Não existe igualdade no mundo corporativo para as classes trabalhadoras, muito se fala de trabalho em equipe no mundo atual, mas o que realmente se caracteriza essa expressão corporativa: “equipe”?  

No entanto, há empresas que acreditam que treinamentos motivacionais e capacitação coletiva consiga sanar essa falha na comunicação gritante entre o que o empresário acredita ser trabalhar em equipe com o que o funcionário/colaborador vivencia no seu dia a dia nas empresas. 

Um exemplo clássico, é simples forma que os chefes tratam seus subordinados, o jeito de cumprimentar ou não cumprimentar, tudo isso é característica da forma errada de praticar a visão e missão de uma empresa, tendo em vista que afeta as condutas e valores mais primários de um ser humano, ser cumprimentado ou não pelo seu chefe fere os preceitos de aceitação e visibilidade que projeta neste ou aquele indivíduo o sentimento de rejeição ou aceitação. Não se trata apenas de falta de respeito ou parcimônia, mas de atitudes antiprofissionais que acarretam em grandes demandas de problemas emocionais e relações de sobrevivência dos negócios. 

Tratar um funcionário com cordialidade e gentileza deveria ser um dos preceitos naturais das empresas, tendo em vista, que sim, funcionários são ativos das empresas, são eles que determinam quanto de sucesso a empresa sobreviverá aos longos das décadas futuras. As empresas são externação de nossas casas, se o ambiente não for atrativo, pode se tornar uma praça de guerra, pessoas mal-humoradas, estressadas, deprimidas, doentes e assustadas. As exigências curriculares para a entrada nas empresas não refletem a estrutura de suas funções, muitas vezes o funcionário é contratado para determinado cargo e acaba fazendo atividades diferentes do seu contrato, por causa da palavra “adaptável”, mas a pergunta que não quer calar: isso é produtivo? 

Muitas vezes, o funcionário se permite fazer novas atividades, por medo de represália e se sente excluído e não rende o bastante. Não, é errado as ascensões profissionais, mas percebe-se que aproveitar certos funcionários para certos cargos é dar um tiro no pé, falta traquejo e experiência para lidar com as responsabilidades extras e assim acontece um novo fenômeno do mundo corporativo: “delegar”, encontrar pessoas que possam fazer os serviços por eles, é totalmente desconfortável para quem recebe essa cruel tarefa de fazer o trabalho de outra pessoa, que certamente, não receberá as glórias do trabalho finalizado. 

As carreiras profissionais estão tendo uma releitura drástica nos últimos anos, fato percebido claramente nas empresas, pois só o currículo não basta para que a pessoa se sinta protegido na sua profissão escolhida, querem que o profissional seja adaptado, responsivo, obediente e envolvido  a trabalhar em vários segmentos e aprender na marra ou desistir sob estresse ou doenças mentais como as síndromes de depressão burnout, as funções estão sendo sucateadas e os cargos de nível melhores estão sendo ocupados pelo fator “tempo”, isso causa um caos na estrutura corporativa, pois são despreparados e sem cultura empresarial e assumem atividades e demandas às quais tem dificuldades de gerenciar, dar oportunidades internas, deveria partir das experiências externas e da capacidade de responder as pressões que ao longo do processo poderá surgir. As empresas podem se reinventar e promover um banco de reservas de pessoas capacitadas, mas precisa, primeiro melhorar as formas de tratamento interpessoal entre as chefias e subordinados, para depois capacitar com atos motivacionais. 

Não adianta ter uns processos seletivos eficientes, se os cargos não são funcionais. Acredito na preservação dos direitos básicos do ser humano, receber os mesmos tratamentos por trabalhar na empresa, tanto lideres, quanto o menor funcionário de escala de uma empresa, deveria ser recebido com um bom dia ou aceno de cabeça, o funcionário trabalharia feliz e evitaria as doenças e passivos trabalhistas.

Maria Aparecida de Freitas R. Vitório

Contadora - CRC/MG 088896