O QUE NÓS É NECESSÁRIO PARA SER PROFESSOR? UM DIPLOMA?
Por Neide Rossi | 22/11/2018 | EducaçãoNeide Rossi
Luciana Rossi Nascimento
Beatriz Lindomar de Oliveira
Cursamos uma longa jornada de formação nas Universidades. Adquirimos alguns livros, reciclamos nossos conhecimentos através de cursos e palestras, lemos artigos em revistas especializadas, blogs e sites... e mesmo assim parece que nos falta algo! Mas o que nos parece é que nada disso dialoga com a prática. O que sucede?
Hoje em dia, a formação do professor é apreciada como uma disciplina especializada e uma área de pesquisa pensada. Vários países investem nesse tema por que acham ser primacial pensar sobre a qualidade de ensino realizados ao longo das carreiras dos professores.
O que isso exatamente quer dizer? Seja qual for o profissional que precise das habilidades intelectuais, é indispensável que se estenda por toda a vida a formação. Nada de novo até ai.
Mas o que tem decepcionado as pesquisas a respeito da formação continuada do professor, é a relevância da Reflexão como método de auto-formação
É convicção de vários estudiosos e especialistas que a formação do professor se complementa com a sua prática. Isso nos diz que sem a prática não há formação que consiga preparar um professor para um trabalho aprovado.
Logo não é só frequentar uma Universidade, estudar conquistar a graduação e, com o conhecimento prático, conquistar a satisfação de assumir-se como um bom professor.
Outra vez não!
É nessa perspectiva que apontam os pesquisadores a indispensabilidade de uma fase formativa da carreira que jamais termina: o exercício contínuo da análise sobre a própria pratica.
Sobre a reflexão crítica sobre a nossa pratica pedagógica Paulo Freire diz
(…) é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. (1996, p.43).
Há uma percurso de reflexão para os professores proposto pelo australiano John Smyth (1989) que se divide em 4 etapas:
- Descrever o que foi feito na prática
- Informar sobre o que foi feito e o que significou a prática
- Confrontar-se com as bases (crenças e teorias) que estruturaram sua prática
- Reconstruir a prática
Contudo temos várias coisas para fazer: planejar, sistematizar a proposta, colocar a prática, fazer relatórios, registar, organizar a sala, falar com a família.. e ainda refletir?
A indagação é que ao refletir, aquele tempinho em que percorremos os registros e os fatos é que a pratica vai se fazendo sentindo, se transformando intencionalmente, própria ao contexto e especializada.
Desta forma a reflexão complementa a formação do professor e engloba o processor formativo que se inicia nas Universidades. Ao fazer uma reflexão daria os coordenadores e professores colocam-se em continuo processo de formação.
Entretanto, refletir é um trabalho fácil?
Recorra a uma situação comum de discussão e divergência que tenha vivido, pode te ajudar a responder. Passada a aflição, é complexo olhar para dentro de si, reconsiderar os episódios e, humildemente pensar: será que tive razão o tempo todo? Será que eu seria capaz de ter agido de outro modo? É penoso encontrar-se com as próprias fraquezas.
De fato, a maioria de nós não aprendeu a refletir. O que aprendemos é, observar a informação sem crítica, em consequência a autocritica não foi enaltecida e praticada.