O ridículo pode facilmente oprimir uma pessoa, numa era em que os meios de comunicação estabelecem muitos valores. Pois, quase tudo que as pessoas ouvem ou vêem nos meios de comunicação vira “cultura” e se transforma em “aprendizado” - na melhor das hipóteses, em lixo! Nos filmes, o bom é ser idiota; os heróis e heroínas (que nos velhos filmes lutavam por um ideal) foram substituídos por personagens estúpidos, decadentes, sábios idiotas, anões, feiticeiros e vampiros de caras pálidas! A pessoa culta é para o brasileiro um eterno motivo de piada. Nos Realitys Shows, qualquer um que dê uma de inteligente é zombado; quando admite ser um pateta, como todo mundo, então ganha prestígio do público. Mas, do que em qualquer época, atualmente é preciso ser idiota! Viva a idiotice! Nas escolas brasileiras, é melhor que o adolescente esconda seus interesses intelectuais, a não ser que queira enfrentar uma dose diária de ridículo. Algumas pessoas costumam zombar de mim, que escrevo muito, acusando-me de querer ser “exibido”, como se isso fosse uma questão de exibição. A mediocridade estabelece o que é certo, e portanto, o que é humano; ter mérito é uma ofensa para os outros. Este é o mau olhado da democracia! Um mau olhado que a cada ano se torna mais sinistro.