“O SACI; SEUS MISTÉRIOS E PORQUÊS”


O Saci como síntese da diversidade cultural brasileira 

    Saci-Pererê, Saci-Cererê, Saci-Trique, Saci-Saçurá, Matinta-Pereira, Martim-Taperê, Martim-Cererê... As variantes onomásticas são muitas, mas a entidade mítica, apesar de também variar geograficamente, converge quase sempre para caracterísricas físicas, indumentárias e comportamentais bastante parecidas. Desse modo, e ainda conjugando em si aspectos físicos e culturais, materiais e imateriais, vivos e vestigiosos, referentes aos três principais complexos étnicos formadores do nosso país – o índígena, o afrodescendente e o íbero-português – o nosso intrigante Saci vem sobrevivendo bravamente ao tempo e às mudanças. E mais do que isso, parece que nele há alguma particularidade misteriosa que o faz não só resistir como ainda ganhar terreno na imaginação popular, ao contrário das demais criaturas míticas que se vão extinguindo em acompanhamento à dissolução dos grupos rurais mais autárquicos. Assim, pulando numa perna só e se utilizando de sua extraordinária astúcia, o Saci tem migrado sem nenhuma descaracterização gritante para o meio urbano. E, uma vez nele, inserido-se sem nenhum embaraço na indústria cultural e na mídia, emprestando seu nome e imagem aos mais diversos fins: marcas de produtos, nomes de fantasia de estabelecimentos comerciais, propagandas televisivas, anúncios de revistas, pichações, grupos musicais e mais uma infinidade de possibilidades e terrenos da criação urbana onde ele sempre dá um jeito de se infiltrar.

 

A gestação do Saci

       Dizem que a gestação do Saci é dada no interior de um gomo de bambu e tem a fantástica duração de sete anos. Depois disso ele viveria setenta e sete anos exatos e ao fim desse período se transformaria em “orelha-de-pau”, isto é, uma espécie de cogumelo. É o que dizem... Mas a “gestação” da qual trato aqui é bem outra, embora tenha uma extensão temporal à qual se pode também classificar de “fantástica”.

      Mencionei acima ser o Saci um personagem mítico intrigante e acredito que nele a primeira questão grandemente dosada de mistério é a que toca no remonte de sua origem, pois  há versões colhidas de mitos supostamente predecessores seus que, se não fosse pela disparidade geográfica das suas ocorrências, poderiam muito bem dar uma pista contundente. Vejamos.

