INTRODUÇÃO

O estado do Rio de Janeiro possui uma geografia vibrante e dinâmica, principalmente em seu núcleo metropolitano – a cidade do Rio de Janeiro. Este dinamismo se deve, entre outras coisas, à posição de destaque do Rio de Janeiro ao longo da história política e econômica do Brasil. O objetivo deste trabalho é abordar as principais características da geografia fluminense, enfatizando suas especificidades regionais e suas distintas geografias pretéritas.

 

1 – ESTADO DO RIO DE JANEIRO: CARACTERÍSTICAS GERAIS

Nas pósteras páginas, abordaremos sinteticamente as principais características da geografia fluminense, a começar por seu contexto geográfico pretérito.

 

1.1 – As geografias de outrora – Em razão do rentável comércio do Pau-Brasil, o litoral fluminense atraiu colonizadores portugueses e franceses no século XVI. Em 1555, chegou à Baía de Guanabara uma esquadra comandada pelo francês Villegaignon, que fundou a França Antártica – um núcleo francês no Rio de Janeiro. Derrotados pelos portugueses liderados por Estácio de Sá, os franceses foram definitivamente expulsos em 1560. A vitória dos portugueses sobre os franceses marcou a origem da cidade do Rio de Janeiro, fundada em 1º de março de 1565.

 

1.2 – Povoamento – O processo de povoamento do estado do Rio de Janeiro ocorreu por meio de caminhos singulares: os caminhos do ouro que ligaram o estado fluminense a Minas Gerais; os caminhos do café no vale do rio Paraíba do Sul; os caminhos do açúcar do norte fluminense, entre outros caminhos. Resumindo, podemos dizer que – em seu processo de povoamento – o estado do Rio de Janeiro foi influenciado por quatro dos grandes ciclos econômicos brasileiros quais sejam o ciclo do Pau-Brasil (ainda no século XVI), o ciclo do açúcar (entre os séculos XVI e XVIII), o ciclo do ouro (entre os séculos XVII e XVIII) e o ciclo do café (entre os séculos XVIII e XIX).

1.3 – População – Com 17.200.000 habitantes, o Rio de Janeiro é o terceiro estado mais populoso do Brasil, depois de São Paulo e Minas Gerais. Vale salientar que 39% dos fluminenses (quase 7 milhões de pessoas) vivem na cidade do Rio de Janeiro.

 

1.4 – Área – Com uma área de 43.780.172 Km², o Rio de Janeiro é o terceiro menor estado brasileiro, ficando atrás apenas de Sergipe e Alagoas.

 

1.5 – Localização – O Rio de Janeiro, uma das 27 unidades federativas do Brasil, situa-se no Centro-Sul, mais especificamente na Região Sudeste do país, tendo como limites os estados de Minas Gerais (norte e noroeste), Espírito Santo (nordeste) e São Paulo (sudoeste), além do Oceano Atlântico (leste e sul).

 

1.6 – Organização político-administrativa – O estado do Rio de Janeiro é dividido em 92 municípios. Um deles é o município do Rio de Janeiro, a capital do estado fluminense.

 

1.7 – Vegetação - Na época do descobrimento do Brasil a Floresta tropical, chamada Mata Atlântica, cobria 97% do estado do Rio de Janeiro. De lá para cá a cobertura vegetal sofreu grandes modificações e as matas costeiras foram sendo devastadas, inicialmente pela extração de Pau-Brasil e depois para o fornecimento de material de construção e para intensa exploração agrícola. Das primeiras décadas do século XVII até o início do século XIX, a lavoura de cana-de-açúcar dominava a baixada fluminense em todo o contorno da baía de Guanabara até Araruama (FERNANDES, 2006). Hodiernamente, restam apenas 30% da cobertura vegetal original, principalmente nas elevações e nas áreas protegidas (SILVA, 2018).

