O QUE SÃO DIMENSÕES[1]

Dimensões são intervalos que podemos perceber com a visão, com o tato e até com a imaginação. Em alguns casos, podemos até medir tais intervalos.

Três destas dimensões são de conhecimento corriqueiro da maioria das pessoas: comprimento, largura e altura (ou comprimento, altura e profundidade). Com essas 3 grandezas, esta dimensão é chamada de D-3.

À medida que desconsideramos algumas grandezas, poderemos ter D-2, D-1 e, até, D-0. Qualquer localização numa dimensão qualquer é chamada de ponto. Um ponto é um lugar simultaneamente sem dimensão (sem nenhuma das grandezas acima) e existente (onde pode ser colocado um objeto real).

Algo que existe não precisa ser, necessariamente, medível de alguma maneira. Assim, qualquer ponto existe, no mínimo matematicamente (pode ter um número associado).

A Dimensão Zero (D-0)

A dimensão zero é aquela em que existe um único ponto.

Como dito acima, esse ponto é apenas um lugar no “espaço” D-0 e não um objeto real.

Em termos de quantidade suficiente de pontos, podemos chamar a dimensão zero de dimensão um. Vamos chamá-la de d-1, para diferenciar de D-1, que veremos adiante.

Não tem mais nada em D-0 além de um único ponto. Ele está lá, sozinho, naquele mundo.

Imagine que você está lá naquele ponto, em D-0 (sem comprimento, sem profundidade e sem altura). O que você veria? Você se movimentaria?

Não, você não se movimentaria, pois lá não há norte, sul, leste, oeste, acima e abaixo. Você, nem mesmo giraria. Apesar de você ter um tamanho, não teria diâmetro e nem altura. Você nada veria. A única coisa que você teria é a consciência de si mesmo, e mais nenhuma outra sensação. Apenas escuridão e silêncio. Escuridão e silêncio é a verdadeira dimensão zero que você, na dimensão pontual 1, perceberia.


 

A Dimensão Um (D-1)

Se você, como o ponto único em D-0, se movimentar em qualquer direção, formando um ângulo zero com o seu lugar inicial de partida, você estará se manifestando em D-1.

Então, você pode ir para a frente ou para trás; para a direita ou para a esquerda; para cima ou para baixo, mas, não para a frente e para a direita, ou em qualquer combinação que crie um ângulo diferente de zero com o teu ponto de partida.

Para melhor compreensão, vamos considerar o deslocamento em uma linha horizontal sobre esta folha para a direita e para a esquerda, como mostrado na figura acima.

Do teu ponto de partida ao teu ponto de chegada, equivale a você ganhar um vizinho. Na verdade, você pode ter vários vizinhos, desde que vocês formem uma reta, uma fila.

Agora, coisas (vizinhos) que não existiam em D-0, passaram a existir em D-1. Veja que não existe uma entidade real chamada de reta. O que existe é um conjunto de pontos em linha reta. Cada ponto é uma consciência única, não existindo, assim, uma consciência “reta”.

O conjunto de pontos que formam uma linha permite a definição da grandeza de medida que chamamos de COMPRIMENTO.

Agora você consegue enxergar algo – não está mais sozinho consigo mesmo.

Você pode ver um ponto à sua frente e um ponto atrás de você, ou um ponto à sua direita e um ponto à sua esquerda, mas, não um ponto à frente e outro à esquerda que formariam um angulo diferente de zero entre si. Existindo um ponto na tua frente, outro que estiver próximo de você vai estar atrás de você. À direita e à esquerda está a escuridão. Você está preso entre seus dois vizinhos. Não há como você “furar” a fila; não como qualquer um deles “furar” a fila.

Enquanto em D-0, você vê só a escuridão (o nada); enquanto em D-1, você pode ver D-0, além da escuridão em ângulos não nulos.

Note que bastam dois pontos para termos D-1 (uma linha). Assim, em número de pontos, o que temos aqui é o que chamaremos de d-2.


 

A Dimensão Dois (D-2)

Se um de teus vizinhos, de alguma maneira, sair da formação em reta, será criado um ângulo diferente de zero entre ele e o restante dos pontos.

Supondo que você tem infinitos vizinhos em D-1, aquele ponto fora da reta formará um ângulo de 90o com a reta original. Nesse momento, vocês estarão se manifestando em D-2.

Outros pontos vão existir naquela nova região, se estendendo para o norte e para o sul, infinitamente.

Agora você pode ver vizinhos em qualquer direção que olhar (num ângulo zero em relação ao ponto fujão).

Se o ponto fugiu para a direita ou esquerda, enquanto estava atrás de você ou na tua frente você vai ver vizinhos em qualquer direção que tem você como centro, mas, não acima e nem abaixo.

Todo esse conjunto de pontos formará o que é chamado de plano, como mostrado na figura acima.

Note que você pode ver D-0, D-1 e a escuridão: você vê pontos e linhas (de pontos). A escuridão está onde deve se manifestar a próxima dimensão, num ângulo de 90o em relação a teus vizinhos. Note também que bastam três pontos desalinhados para termos um plano. Assim, em termos de pontos, o que temos em D-2 é d-3.

Note, na figura do plano lá em cima, que é possível traçar retas passando por vocês de tal modo que cada cruzamento de retas identifique cada um de vocês. Então, assim como um conjunto de pontos geram uma reta, um conjunto de retas, que são conjuntos de pontos, geram um plano, e qualquer reta ou ponto naquele plano está em D-2.

Agora, além de COMPRIMENTO, temos uma nova grandeza a 90o chamada de LARGURA (ou ALTURA).

Estando em D-2, vejo objetos D-0, D-1 e a escuridão (onde deve se manifestar D-3). Por que cargas d’água não posso ver um objeto D-2?

Mesmo se você fosse uma linha em D-1, o que você veria à sua frente seria um ponto, mesmo que aquele “ser” que você vê for uma linha também. Em D-1 não é possível ver um objeto D-1.

Conjunto de pontos em D-2, além de formar linhas, pode formar qualquer figura que podemos desenhar: círculos, triângulos, trapézios, etc., etc.

Em D-2 tem diâmetro, mas, não tem altura (ou tem diâmetro e altura, mas, não tem profundidade). Mesmo assim, o objeto máximo que você pode ver em D-2 é uma linha (ou linhas), seja o “ser” um círculo, um quadrado ou um losango:

Estando em D-2 olhando para este círculo, também em D-2,

você veria esta reta

Estando em D-2 e olhando para um objeto circular, o que você veria é uma linha de comprimento igual ao diâmetro do círculo. Isso equivale a girar o objeto em 90o (num eixo horizontal ou vertical fazendo zero grau com esta página, passando pelo diâmetro), o que equivale, também, a enviá-lo para a dimensão logo acima (D-3, no caso, pois, ao girar, o círculo forma um quarto de uma esfera – este quarto de esfera não pode ser visto em D-2, e nem em D-3!!!), porém, nesse caso, o objeto se tornaria invisível, pois, a linha vista tem altura, mas, não tem largura (se tivesse, você estaria acima de D-2). Então, em D-3, não somos capazes de ver um objeto D-4. Mas, o mais interessante, é que não podemos ver, com certeza, objetos D-3 em D-3, como você em D-2 não consegue ver o círculo.

Será que não tem mesmo uma maneira de saber que a figura é um círculo? Em outras palavras, estando em D-2 consigo ver um objeto D-2, ou D-3 estando em D-3?

Há, sim, uma maneira de “ver” um objeto D-2 estando-se em D-2. O problema de não vermos é causado pela luz. A luz trafega em linha reta, por isso só vemos as faces do objeto que fazem um ângulo zero em relação aos nossos olhos (ou diferente de zero se considerarmos nosso eixo de visão – o raio de luz perpendicular à retina).

Um jeito de ver D-2 em D-2 é enxergar com o tato e com a imaginação. Estando em D-2, você pode andar em volta da figura e, assim, determinar a sua forma. No caso, estamos supondo que, apesar de você e o objeto não terem altura, você encontrará uma resistência ao tentar passar sobre ele (você não conseguirá isso, pois, precisaria ir até D-3).

Ao circular uma figura triangular, você vai conseguir identificá-la como um triângulo.

