O SUCESSO DA VISITA DE PELÉ EM CAPINZAL (SC) NA DÉCADA DE 80!

O SUCESSO DA VISITA DE PELÉ EM CAPINZAL (SC) NA DÉCADA DE 80! 

Professor Me. Ciro José Toaldo

Nasci e me criei tendo o Pelé como grande ídolo do futebol, pois aprendi com o meu saudoso pai (in memoriam) que era um grande desportista este tinha em Pelé, não apenas um jogador, mas um batalhador e vencedor. O tempo foi passando e a vida seguiu seu percurso. A casa de meus pais, situada na cidade do meio oeste catarinense de Capinzal, próximo a ela havia o ‘Frigorifico Ouro’, neste estabelecimento meu pai tornou-se gerente, contudo, no início dos anos oitenta este empreendimento foi vendido para a Perdigão, na época tinha sua sede em Videira SC.

 Para alavancar a produção de suas unidades, a Perdigão levou o Pelé que fez turnê nos frigoríficos desta empresa, fato que elevou a estima dos funcionários e trouxe animosidade para todos. Lembro que foram inúmeras fotos que este jogador tirou com todos os que desejavam inclusive atribuindo autógrafos. A cidade de Capinzal, mediante essa visita acabou parando para ver de perto o Pelé.

Trago em minhas recordações este momento de grande alegria na vida de meu pai, desportista do Arabutã, clube de futebol de Capinzal, quando ele recebeu em seu local de trabalho a visita de seu grande ídolo, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. Lembro-me de sua felicidade quando chegar do seu trabalho dizendo que havia tirado uma foto ao lado do Pelé no Frigorífico.

Obviamente essa visita foi um sucesso imenso e de grande repercussão, tanto na cidade, como na região, uma vez que se tratava de uma ação da Empresa Perdigão que estava desenvolvendo em todas as suas unidades, de modo particular em Capinzal.

Nesta época o administrador do município, prefeito, era o Senhor Celso Farina que acompanhou todas as visitas feitas por aquele ídolo do futebol brasileiro. Aliás, este prefeito por ter o vinculo com os meios radiofônicos promoveu entrevistas e uma série de encontros entre os munícipes, autoridades e a sociedade de um modo geral. O gerente geral da Perdigão, pois havia duas unidades em Capinzal era o Senhor Altair Zanquetti que também tinha visão empreendedora e fez deste acontecimento um ato de relevância social. Esse acontecimento ocorreu no início dos anos oitenta, mobilizando grande parte da sociedade capinzalense e ourense.

Ainda na atualidade, passados quarenta anos deste episódio é comum chegar à casa de algumas pessoas e elas mostrarem a sua foto ou do seu ente querido, junto com o Pelé, fato que é motivo de orgulho e regozijo para eles!

 Esse episódio por muito tempo foi lembrado na casa de meus pais, onde havia uma espécie de quadro com a sua foto com seu ídolo. Portanto, essa visita foi um grande marco na história de vida dos funcionários da Perdigão e de grande parte do povo de Capinzal onde mobilizou a impressa e a comunidade.

O dia vinte e nove de dezembro do ano de dois mil e vinte e dois ficará marcado na história, dia este em que os noticiários divulgaram a morte do Pelé. Particularmente quando recebi essa noticia, veio em minha mente à imagem de meu pai junto com o Pelé, num raro momento em que foi possível ver a expressão facial de muita alegria no rosto do pai.

Esse acontecimento proporciona uma verdade: os ídolos sempre irão existir, seja no passado ou no presente, entretanto, não se deve viver da idolatria, nem de adoração, mas, deveríamos observar o caminho traçado pelos ídolos, espelhar-se neles, observá-los, entender sua determinação, confiança e a vontade em se tornar um vencedor. Tratando-se de Pelé, cinquenta anos depois, quantos buscam superá-lo em termos de futebol, mas, poucos poderão chegar aos seus pés, pois em termos de futebol, de brilho, determinação, garra, vontade e outros valores, tanto o Brasil como o mundo, dificilmente terá um craque como Pelé.

De fato, nosso Brasil vai perdendo os seus craques, ídolos e aquelas pessoas que fizeram tantos se alegrar, como o fez Pelé em sua visita à Perdigão.

A geração dos mais novos terá que aprender muito com Pelé, Senna, Garrincha e outros tantos, pois para se chegar ao pódio da vida não é fácil e requer determinação e objetividade. Acredito que em sua simplicidade meu saudoso pai, dado a sua vida de difícil condição foi tendo seu aprendizado por enfrentar tantas mazelas que a vida lhe apresentou, assim, como Pelé superou as adversidades, também, meu pai, da sua forma e jeito, tornou-se um vencedor!

Descansa em paz Pelé, por mais que tente tirar seu brilho, quem nasceu para ser estrela, jamais terá seu brilho ofuscado.