O SIGNO LINGUÍSTICO E SUAS CARACTERÍSTICAS NAS IDEIAS SAUSSURIANAS

É possível dizer que qualquer objeto, som, palavra capaz de representar outra coisa constitui signo. A relação de palavra e imagem é chamada por Saussure como: O significante: apresentação física do signo, de forma sonora e/ou imagética. E o significado: conceito que permite a formação da imagem na mente de um indivíduo quando ele entra em contato com o significante. Neste sentido Barthes (1991, p. 43) afirma as ideias de Saussure ao afirmar que “o plano dos significantes constitui o plano de expressão e o dos significados o plano de conteúdo.” Estes constituem os signos da língua uma vez que o signo é o resultado de significado mais significante. Assim significado + significante=Signo.

Benveniste (1989, p. 227/228):

Cada signo entra numa rede de relações e de oposições com os outros signos que o definem, que o delimitam no interior da língua.  Quem diz “semiótico” diz “intralinguístico”.  Cada signo tem de próprio o que o distingue de outros signos.  Ser distintivo e ser significativo são a mesma coisa.

De acordo com as ideias Saussurianas, a Língua não é nada mais que um sistema de valores puros sendo, pois um fato social, produto da coletividade Para perceber que a língua não é senão um sistema de valores, o linguista parte da análise de dois de seus aspectos básicos, as ideias e os sons. Assim pode-se dizer que o signo linguístico é resultadode relações, ou seja, de um sistema, portanto, não existe a priori, não é dado previamente.

Para Saussure (2001, p. 80-1), “o signo linguístico é, pois, uma entidade psíquica de duas faces”, é ainda “a combinação do conceito e da imagem acústica”. Já Bakhtin (2002) assevera que o signo é para o homem a mola propulsora que o induz às transformações socioculturais, tendo em vista a sua natureza ideológica.

Nas ideias de Saussure é possível perceber três concepções básicas para a compreensão da teoria da língua enquanto sistema, em Saussure: considerações acercado signo linguístico, arbitrariedade do signo e caráter linear do significante. Para ele natureza do signo linguístico está caracterizada pelas terminologias que correspondem a uma complexidade de coisas que estabelecem relações no sistema linguístico colocando em foco um jogo de sistemas conceituais. O que na ideia de Pierre Guiraud (1980), implicaria dizer que: “o signo é, portanto um excitante – é o que os psicólogos dizem de um estímulo, cuja ação sobre o organismo provoca a imagem memorial de outro estímulo; a nuvem evoca a imagem da chuva, a palavra evoca a imagem da coisa”.

No tocante aos princípios temos o primeiro que diz respeito á arbitrariedade do signo linguístico. No pensamento Saussuriano, os laços que unem significantes e significado são arbitrários e, como o signo não é o resultado da união entre significante e significado, resulta que podemos dizer que o signo linguístico é arbitrário. Ele explica o significante arbitrário em relação ao significado, por não nenhum laço natural na realidade.

Depois se pode constatar um segundo princípio que é  o da linearidade do significante. Este talvez fosse o ponto mais obvio da teoria de Saussure ao enfocar por desenvolve-se no tempo e, sendo assim, tem duas características que toma do tempo: 1) representa uma extensão, 2) essa extensão é uma linha. Assim pode-se dizer que os componentes que integram um determinado signo se apresentam um após o outro, tanto na fala como na escrita.Esse princípio explica por que proferimos um signo após o outro, para que consigamos enunciar uma sequência fônica que equivalha a um signo dotado de significação. A significação de cada signo linguístico é passada de geração a geração e, em certo momento, convencionou-se chamar ao objeto mesa de /meza/ e isso se perpetua devido à imutabilidade do signo. A imutabilidade corresponde ao fato de que não podemos mudar o nome de um elemento por vontade própria, pois se já existe um nome para os objetos, a tendência lógica é que esse nome permaneça.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAKHTIN, Mikhail.Marxismo e filosofia da linguagem. 9. ed. São Paulo: HUCITEC, 2002.

BARTHES, Roland. Elementos de Semiologia. São Paulo: Cultrix, 1972.

BENVENISTE,  Emile.  Problemas de linguística  geral  II. Campinas: Pontes, 1989.

PEIRCE, Charles S. Semiótica. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2000.

PEIRCE, Charles S. Semiótica e Filosofia. 9. ed. São Paulo: Cultrix, 1993.

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de lingüística geral. 30. ed. São Paulo: Cultrix. 2001.

VIGOTSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins fontes, 1998.

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