Em D-1 não dá para fazer isso, pois não existe uma maneira de circular uma linha para identificá-la como linha. Você não pode caminhar lateralmente a ela e nem sobre ela. Para passar ao lado dela, você tem que estar na próxima dimensão (D-2). Para passar ao lado dela e sobre ela, você tem que estar em D-3. Porém, podendo ir para a frente e para trás, você pode deduzir que está numa linha, mesmo que não a sinta.


A Dimensão Três (D-3)

E se um vizinho fugir do plano, der um salto sobre você?

Nesse momento, ele se posicionou em um ângulo diferente de 0o com o plano do qual ele fugiu. Agora você vai poder ver pontos (vizinhos) onde, antes, você viu a escuridão. É como estar na Terra e ver estrelas no céu.

Veja que, a partir de D-1, a escuridão estava, também, num ângulo diferente de 0o em relação ao lugar onde você estava. O teu vizinho que fugiu de D-2 foi para um plano diferente de onde ele estava.

Agora, vocês estão em D-3 e vocês tem COMPRIMENTO, LARGURA e ALTURA. Temos o volume.

Daqui você vê pontos (D-0), linhas (de pontos – D-1) e planos (de linhas – D-2).

Note que, em termos de pontos, bastam 4 pontos para termos um volume, o qual podemos chamar de d-4:

De novo, podemos traçar retas por todos os pontos e cada ponto será cortado por 3 retas, cada uma passando por um plano diferente, de três planos existentes. Cada um dos pontos está em D-3. Onde está a escuridão agora?

Como agora você vê objetos D-0, D-1 e D-2, aqueles planos a 90o bloqueiam a escuridão, a elimina (fez-se luz!), pois o volume se expande ao infinito, não deixando, assim, uma saída para um espaço extra. Não existe, então, um D-4 espacial.

 
 
 
 
 
 

Essa pressão que sentimos da necessidade de um D-4 espacial se deve, exatamente, ao bloqueio que gera em nós o desconhecido. Temos a mania de achar que sempre há algo atrás do desconhecido. Nesse caso específico, não há nem mesmo o desconhecido. Simplesmente, não existe uma dimensão espacial acima de 3.

Apesar de vermos objetos D-0, D-1 e D-2 em D-3 sem necessidade do tato, precisamos dele para “vermos” objetos D-3. Assim, muito mais dificilmente poderemos ver um objeto num espaço D-4.

Devido à retilineidade da luz, aqui em D-3 só conseguimos ver objetos D-2. A profundidade que às vezes vemos se deve aos contrastes de luz (é assim que alguns desenhos parecem ter perspectiva). Porém, com o uso do tato, podemos ver realmente objetos D-3, caso estejam ao nosso alcance, claro.

Também, devido à retilineidade da luz, sombras (objetos-sombra) só existem em D-2.

Mas, será que a sombra de um objeto D-3 é mesmo um objeto D-2?

Imagine a fonte de luz A iluminando o objeto D-3 B.

B

A

Se A translacionar em torno de B, a sombra de B será um objeto D-3, apesar de não parecer em nada com um cubo. Será como um plano (da largura do cubo) dobrado formando um anel, ou um cilindro:

Ora, A circulando em torno de B é a mesma coisa que B rotacionando em frente a A. Nesse caso, a sombra será um retângulo em D-2 cujo comprimento ficará variando entre a largura da face do cubo e o comprimento da diagonal dessa mesma face.

Note uma coisa: sempre que desejamos “ver” um objeto D-2 estando em D-2, tivemos que nos movimentar, ou seja, usamos uma opção que não existe em D-2. O que, na verdade, fizemos foi nos posicionarmos na dimensão logo acima, ou seja, para visualizar D-2, tivemos que subir até D-3. Isso é especialmente verdadeiro em D-3, quando teremos que ir a D-4 para, por exemplo, ver um prédio por inteiro, em vez de apenas uma de suas faces 2-D.

Veremos que isso vale para qualquer D-X.

O Que é o Que?

Será mesmo que D-1 é comprimento, D-2 é largura e D-3 é altura ou profundidade? D-1 pode ser comprimento ou largura. Se D-1 for comprimento, D-2 será a largura, e vice-versa. Porém, a profundidade é a dimensão 3, porque você precisa estar nela para ver um plano (a dimensão 2). Não importa se o plano é infinito, pois, é possível imaginar seus limites.

Estando no plano (dimensão 2), você pode olhar para qualquer lado e verá apenas uma linha de fronteira (dimensão 1), não importando se o plano é infinito, pois, é possível imaginar os seus limites.

Se você estiver em uma linha, você só poderá olhar em uma direção única e, então, verá apenas um ponto, não importando se a linha é infinita, pois, é possível imaginar seus dois limites.

Note que em todos os casos acima, a noção de tempo está presente, mas, não precisa estar. Ela está porque estamos usando a consciência nos exemplos. Sempre que participamos ou imaginamos uma experiência em que estamos ausentes, usamos a consciência. Ao usar a consciência, obrigatoriamente percorremos um espaço mental que define um tempo. Não há como fugir disso. A única coisa que podemos fazer é dizer que o tempo não é considerado (abstrair o tempo), apesar de estar. Por outro lado, se considerarmos que o tempo (mental, que seja) está presente, então, a menor dimensão que podemos ter é 1 (a dimensão 0 mais a dimensão temporal – 0 + 1).

Por esse motivo também é que podemos afirmar que vivemos, no mínimo, na dimensão 4, pelo fato de que um objeto no espaço (D-3) só vai existir para nós se ele persistir (no tempo). Assim sendo, o tempo tem que ser considerado como a dimensão 4, como veremos a seguir.

Da dimensão 5 para cima, podemos considerar qualquer coisa: escolhas possíveis, temperatura, pressão, salinidade, etc. Ou será que podemos ter uma D-5 única?

Por que temperatura ou pressão não podem ser uma quarta dimensão? Imagine um lugar no espaço (D-3) vazio e quente ou vazio e um pouco salgado. Você até consegue começar a imaginar, mas, não há persistência. Acaba restando apenas o vazio. Então, a persistência tem que vir antes. Daí, quente, salgado, frio, tem que ser colocados acima de D-4.

A Dimensão Quatro (D-4)

Um ponto em D-3 é apenas um lugar no nada do espaço. Na verdade, para você estar lá, é necessária uma nova dimensão.

Um lugar é onde tem grau de liberdade ou é aquilo que é determinado pela presença de um objeto? Um lugar é onde existem zero ou mais graus de liberdade. Uma vez ali, o objeto pode se movimentar ou não. Se o objeto encontra zero grau de liberdade, então ele equivale ao ponto e estará em D-0.

Não existe um ponto sozinho em D-1 ou em D-2. Se assim for, o lugar é D-0. Do mesmo modo, não existe uma linha (de pontos) sozinha em D-2, pois, se assim for, o lugar é D-1.

Nada pode existir em D-3 sem persistir.

O que é necessário para você, como um ponto existir? Você tem que persistir.

Para você persistir, você terá que ter uma duração. Você e seus vizinhos tem que ter uma duração, caso contrário, só haverá a escuridão tridimensional.

Duração espacial é aquilo que estamos acostumados a chamar de tempo. Tempo está intimamente relacionado com espaço (deslocamento, movimento). Com base nisso, podemos dizer que tem tempo em D-1 e D-2 também, pois, podemos ter deslocamento naquelas dimensões. Ou será que não? Vamos ver.

Como ocorre um deslocamento?

Qualquer deslocamento necessita de um agente para executá-lo. O agente do deslocamento pode ser interno (auto móvel) ou externo. Podemos, então, notar que:

1)      Não existe um auto móvel em D-1 e nem em D-2. Isso é extremamente óbvio, pois, coisas que se auto movimentam devem ser vivas, ou ter um motor interno, ou ser uma onda energética. Não existem seres vivos em D-1 ou em D-2. Não é possível existir um motor interno a um ser em D-1 ou D-2. Ondas não podem existir em D-1. Não existem ondas que só vibram no plano, assim, não existem ondas em D-2.

2)      Agentes externos de movimento só podem existir em D-3. Contudo, nenhum agente em D-3 pode manipular objetos D-1 ou D-2.