     No Dicionário do Folclore brasileiro, trabalho inestimável do nosso mais meticuloso folclorista, Luís da Câmara Cascudo, o autor cita uma versão oriunda da região fronteiriça com o Paraguai – colhida em diferentes ocasiões por G. Beccari e A. Gonzáles Blanco – segundo a qual camponeses de origem tupi-guarani dão informações acerca dos Yací-Yateré, que seriam duendes vermelhos com estatura de criança e que roubavam fogo dos acampamentos indígenas. Já Souza Carneiro por sua vez descreve um antigo mito africano chamado por Dudú-Calunga como sendo um molecote negro, perneta e zarolho, comparando-o ao Saci e o relacionando à sua origem. E ainda Gustavo Barroso lembra como possível origem do nosso Saci os Sciapodos, seres fabulosos descritos por Plínio (no século I d.C.), e que teriam origem grega (skia= sombra, podos= pés); esta lenda teria então sido trazida pelos portugueses através de seu bestiário oral. Há também versões que o ligam à lenda indígena do Saci-Ave, ornitomórfica (Sem-Fim, Matintapereira etc); ave realmente existente (tapera naevia) e cuja alternância do canto agudo e grave a torna inlocalizável mesmo para os índios tão acostumados a achar e capturar animais na mata. Corre ainda entre tribos amazônicas uma crença segundo a qual quem a localiza recebe notícias do mundo dos mortos. Curiosamente até meados do século XVIII eram notícias de bons augúrios a quem as recebia, mas depois, com influência da catequese, houve um processo, como em quase todas as entidades fantásticas ligadas ao indígena brasileiro, invertendo seu sentido, demonizando-a – Roger Bastide demonstrou o mesmo processo no caso de Exu – Vale ressaltar que o assovio inlocalizável é ainda hoje uma das características mais marcantes do nosso Saci-Pererê e também que nos estados de Sergipe e Alagoas há uma lenda (da qual pessoalmente ouvi testemunhos) acerca de um assovio assombroso, que atribuem ora a um “Saci” ora a um “Zumbi”, cujo começo é sempre bastante longínquo mas logo vem se agravando até parecer estar sendo assoprado ao pé do ouvido do transeunte nas matas e capoeiras do agreste. Por fim, há que se considerar também a versão conjecturada pelo etnólogo argentino R. Lehmann-Nitsche (e defendida por João Ribeiro), que liga a origem do Saci e de outros mitos guaranis a derivações de interpretação dadas pelos indígenas sul-americanos à observação astronômica. Sob essa ponderação ele encontra semelhanças indissociáveis entre o Saci e o Sgambato dos índios tamanakos do Orinoco venezuelano (descrito pelo padre Filippo Salvadore Gilii, em 1781) e também os associa (quanto à essa origem astral) ao deus Hunrakan dos maias guatemaltecos e ao deus Tezcatlipoca dos toltecas mexicanos, que eram, segundo ele, assim como o nosso Saci, representações da constelação de Ursa Maior.

     Estes são somente alguns. No entanto há ainda muitos outros relatos de lendas das mais variadas origens que, apesar de enriquecerem a questão, também embaraçam e dão dimensão maior à confusão. O certo é que verificando os elementos indumentários e as características físicas que compõem a figura do Saci – cachimbo, gorro, mão furada, unipodismo, etc – tudo faz crer que ele seja um caso particularíssimo de multiplas convergências de elementos, os quais perecem ter-se amalgamado em forma de imagens e significados no imaginário popular no decorrer de séculos até ganhar no Brasil as conformações tão caracteristicamente defenidoras do mito chamado Saci.  Destrinchando algumas possibilidades de origens para alguns desses elementos podemos compreender essa conclusão:

     O cachimbo (pitinguá em tupi) é certamente influência indígena, posto que somente no século XVI o europeu aprendeu essa arte comum aos nativos de todo continente Americano.

     O carapuço vermelho já aparecia no folclore português com o Fradinho da Mão Furada – entidade onírica da qual o Saci também parece herdar a anomalia física manual, que no caso mítico brasileiro dá o poder do manejo da brasa das fogueiras – e também com o Pretinho do Barrete Encarnado, registrado por Teófilo Braga já no final do século XIX (o que nos põe a pensar se este “Pretinho” teria vindo de lá para cá, daqui para lá ou de África para ambos). Vale ressaltar que em todos os casos o dono do chapéu, quando roubado, faz oferecer fortunas ou recompensas ao usurpador em troco da devolução do gorro (Mas aqui vai um aviso: o Saci, por iniciativa própria, retoma tudo ao usurpador após a devolução... e ainda o impinge uma boa surra!)  O gorro avermelhado também foi tema narrado por Petrônio, em Satyricon (séc I d.C.), que o registrava sob a denominação de ‘pileus’, atribuindo seu uso a um íncubo (espécie mítica, masculina e demonizada) e também afirmando dar riqueza a quem o arrebatasse. Outros que já o usavam eram Castor e Pólux (deuses gêmeos gregos evocados nas tempestades marinhas).

Isso é que é “gestação” demorada.

 

As primeiras aparições do Saci 

    Um outro grande mistério do Saci, ao meu ver, é que, curiosamente, ele só começa a aparecer em citações escritas em fins do século XVIII e com o fator “embaraçante” de somente haverem sido relatadas ocorrências numa área de abrangência restrita à cultura caipira, de influência paulista. Nenhum dos antigos cronistas e viajantes cujos relatos antecederam esse período tocam no nome do Saci, e nem sequer dão qualquer descrição que se assemelhe ao misterioso mito.