 

1.8 – Clima – Por sua localização latitudinal, dentro da região intertropical, o clima fluminense é tropical – predominantemente quente e úmido. No entanto, dentro do Estado do Rio de Janeiro, a temperatura e a distribuição das chuvas pelos meses do ano variam, principalmente, de acordo com o relevo e com a proximidade do mar. Quanto maior for a altitude, mais baixa é a temperatura. Quanto mais perto do mar, mais amena será a temperatura. Desta forma, percebemos dentro do território fluminense, a predominância de três variantes climáticas: o clima Tropical Semiúmido (no interior do estado), o clima Tropical de Altitude (na região Serrana e em outras áreas elevadas) e o clima Tropical Úmido (ao longo do litoral).

 

1.9 – Relevo – O relevo do Estado do Rio de Janeiro apresenta escarpas, mares de morros, colinas, vales e uma extensa área de planalto que ocorre na região oeste do território. O ponto mais elevado do estado é o Pico das Agulhas Negras. Com 2.787 metros de altitude, a citada elevação compõe a Serra Mantiqueira (cadeia montanhosa que se estende por três estados do Brasil: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro). No estado é possível encontrar duas unidades de relevo distintas: a Baixada Fluminense (planície localizada na Região Metropolitana) e o Planalto Fluminense – localizado no interior do estado, na Região centro-sul. (FREITAS, 2020).

 

1.10 – Economia – O Rio de Janeiro possui o terceiro maior PIB (produto interno bruto) entre os estados brasileiros, ficando atrás de São Paulo e Minas Gerais. A economia do Rio de Janeiro tem como principal atividade econômica o setor industrial de onde 46% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado é proveniente. Apenas 0,7% do PIB do Rio de Janeiro é oriundo da agricultura. O comércio, o turismo e os demais serviços são responsáveis por 53,3% da economia estadual. A economia do estado gira em torno da extração do petróleo na Bacia de Campos (principal fonte de petróleo do país) e do setor de serviços, especialmente o setor de turismo. A capital Rio de Janeiro é um dos principais destinos turísticos no país e muitas cidades do litoral são famosas pelas suas praias, como Cabo Frio, Arraial do Cabo, Búzios e Saquarema. Além disso, o estado também possui cidades de grande valor histórico-arquitetônico, como Parati e Vassouras, que preservam muitas casas das épocas dos ciclos do ouro (século XVIII) e do café (século XIX), respectivamente. As regiões de serra (a chamada serra Fluminense) também têm grande frequência turística, especialmente nos meses de inverno. No mais, a capital fluminense abriga as sedes de importantes empresas brasileiras como a Petrobras, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, a Vale e a Rede Globo.

CONCLUSÃO

O estado do Rio de Janeiro é marcado por uma grande desigualdade (econômica, demográfica, política, social...) entre o seu núcleo metropolitano – a cidade do Rio de Janeiro – e o seu interior. Para entender a causa de tamanha discrepância, é necessário analisar o passado do estado fluminense onde se vê uma separação entre o interior e a capital por mais de 140 anos (de 1834 a 1975). Nesta síntese sobre a geografia fluminense, procuramos destacar as características gerais do estado do Rio de Janeiro. Em uma outra oportunidade, abordaremos a história política fluminense no intuito de entender a dinâmica espacial das distintas regiões do estado.

 

REFERÊNCIAS

FERNANDES, Marcio Luis. A Valorização do “Espaço” produzindo a valoração do “Lugar:” O caso de Ilha de Guaratiba – R.J. 2006. 56 f. Monografia (Especialização em Geografia) – Instituto de Geografia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.

FREITAS, Eduardo de. "Aspectos naturais do Estado do Rio de Janeiro "; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/aspectos-naturais-estado-rio-janeiro.htm. Acesso em 24 de fevereiro de 2020.

LESSA, Carlos. O Rio de Todos os Brasis: Uma Reflexão em Busca de Auto-Estima. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. 478 p.

RIBEIRO, Miguel Ângelo Campos. Geografia do estado do Rio de Janeiro. Gramma: Rio de Janeiro, 2011.

SILVA, Renato Cândido da. Vegetação do estado do rio de Janeiro: Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: https://www.infoescola.com/geografia/vegetacao-do-rio-de-janeiro/. Acesso em 24/02/2020.