Nem mesmo matematicamente é possível deslocar pontos em D-1 ou em D-2. Deslocamento que implica tempo significa desaparecer no ponto de partida, passar por pontos intermediários e aparecer no ponto de chegada.

Em D-1, o deslocamento do ponto 3 até o ponto 5 não faz o ponto 3 desaparecer. O mesmo ocorre com um ponto em D-2.

Matematicamente, podemos interagir com figuras no plano, até deslocando-as, mas, o tempo desse deslocamento vai estar em D-3 e não em D-2.

Então, não existe o tempo em D-1 e nem em D-2 (muito menos em D-0, claro).

Mas, podemos imaginar um deslocamento e isso implica tempo, como quando imaginamos os pontos se deslocando em D-1 e D-2. Assim, apenas esse tempo mental é que pode ser usado em D-1 e D-2, e até em D-0. Porém, a sua fonte, a imaginação, e a fonte dela, está, no mínimo, em D-3.

Imagine algo que vai aparecer no futuro. Com isso, você conseguiu imaginar algo que não existe agora. Esse intervalo entre a inexistência e a existência do objeto é o que chamamos de tempo. Se esse algo nunca chegar a existir, aquele intervalo de tempo exato não vai existir também (o tempo é relativo às coisas!). Porém, você pode, mentalmente, criar intervalos de ainda-não-existe, ainda-não-existe, ..., até a coisa passar a existir ou não. O tempo aqui continua relativo a uma coisa mental ligada à coisa real, possivelmente. A “coisa” pode ser um objeto D-1, D-2 ou D-3. A “não-coisa” é, obviamente, um objeto D-0.

Em qualquer caso, se definirmos o tempo como uma dimensão, ele pode estar antes de qualquer D-X, com X ≥ 0. Mas, nesse caso, estaremos considerando o tempo como algo absoluto e está mais do que claro que ele é relativo às coisas e às não-coisas. Assim, não há como o tempo existir antes de um objeto, mesmo que esse objeto não exista. Em termos puramente mentais, ele pode existir apenas após D-1, mas, em termos reais e mentais, ele só poderá ser experimentado após D-3.

Ora, se o tempo é gerado em D-3, a DURAÇÃO tem que ser a 4ª dimensão.

Mas, por que não aceitamos isso facilmente? Por que nos sentimos forçados a procurar uma 4ª dimensão em algo que possa ser medido com uma fita métrica?

Na hora que você entender que tempo não é uma entidade à parte, que depende totalmente do espaço, que é um atributo do espaço, que nasce dele, você vai começar a aceitar facilmente a duração como dimensão 4. Você vai parar de procurar uma dimensão 4 espacial quando perceber que distâncias podem ser medidas em DURAÇÃO também, além de COMPRIMENTO, LARGURA e ALTURA.

Você vai aceitar quando perceber que:

  • D-1 provê um meio para D-0 se manifestar
  • D-2 provê um meio para D-1 se manifestar
  • D-3 provê um meio para D-2 se manifestar.

Disso se conclui que D-4 tem que prover um meio para D-3 se manifestar. E um objeto em D-3 só se manifesta quando passa a existir, e ele só existirá se tiver uma duração mínima. No momento zero, esse objeto é apenas uma ideia, um conceito (não necessariamente na cabeça de alguém).

Duração é a quarta dimensão porque o tempo provê uma saída de D-3, pois, ele está inserido no espaço físico e, também, no espaço mental (espaço extra físico).

Espaço Físico

                    TEMPO

Um objeto D-X é uma coisa que não existe em D-(X-1). De repente, você poderia usar isso para dizer que objetos que não existem em D-3 podem estar em D-4 e que a dimensão 4 pode ser: o mundo dos fantasmas, o mundo das imagens espelhadas, o mundo dos moldes, etc. Ora, é mais fácil provar o tempo do que a inexistência de fantasmas em D-3.

Você aceita mais o tempo do que o mundo das imagens espelhadas. É ou não é?

O mundo dos moldes é aquele mundo que não tem você, mas, tem a forma do espaço que você ocupa; não tem o Empire State, mas, tem a forma que ele ocupa no espaço. Seria um mundo de sombras tridimensionais. Se isso existir, está mais para dimensões maiores que 4 (universos paralelos) do que para D-4. Você concorda.

O espaço infinito é a base para o tempo. Desde quando D-3 se expandiu ao infinito, a base para o tempo se formou e se expandiu para a eternidade.

Todo esse espaço pode, agora, ser picotado em unidades de tempo do tamanho que se quiser. Preferiu-se picotá-lo em subespaços cuja unidade básica é chamada de segundo, que é medido por dispositivos chamados de relógios. Os relógios, por sua vez, não medem o tempo como um todo. Eles realizam ciclos (partem de um ponto e, a um passo fixo, chegam no ponto de partida) que são contados como minutos, horas, dias, anos e séculos (meses não porque cada mês tem uma duração diferente).

Assim como no espaço, um ponto no tempo determina um antes e um depois dele. Depois do ponto está a duração de sua existência; antes dele, está a duração de sua inexistência (não existe um ciclo – é eterno antes do ponto e depois dele):

ANTES

DEPOIS

Veja que temos uma linha que lembra D-1.

A pergunta que vem é: o ponto, agora existente, pode se deslocar para frente e para trás nessa linha?

É senso comum que ele se desloca inexoravelmente para a frente (alguns dizem que é o tempo que vai para a frente. Não é bem assim). Então, a questão que fica é: pode ele se deslocar para trás? Mas, o que é para a frente e para trás no tempo? Onde é o início e o final da base espacial do tempo?

A linha do tempo é um conjunto de pontos. Um objeto colocado em qualquer ponto passa a existir – começa a se mostrar ao longo da linha dali pra frente.

Um objeto que evolui (modificado por si mesmo ou por um agente externo) só pode continuar adiante com esta evolução. Não há como ele voltar ao ponto de partida se desconstruindo.

Um objeto que não evolui está parado no ponto de partida. O testemunho temporal que temos dele é mental apenas.

Então, o tempo passa (permite a duração) de duas maneiras apenas:

1)      Com modificação e testemunho mental.

2)      Com testemunho mental.

O tempo é mais importante do que o espaço. Apesar de você achar que pode ir para a frente e para trás no espaço (isso é relativo ao ponto onde você fez a “virada”), você está sempre indo para a frente.

Note que “para a frente” e “para trás” perdem o sentido quando você pensa em MODIFICAÇÃO (que dá o sentido em ir para a frente porque cria uma linha de tempo) ou em TESTEMUNHO MENTAL, que também cria uma linha de tempo.

O que nos dá a sensação de passagem de tempo (duração) é a modificação externa das coisas e a modificação interna de nossa mente.

Não existe o para trás absoluto e nem o para frente absoluto no espaço e, assim, no tempo.

Se o tempo fosse uma coisa absoluta ele, obrigatoriamente, estaria separado de você. O tempo indo sempre para a frente, te deixaria para trás. O único modo do tempo de levar para a frente seria você estar montado nele, o que faria com que você e ele não estivessem separados um do outro, o que, por sua vez, não o faz tão absoluto.

Se existe uma correnteza de tempo, ela está indo é para trás, enquanto você está indo para a frente. É você que passa, definindo-o. É você que vai sempre para a frente, não ele. O tempo é como uma esteira de academia sobre a qual você corre (uma esteira não elétrica – sem “vida própria”). Se você parar de evoluir (correr), ambos param (você e o tempo).

Se você morrer, o tempo também morre. Ele é relativo às coisas.


 

Sumário 1

Até aqui, podemos localizar um objeto (uma pessoa que seja). P, com as seguintes coordenadas:

P = (Latitude, Longitude, Altitude, Idade)

E podemos ter uma melhor definição para dimensão:

Dimensão é um sistema de coordenadas que localiza um objeto com tantos argumentos quanto é o valor da dimensão.

Um objeto pode estar na próxima dimensão se um giro de 90o dele na dimensão corrente fizer com que ele desapareça da dimensão atual.

D-0 é o ponto em todos os graus. Nenhum giro o afeta. Na verdade, ele não pode girar.