     Ao que parece, enquanto caiporas, boitatás, curupiras, lobisomens e muitos outros seres já faziam estardalhaço por aí, o Saci, que talvez até já perambulasse por cafezais e senzalas, ainda não se deixava “fotografar”, ou melhor, registrar. E essa talvez tenha sido a sua primeira artimanha.

    Sustento aqui uma possibilidade de pré-existência em relação aos relatos de cronistas e às referências feitas por alguns depoentes do “Inquérito...” realizado por Monteiro Lobato em 1917 para um jornal paulistano. Aqui vou inclusive na contra-mão de toda a literura analítica existente a respeito desse mito, por me intrigar um fato quase absolutamente menosprezado pelos estudos antropológicos e folclorísticos acerca do Saci (salvo apenas uma curta menção de Câmara Cascudo, no seu fabuloso dicionário). Trata-se da incorporação desse ser mitológico ao imaginário religioso afro-brasileiro (dos orixás) como “Ossonhe”, ou “Ossain”. Cascudo cita alusões feitas por Manuel Querino, Jacques Raimundo e Artur Ramos que aproximam esse orixá à nossa Caipora de origem indígena, por similaridade ao mito iorubano Egberê, não mencionando porém a figura do Saci, embora tais descrições a ele se assemelhem bastante. Já lendo-se sobre os orixás em autores específicos como Verger (por exemplo), não se encontra nenhum texto que confira importância histórica ao fato, ou que nele se aprofunde. De minha parte, sendo eu apenas um curioso, não sei informar, em relação ao orixá citado, nada sobre o grau de ancestralidade de sua origem  (talvez algum estudioso ou preticante do Candomblé possa acrescentar algum dado), mas de antemão posso adiantar que, caso futuramente se confirme tratar-se de uma incorporação de um elemento mítico popular em processo de formação ao imaginário dos orixás, isso seria um fato único, inédito e digno de estudo; pois se trataria de uma espécie inédita de “contra-sincretismo”, ou seja, um sincretismo às avessas, subversivo às próprias lógicas do sincretismo comum. Vejamos isso:

     Como sabemos, sincretismos foram soluções circunstanciais que o povo encontrou para minimizar a repressão a alguns de seus cultos e manifestações, tidos como heréticos ou indesejáveis pelas elites. Assim se associou, por exemplo, a imagem de São Jorge a Ogum para evitar o impedimento e ações rapressivas contra o culto a esse orixá. Porém no caso de associação da figura do Saci com o orixá Osonhê se estaria incorporando ao culto uma entidade forasteira que além de não trazer nenhuma vantagem social defensiva para aquele culto, ainda possuiria um potencial inverso a isso, por ser uma representação mítica que por natureza própria já afrontava os padrões e os valores elitistas com suas galhofas. 

     Finalmente, quanto a essas pretensas primeiras aparições do Saci, reforço a minha dúvida quando vejo o quanto é dado de importância aos relatos escritos chegados até nós, como se fosse esse tipo de registro – dado geralmente por elementos de classe abastada, que tinham acesso ao conhecimento escrito, ou, muitas vezes, por elementos forasteiros – a palavra final, impossível de ser contestada pela oralidade. E multiplico a mesma dúvida quando, em confronto com isso, vejo o quanto não é dado de importância na hipótese da primazia caipira à tradição oral popular, como se fosse esta uma versão não confiável, apesar de contada pelos próprios protagonistas da história, ou seus descendentes.

    Mas não sejamos radicais... Façamos como o Saci... Finjamos que estamos dando assunto a essas análises e deixemos assim que a prosa continue... E no final, se for o caso, como um bom Saci, entornamos o leite e quebramos as panelas!

