O TIPO DE CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NOS SERVIÇOS DE SAÚDE DA CIDADE DE BARREIRAS-BA SOBRE A RUBÉOLA. 

Abraão Portella da Silva1

Larissa Queiroz de Medeiros Torres2

Maiane Malaquias Martins3

Sara Rodrigues Barreto de Figueiredo4

Leandro Dobrachinski5

Marilissa Maineri Dobrachinski6 

, enfermagem, promoção de saúde,                                                   1 Acadêmico do 3° Semestre do Curso de Enfermagem da FASB – Faculdade São Francisco de Barreiras – BA. 2 Acadêmica do 3° Semestre do Curso de Enfermagem da FASB – Faculdade São Francisco de Barreiras – BA. 3 Acadêmica do 3° Semestre do Curso de Enfermagem da FASB – Faculdade São Francisco de Barreiras – BA. 4 Acadêmica do 3° Semestre do Curso de Enfermagem da FASB – Faculdade São Francisco de Barreiras – BA. 5 Farmacêutico-Bioquímico, Especialista em Análises Clínicas, Professor do Departamento de Enfermagem e Fisioterapia da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB. 6 Enfermeira, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB.

RESUMO  A participação dos Enfermeiros junto ao pré-natal caracteriza-se de suma importância uma vez que estes profissionais estão aptos a avaliar e detectar qualquer alternação que possa vir a por em risco a gestação tanto para a mãe quanto para o bebê. Para tanto, exige-se cada vez mais qualificação destes profissionais. O objetivo do estudo é avaliar o conhecimento dos profissionais de enfermagem que atuam na maternidade municipal de Barreiras – BA sobre a rubéola, dessa forma avaliou-se o conhecimento em relação à transmissão, prevenção, sinais e sintomas, tratamento e diagnóstico para detecção da doença.  Levando em consideração os objetivos do estudo, optou-se por realizar uma pesquisa de cunho quantitativo, não experimental e de caráter exploratório onde seis profissionais de enfermagem foram submetidos a um questionário semi-estruturado composto de 12 questões, onde a amostra foi selecionada de maneira não probabilística por adesão. Como resultado observou-se que apenas 25% dos entrevistados possuem qualificação na área de atuação, 83% atuam a menos de cinco anos, 50% não lembravam o agente causador da rubéola e 67% não sabiam os exames laboratoriais para detecção da doença. Com tudo observa-se a necessidade de cada vez mais os profissionais de saúde passar por processos de qualificação para que exerçam suas atividades visando à promoção de saúde. 