Girando-se uma linha no plano do papel, ela continuará sendo uma linha. Aqui, o eixo de giro está perpendicular ao plano do papel.

Girando a linha de tal modo que o eixo de giro fique no plano do papel e num ângulo positivo em relação à linha, ela vai encurtar até virar um ponto (ou desaparecer) quando atingir 90o com o plano do papel. Continuando o giro, ela vai começar a crescer, até ficar totalmente posicionada do outro lado, a 180o. O mesmo acontece com um plano em D-2.

Se o giro de um objeto em D-X não o fizer desaparecer, ele é um objeto D-(X+1). Imagine um cubo girando no plano. Dá para fazer isso considerando a sombra dele.

Em que situação um objeto D-3 desaparece? Nesse ponto ele atingiu em giro de 90o? Se nesse ponto ele não desaparece, então ele é um objeto D-4.

Que ponto poderia estar fora de D-3 para permitir D-4?

Um objeto D-3 desaparece a partir do momento em que ele para de persistir. Para algo persistir, ele tem que durar. Enquanto ele durar, ele está determinando um tempo positivo (T > 0). Em T ≤ 0 ele não é concreto. É um conceito ou uma ideia.

Então, a 4ª dimensão é a DURAÇÃO, que está fora de D-3. Isso implica que tudo o que presenciamos está em D-4 e não em D-3.

Mas, e nós, estamos em que dimensão? Se persistimos, então estamos em D-4.

Mas, se quem está em D-X consegue ver objetos nas dimensões inferiores, por que em D-4 não conseguimos ver a parte de trás de um prédio quando o olhamos de frente?

O primeiro motivo é que o prédio também está em D-4. O segundo motivo é a retilineidade da luz. Para poder ver o prédio por inteiro, basta gastar o tempo necessário para girar em volta e por dentro dele. Tem que ser um giro suficientemente rápido para que nenhuma persistência desapareça.

Tudo o que fazemos ou sentimos está em D-4, mesmo, e principalmente, a consciência de nós mesmos. A consciência do EU vive em D-4 (FORMA + PERSISTÊNCIA).

A Dimensão Cinco (D-5)

Estamos apenas em D-4 ou, talvez, em D-5? O que seria D-5? O que estaria fora de D-4? Em que posição você deve estar para perceber um objeto (o objeto no espaço e sua duração)?

O que modificaria D-4 assim como a DURAÇÃO modifica D-3 para prover D-4?

Vamos pegar de novo a linha do tempo de D-4:

ANTES

DEPOIS

Como eu disse, ela lembra D-1. Então, para derivar a próxima dimensão, basta que um ponto esteja fora dessa linha:

ANTES

DEPOIS

Veja que agora qualquer ponto tem dois graus de liberdade. Temos um plano de tempo, em vez de uma linha de tempo.

Qual é, afinal, o significado do ponto vermelho em relação ao ponto azul?

Suponha que o ponto azul é você em T = 0 + 1 segundo, ou seja, o momento de teu nascimento. Suponha, também, que você nasceu “de 9 meses”. Mas, por um motivo qualquer, você poderia ter nascido “de 8 meses”. Nesse caso, você seria o ponto vermelho.

Respondendo à pergunta Em que posição você deve estar para perceber um objeto (o objeto no espaço e sua duração)?, alguém teria que estar na linha pontilhada que passa pelo ponto azul ou numa linha pontilhada que passe pelo ponto vermelho, sem passar pelo ponto azul, para te ver nascer (na verdade, o fato de você nascer, nesse exemplo, é que vai determinar a linha em que a pessoa vai estar). Pescou? Não? Você, como testemunha de um objeto (ou a pessoa, como testemunha de teu nascimento) vai estar num plano!

Vamos refazer a figura acima:

Início do Universo (Big Bang?)

Fim do Universo

Cada ponto é um acontecimento no tempo e no espaço (D-4), mas, cada caminho, do início ao fim, é uma sequência de acontecimentos (eventos) diferentes. Cada ponto é uma escolha no tempo. Se você nasceu no ponto verde, as tuas escolhas é que traçarão o caminho de tua vida, aquilo que você vai ser, aquilo que você é (sem possibilidade de retorno para refazer o caminho). Se você nasceu no ponto azul, não há como você passar pelo ponto vermelho.

Isso é a dimensão 5!

O caminho que você escolheu mais os caminhos que você não escolheu formam a dimensão 5. Os caminhos que você não escolheu (ou pelos quais um objeto não passou) é o que está fora de D-4. É o que modifica D-4 para prover D-5.

Note que qualquer ponto pode ser o momento do teu nascimento ou pode ser o teu agora. Isso implica que todos os pontos estão no mesmo plano. Isso lembra D-2, não?

Derivamos D-5 geometricamente e podemos defini-la:

A dimensão 5 é onde todas escolhas para um objeto estão presentes no tempo e no espaço.

Quais seriam os caminhos para o prédio que introduzimos em D-4, lá em cima? Seriam todas as modificações possíveis no prédio, partindo da ideia original, nisso incluído o estado final dele no agora.

Ora, com base nisso (o estado final do prédio aqui no agora), podemos concluir que tudo o que vemos, incluindo nós mesmos, está em D-5 (forma + persistência + caminho. Note bem: caminho, e não caminhos).

O caminho é traçado pelas escolhas que fazemos a cada instante, em D-5, ou por agentes externos que modificam a trajetória de um objeto ou conjunto de objetos. Por exemplo, um evento externo causou o fim dos dinossauros (pode ter sido um meteoro ou outro agente qualquer). Então, o caminho que os dinossauros seguiram foi aquele cujo último ponto foi a extinção deles.

A 5ª dimensão tem que ser as várias flutuações da linha de tempo. O tempo em si não muda em essência, mas, flutua conforme as vicissitudes em seu caminho. De D-5 posso ver D-4: a persistência de um objeto traçando o seu caminho.

Grandezas físicas em geral (temperatura, pressão, massa, aceleração, etc.) não podem ser dimensões em si, pois, requerem um lugar no espaço e uma persistência. Assim, não são D-3 e nem D-4. Também não são D-5, pois, são coisas que variam no tempo, afetam caminhos. São, portanto, elementos de D-5, mas, não, a própria D-5.

Veja a figura a seguir.

A figura mostra um plano D-5 com o caminho D-4 percorrido (círculos azuis ligados por um traço verde) à esquerda e os possíveis caminhos à direita, separados pelo presente imediato (círculo verde).

Note que esse círculo verde poderia ser um dos dois círculos pretos que atravessam a fronteira do presente.

O presente é imediato porque ele é extremamente curto em termos de evolução (ou passagem de tempo, como queira). Isto porque, quando você toma consciência do que você fez no presente, ou do que aconteceu no presente, o fato já estará no passado.

As linhas marrons mostram os caminhos alternativos que você poderia ter seguido ou pelos quais a vida poderia ter te guiado. É o passado inalcançável fisicamente.

Do lado direito se estendem as possibilidades do futuro, cuja continuação do caminho D-4 vai depender das escolhas que você fizer e daquilo que a vida de impuser. Uma vez traçado um pedaço de caminho ali, não tem mais volta.

A Sexta Dimensão (D-6)

O que inexiste em D-5? O que seria um ponto fora do plano desenhado na figura anterior? Sim, ele estaria na 6ª dimensão, mas, de que seria formada a dimensão 6?

Pense em todos os caminhos que você teria escolhido ou que o prédio “teria escolhido”. O que falta?

Início do Universo (Big Bang?)

Fim do Universo

6

O ponto amarelo está em outro plano. Podemos, então, pensar em empilhar vários planos para obtermos D-6.

O ponto amarelo pode ser, por exemplo, o ponto em um plano onde nenhum caminho leve à extinção dos dinossauros. Assim, eles estão vivos no plano em que se encontra o ponto amarelo (supondo que não evoluíram drasticamente, claro).

Não há outra alternativa para D-6, mas, isso que vou mostrar agora (que é mostrado até por alguns cientistas) parece um tanto quanto fabricado, inventado, pois, é uma teoria que não foi provada e nem sei se algum dia vai ser, porque aquilo que é real para nós é o que podemos tocar, “sentir o gosto”. Podemos sentir o gosto de D-5, não é? Pois é. Eu acho que não tem nada além de D-5, mas, vamos lá.

