Depois de franquear os umbrais do Templo, a caminhada é por conta de cada um, de acordo com o seu empenho pessoal e a sua perseverança no despertar, pelo estudo e a reflexão, esse novo estado de consciência.

Mas para chegarmos de nossa condição de neófitos à identificação com esse estado ideal de consciência devemos fazer um trabalho constante, em todos os aspectos, de burilamento, de aperfeiçoamento, de retificação e de lapidação da pedra que somos, com as ferramentas ou instrumentos simbólicos de que dispomos.

Uma vez iniciado esse caminho, por uma questão de comprometimento pessoal, moral e intelectual, de lógica e de bom senso, jamais deveremos em sã consciência retroceder ou abandoná-lo, ainda que continuemos a trilhá-lo do lado de fora de um templo convencional, porque na verdade, o templo ideal a ser edificado, pedra sobre pedra, é o Templo da Concórdia Universal.

Não é bom para quem um dia tenha ingressado na trilha do conhecimento, depois de uma certa idade chegar à infeliz conclusão de que tudo não passou de uma ilusão e um equívoco e que nada se aprendeu, embora o simbolismo, a doutrina e a liturgia de cada grau, permaneça gravado em nosso inconsciente e se manifeste, a cada passo, à nossa consciência, em todas as situações de nossa vida, mostrando-nos, por aferição com um determinado arquétipo, o caminho a seguir.

Na verdade, tudo o que vier a nos suceder nos planos físico, moral e espiritual, de bom ou de mau, poderá ser avaliado e explicado por um determinado aspecto, simbólico ou litúrgico, da cerimônia de iniciação.

Os símbolos e alegorias do Templo da Sabedoria representam a realidade visível e invisível com que iremos nos defrontar em nossa caminhada, desde o nosso renascimento até a morte, e quiçá além da existência física, de modo que vão nos orientar, pela reflexão (em nossa própria câmara interior), a encontrar a resposta para todas as indagações e para a efetiva administração de nossos problemas existenciais ou daqueles a quem, por estarem vinculados a nós carmicamente, nos propomos ajudar.

Tudo o que ali está expresso existe na natureza, dentro e fora de nós mesmos, sendo o templo, como sabemos, uma representação simbólica nos três aspectos da natureza, do indivíduo (que pode ser um templo a ser concluído ou edificado em si mesmo ou abandonado, onde crescem as ervas do vício, da perversidade e da ignorância ... ) e finalmente, do próprio Universo.

Como diz a sentença: "O que é dentro é fora, o que é em cima é em baixo".