PALAVRAS-CHAVE: rubéola

1   INTRODUÇÃO   A Rubéola apresenta-se como uma infecção contagiosa febril e de forma benigna, cujo cunho etiológico é viral conhecida também como sarampo alemão. Pode apresentar-se sob duas formas, adquirida ou congênita. Na forma adquirida ou pós-natal, aparece com sintomas leves ou ausentes e na forma congênita ou pré-natal onde o feto é contaminado pela mãe durante a gravidez, a rubéola é responsável por óbito fetal, parto prematuro e mal formações congênitas (MORAES, 2006).   Apresenta-se como uma doença exantemática, que atinge tanto adultos como crianças, altamente contagiosa causado por vírus do Gênero Ribovirus e Família Togaviridae (FREY, 1994 e SIGNORE, 2001 apud MINUSSI et al, 2007).  A rubéola é observada de forma endêmica em todos os continentes e acomete de maneira predominante crianças em idade escolar, adolescentes e adultos jovens. Acentua-se com maior prevalência no inverno e no começo da primavera. Confere imunidade permanente, e os recém-nascidos apresentam anticorpos que são recebidos da mãe por via placentária que persistem por até 180 dias (MORAES, 2006).  A principal preocupação da infecção pela rubéola é quando a mulher contrai o vírus durante a gestação. Aproximadamente 90% das mulheres que contraem rubéola no primeiro trimestre a transmitem para seu feto (JOSEFSON, 2001 apud MINUSSI et al, 2007).  Este se encontra então em risco de infecção transplacentária, com um dos seguintes prognósticos possíveis: aborto espontâneo, natimortalidade, defeitos congênitos por ocasião do nascimento ou uma criança de aspecto normal. As principais manifestações clínicas da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) são catarata, glaucoma, retinopatia, surdez, cardiopatia e retardo mental (CUTTS, 1997 e BLOOM, 2005 apud MINUSSI et al, 2007).  Neves (2005 p.132) diz:  “Embora seja inofensiva para a mulher, a doença pode se transformar em perigo quando ela está grávida. Ao invadir o organismo, o vírus da rubéola é capaz de provocar uma revolução e prejudicar o desenvolvimento do feto, principalmente se o mal se manifestar no próximo trimestre da gestação, quando o embrião está se fixando no útero. As alterações provocadas pelo vírus no organismo são capazes de atrapalhar o andamento da gestação, e em alguns casos, até causar o aborto. Quando a gravidez não é interrompida, o bebe pode sofrer as conseqüências da síndrome da rubéola congênita* (SRC), ou seja, uma serie de alterações irreversíveis em sua formação.”   Segundo os dados citados o questionamento que norteou a pesquisa baseia-se em qual o tipo de conhecimento que os profissionais de enfermagem apresentam sobre rubéola. Desta forma, avaliar o tipo de conhecimento dos profissionais de Enfermagem em relação à rubéola, analisar o conhecimento dos profissionais em relação à transmissão, profilaxia, prevenção, sinais e sintomas, tratamento e diagnóstico laboratorial e traçar o perfil do grupo amostra tornaram-se objetos fundamentais para o desenvolvimento deste estudo.  Levando em consideração os objetivos do estudo, optou-se por realizar uma pesquisa de cunho quantitativo, não experimental e de caráter descritivo. Para tanto foi elaborado um questionário semi-estruturado composto por 12 questões onde os seis profissionais que atuam na maternidade municipal de Barreiras – BA foram convidados a participar da pesquisa, caracterizando-se assim uma amostra não probabilística por adesão.   Os dados obtidos foram agrupados e posteriormente analisados e discutidos com estudos de mesma relevância. Levando em consideração o teor da pesquisa, visto que estes profissionais atuam na Saúde Pública e Privada realizando orientações à população a cerca dos riscos, prevenção e cuidados, bem como a solicitação de exames em atendimentos de Pré-natal é de suma importância estar sempre atualizados em relação à doença.   2.