Aqui também cai por terra aquilo que eu falei acima sobre passado inalcançável. Tudo bem, o passado continuará inalcançável, mas, existirá a chance de você refazer seu caminho sem precisar ir ao passado. O único problema é que você poderá não ser você!

Vamos começar empilhando planos D-5:

Os infinitos planos formam o espaço D-6. Cada caminho não escolhido em D-5 estará ativo em um dos planos que formam D-6. O próprio plano D-5 está incluído no espaço D-6.

Essa é a Teoria dos Universos Paralelos[2]: existem infinitos você seguindo todos os caminhos possíveis, ou seja, num destes universos você escolheu ser um assassino; em outro, resolveu ter dez filhos, em vez de dois em (outro) D-5 (por exemplo).

Cada possível caminho é transformado num universo à parte. O universo em que estamos agora é um dos vários universos criados.

No espaço D-6, todas as probabilidades existem. No caso do prédio, em D-6 podemos encontrar todas as formas não arquitetadas dele, mas, também, a arquitetada.

Eu, pessoalmente, não acredito nestes tais universos paralelos, onde existem versões de mim mesmo. O que eu não fiz não foi feito e nem está sendo feito em algum lugar; o que eu não fui, não sou e nem serei em algum lugar. Não existe e nem existirá uma cópia minha em outro lugar. Eu, como corpo e consciência, sou um evento único em D-5 e, assim, em qualquer parte do infinito e da eternidade.

A Teoria dos Universos Paralelos se baseia na possibilidade do Big-Bang (a teoria) que gerou nosso universo ter gerado os demais universos contendo os caminhos que eu não escolhi.

Em termos de possibilidade, isto é bastante aceitável, mas, em termos de realidade não, pois, só conseguimos experimentar uma realidade, não completamente, mas, em grande parte.

A Física Quântica fala em teorias de partículas que interferem consigo mesmas, que saltam entre dimensões, etc., como, por exemplo, um elétron. Ora, eu não sou o mesmo tipo de energia que um elétron é. Eu sou muito mais complexo do que um elétron, tanto que sou composto de vários deles também. Eu não posso mais ser refinado. Ele pode.

Mas, aí, você me pergunta: e o mundo dos sonhos, não seria um universo paralelo?

E eu te respondo: De novo, estamos entrando num mundo puramente mental. A única diferença entre sonho e pensamento é que a persistência do sonho é mais longa e tem uma estabilidade maior.

Desmentindo-me e, ao mesmo tempo reafirmando o que eu disse: os únicos universos paralelos em que acredito são as mentes paralelas. Não de pessoa para pessoa, mas, dentro da mesma pessoa. É como se fossem múltiplas personalidades, que são criadas e apagadas conforme as escolhas que fazemos ou que nos são impostas de alguma forma. Por exemplo, quando você se apaixona, uma personalidade extra é criada em você para, simplesmente, ficar tomando conta daquilo, ficar preocupada com aquilo. Vira e mexe, ela enfia um pensamento na tua cabeça sobre aquela paixão, como se estivesse conversando com você, chamando sua atenção.

Você escolhe realizar uma manobra arriscada no trânsito e bate seu carro zerinho. Nesse momento, um seu eu do universo paralelo começa a falar com você, mostrando como ele fez lá no universo paralelo para não bater o carro. Isso, então, entra na tua cabeça em forma de vários SEs: Puxa, se eu tivesse saído mais cedo... se eu tivesse saído mais tarde... se eu tivesse feito isso em vez de aquilo... se eu... Que merda!

O sonho nada mais é do que uma personalidade dessas. Na verdade, uma personalidade extremamente criativa, capaz, por exemplo, de criar pessoas, fatos e objetos que você nunca viu ou presenciou e mostrá-los para você.

Se D-6 existir, então, por estarmos num dos planos, estamos em D-6. Note que estar não é a mesma coisa que experimentar. Acredito que só existe D-5 porque podemos experimentá-lo, mesmo que a posteriori (você tem escolhas a fazer, mas, só poderá experimentá-las depois que fizer a escolha ou ela te ser imposta). Depois, você pode analisar que caminhos poderiam ter sido melhores ou piores e lamentar não ter seguido um deles ou se sentir aliviado por não ter seguido outro.

Para experimentar D-6 você teria que, por exemplo, no mínimo, se ver em outros planos. Bem melhor se pudesse, então, se desligar aqui e se ligar lá (bom para um homem que deseja ser mulher ou uma mulher que deseja ser homem – também para um pobre que deseja ser rico, né?).

Vamos supor, porém, que D-6 existe mesmo. Afinal, a lógica é bastante aceitável, né? Mas, será que isso nunca acaba? Concluiremos que estamos em D-200?!

D-6, A MENTE – O CONJUNTO DOS EUs

Você não controla a sua vida como, a princípio, poderia pensar. Isto porque você não é único. Quer queiram, quer não queiram, todos e cada um tem múltiplas personalidades. Tanto que, se a frequência com que elas aparecer aumentar e também aumentar a intensidade com que elas se manifestam, os médicos dirão que você está com uma doença mental.

Cada personalidade é um EU seu. Cada EU é encarregado de uma tarefa. Quando uma tarefa nova surge, um novo EU é criado (ou melhor, acordado) para tomar conta dela. Existe um EU para cuidar da paixão, um EU para cuidar da perda (que está bem relacionado ao EU que cuida da paixão), um EU para cuidar do arrependimento (relacionado ao EU da perda), um EU para cuidar da preocupação (relacionado ao EU do arrependimento), etc. Aquele EU que tomar o controle das ações que podem ser executadas através do corpo se torna o EU dominante.

O EU dominante vive no mundo acordado, onde ele nunca domina 100%, e nem pode, caso contrário, o ser não faria divagações, não se apaixonaria ou, em outras palavras, ficaria apegado a uma coisa única e para sempre. Ele é dominante no sentido de que é ele que toma a decisão final. A decisão final é 100% dele.

O EU dominante não é um EU específico. Ele é o EU que está no controle naquele momento em que uma decisão final é tomada. Ele é o responsável pela ação. Os demais EUs só assistem, lamentam, apoiam ou nem se importam.

O EU dominante é o que dorme (aquele que decide que é hora de dormir e vai para a cama – supondo que há uma cama!). Sua capacidade de controle diminui muito quando ele dorme, mas, ele não a perde completamente.

Nos sonhos, qualquer um dos demais EUs pode dominar, ganhar o controle. Isso acontece também quando estamos acordados, mas com intensidade menor. Se a intensidade aumenta, enquanto acordado, o sujeito pode perder a razão, ficar fora de si, ou enlouquece, como se costuma dizer. Pode, também, ficar mais inteligente, mais amoroso, etc., etc.

Dissemos, acima, que existe um plano D-5 onde você é um assassino, onde você escolheu ser mau, como se você não pudesse fazer essa escolha a qualquer momento. Você pode! Então, o caminho D-4 que traça a sua vida não o faz num plano D-5 fixo. É o caminho D-4, passando entre vários planos D-5 a escolher (traço verde na figura acima), que vai definir um plano D-5 definitivo. O plano da tua vida, criado pela tua persistência e escolhas!

Você não tem um lado bom, um lado mau, um lado safado, etc. Os planos D-5 a serem escolhidos por você é que tem.

Nas profundezas de D-6 (os psicólogos dizem: nas profundezas de sua mente) pode existir o seu pior EU possível, mas, também, o seu melhor EU possível, seu EU angelical.

Qualquer um deles pode se manifestar, mais em sonhos quando o EU dominante é forte, ou na vida real, quando o EU dominante é instável. Aquele que virá à superfície será o que estiver mais forte no momento. Pode ser o bom, o mau ou o apaixonado. Porém, se você, esse seu EU aí que está lendo este texto e se acha no controle, aquele que podemos chamar de EU principal, não for completamente subjugado pelo EU que tomar o poder, você pode recuperar o poder sempre.

Enquanto vivos, podemos dizer que todos os EUs nascem no mesmo instante. Eu e os meu demais nascemos em 28.10.1953. Não vivos, seja antes de nascer ou depois de morrer, não podemos saber. Pelo menos o EU principal não sabe.

