O texto vem relatar sobre o reino de Gaza, sul de Moçambique e as relações sociais, comerciais, culturais e políticas do dessa região que em tempos da colonização portuguesa em África encontrava-se também os Ngunis um povo que lutou contra a tentativa da dominação portuguesa em Moçambique. O reino de Gaza está associado a migração Ngunis . Ouro ponto importante é a chegada dos bantos entre os séculos I e VI.  Os Ngunis tinham como base econômica a agricultura de cereais, grão de sorgo com a criação de gados e comércio de marfim.  

De acordo com o texto um dos grandes motivos para a presença dos Ngunis na região foi à questão da migração devido aos fatores de secas que os povos tinham que de deslocar em busca de melhores condições de vida e sustento.  Na busca de terras férteis havia  conflitos entre outros povos pela disputa de território.  Nessa região havia três grandes povos que mantinham grande importância na dominação dos territórios que mais tarde entraram em conflito com os bantos que faziam parte dos Ngunis,: ( Shops, Tsongas e Bitongas).   

O reino dos Ngunis teve em seu inicio com o  império de Manicusse que deteve grandes territórios e poder econômico e político na região não somente no sul de Moçambique mas em outras faixas geográficas.  Os Ngunis dominaram grandes territórios e mantinham poder sobre eles. Havia um ritual que a cada ano se realizava o NQ’WAYA, um ritual que onde as pessoas dançavam , comiam e desfilavam com trajes militares. O imperador para demonstrar sua força desfilava com trajes imponentes e mostrava sua força e poder perante o povo. Segundo o texto essa festa seria para renovar a força, poder e autoridade do rei, sendo necessário possivelmente o sacrifício humano.  A força era tamanha de Ngungunhane que os português chegava a pagar impostos ao  imperador  para que os mesmos pudessem ter acesso na região.  

O reino de Gaza era sem dúvida um dos mais imponentes e importantes da época devido a sua força política, econômica e de estratégias militares. Esse povo (reino) não se dobrou ao português e sim tentou articular de forma a ganhar poder sobre os portugueses. É evidente que outros povos da região também sofriam perseguições dos Ngunis, contudo era a política de dominação (ou se alia aos vencedores ou sofrem as consequências). Este reinado conquistou grandes faixas de terras dentro e fora dos domínios de Gaza.  

O texto enfoca que com a independência do Brasil em 1822, Portugal teve um declínio por ter perdido os benefícios com a colônia (questões econômicas), no entanto tentaram implantar uma nova colônia de domínio, espolio e exploração em África, tendo encontrado grandes dificuldades pelo império de Gaza em não aceitar as condições dos portugueses, pelo contrário os portugueses eram quem deveriam ter obediência ao império de Gaza. Outro ponto importante a destacar é que o reinado de Gaza mantinha relações politicas e diplomáticas com os portugueses e demais reinos em uma tentativa de firmar e centralizar seu poder.

Com o inicio do trafico de escravos e com as fiscalizações da Grã-Bretanha Portugal perdeu mais ainda seu poder que já não era tão grande sobre a África, tendo ainda como consequência o desmantelamento e fracasso da tentativa do projeto de colonizar a África assim como o fez no Brasil.  

O texto vai enfatizar sobretudo, que o reino de Gaza não era uma tábua rasa sem civilização como pregavam os europeus e sim povos como em toda África cheios de sabedoria, estratégias, vida social, econômica e cultural bem como dos mesmos ímpetos de dominação e fixação de poderes diversos, que seja em Europa ou em qualquer parte do mundo os mecanismos podem ser diferentes (dominação de um povo contra outro), mas em essência são muito parecidos, até mais do que imaginamos.