DESENVOLVIMENTO   A Rubéola é uma doença infecciosa aguda, benigna e de etiologia viral caracterizada por exantema maculopapular, o aparecimento deste coincide com o período em que o nível de anticorpos está alto. Existem duas formas de apresentar a doença: adquirida ou congênita. O vírus dessa enfermidade é um ARN (Ácido ribonucléico), que possui um capsídeo icosaédrico e com envelope de natureza lipoproteica, este atinge as vias respiratórias altas e começa a se multiplicar nos gânglios cervicais, com a infecção do vírus os sintomas (se o invadido apresentar) só aparecerão após sete dias. Têm-se diferentes alterações ao infectar o embrião humano, como por exemplo: a redução da vida média das células infectadas, rupturas de cromossomas, redução do ritmo de crescimento celular, ou através da diminuição do número de mitoses e redução do número total de células ou ainda pela morte celular, o que pode influenciar o crescimento do embrião. O mesmo pertence à família Togaviridae, gênero Rubivirus e classe Rubella. Assim que termina a infecção materna, a infecção placentária pode ou não levar a infecção fetal disseminada, se esta ocorrer observa-se a reabsorção do embrião (HINRICHSEN et al, 2005).  Histórico da doença  Era conhecida por médicos árabes na remota antiguidade sob a denominação de Hhamikah, ela foi considerada uma forma de sarampo e escarlatina até meados do século XVIII. A denominação atual de Rubéola devido ao médico escocês Veale, em 1866, foi conhecida no Congresso Internacional de Medicina em Londres, em 1881. Foi considerada virose banal até o ano de 1941, foi chamada a atenção para a relação entre rubéola materna, catarata e cardiopatia congênita em RNs. A associação entre surdez congênita e rubéola materna foi conhecida em 1943. Em 1966 prepararam a vacina com vírus atenuado e realizaram os primeiros ensaios no homem (FREIRE; TONELLI, 2000).  Horstmann (1993, p.123) alega:   “As estimativas iniciais da incidência de defeitos congênitos associados com a infecção materna eram extremamente altas. Levaram alguns anos e pelo menos três grandes estudos epidemiológicos prospectivos na Suécia, Inglaterra e Estados Unidos, para ser possível colocar o problema em perspectiva e determinar os riscos reais para o feto quando a infecção ocorre durante a gravidez.”   Epidemiologia:  O pico de incidência ocorre em país de clima temperado e, entre os sexos a Rubéola não tem predileção. Por vezes, entre as mulheres há um maior registro da Rubéola congênita. O vírus tem como único hospedeiro o homem, incluso também pessoas de todas as idades, a doença chega a ser menos contagiosa que sarampo e varicela. Reinfestações são possíveis em alguns indivíduos, demonstrados por uma nova elevação de anticorpos em pessoas imunes e receptivas ao vírus, sendo que grande maioria dessas reinfestações são assintomáticas pelo fato de o vírus se encontrar no trato respiratório superior. É valido lembrar que gestantes portadoras do vírus podem transmitir ao seu feto. Os estudos no Brasil de soroprevalencia* contra a rubéola têm contribuído para informar que há um aumento no número da prevalência em crianças a partir dos seis anos de idade e mulheres que são infectadas durante a fertilidade. Até 1999 a faixa etária mais acometida era de crianças entre um a nove anos, incluindo-se também crianças de 10 a 14 anos. Já em 2000 foi observado um aumento na faixa etária de 15 a 29 anos, devido à implantação da vacina tríplice aliança (preventivas contra a rubéola, coqueluche, e sarampo. Entre 1997 e 2001 foram notificados 876 casos suspeitos de SRC (Síndrome de Rubéola Congênita), mas só 132 que foram confirmados. Houve 681 casos de rubéola em seis hospitais-maternidades em Pernambuco, recife no Brasil esses dados foram coletados entre 1998 a 2000 (HINRICHSEN et al, 2005).  Sinais e sintomas:  Todo individuo com febre baixa e manifestações cutâneas que se inicia na face, couro cabeludo e pescoço, disseminando-se para o tronco e membros acompanhados por edema dos gânglios linfáticos em geral é sugestivo de rubéola independentemente da idade e se está ou não com as vacinas em dias (BARROS, 2006).  Profilaxia:  Neves (2005, p. 134) conceitua profilaxia:   “É o conjunto de medidas que visam a prevenção, erradicação ou controle de doenças ou fatos prejudiciais aos seres vivos. Essas medidas são baseadas na epidemiologia de cada doença. (Prefiro usar o termo “profilaxia”, quando uso medidas contra uma doença já estabelecida e “prevenção”, quando uso medidas para evitar o estabelecimento de uma doença)”.   Por volta da 16ª semana de gestação a imunoglobulina IgG materna é transmitida ao feto, e na 20ª semana o feto começa a produzir seu próprio anticorpo (Ac) intra-uterina, mas a ausência não descarta infecção. A rubéola congênita tem sido associada a defeitos do sistema imune que resulta na incapacidade em produzir anticorpos (HORSTMANN, 1993).  Transmissão:  Propaga-se pela via respiratória, o período de infecciosidade se estende desde o período de incubação até o 5º ou 7º dia após o inicio do exantema. Principalmente por ocasião da infecção materna primária o vírus é transmitido através da placenta ao feto. RNs infectados inicialmente apresentam malformações, que são detectadas nos primeiros quatro anos de vida (HORSTMANN, 1993).  