O que D-6 sugere é que, mesmo que o EU principal morra, os demais podem continuar vivos.

Veja que isso é diferente da morte do corpo. O corpo não é o EU, caso contrário, cada EU que dominasse mudaria o corpo.

Da mesma maneira, qualquer EU secundário pode desaparecer sem que o EU principal se dê conta disso e nem despareça junto. Às vezes, ele é até afetado, ou outras pessoas podem notar uma mudança ao redor do EU principal: você viu como fulano está mudado?

D-6 sugere também a possibilidade de existirem outros EUs antes do EU principal (aquele que está em carne e osso, aquele que as pessoas confundem com o corpo) nascer. Para testar isso seria necessário saber se um recém-nascido tem mais que uma personalidade ou como são os sonhos dele.

As imagens e situações que aparecem nos sonhos podem ter sido formadas pelos pensamentos de um EU que tenta dominar lá ou podem ter sido impostas a todos os teus EUs como um teste para ver quais deles se sobressai, qual deles domina. Isso é exatamente o que acontece na vida real. Diante disso, algumas pessoas falham, ficam “congeladas”, fazem totalmente errado, ou se saem muito bem.

Note que existem dois modos de se sair bem e apenas um modo de se sair mal.

Você pode se sair bem na sua visão e na visão das outras pessoas. Esse é o lado bom.

Ou, você pode se sair bem no modo de ver das outras pessoas, mas, sair-se mal no seu modo de ver (por pior que você seja, você sabe se fez algo errado, e sente isso, mesmo que outras pessoas achem que você foi fantástico, por elas terem visto o fim sem ter visto os meios).

Você pode achar que não, mas, quando você (seu EU principal) está acordado, muitos dos teus outros EUs também estão acordados e prestando atenção em tudo. Alguns deles percebem coisas que você não percebe e, algumas vezes, eles te revelam o que viram quando você sonha ou mesmo quando você está acordado. Você diz que está com um pensamento martelando.

Outros EUs, porém, dormem junto com você. Outros ainda, nunca acordaram. Destes, um ou outro pode acordar num futuro próximo e causar uma reviravolta na tua vida.

Seria ideal se você pudesse controlar todos os teus EUs, mesmo aqueles que ainda estão dormindo, e deixasse transparecer apenas aqueles que mostrem o melhor “de você”.

Os meus EUs expõem para mim as imagens e as situações. Então, cabe a mim julgar e agir para executar ou evitar ações que levem ao resultado sugerido. Com isso, escolho saltar entre os planos de D-6, procurando montar o melhor plano D-5 possível, através do caminho D-4 traçado.

Enquanto você (seu EU principal) estiver no controle, nenhum dos outros EUs será capaz de executar ações, seja nos sonhos, seja na realidade. Eles só sugerem e cabe a você cair na deles ou não.

Muitas das vezes, o EU principal é um simples espectador nos sonhos, vendo e deixando as coisas acontecerem. Às vezes ele participa e até intervém, mas, como se estivesse vivendo um mundo à parte da realidade. É possível não só intervir e modificar as coisas nos sonhos, bem como ficar ciente de que aquilo ali é um sonho, o que te dá muito mais liberdade de tomar decisões, sejam quais forem.

Isso já ocorreu comigo diversas vezes. Quando ocorre, eu consigo comparar aquele mundo ali com o mundo que deixei antes de ir para ali e concluir que eu estou sonhando. Um exemplo é, de repente, se ver em Londres e lembrar que não planejou viagem alguma para Londres. Pode ser arriscado, mas, até agora funcionou. Outras vezes, para ter certeza, pois, mesmo lá no sonho pode surgir dúvidas sobre se é um sonho eu não, eu tento fazer coisas que sei (sei lá no sonho, tenho a certeza lá) serem impossíveis, como dar um salto na vertical e flutuar.

De novo: remédios e outras drogas podem levar você a acreditar em coisas que não estão realmente acontecendo. Assim, evite-os.

Sumário 2

Não vou entrar direto nas definições das próximas dimensões porque a lógica começaria a ficar um tanto rala. Você começaria a ter uma sensação de que as coisas estariam sendo inventadas, forçadas. Para isso, vamos fazer um sumário e algumas elucubrações mentais com o objetivo de deixar a lógica mais forte.

A figura a seguir mostra a lógica que temos seguido (e seguiremos) para definir cada uma das dimensões.

Veja que continuamos a usar os conceitos das figuras geométricas que aprendemos na escola, onde adquirimos uma sensação de que estas figuras são concretas. Isto porque conseguimos desenhá-las. E falar delas em dimensões superiores sem que possamos visualizar gera uma espécie de conflito mental.

Podemos concluir que:

ü  D-2 contém pontos D-0 em linhas D-1.

ü  D-5 contém pontos D-3 em linhas D-4.

ü  D-8 contém pontos D-6 em linhas D-7.

ü  D-11 contém pontos D-9 em linhas D-10.

O que é importante são os pontos e não as linhas e planos. Assim, D-0, D-3, D-6 e D-9 é que são importantes.

ü  Um ponto sempre será um ponto.

ü  Uma linha pode se tornar um ponto, mas, nunca vai desaparecer.

ü  Um plano pode se tornar uma linha, mas, nunca vai se tornar um ponto.

ü  Um cubo pode se tornar um plano, mas, nunca vai se tornar uma linha.

ü  D-X pode se tornar D-(X-1), mas, nunca se tornará D-(X-2).

ü  Qualquer objeto em D-X está também D-(X+1) e acima.

ü  Se um objeto D-X se tornar um objeto D-(X-1), então o primeiro objeto está na dimensão X. Se ele se mantiver em D-X, por qualquer transformação que sofra, então ele está na dimensão (X+1).

ü  Qualquer coisa fora de D-X está em D-(X+1).

ü  Dado um ponto, ele pode estar em qualquer D-X. Se ele não estiver em D-X, vai estar em dimensões inferiores; se ele estiver em D-X, pode estar também em dimensões superiores.

ü  Se você estiver em D-X não conseguirá ver coisas em D-(X+1), mas, conseguirá ver tudo que existe abaixo de D-X.

Um barco navegando na esfera terrestre te dá a impressão que você navega em 2-D, pois, afinal de contas a superfície de qualquer esfera D-3 é um plano D-2. Se você navegar para sempre, nunca sairá do plano e, eventualmente vai passar pelo ponto de partida várias vezes. Na esfera, o plano é infinito, porém limitado.

A esfera D-3, chamada de hiperesfera, é que provê o caminho D-2 para você, aparentemente limitando o seu acesso ao mundo D-3.

Uma hiperesfera em D-(X+1) limita o acesso ao mundo dela via um mundo D-X. O presente em D-4 bloqueia a sua visão do futuro que está em D-5.

ü  Um objeto em D-X, com X > 0, contém infinitos pontos. De que tamanho é cada ponto? Tem que ser infinitesimal, pois, qualquer outro tamanho fará o objeto cobrir o universo todo (por conter uma quantidade infinita de tais pontos).

ü  Um objeto em D-0 contém apenas um ponto.

ü  Um ponto infinitesimal não pode existir concretamente!

ü  O que não existe tem duração zero. A dimensão zero é criada pela mente como a anti-dimensão das dimensões maiores que zero, da mesma maneira que o nada é criado pela mente como o anti-tudo.

ü  Não existem pontos, existem objetos que podem compor objetos.

ü  No conjunto R dos números reais, um ponto na posição π (pi) é ilocalizável, não realizável e, portanto, inexistente. Idem, o ponto ( ). Idem, o ponto ( ).

ü  Tais pontos não têm duração.

ü  A dimensão zero é a dimensão da inexistência total e real – não há lugar e nem objeto. Nenhum objeto pode vir de lá. Qualquer objeto só pode vir de D-4.

ü  A própria D-0 não existe. Como dito, ela é a anti-dimensão criada pela mente. Ela só existe como um conceito, uma ideia, da mesma maneira que D-1, D-2 e D-3.

ü  Com isso, podemos colocar mais uma definição para dimensão:

Dimensão é um “lugar” onde algo sofre uma alteração, muda para uma situação que não acontece na dimensão inferior.

