SAUDOSISMO EM ALTA!

Professor Me. Ciro José Toaldo!

 

            Enquanto muitos se digladiam por tantas picuinhas, escrevo o segundo artigo ao Jornal O Tempo, buscando na memória boas recordações de Capinzal e região. Argumentei no artigo anterior que passei o Natal nesta Terra abençoada junto dos meus queridos e, sintonizado nos bons fluídos vivenciados nas paragens do Rio do Peixe, vou trazer o saudosismo da infância, pedindo que os bons espíritos possam proporcionar fluidez em que escreverei!

            Antes de tudo: viver é uma arte, entre altos e baixos, a existência segue seu rumo tendo os opostos, como bem/mal, alegria/tristeza, vida/morte e os momentos em que nos sentimos santos ou míseros pecadores, desta forma é que se degustam belos encantos vivenciados em momentos inesquecíveis que até se tornam nostálgicos. Para este artigo, como irei me reportar ao passado e a as minhas memórias, resolvi intitular essa escrita simplesmente de ‘saudosismo em alta’.  

            E, a ideia é trazer a saudade do que foi bom. Talvez o que mais esteja faltando para a nossa sociedade consumista e muitas vezes focada na materialidade, são os momentos de leite advindo de atitudes e vivencias simples, sem pompa ou glamour. E, nada melhor que iniciar nos primórdios, ou seja, resgatando parte da infância, obviamente que nesta fase, nem todos os episódios acabam sendo registrados pelo cérebro humano, mas, em muitos casos quando estamos frente a algumas imagens, a instigação leva a possível lembrança. No caso que desej9 retratar, diz respeito à parte do tempo de meninice, quando frequentava o Jardim de Infância, em Capinzal, SC, no educandário que recebia o nome de “Colégio Mater Dolorum”. Nesta época a professora era uma religiosa, chamada de Irmã Gezualda. Havia outra religiosa que não lembro o seu nome. Não faz muito tempo, encontrei uma foto com todos os colegas de turma desta fase. Observando aquele retrato, contei mais de cinquenta crianças, todas uniformizadas, inclusive minha mãe guardou este uniforme até pouco tempo entre as ‘relíquias de suas recordações’! Mencionar o nome de todos do referido retrato é difícil, contudo, lembro-me de alguns com as quais continuei os estudos, inclusive com vários nos formamos no antigo ginasial!

O que posso garantir é que essa foi uma fase alegre e de deslumbre, não apenas pela forma como éramos tratados, mas, aquele local era encantador, inclusive não esqueço a primeira vez que avistei a gruta na entrada do Colégio, pois tipo uma cachoeira que nascia nos pés de uma Santa, creio ser Nossa Senhora das Dores e que formava um pequeno lago tendo diversos peixes coloridos que diferentes tamanhos. Ainda sonho com aquela gruta maravilhosa. Quando passo em frente daquele educandário, que está em pleno funcionamento, sendo uma Escola Estadual, surge a lembrança destas imagens que parecem estar vivas na memória!

Outra lembrança de infância, pena não ter registro de momentos como quando havia a falta de água e, juntamente com minha mãe e vizinhança, descíamos até o Rio do Peixe e na sua água transparente e corrente, aquelas empenhadas donas de casa, lavam as roupas da família, sobre pedras ou no lavador de tábua, enquanto fazíamos alvoroço com as brincadeiras na água, inclusive sendo tocados pelos peixinhos em nossos pés! Que boa lembrança! Espero que os meus colegas da Rua Carmelo Zocolli, em Capinzal, SC, tenham em suas mentes essas belas recordações!

A respeito de água, nesta última vez que estive em Capinzal, no final de dois mil e vinte e dois, observei que o Senhor Geraldo Spilmann (filho de meu barbeiro por muitos anos), postou no Facebook que a Marcenaria São José, do Ouro, SC, foi desmanchada, sendo que sua construção havia sido edificada em cima de uma sanga (pequeno córrego) que desce da Coxilha Seca. Meus avós maternos, Ciro e Leonor (in memoriam), no fundo de sua antiga propriedade, essa sanga passava. Recordo do açude que Nonno Ciro fez para levar água ao tanque, onde Nonna Leonor lava as roupa. Havia um pé de marmelo e um taquaral que deixavam aquele lugar ainda mais agradável.

Muito saudosismo para um pequeno relato. Mas, é muito bom ter um espaço para escreve e recordar boas lembranças da existência. Obrigado ao “Jornal O Tempo”. Quiçá as novas gerações também possam desfrutar e entender o quanto é importante cultivar as boas recordações de nosso viver!

Fiquem com Deus.

Até o próximo!