No conceito de Vranjac (2009), os indivíduos infectados transmitem ao pós-natal (RNs) por meio de secreções nasofaríngeas, sangue e urina. E ao feto a transmissão ocorre através da placenta, dessa forma, o RN equivalente ao feto pode transmitir o vírus através da urina, do sangue e por secreções nasofaríngeas.   Segundo Varella (2009, p. 34):   “Criança que nasce com rubéola pode transmitir o vírus por até um ano. Por isso deve ser mantidas afastadas de outras crianças e de gestantes.”   Horstmann (1993, p. 127) afirma o seguinte:   “O vírus da rubéola alcança a placenta e o feto basicamente através da corrente sanguínea, mas as células coriônicas* infectadas que se rompem e instalam em vários órgãos fetais são também uma fonte provável. A infecção placentária pode ocorrer sem transmissão ao feto. Entretanto, uma vez que o vírus se estabelece no tecido fetal, a infecção permanece crônica e prossegue pela gestação toda e nos primeiros meses de vidas. Quantidades cada vez menores do vírus são eliminadas pela garganta até aproximadamente um ano de idade, e o agente foi recuperado de um cristalino removido com quase três anos de idade.”  Imunização:  Os programas de vacinação têm como objetivo prevenir a infecção materna juntamente com a anormalidade fetal. Na epidemia de rubéola ocorrida nos EUA em 1964, foi registrado cerca de trinta mil casos de rubéola congênita, com alta mortalidade e considerável gasto de recursos, o que estimulou as pesquisas visando ao preparo de uma vacina eficaz. Os primeiros ensaios de vacinação no homem com vírus vivo atenuado foram utilizados em 1966, onde cientistas empregaram a cepa HPV-77 (high passage vírus) e a HPV-77-DE5, estas foram testadas respectivamente em rim macacos e células de embrião de patos, foram ainda preparadas às vacinas Cendehill e HPV-77-DK12 onde foram passadas concomitantemente em células de rim de coelhos e rim de cão. Esta ultima foi retirada do mercado em decorrência da alta incidência de reações colaterais (FREIRE, 2000).  Freire e Tonelli (2000, p. 67) afirmam:  “Já foram utilizados vários tipos de vacinas; no entanto, a vacina com a cepa RA27/3, isolada ou associada às vacinas anti-sarampo e anticaxumba (MMR2), e que utiliza cepa atenuada após 25 passagens do vírus em células de fibroblastos humanos, é a única atualmente liberada para uso nos EUA. No Brasil, a via utilizada é a subcutânea, na dose de 0,5ml. Quando utilizada por via nasal, confere imunidade local.”  Conforme Vranjac (2009), a imunidade passiva é adquirida por meio de anticorpos maternos. Já a ativa é através da infecção natural ou com vacinação, os filhos de mães imunes permanecem protegidos pelos anticorpos maternos. Isto, nos primeiros seis a nove meses de vida e, acredita-se que a imunidade ativa é duradoura, permanecendo assim por toda a vida.   Reincidência na gravidez e risco de embriopatia:  A recidividade durante a gestação só foi observada inicialmente após a infecção natural. Os primeiros casos de recidiva o durante a gravidez foram relatados em 1971. Os autores observaram três grávidas com reinfecção nas primeiras semanas de gestações, em todos os casos, verificaram elevação de quatro vezes o titulo de anticorpos do tipo IgG. Após os nascimentos, nenhuma das crianças evidenciou manifestações clínicas, sorológicas ou virológicas da rubéola congênita (HORSTMANN, 1993).  Existe um certo consenso a respeito da impossibilidade de ocorrer embriopatia* na reinfecção, uma vez que nesta não se verifica viremia. Contudo, há evidencias de quadros de rubéola congênita com embriopatia em filhos de mães imunes após infecção natural, pois apresentavam antes do parto, títulos de anticorpos > 1/16 (HORSTMANN, 1993).  Freire e Tonelli, apud Eilard e Stranegard (2000) relatam o seguinte caso:  “A criança era pré-termo, pequena para a idade gestacional e apresentava megalocórnia*, defeitos na câmara anterior do globo ocular e orelhas malformadas. Apresentava ainda diarréia, elevação da IgM e, à necropsia, foram encontradas persistência do canal arterial, coarctação* da aorta e hipertrofia do miocárdio. Os autores informam ainda que, após realizarem sorologia para rubéola em cerca de 40 mil grávidas, verificaram dois casos de reinfecção durante a gestação, com evidencia de infecção fetal.”   Adaptado ao conceito de Vranjac (2009) tem-se que: a infecção intra-uterina pode resultar no nascimento de uma criança sem nenhuma anomalia, no entanto pode chegar a provocar um aborto espontâneo. A prematuridade e o baixo peso ao nascer estão associados à rubéola congênita.   Tratamento:  Martinelli (2009) afirma: na gravidez não há tratamento para minimizar os efeitos de doença na criança, o que se precisa fazer é prevenção contra infecção. O contágio da gestante é preocupante, corre-se o risco de uma infecção fetal, com quadro clínico bastante complexo e grave. Sendo chamada SRC, seqüelas irreversíveis e/ou chegando ao óbito.  

