UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ- UVA

CURSO: LETRAS- HABILITAÇÃO- LÍNGUA PORTUGUESA

ALUNA: LÍVIA SOUSA GUIMARÃES

PROFESSOR: VICENTE JUNIOR

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O SIMBOLISMO NO CEARÁ

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SOBRAL- CE

2015

            A presente resenha tem por objetivo mostrar a importância do Simbolismo, dando um enfoque maior ao simbolismo no Ceará. Exatamente contrário ao parnasianismo o simbolismo é ante- parnasiano, ou seja, aquela formalidade para os autores simbolistas não serve, tem que ser algo que retorne a subjetividade.

            O parnasianismo apresentava características do naturalismo e do realismo, já no simbolismo encontraremos semelhanças com um período anterior ao realismo, o romantismo.

            A subjetividade, o “eu” vai estar presente, só que de outra maneira, o romântico ele se mostra muito direto, mostra o mundo, vive a melancolia, a saudade e o que influencia seu dia a dia. O simbolista diferente do romântico ele vai sugestionar, vai mostrar que algo está acontecendo, porém vai deixar em aberto ao leitor, aparecerão nos textos figuras de linguagem, situações diferentes que nós leitores tentaremos interpretar o que de fato os autores querem nos mostrar através de seus textos.

            No Ceará o simbolismo é praticado por Lopes Filho e Lívio Barreto, sob a influência de poetas portugueses, dos quais podemos citar Antônio Nobre, estética que foi contemporânea e totalmente independente do movimento do sul do país.

            Ó Nirvana! Repousa absoluto e completo!

            Sonha, Espirito meu, eleva- te às alturas,

            Onde as Águias do Céu, no teu mundo dileto

            Olham, cheias de horror, as pobres criaturas.

            Ó Ideal do amor imaterial e casto,

            Harmonias dos sons, combinações da cor

            Encantado País, Mundo mais que este vasto,

Ó região que eu sonho! Ó região do Amor!

É notório no poema simbolista acima de Lopes Filho, a presença constante das letras maiúsculas alegorizantes, significando que o eu- lírico dá uma importância maior a essas palavras deixando assim o poema ainda mais simbólico e misterioso. As palavras “absoluto”, “sonha”, “espírito”, “imaterial”, “sonho”, “encantado” remete a um mundo espiritual, abstrato, estranho. Já o tom pessimista, negativo, decorrente do poema é percebido pelas expressões “horror” e “pobres criaturas”.

Poetas! Meus irmãos! Febris adoradores

Do Luar e do Sol que morre quando desce

A noite sob o pólio auricolor dos Astros

De joelho, irmãos! Rezemos nossa prece

Amigos, a rezar! Nós que vamos de rastros

Por este mundo vil de mágoas e negrores.

Aqui a musicalidade é percebida pelas rimas finais como em “adoradores/negrores”. “desce/prece” e “Astros/astros”, além de aliteração /S/ no primeiro verso da segunda estrofe.

            Portanto foi na Padaria Espiritual onde brotou o simbolismo cearense regado de obras de Portugal, cujo são frutos os phantos (1893) de Lopes filho e Dolentes (1897), de Lívio Barreto, sendo o último póstumo.

Referências

 

<w.w.w.ilhadalinguaportuguesa.blogspot.com.br/2012 >Acesso em 14 de setembro de 2015.

<w.w.w.literaturasemfronteiras.blogspot.com.br/2010 > Acesso em 14 de setembro de 2015.