A fusão dos antigos Estados – Guanabara e Rio de Janeiro, motivo de muita polêmica à época da concretização e de permanentes questionamentos, tinha como premissa do ponto de vista dos seus defensores, que pelo fato de o Estado da Guanabara  ser uma referencia histórica como capital federal, acumulava condições que o credenciavam a alavancar  o desenvolvimento do estado vizinho.

      Havia o temor por parte daqueles contrários a fusão, que o retrocesso para a cidade do Rio de Janeiro (antigo Estado da Guanabara)  seria eminente. Não se pode esquecer que era época da ditadura militar e que o Estado da Guanabara reunia todas as condições políticas  para fazer frente ao poder ditatorial.

      Em 15 de março de 1975, haveria a posse dos governadores que à época eram nomeados e neste caso, era o momento oportuno para a efetivação da fusão. Tomou posse então, como governador do Estado do Rio de Janeiro, o vice-almirante  Faria Lima com esta incumbência.

      À época, servidores estaduais (antiga Guanabara) tiveram que optar entre se manterem como servidores  estaduais do Rio de Janeiro ou passarem a servidores municipais atuando junto à prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, capital do novo estado. Não faltaram orientações no sentido de que optassem para integrar os quadros da prefeitura, porque era de domínio comum, as dificuldades da estrutura administrativa do estado vizinho. Os servidores que optaram em permanecer no estado sofrem hoje, duplamente, com as mazelas que assolam a administração pública, como funcionários e como cidadãos.

      O fato é que não obstante a passagem de tempo de mais de 40 anos, as diferenças persistem  e como isto por si só não bastasse, a crise que assola o país e os estados, alcança níveis sem precedentes no Rio de Janeiro. A cada dia a expectativa é sobre qual o fato negativo do dia, não se vislumbra a perspectiva de melhora.  É incompreensível que a população de um estado que se destaca nacional e internacionalmente  seja vitimada por ações dos detentores do poder, quer seja no executivo ou no legislativo.

     Além daqueles que devem pagar pelos seus crimes, os atuais representantes perdem a grande oportunidade de se redimir dos atos praticados, ao não abrir mão de prerrogativas e se mostrar à população como exemplos de austeridade e de capacidade de atuarem como legítimos defensores do interesse público.