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES  Através da análise dos dados obtidos, fatores relacionados fatores que demonstram o tipo de conhecimento por parte dos profissionais em relação à Rubéola. Entre estes dados destacamos: perfil do grupo amostra que traça o tempo de formação, se possuem curso de especialização ou capacitação na área, tempo de trabalho na maternidade municipal.  Na análise do tipo de conhecimento dos profissionais foram organizadas em grupos que avaliaram o agente transmissor da rubéola, as formas de transmissão, as formas de manifestação, os métodos utilizados para diagnosticar a doença, as formas de tratamento, os métodos profiláticos e a presença de contra indicações.  Segundo os dados que denota o perfil do grupo amostra, igualmente 43% afirmaram que seu tempo e formação é inferiores há cinco anos e entre seis e dez anos respectivamente. Entretanto, 14% já são formados a mais de dez anos. Deste total, 83% afirmaram possuir especialização e 17% não realizaram curso de especialização. De todos os profissionais que afirmam possuir especialização, apenas 11% afirmam que a especialização foi realizada na área de atuação.   Segundo dados que afirmou o tempo em que estes profissionais atuam na maternidade, 67% atuam no local entre um e cinco anos, 17% a mais de cinco anos e 16% atuam a menos de um ano. Isso demonstra que mesmo muitos profissionais que atuam na área, não possuem um longo período de formação e, além disso, não possuem especialização na sua respectiva área de atuação.  Os dados apontam que apenas 25% dos entrevistados realizaram cursos de aperfeiçoamento na área e 75% afirmaram que realizam cursos em áreas diversas, porém que não se enquadram na sua atividade atual.  Em relação ao conhecimento, 50% dos entrevistados afirmaram que o causador da Rubéola é um vírus, e 50% não souberam dizer quem é o agente transmissor. A Rubéola é causada por um vírus pertencente à Família dos Togaviridae, sendo seu Gênero Rubivirus (HINRICHSEN, et al. 2005).  Um dos fatores mais relevantes na conduta perante os quadros patológicos é o conhecimento sobre o agente causador da doença, uma vez que as medidas preventivas e profiláticas são estipuladas segundo a natureza do agente como potencial fonte de infecção.  Segundo as formas de transmissão, 50% afirmaram que a transmissão se dá somente através de secreções nasofaringeas e 50% afirmam que além das secreções nasofaringeas pode ocorrer transmissão vertical.   O contágio dá-se de modo direto por meio de secreções nasofaríngeas e, menos freqüente, de forma indireta por meio de objetos contaminados recentemente pelas secreções. A rubéola congênita é transmitida de mãe infectada para o feto através da placenta, e o vírus pode infectar os embriões e fetos, provocando doenças crônicas progressivas que pode manifestar- se logo após o nascimento ou mais tardiamente. Quanto mais precoce a gravidez da mãe infectada, maior é o risco de embriopatia (MORAES, 2006).  Em relação à manifestação da rubéola, 100% dos entrevistados afirmaram corretamente as manifestações clínicas provocadas pela patologia. As manifestações clínicas apresentam-se na forma adquirida com presença de febre, exantema e linfadenopatia; porém em quase 25% dos casos pode apresentar-se de forma inaparente. A rubéola congênita caracteriza-se pelo retardo no crescimento intra-uterino, catarata, microcefalia, surdez, defeitos cardíacos e deficiência mental, podem também provocar aborto do feto contaminado ou parto prematuro da criança com baixo peso (MORAES, 2006).  Segundo as formas de diagnosticar a doença, 67% dos entrevistados não souberam afirmar quais as formas são indicadas nos casos de suspeita da doença, e 33% souberam afirmar quais formas são utilizados na confirmação da patologia.  O diagnóstico da rubéola baseia-se essencialmente no quadro clínico, Os exames laboratoriais pouco auxiliam no diagnóstico, pois o hemograma não é elucidativo e a cultura do vírus pode ser positiva somente até o 14º dia após o exantema. Os anticorpos aparecem três dias após o início do exantema e persistem por toda a vida (MORAES, 2006).  Em relação ao tratamento, 83% dos entrevistados afirmam não haver tratamento específico para a rubéola, 17% não souberam opinar em relação às formas de tratamento. Nos casos de contra indicação dos métodos preventivos, 12% afirmaram ser contra-indicados durante a gestação e 88% não souberam quais as contra indicações dos métodos profiláticos da rubéola.  Não existe tratamento específico para rubéola, sendo usados apenas medicamentos sintomáticos, e nos casos de profilaxia é feita por meio de vacinação, e uma dose confere imunidade prolongada. Porém para evitar riscos de infecção em mulheres grávidas, recomenda-se administração de duas doses. Por isso seguir rigorosamente o calendário de vacina do pré-natal, e também em casos de imunossupressão passageira ou permanente (MORAES, 2006).  Podemos perceber a importância do conhecimento dos profissionais de saúde, principalmente pelos enfermeiros que atuam diretamente na atenção básica de saúde e nos pré-natais para que possamos reduzir o número de casos desta patologia que ainda nos dias atuais vem causando sérios problemas na população e também a capacitação destes profissionais para que atuem nas ações educacionais promovendo saúde.   4.