    Sendo assim então, voltemos à hipotética preferência do Saci (como mostram vários trabalhos sobre esse mito) em realizar suas primeiras aparições exclusivamente em domínios territoriais da cultura caipira. Nos permitamos reconsiderar a hipótese, até porque, mesmo em se confirmando que não seja esse o exclusivo domínio onde se tenha conigurado inicialmente o mito do Saci-Parerê, certamente foi onde teve maior penetração durante aquele período. E também onde pôde dialogar mais ricamente com sua população. E renovar seu espírito para ganhar impulso. Havendo em tudo isso, como veremos a seguir, motivos bastante particulares a essa região, nessa determinada época.

  

No ambiente caipira o Saci se sente em casa 

    O termo “caipira” é corruptela (assim como “caipora”) do termo tupi kaapora (kaa+pora = mato+habitante) e possui nítido sentido pejorativo, passando uma idéia de habitat indesejável, fonte de perigo para o homem. Analisando essa depreciação etnocêntrica, comum a quase todos os encontros de civilizações diferentes, podemos dizer que também essa marca pejorativa é um reflexo do auto-reconhecimento de uma população nucleada preocupada em não se confundir com populações dispersas em sertões ou matas distantes.

    Assim, pode-se dizer que o termo “caipira” demarca originalmente uma oposição ‘urbano x rural’ no contexto cultural da região do Vale do Paraíba do Sul na época imediatamente posterior ao fim do primeiro ciclo cafeeiro. E portanto tem significado bem diferente de “caboclo”, termo com o qual é confundido na literatura, mas que na realidade designa os descendentes de indígenas incorporados a outros ambientes culturais brasileiros; assim “caboclo” é uma designação de referência racial e condicional e “caipira” faz referência a características culturais. Uma prova cabal dessa diferença é um estudo antropológico feito por Renato da S. Queiroz (em 1983)  no Vale do Ribeira em SP, onde viviam grupos de negros tipicamente caipiras, sem resquícios maiores de afro-brasileirismo (como se poderia esperar).    

    Também na literatura, o caipira sofre as mesmas discriminações preconceituosas. O próprio Monteiro Lobato quando ainda jovem (em “Urupês”), o qualificou como imprestável, indolente, imprevidente, retrógrado... O que mudaria sensivelmente em obras posteriores suas. Já Cornélio Pires (em seu “Anedotário”), apesar de também permear sua obra com o preconceito, foi mais ameno, descrevendo o caipira de modo parecido com o que Euclides da Cunha descrevia o sertanejo nordestino: aparentemente desengonçado, pateta, mas com enormes presença de espírito, vivacidade e esperteza.

     Tudo indica ter sido no período de retrocesso econômico posterior à ruína da cafeicultura no Vale do Paraíba do Sul (final do século XIX), ao que parece, que a cultura caipira encontrou seu terreno e momento de maior expansão. Da monocultura voltada para a expotação passa-se a uma policultura de subsistência; isolada, tranquila, à margem da especulação imobiliária (são as “Cidades Mortas” de M. Lobato). Havia liberdade de uso próprio do tempo e alta qualidade de vida (ao contrário do que se possa imaginar), possibilitando a essas populações desenvolveram uma exuberante cultura de lazer, com atividades lúdicas, mitos, festas profano-religiosas etc.

     E decerto aos olhos dos citadinos de classe médias e abastadas, já afeitos aos estrangeirismos comportamentais e ao capitalismo, esse estilo de vida dos caipiras podia lhes ser irritante. Até sua técnica agrícola (espécie de coivara, onde se utilizam pequenas queimadas) foi desmoralizada como “preguiçosa”, o que depois seria desmentido por botânicos europeus por (entre outros motivos) não destocar o terreno, evitando a erosão. As ciências sociais também estudariam a cultura caipira e começariam a livrá-la de conotações pejorativas através de autores como Sílvio Romero, Melo Moraes e Amadeu Amaral, que criticando concepções demasiadamente amplas ou estreitas dadas ao folclore, propôs como seu objeto o “estudo dos produtos da mentalidade popular”; ciência, arte, filosofia, literatura, direito, religião, moral... todos ao modo do povo e que, segundo ele, mesmo podendo ter uma origem conceitual e cultural remota, já se encontravam trabalhados por um processo inconsciente de adaptação à psique coletiva.