ü  Se sou um ponto em D-1 e quero mudar minha posição na linha (na fila), tenho que ir a D-2. Eu tenho que sair da linha, pois, não posso passar por cima dos outros pontos.

ü  Se sou um ponto em D-2 e quero mudar minha posição no plano, tenho que ir a D-3. Não há vazios no plano!

ü  Se sou um ponto em D-3 (sou apenas um lugar, uma possibilidade) e quero mudar minha posição (de inexistência para existência) no espaço, tenho que ir a D-4.

ü  Se sou um ponto em D-4 (existo) e quero mudar minha posição (minha linha de tempo) em D-4 (para ir para outro D-4), tenho que ir a D-5.

ü  Se sou um ponto em D-5 e quero mudar minha posição (voltar e refazer minhas escolhas), tenho que ir a D-6 (para saltar de um plano D-5 para outro).

ü  Se sou um ponto em D-X e quero ir para outro ponto D-X, obrigatoriamente tenho que passar por um ponto D-(X+1). Veremos que isso se aplicará a D-7 e às demais dimensões também.

ü  Em D-3 você não existe. Nada existe concretamente.

ü  Em D-4, você pode ficar congelado, apesar de persistir. Você estará "quente" se caminhar em D-5 (em um de vários caminhos).

ü  D-5 é um plano que contém todos os caminhos que eu poderia seguir (transformando-me e sendo transformado, psicológica e fisicamente, mas, sem perder a minha essência).

Eu, Brasilio, homem? ou eu poderia ser uma mulher, um cachorro, ou pedra?

Desde que eu tenha passado a existir como sou, assim serei até o fim. Uma mulher, um cachorro, uma pedra, estão traçando seus caminhos, independentemente de eu ser um deles ou não. O caminho que eu sigo até o fim é uma linha D-4 entre as várias linhas existentes no plano D-5.

ü  Em D-5, você só aparece uma vez, mas, tem vários caminhos para seguir. Aquele que você está seguindo está traçando o teu D-4.

ü  Todos os caminhos que eu poderia seguir em D-5 estão sendo seguidos por vários eus meus em D-6, cada um desses eus estando num plano D-5 diferente. Cada plano é uma realidade diferente – ou universo diferente, como queira. Em termos de leis físicas, é o mesmo universo em estados diferentes. O conjunto infinito desses planos é D-6.

ü  Em D-6, você aparece infinitas vezes, com infinitos caminhos para seguir. Como um big-bang criou aquele universo com suas leis físicas, então, um único big-bang criou cada um desses conjuntos de planos D-5 em que eu apareço (um eu em cada um dos infinitos planos). Nesse caso, o big-bang criou D-6.

Existe algum plano em que eu não existo e nunca existi?

Não. Se eu não existo/existi em um deles, não existo/existi em qualquer um deles. Isto é, seu eu existo, existo em D-6, não apenas em um D-5 qualquer (tenho que existir em todos os D-5). Porém, em um mesmo D-5, posso existir em apenas um D-4. Porém, se eu morrer em um D-5, posso continuar vivo em outro D-5, ou seja, minha vida dura muito mais em D-6 do que em um D-5 qualquer. Em D-3 não existo concretamente.

Posso comunicar-me com um meu outro eu em D-6 (que esteja em outro D-5)?

Sou eu mesmo em cada plano (os meus eus são iguais em D-6) ou tenho formas diferentes de um plano para outro?

As escolhas que faço e as escolhas que a vida faz para mim podem transformar-me fisicamente e psicologicamente, mas, não seriam transformações exageradas, como eu sendo Brasilio em D-5x e sendo um prédio em D-5y. Por outro lado, sendo Brasilio em D-5x, posso ser Maria em D-5z.


 

A Sétima Dimensão (D-7)


Um conjunto de pontos D-6 vai estar em D-7, obrigatoriamente. Daí, um ponto D-6 pode estar em D-7. Se um big-bang cria um universo D-6, outro big-bang vai criar outro universo D-6, formando uma linha de universos. Isso é D-7.

Em D-7, cada big-bang vai criar um universo diferente, com leis físicas exclusivas para cada universo criado. Conforme a posição de um D-6 na linha D-7, suas leis físicas variam.

Cada BBi vai criar um D-6i característico. Se estamos em U1, pode ser que em U2 a gravidade é levemente negativa.

Veja a figura (Ri são as realidades alternativas que existem em cada D-6, ou seja, planos D-5).

Só existo em um único D-6 ou pode haver outros eus meus em outros D-6 da linha D-7?

Eu existo em apenas um D-6. Nos outros D-6 existem seres diferentes. Cada D-6 tem sua população exclusiva. Por existir em D-6, faço parte do conjunto D-7.

Pelos mesmos raciocínios anteriores, como o nosso universo pertence a uma família de D-7, também estamos em D-7. Como nas dimensões anteriores, estamos na intersecção entre D-X e D-(X+1), ou seja, estando em D-6, podemos olhar (sem ver, sem experimentar) o plano que se ergue para D-7.

Se sou um ponto em D-6 e quero mudar minha posição (quero morar num lugar onde a gravidade é levemente negativa, para eu flutuar e não sentir a pressão do colchão no meu corpo quando eu deitar para dormir) para outro D-6, tenho que ir a D-7, onde pularei de um universo físico para outro (de um big-bang para outro).

Existem outras linhas D-7? O que tem lá? Como posso ir para outra linha?

Para sair de meu universo e ir para outro universo de outra linha D-7, tenho que ir a D-8.

A Dimensão Oito (D-8)

Em D-8 estão universos estranhos, onde, por exemplo, algumas leis físicas que conhecemos não existem, existindo até outras leis das quais não temos a mínima ideia, além dos universos com os D-7 listados acima. D-8 é um plano contendo uma infinidade de big-bangs estranhos (condições iniciais estranhas para cada universo). Em D-8 pode existir, por exemplo, um universo em que a gravidade alterna, oscila.

Em D-8 existem todas as expressões possíveis de universos possíveis. Isso é diferente do plano D-5, onde há a possibilidade de existirem todos os meus eus possíveis, mas, eles só podem se expressar em D-5 diferentes. Dois universos com leis diferentes (no plano D-8) não são o mesmo universo, mas, dois Brasilio com consciências diferentes não podem persistir no mesmo plano D-5. O que me diferencia de um universo é uma consciência que eu tenho e ele não. Ambos somos objetos, mas, eu tenho algo a mais. A única coisa que não pode existir no mesmo plano é a consciência.

Como o nosso universo é um ponto em uma daquelas linhas em D-7, que “moram” em um plano D-8, estamos, então, inseridos na dimensão 8!

D-2 e D-5 podem ser planos na acepção da palavra, mas, D-8 não. Apesar dele se posicionar em um plano na sequência que temos usado para definir cada dimensão, D-8 ocupa mais que um plano tipo D-2 ou D-5, estando mais para uma figura do tipo D-3 ou D-6.

Sendo D-8 o conjunto de todos os universos físicos possíveis, não há como tais universos estarem alinhados em um plano desprovido de altura (ou de profundidade).

 

 

Resumindo as Dimensões

A tabela a seguir mostra, de modo resumido, as dimensões que vimos até agora.

Dimensão

Sujeição do objeto criado

0

Sem posição – Inexistência total (sem duração)

1

Posição linear (inexistência do objeto – só existe lugar para aresta/raio)

2

Posição planar (inexistência do objeto – só existe lugar para sua face)

3

Posição espacial (inexistência do objeto – só seu lugar existe)

4

Duração no espaço (existência do objeto – concreta ou abstrata)

5

Rotas transformativas excludentes, no tempo e no espaço

6

Todas as rotas transformativas são possíveis

7

Iniciadores de um mesmo tipo de rota transformativa

8

Iniciadores de qualquer tipo de rota transformativa

9

10

11


 

A Dimensão Nove (D-9)

Como não podemos empilhar planos D-8 em que cada um manifestasse um universo diferente, pois, todos eles já se manifestam num único plano D-8, D-9 não pode ser formado de planos D-8. Ainda assim, D-9 tem que existir para me permitir saltar entre universos estranhos.