CONCLUSÃO  Ao retomar os objetivos propostos no estudo, pode-se dizer que os mesmo foram atingidos. A análise dos dados encontrados possibilitou identificar quanto ao perfil da amostra que houve um predomínio de profissionais que atuam a menos de cinco anos (33%), 83% possuem especialização, porém apenas (11%) na área de atuação. Concluímos também que (67%) atuam a menos de cinco anos e nesse período (75%) realizou curso de aperfeiçoamento, porém não na área de atuação.  Quanto ao conhecimento, 50% sabem quem é o agente transmissor e (50%) sabem de que forma se da à transmissão. Todos os entrevistados (100%) sabem identificar os sintomas da doença e 67%% não sabem qual procedimento que utilizar na suspeita da doença. Em relação à prevenção da doença 83% fazem corretamente as medidas de controle e sabem informar as contra indicações na prevenção.  Com isso pode-se concluir que mesmo os profissionais sabendo identificar o agente transmissor, tomarem a conduta correta tanto na forma preventiva quanto no tratamento da doença, observa-se que há um descaso por parte das autoridades de saúde, uma vez que nem todos os profissionais participam de cursos de especialização e capacitação em suas áreas de atuação. É imprescindível o investimento na qualificação destes profissionais que atuam de maneira intenção na prevenção de doenças e promoção de saúde. 

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