Ainda faltando dois anos e meio de bolsonarismo, tem gente prevendo que o atual inquilino do Planalto poderá ser reeleito em 2022. Tudo pode acontecer, pois segundo o ditado, o futuro à Fortuna pertence. Me refiro à Fortuna, a deusa romana do acaso, do imponderável.
Mas em dois anos tudo pode acontecer e infelizmente tudo indica o pior do ponto de vista econômico, condição sine qua non para o sucesso de qualquer político. Infelizmente a economia já vinha capengando mesmo antes da pandemia. A retomada do crescimento não veio como foi prometido. O crescimento do PIB continuou com o freio de mão puxado, seguindo a mesma toada desde o governo Temer, apesar da aprovação do teto de gastos e da reforma da previdência.
Com a pandemia, tivemos a explosão do déficit fiscal que antes era de pouco mais de cem bilhões, agora com os 700 bilhões extras, a coisa ficou mesmo complicada.
O que significa esse déficit? Para a maioria dos brasileiros não significa nada, pois o economês é um idioma pouco acessível para quem não estudou a ciência de Adam Smith. Para os inocentes, o estado pode tudo, mas a realidade é outra. Dessa forma, traduzindo em bom português, esse déficit significa que o país terá muita dificuldade para pagar as suas dívidas. Precisará colocar títulos no mercado a juros muito altos se quiser obter créditos no exterior. Além disso, a condição de insolvência, poderá dificultar ainda mais os investimentos externos que poderiam aliviar o nosso déficit que superam 40 milhões de empregos.
É preciso lembrar que juros muito altos podem também dificultar o financiamento dos empresários em dificuldades para pagarem suas dívidas e obterem crédito para tocarem seus negócios. Juros muito altos, significa, também, risco de inflação galopante.
Algum maluco poderá sugerir a emissão de moeda para pagar as dívidas e financiar investimentos internos. Esse conselho é perigoso e poderá levar à hiperinflação.
Com tudo isso, ainda temos o problema da confiança dos investidores que olham com preocupação o desmonte da política ambiental que vinha se firmando nos últimos anos. O mundo contemporâneo não faz mais vista grossa para a destruição dos ecossistemas e o desleixo com relação aos povos indígenas. Isso vai ter um preço a ser pago e ninguém de bom senso apostaria o contrário.
Os investidores utilizam, cada vez mais, modelos mais precisos para avaliar os riscos de investimentos e entre as variáveis analisadas estão: riscos políticos, meio ambiente, equilíbrio da moeda, estabilidade institucional entre outras.
Por sorte, ainda temos a herança bendita que o PT deixou ou as preciosas reservas que superam os 300 bilhões de dólares. Seria desvario torrar essa grana, pois é o nosso seguro contra as as futuras tempestades, mas de qualquer forma, permitirá ao país sobreviver um pouco antes de quebrar se nada for feito.
Enfim, até 2022 será difícil manter a ajuda emergencial de 600 Reais para os desvalidos que crescerão de forma exponencial e estarão nas ruas lutando por um prato de comida. Assim, quem se eleger em 2022 terá de fazer das tripas coração para terminar o mandato.