, relatórios, parecer e outros informes a serem emitidos, para assim determinar a natureza do trabalho a ser executado [...] (p.219).

 

 

Para Franco (2001), o auditor terá como foco de idealização apenas os serviços contratados, os quais serão acentuados de acordo com a necessidade da organização auditada, podendo desta forma ser parcial ou especifica, noticiando os departamentos administrativos da empresa ou de uma forma geral, onde todas as operações são avaliadas, até mesmo as demonstrações contábeis.

 Após este momento, o auditor terá plenas condições de delimitar quais serão os trabalhos a serem executados no momento da auditoria.

  Segundo Crepaldi (2000), com as informações recebidas da organização, o profissional conseguirá iniciar seu planejamento, formando-o por escrito. Neste momento, analisa-se o tempo previsto para a realização da auditoria, o número de profissionais envolvidos no processo bem como a capacitação destes profissionais, os problemas especiais a serem analisados e a documentação complementar necessária, de uma forma especial e principal, o seu objetivo. Este planejamento deve ser atenciosamente realizado, mas ao mesmo tempo deve ser flexível, permitindo alterações de acordo com as necessidades observadas durante o andamento dos trabalhos. 

Havendo um planejamento bem feito, este certamente colaborará para a coordenação dos trabalhos, impedindo assim, que aconteçam esquecimentos de alguns processos, como a eliminação de trabalhos estimados no final desnecessários.  Franco (2001) avalia o planejamento sobre uma ótica diferente, sendo mais direcionado para a execução do trabalho e define seus objetivos principais sendo:

 

Planejar adequadamente a auditoria, a fim de executar o maior número de procedimentos possíveis no exame preliminar. Conseguir conhecimento seguro das operações e da posição patrimonial e financeira do cliente. Obter maior colaboração e assistência por parte do pessoal do cliente. Detectar, de início, os eventuais problemas relacionados com a contabilidade, impostos ou qualquer outra área onde seja necessária maior profundidade. Prever problemas em potencial, relacionados com programas de desenvolvimento da empresa. Identificar as áreas prioritárias, às quais deva ser dedicado mais tempo e dada maior ênfase ( p.312).

 

 Pode-se ressaltar então, que o planejamento da auditoria, compreendesse na avaliação de informações sobre a empresa, que deve ser feita com muito critério, aptidão e cuidado. Esta avaliação no futuro será o programa de auditoria, onde poderão ser definidos os procedimentos de averiguação mais adequados a serem utilizados na construção das demonstrações, possibilitando que o auditor forme sua opinião sobre a realidade da empresa naquele determinado momento.  

 

2.5 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DE AUDITORIAS

 

De acordo com Jund (2001), as fundamentais vantagens que uma organização pode alcançar a partir de um programa de auditoria bem preparado, são as seguintes:

 • Permite com maior clareza, a fixação sobre a importância de cada trabalho executado dentro da organização;

 • A ênfase do exame sobre as áreas com maior prioridade;

• A possibilidade de dividir racionalmente o trabalho entre cada um dos elementos de uma equipe;

• A antecipação da descoberta sobre possíveis problemas;

• A empregabilidade do programa, através de adaptações em áreas e trabalhos diferentes. 

De acordo com o referido autor, as desvantagens também existem dentro de um programa de auditoria, contudo em um número bem menor, estando quase sempre unidas à má preparação e à má prática do programa. Outro ponto capaz de ser avaliado como uma desvantagem refere-se à possibilidade de o trabalho do auditor tornar-se um mecanizado, devido à verificação contínua do programa, como o blecaute da realização de algum procedimento, por não estar descrito no programa desenvolvido.

Jund (2001) evidencia que muitos destes pontos considerados como sendo desvantajosos, podem com certeza serem eliminados, uma vez que o auditor possua os conhecimentos adequados, não apenas sobre como e o que fazer, mas principalmente, sobre o porquê de fazer.

 

2.5.1  AUDITORIA VERSUS FRAUDE

 

De acordo com os autores Bell & Jonhs (1942), os fundamentais objetivos de um programa de auditoria, giram em torno da detecção de fraudes. Através da auditoria, pode-se verificar as contas de uma empresa com a intenção de definir qual a sua posição financeira e o resultado de suas operações, para que se possa comunicar o resultado dos exames aos proprietários, acionistas, gerentes ou a quem de interesse. Um seguinte ponto muito importante de uma auditoria, relaciona-se à prestação de contas de um patrimônio e se o negócio foi administrado de forma conveniente, visando a satisfação de seus proprietários ou então de seu público ou doadores, estes últimos relacionados à entidades beneficentes, educadoras ou então entidades religiosas. Cabe também ao trabalho de auditoria, a definição de lucros e prejuízos de um negócio, a deliberação de custos e inventários, a descoberta de fraudes, bem como, a averiguação sobre a dimensão da fraude e por fim, impedir que fraudes futuras venham a acontecer. 

