O TRISTE ENSINO DO FILME MADAGASCAR 3

Cinema é a maior diversão”, propala o insaciável cifrão cinematográfico.

Bem, conquanto seja uma das maiores diversões, mister se faz considerar a sua proposta de ensino, mormente quando dirigido às crianças e adolescentes, que são o alvo maior do filme em comento.

Como toda pessoa normal eu também gosto de um bom filme, por isso me acheguei à telona para ver as três séries do divertido MADAGASCAR; porém, a meu ver, o de número 3 exibe uma cena deveras indevida, que pode significar um ensino ruinoso aos nossos infantes, ainda em fase de aprendizagem.

Eis a cena:

Em Monte Carlo, os aventureiros do Zoo do Central Park defrontam-se com a francesa Chantel Shannon Dubois, policial e colecionadora de animais empalhados, que anela pendurar na parede a única cabeça que falta em sua coleção; começa então a caça insana a Alex, o leão.

No momento em que a perseguição recrudesce, os inseparáveis amigos de Nova Iorque buscam socorro no Circo Zaragoza, quando este está prestes a zarpar para Roma, objetivando apresentar seu espetáculo no famigerado Coliseu. E, num verdadeiro espírito de união entre a bicharada, a turma circense acolhe calorosamente a turma do Zoo.

Armado, pois, em Roma, o circo amarga o mais completo malogro e se vê obrigado a correr de lá, tamanha a zanga dos espectadores.

Alhures, livre do perigo, Alex, que não é rei debalde, faz valer a sua posição de líder e observa aos amigos que o fracasso em Roma se deveu à enfadonha pasmaceira de espetáculos obsoletos, e sugere então uma plena renovação do picadeiro, que abarca a fartura de luzes e os toques sutis, a exemplo do moderno circo canadense.

Ideia prontamente acatada e treinamento efetuado por todos, o Zaragoza embarca para Londres, tendo Nova Iorque como o próximo destino; mas, para desembarcar na terra do Tio Sam é preciso passar antes pelo crivo da perspicácia de um exigente empresário americano.

Já em Londres, o show supera todas as expectativas e redunda em aplausos entusiasmados; e o magnata americano, convicto, fecha negócio com o macaco que, à sorrelfa, faz as vezes de um empresário circense.

Então se descortina a triste cena que, a meu ver, conspurca toda a beleza do filme: No ato da assinatura do contrato, o primata enfia a mão por dentro do paletó do americano e rouba-lhe a carteira…

Ora, qual é a graça e qual é o ensino dessa cena?

Nenhuma graça, evidentemente. Certamente os ladrões e os roubadores conseguem achar graça, por rezarem a cartilha da corrupção, porém as pessoas de bem, tementes a Deus, não acham graça nenhuma. E o ensino é o pior possível, no que tange à perversidade, porque, como eu disse, se os meninos são o alvo maior dessa exibição, ensinar-lhes o furto é uma coisa de péssimo alvitre, ainda mais se considerarmos o alcance colossal do filme, tanto nas bilheterias quanto nas tevês abertas e fechadas.

O poder de sedução de um filme ou de uma novela é qualquer coisa de impressionante! Com efeito, conheci um menino que começou a praticar o tabagismo quando viu Jack Dawson fumando no TITANIC…

Já uma menina passou a mentir desbragadamente porquanto aprendeu com Maria de Fátima, da novela global VALE TUDO…

Ano passado, num clube, flagrei uma menina de apenas nove anos de idade abrindo bolsas e furtando os pertences das pessoas. Certamente alguém a instruiu…

A criança está sempre atenta a tudo e é apta para desenvolver o que a ela se ensina. Sabendo disso, o Senhor Deus (Gn.8:21) ordena-nos em sua Palavra: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.” (Pv.22:6)

Ora, roubar uma carteira pode até parecer uma coisa inofensiva, a ponto de os piegas figurarem-na num filme infantil, mas vejamos o que a Palavra de Deus diz sobre a ladroagem e o roubo: “Não vos enganeis: (…) NEM OS LADRÕES, (…) NEM OS ROUBADORES HERDARÃO O REINO DE DEUS.” (1Co.6:9,10). Amém.

Lázaro Justo Jacinto