  

Função social do Saci 

    E se pensarmos no nosso Saci exatamente como um “processo inconsciente de adaptação à psique coletiva”, podemos vislumbrar aí todo o seu caráter de “função social”, de “defesa” contra transgressões, comum nos mitos folclóricos. Tanto que no próprio folclore brasileiro exemplos disso não faltam:

     A Mula-sem-cabeça, que seria uma espécie de “castigo” à relação amorosa entre mulher e padre num Brasil onde a escassez de clérigos era problemática nas comunidades rurais.  A Cumacanga paraense, que seria um “desaconselho” ao parto consecutivo de filhas fêmeas num habitat onde o filho homem era uma necessidade indispensável. A Caipora, no “impedimento” à caça excessiva. O Curupira, na “proibição” do desmatamento abusivo. E outros muitos exemplos.

     E no Saci, qual seria esse fundo de “sentido social”?

     No estragar alimentos, livrando mucamas e cozinheiras negras da culpa em desastres domésticos. No sumiço de objetos, atenuando punições e “coletivizando” a culpa. No Saci como representação de grupos sociais dominantes, quando a elite o usava como veículo de desvalorização dos subalternos, descrevendo (por exemplo) o Saci como um “negrinho feio, fedorento, diabólico” etc. E ainda no Saci como representação de grupos sociais subalternos, quando (por exemplo) o nosso mito afugenta e dá nós em rabos e crinas cavalos, afrontando um símbolo diferenciador aristocrata.

     Quanto a esses “sentidos sociais”, há ainda uma outra particularidade imputável ao Saci, ligada a teorias das ciências sociais. Segundo estas, o Saci é classificado como sendo um “trickster”. Esse termo, originalmente usado em estudos sobre a mitologia de populações indígenas norte-americanas, designa hoje quaisquer mitos (ou heróis civilizadores) dotados de poderes sobrenaturais, embusteiros, cômicos, trapaceiros, astuciosos, pregadores de peças, benfazejos e malfazejos ao mesmo tempo, maliciosos, destrutivos e construtivos, violadores de tabus sociais, etc.

Não há como negar que é bem a cara do Saci.

 

 Bibliografia e demais fontes 

 Magalhães, Basílio de (organização de J. da Silva Campos). O FOLK-LORE NO BRASIL: Com uma collectanea de 81 contos populares, dos quaes 75 bahianos.  Livraria Quaresma, Rio de Janeiro, 1928.

 Araújo, Alceu Maynard. FOLCLORE NACIONAL (VOLUME I): FESTAS, BAILADOS, MITOS E LENDAS. Edições Melhoramentos, São Paulo, 1962.

 Queiroz, Renato da Silva. UM MITO BEM BRASILEIRO: ESTUDO ANTROPOLÓGICO SOBRE O SACI. Editora Polis, São Paulo, 1987.

 Cascudo, Luís da Câmara. DICIONÁRIO DO FOLCLORE BRASILEIRO. Melhoramentos / MEC / INL, São Paulo, 1979.

 Martins, José de Souza. Saci-Parerê: entre o mítico no limiar da cultura caipira. CONTRAPONTO E NOTAS PARA UMA HIPÓTESE SOBRE SUA ORIGEM SOCIAL.  Revista “Sexta-Feira: Antropologia, Artes, Humanidade”, São Paulo, v. 1, p. 76-93, 1997.

 Rossato, José Carlos. Saci: o mito dos mitos. Fundação Cultural Cassiano Ricardo, São José dos Campos, 1996.

Gonçalves, Ana Maria. QUANTO AO SACI. Revista virtual Triplov, 15-07-2003. www.triplov.com