O retorno impossível...
Por Reinaldo Müller (Reizinho) | 23/10/2010 | PsicologiaO retorno impossível
Algumas alterações comportamentais podem caracterizar e preceder a uma regressão psíquica... Queremos retornar a um Passado onde as nossas vivências eram mais prazerosas... Então, geramos condutas que nos levam a buscar em "objetos substitutivos" (característicos de instâncias infantis ou adolescentes) as nossas remotas experiências agradáveis... Experiências, estas, tributárias da LIBIDO!
Os sucessivos RECALQUES, atitudes de submissão (por longos períodos) inadequação conjugal, contenção na afirmação da identidade, ausência prolongada de AFETO... Todos estes fatores determinam (em qualquer pessoa...) a possibilidade de Regressão! A Regressão não é somente temporal, mas, também, formal. Ou seja, "as representações psíquicas" que vigoravam no período fixado, passam a exercer e influenciar posturas e comportamentos na vida Presente. A "representação" investida assume estratégias de se esquivar da CENSURA e atingir o pré-consciente, facilitando a emersão no EGO! Neste "estado de coisas", o DESEJO assume soberania, carregado pela energia pulsional.
A pessoa sente-se envolvida por sensações e emoções que lhe proporcionam uma "revitalização dos afetos". A primazia agora é a de encontrar-se num campo psicológico, estimulante, informal, descontraído.
Os problemas da vida adulta são postergados... As decisões são adiadas. Perdem a sua potência situacional... É preciso ganhar tempo para tentar anular escolhas e comprometimentos... Manter a "zona de conforto!"
Este sofisticado mecanismo psicológico, a Regressão (que se processa num nível inconsciente) não se sustenta --- faltam-lhe "organizações psíquicas" para manter a energia pulsional (regredida...) atuante. O medo de perder a Identidade, a Culpa reprimida, a lógica dos fatos (implacavelmente, REAIS) remetem a pessoa para o Presente! O Real se sobrepõe ao Imaginário! Os "antigos problemas" retornam com mais intensidade... Só a Verdade liberta! A maturidade bate à nossa porta quando somos capazes de tomar decisões (e, responsabilizarmos por elas) assumir riscos, fazer escolhas sem pleitear Garantias, buscar novos caminhos, e aceitar o imponderável... Emancipar-se, ter autonomia, tomar e se apropriar "da própria vida" nas mãos, crescer e desenvolver-se como Pessoa. ESTAS SÃO AS DEMANDAS DO MUNDO ADULTO! Enquanto estivermos "à mercê" dos desejos alheios, dependentes da proteção de terceiros, subjugados por "instâncias emocionais" castradoras e opressoras, cativos de nossos SINTOMAS, viciados no MATERIAL, impotentes dos fatos que obstruem a nossa felicidade individual, VIVEREMOS METÁFORAS E NÃO O NOSSO PRÓPRIO SER!
A essência da LIBERDADE é a INDEPENDÊNCIA!
E acima de tudo, a LIBERDADE é uma condição psíquica...
Reinaldo Müller