Apoiando com as afirmações sobre a auditoria versus as fraudes, Sá (2000) destaca alguns importantes objetivos relacionados à auditoria, dentre eles, a demonstração através de registros sobre a exatidão dos fatos patrimoniais, a demonstração da propriedade dos mesmos na identificação dos fatos, uma interpretação mais crítica acerca dos exames que se resultaram, a demonstração para o governo sobre o patrimônio e a importante proteção contra o acontecimento de falcatruas.  

 

3. CONCEITOS FINAIS

 

Pode-se notar durante a realização deste estudo, que um dos principais objetivos de uma auditoria giram em torno da detecção e da prevenção de fraudes. 

 Hoje em dia vive-se em um mundo, onde os princípios éticos vêm se de caindo, expondo as organizações à pobreza moral, sejam estas, organizações públicas, privadas, grandes grupos empresariais, instituições financeiras, ou seja, qualquer tipo de empresa, configurando-se assim em um mal social.

 A Contabilidade é um setor dentro de qualquer organização de extrema importância. Jamais pode negar a sua contribuição na descoberta de atos de desonestidade contra o patrimônio particular e público. 

 Diariamente nota-se através de notícias de televisão, jornais e internet, o acontecimento de desordens que requerem um trabalho sério e honesto de auditores para que sejam apuradas as responsabilidades de cada um no acontecimento de uma fraude. Mesmo que punições não ocorram a todo o momento, é ético que um auditor localize e apure o acontecimento de desfalques, furtos, falsificações, etc.

 Pode-se com certeza dizer que a auditoria atua sobre os controles da empresa, sendo analisada como o controle dos controles. À medida que protege o patrimônio, torna-se a segurança da empresa e conserva os interesses do Estado, os interesses dos credores e dos investidores, tornando-se um instrumento importante e indispensável para uma efetiva e eficiente administração.

  A contabilidade, como sendo uma ciência social, cujo principal objetivo se dá através do estudo do patrimônio de pessoas físicas e jurídicas, deve através das técnicas de auditoria buscar meios capazes de minimizar as perdas sofridas pelas empresas através das fraudes, aumentando desta forma a sua lucratividade e o seu crescimento no mercado. Assim, desta forma, a contabilidade também possui uma função social, uma vez que auxilia a sociedade onde a empresa está inserida a continuar se desenvolvendo em decorrência da detecção de fatores capazes de direcionar uma organização à um patamar de derrota.

 

4. REFERÊNCIAS

 

AGUIRRE, M.B.F. Auditoria governamental operacional em projeto público ambiental no estado de Mato Grosso. Monografia Especialista em Auditoria das Entidades Governamentais do Programa de Pós-Graduação do Centro de Administração Economia e Ciências Contábeis da UFMT. Cuiabá, 2002. 

ALBERTON, L. Uma contribuição para a formação de auditores contábeis independentes na perspectiva comportamental. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Santa, Florianópolis 2002.

 

ALMEIDA, M.C. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo: Atlas, 1996.

 

BELL, William H; JOHNS, Ralph S. Intervención y fiscalización de copntabilidades. The University Society, 1942.  

 

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios fundamentais e normas brasileiras de contabilidade de auditoria e perícia. Brasília, 2003. 

 

CREPALDI, Silvio Aparecido, Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000. 

 

FRANCO, H; MARRA, E. Auditoria contábil: normas de auditoria, procedimentos e papéis de trabalho – programas de auditoria – relatórios de auditoria. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 

 

GIL, A.L. Auditoria operacional e de gestão. 4 ed., São Paulo: Atlas, 2000. 

 

JANUZZI, L. Auditoria operacional. Instituo Brasileiro de Planejamento tributário. Brasília, 2000 

 

JUND, Sérgio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos. Rio de Janeiro: Consulex, 2001. 

 

LOPES DE SÁ, A. Ética Profissional. São Paulo: Atlas, 2000. 

 

MARCONDES, N.R. Ciências contábeis. 2003. Disponível em: < www.contabilidade.freesites.com.br> Acesso em março de 2018. 

 

SILVA, L.I.S. A contabilidade. 2002. Disponível em: Acesso em Março de 2018.