O Rei Mohammed VI disse que o Marrocos está revivindo um acontecimento extraordinário  da sua historia por duas razões principais: a primeiro visita do Papa Francisco ao Reino, segundo, lembrar do pontífice Papa João Paulo II, sua visita histórica para o  Marrocos, estes momentos gravadas na história do país.

O rei, no seu discurso durante a recepção oficial do Papa do Vaticano, sábado, no pátio da Mesquita Hassan em Rabat, disse: "Esta visita ocorre no quadro de fortes relações entre Marrocos e Vaticano", bem como da agudeza do Reino,  do momento da visita e do  lugar simbolismo, refletidos em termos históricos e civilizacionais.

O rei Mohammed VI acrescentou que: "o momento Histórico que simboliza este encontro, transmete os significados de abertura, de transição e de trocas culturais, momento símbolo de equilíbrio e de harmonia, deliberadamente realizado no encontro do rio Bouregreg e Atlântico, seja num eixo que se estende desde a Mesquita Koutoubia em Marrakech, até a cidade de Sevilha, resultado de um elo espiritual, arquitetônico e cultural entre a África e a Europa. "

O rei disse em seu discurso: "Queremos que sua visita se coincide no Marrocos, com o mês de Rajab, que conheceu um dos mais episódios simbólicos da história do Islã e do Cristianismo, quando os muçulmanos deixaram Meca, por ordem do Profeta Muhammad ﷺ, fugindo da perseguição de Negus, o rei da Abissínia cristã.

A primeira relação e contato entre as religiões o islamismo e o cristianismo. Hoje, estamos celebrando este reconhecimento mútuo, em prol do futuro e das próximas gerações. "

O rei chamou atenção na sua palavra pela ocasião, que a visita do Papa vem num contexto em que a comunidade internacional enfrenta, bem como todos os crentes, muitos desafios de um novo tipo, cuja gravidade provine da traição da mensagem divina, da distorcida e explorada, através do desvio e atrás de uma política de rejeição do outro, além de outras teses religiosas desprezíveis.

Em um mundo à procura de seus termos de referência e seus alecerces, o Reino de Marrocos chama para consolidar os laços de fraternidade que une os filhos de Abraham em paz, como um pilar de civilização básico de Marrocos, rico pelos multiplos conceitos culturais e diversidade religiosa, motivo da coesão que combina com os marroquinos, independentemente de suas crenças, o brilho neste domínio da civilização humana.

Acrescentando que essa coesão constitui uma realidade para Marrocos, o que se reflete em mesquitas, igrejas e sinagogas, adjacentes umas às outras nas cidades do Reino.

 "O Rei de Marrocos, Comandante dos Fiéis, assegura  a liberdade da prática religiosa, como Emir de todos os crentes, de diferentes religiões, a este título, não pode falar da terra do Islã, como se não existe aqui para os não-muçulmanos,  garantindo a liberdade de praticar a religião, da proteção dos judeus e cristãos marroquinos, bem como de crentes de outros países que vivem no Marrocos ".

O rei de Mohammed VI anotou: "Estando em uma pocura contínua pelo que agrada a Deus, no silêncio, nas palavras, ou nas crenças, isso é  para manter a reflexão viva sobre as nossas religiões, pontes distintas e brilhantes, tanto nos ensinamentos do Islã, como nas mensagens que continuam a ser uma luz divina.  Levando o diálogo entre as religiões celestes a ser insuficiente, na realidade e no momento de turnos dos principais estilos de vida, e em todos os lugares, bem como em todos os domínios, o que obriga o diálogo entre as religiões a ser renovado, evoluir e acompanhar os modos de vida também".

Também considerou no seu discurso que "a espiritualidade não é um objectivo em si, mas sim forma de vencer os obstáculios. Eles, portanto, não impelem a vida mudana, que transforma a vida humana num mundo sem valores que sejam fora do que as religiões celestrais visam. Uma vez que  Deus é um só. Adorado e implorado,  seja o Misericordiosíssimo, aquele que só mercê ser idolatrado, na qualidade de Todo-Poderoso, através dele se possa  ter o perdão pelo outro e a compaixão no coração, razão de vivir em prol de um dia melhor. "

Os valores religiosos, de acordo com o Rei Mohammed VI, podem consolidar o espírito e a essência de qualquer Iniciativa Nacional para o Desenvolvimento Humano, exemplo alcançado durante 14 anos, obrando no sentido de melhorar a vida de pessoas que sofrem de condições de pobreza e vulnerabilidade, bem como da exclusão, preocupado em estabelecer o alojamento para os sem-tetos, e dar-lhes esperança de um futuro que os garantem a dignidade humana.  Estes valores também se carecterizam como um ensinamentos para as pessoas deslocadas,  com vista uma filosofia de vida subjacente à política de migração, um ponto de reflexão sobre o homem e a religião ".

O Comandante dos Fiéis chamou também para ser realista perante os desafios do mundo moderno, pragmático, real e modelador, uma vez que as mensagens dívinas são de caráter presente e eterno,  convidando os fieis para aderir aos valores da moderação, procurando o conhecimento, e promover a consciência sobre os valores  das mensagens religiosas, comum entre muçulmanos, cristãos e judeus, em prol da humanidade. Tudo isso é o que deve nos unir para enfrentar os desafios do futuro.

Um dos desafios para a humanidade é o extremismo, seja religiosa ou não, vem de uma falta de compreensão mútua e da ignorância do outro. Tal conhecimento mútuo significa rejeitar o extremismo em todas as suas formas, de de maneira a enfrentar  os desafios desta época complexa.  Na qual cada um quer se defender de todas as formas, seja através de leis e caminhos longos e tortuosos.

O rei acrescentou no seu discurso: "para enfrentar o extremismo em todas as suas formas, a solução não será militarmente nem financeiramente, a solução seja, então, a educação; uma vez que a questão da educação se posiciona contra a ignorância, a ameaça as civilizações objeto  das abordagens bilaterais, de conhecimento mútuo, e não de um religião que seja. Hoje, convido como Comandante dos fiéis para dar a religião mais uma vez o lugar que merece no campo da educação "acrescentando que a religião" não é o que arma os terroristas, mas, sim a ignorância da religião.

O rei ressaltou ainda dizendo que " o momento chegou para rejeitar o uso da religião como uma plataforma da ignorância e da intolerância, para justificar a estupidez. Uma vez que a luz da religião é o conhecimento e a sabedoria, estruturas de natureza a implementar a paz, contra  as ameaças de guerras. Neste contexto, instando  muitos países africanos e europeus para investir no futuro de seus jovens, bases do desenvolvimento e progresso.

Lahcen EL MOUTAQI