Vindo de baixo para cima (de D-0 para D-11), tudo que é físico não ultrapassa D-8. Então D-9 tem que ser extra físico.

O que não é físico?

Meus pensamentos e os meus sonhos não são físicos. As emoções estão no meio do caminho, fazendo a interface entre o físico e o não físico.

Informação não é algo físico. Tudo está impregnado de informações. O universo físico está impregnado de informações As próprias informações, como o pensamento e o sonho, estão impregnadas de informação, obviamente.

Pensamentos e sonhos são informações, mas, nem toda informação é pensamento e sonhos. Porém, desconsiderando-se a fonte das informações, não há como discernir se a informação que chega é um pensamento ou não.

Um texto escrito em uma língua qualquer passa informações para aqueles que conseguem interpretar o arranjo dos caracteres desse texto.

`¤¨¬°´¸ØðĐĦħĮįļŀŁłŊőţŧųƆƍ

ƏƕƚƢƣƪƭƹǀǁǏǘȉȸɂɅɉɍʅʉʲʴʵ˘˟ ƏƕƚƢƣƪƭƹǀĦħĮįļŀŁł

Vejas os quadros acima. Você tem certeza que o primeiro contém informações impregnadas em um conjunto físico de caracteres. E sabe que o segundo tem informações também, só não sabe de que tipo. A parte física é a mesma nos dois quadros (caracteres, estranhos para uns, mas, não para outros, e vice-versa).

Você sabe que até o terceiro quadro pode conter alguma informação. E quanto ao quarto quadro? E o quinto?

Não tem quarto quadro e nem quinto quadro, então não tem informação. Veja que nem tem parte física. Assim, se tem físico, tem informação, mas, se tem informação, não precisa ter físico.

A informação não é o conjunto de caracteres físicos. É o que se desprende deles. É impalpável, não é possível de ser medida. Se a informação fosse o conjunto de caracteres, qualquer arranjo resultaria nas mesmas informações.

O big-bang não é um criador de universo. Ele é, na verdade, o efeito da criação. Mais do que uma causa, ele é um efeito do universo sendo criado. Assim, podemos parar de falar em big-bangs e falar apenas de criação. Informação cria, porém, ela cria algo mental. Informar significa dar uma forma mental à coisa passada pela informação, aquilo que se desprende da fonte da informação.

Sendo que a informação cria algo mental, fica difícil definir um D-9 não físico criando um D-8 físico.

O que não é físico ou não é experimentável é inventado?

Talvez estejamos em uma hiperesfera D-9 experimentando D-8, mas, bloqueados de acessar D-9. Se há algo em D-9, esse algo pode nos ver de alguma maneira e até nos afetar. Supor, nem sempre é inventar.

Informação é sempre criada ou nasce de uma dimensão desconhecida?

Informação é qualquer evento que afeta o estado de um sistema. Ela não pode vir do nada. Mesmo quando você olhou para o quadro vazio lá em cima, uma informação que possa ter saído dele, na verdade, foi forjada na tua cabeça. Assim, informação é sempre criada e pode nascer, sim, em uma dimensão desconhecida tanto quanto em dimensões conhecidas.

Eu não consigo definir D-9 claramente. Não creio que alguém possa. Estamos bloqueados de acessar essa dimensão. Talvez, algum dia, um caminho D-4 em um plano D-5 qualquer nos permita um vislumbre de D-9. Por enquanto, só podemos teorizar.


 

A Dimensão Dez (D-10)

Se não conseguimos penetrar D-9, o que dizer de D-10? Podemos dizer que ela não existe. Podemos dizer que nem D-9 existe.

Se estando em D-X posso ver todas as dimensões inferiores, D-10 seria o ponto máximo, a dimensão máxima, de onde eu poderia ver tudo. Seria o olho de Deus?

A Dimensão Onze (D-11)

Ninguém falou de D-12 até agora. No máximo, chegaram a D-11. Os que vieram com esta estória de D-11 foram os teóricos da Teoria das Cordas e, depois, a Teoria-M.

Segundo a Teoria das Cordas, as partículas elementares que compõem o universo físico são linhas extremamente finas e extremamente curtas de energia, existindo abertas e fechadas (círculo). Cada elemento assim é chamado de corda. Conforme sua vibração energética, cada corda representa uma partícula diferente com suas características próprias.

Para o modelo matemático da Teoria das Cordas funcionar, foi necessário considerar-se 9 dimensões de espaço mais uma dimensão de tempo (D-10).

Como a Teoria das Cordas não respondia a certas questões, ela foi transformada na Teoria-M (M-Theory: Membranes-Theory, Mother-Theory, Theory of Everything).

Segundo a Teoria-M, as partículas são membranas vibrantes (sim, como membranas D-2). No caso, foi necessário adicionar mais uma dimensão de espaço para a matemática funcionar: a dimensão 11 (10 dimensões de espaço mais uma dimensão de tempo).

O modelo matemático é a fórmula da atração de Newton modificada:

Onde D é a dimensão onde o modelo está sendo aplicado.

A questão é: como são e onde estão aquelas dimensões extras de espaço? Vimos que só somos capazes de imaginar ou de visualizar, mesmo mentalmente, três dimensões de espaço.

O que os criadores da teoria dizem é que estas dimensões estão escondidas, inacessíveis para nós, como, por exemplo, a segunda dimensão de um fio extremamente fino. É aceitável, pois, um ser menor ainda poderá ter acesso àquela dimensão escondida. Talvez sejamos muito grandes. Mas, talvez sejamos muito pequenos, já que isso pode nos impedir de ver coisas maiores do que nós também.

O problema aqui é que, se pudermos definir dez dimensões de espaço, como que ficam as definições que fizemos lá pra cima? Parece que se pode definir vários tipos de dimensões e ordená-las como se quiser.

Veja as figuras a seguir. Vamos tentar imaginar um D-4 espacial.

Começando com o ponto, como você faz para ir para uma posição que te mantenha à mesma distância do centro hipotético do objeto? Você nada pode fazer, pois, não tem para onde ir. O grau de liberdade para se movimentar é zero.

Já na linha, você pode se movimentar, mas, não existe outro lugar nela que te mantenha numa mesma distância r entre dois pontos. A única maneira é sair de D-1 e ir para D-2. Um plano.

No plano você tem dois graus de liberdade, mas, de novo, não existe um lugar diferente do centro do círculo cuja distância à periferia seja igual a r. Para conseguir isso, você tem que sair de D-2 e ir para D-3. O espaço.

Estando no centro geométrico da Terra, você enfrenta o mesmo problema: Qual é o outro ponto na Terra cuja distância até a superfície seja igual ao raio da esfera? Esse ponto não existe em D-3. Você teria que ir para a dimensão espacial 4. Porém, não sabemos onde está essa dimensão. Ela está escondida de nós.

Estando no centro da esfera, a distância de você a qualquer ponto da superfície (da casca da esfera) é sempre a mesma. Qual é o ponto diferente do ponto central para o qual você poderia ir sem alterar aquelas distâncias? No círculo você conseguiu, puxando o mesmo raio para cima (tocando numa vertical hipotética saindo do centro). Se você conseguir na esfera, então você terá conseguido encontrar a quarta dimensão espacial.

A dimensão D-(X+1) está sempre oculta e inacessível para quem vive em D-X. Desta maneira, se você conseguir sair de D-3 espacial e ir para D-4 espacial, você vai desaparecer da Terra. Talvez você não desapareça para você mesmo.

Será que quando o corpo morre, a mente vai para o D-4 espacial?

De qualquer maneira, pois mais dimensões espaciais que você possa definir, você sente a necessidade sempre de acrescentar mais uma: o tempo. Por isso, a teoria M considera 10 dimensões de espaço mais o tempo.

Brasilio – Novembro/2012 – Agosto/2014.



[1] Este ensaio foi baseado no artigo Imagining the Tenth Dimension, do canadense Robert Bryanton.

[2] O sentido da palavra universo aqui é de realidade e não de universo físico. Então, a expressão correta é Realidades Paralelas. O Big-Bang criou um universo físico e, por consequência, infinitos harmônicos desse universo, que, em si, são físicos também (pelo menos achamos que são físicos, principalmente o nosso).