Está em moda o termo "Filosofia da Educação". Em um mundo modista, inexiste a certeza pelo interesse ao tema. Afinal, filosofia passou a ser sinônimo de cultura? Esta filosofia poderá ser útil no discernimento do fenômeno educação? E pra quem pretende ser educador, de que maneira e em que medida a filosofia poderá contribuir para que seja alcançado o objetivo primordial, ou seja, educar? Perguntas e mais perguntas.
Ora, a filosofia em um conceito simplificado nada mais é do que o estudo de determinado problema através de uma reflexão sobre o tema. E realmente, neste prisma, o educador necessita filosofar sim, pois atualmente o que não lhe falta, são problemas. Problemas de toda a ordem. Deste modo, criou-se a filosofia da educação, ramo do pensamento que se dedica à reflexão sobre os processos educativos, à análise do sistema educativo, sistematização de métodos didáticos, enfim, os principais eixos que acometem os docentes. Através desta modalidade de estudo, tenta-se compreender a relação educacional quando fundida na sociedade.
É cediço que, ao contrário da ciência, a filosofia não tem objeto determinado, tendo em vista que ela vai em direção a qualquer aspecto da realidade, desde que seja problemático; seu campo de ação é o problema, esteja onde estiver. Portanto, o que conhecemos normalmente pelo nome de filosofia da educação não o é propriamente, mas identifica-se com a "filosofia de vida", ora com a "ideologia". Na tentativa de desbravar este tema tão rugoso, criou-se ao longo do tempo várias teorias educacionais como a tradicional, a escola nova, renovada, não-diretiva, progressista, libertária, libertadora, dentre outras, e vários foram os Filósofos da Educação, onde dentre os de maior vulto destacamos Platão, Erasmo de Roterdão, Immanuel Kant, Jean-Jacques Rousseau, Demerval Saviani e no Brasil, temos como principal correntista Paulo Freire.
Porém, constata-se que para que a filosofia da educação se torne indispensável à formação do educador; a mesma deverá finalmente ser encarada como uma reflexão radical, com rigor e agindo em conjunto, sobre todos os problemas enfrentados pela nossa educação, pois atualmente, apresenta-se como modismo, sem força de atuação. Enfim, o que levará o educador a filosofar é o enfrentamento e reflexão dos problemas que ele encontra ao realizar sua labuta diária na educação, e na atual conjuntura, o correto seria a reflexão sobre a nossa realidade humana, buscando assoalhar quais seus aspectos comportamentais; quais as exigências existenciais concretas na seara da educação brasileira, e a partir daí ocorrerá o desenvolvimento de uma educação mais digna.
Neste contexto, podemos dizer que a missão a que incumbe a Filosofia da Educação no momento atual é a de oferecer aos educadores de todas as esferas um novo método de reflexão. Tal método deverá fazer este educador enfrentar enfim os problemas educacionais, penetrando na sua complexidade e encaminhando a solução das questões a ao tema inerentes. Os problemas são vários. Alguns deles são previsíveis; outros serão decorrência do próprio desenvolvimento da ação. A filosofia educacional portanto terá como objeto auxiliar o educador a desenvolver maior capacidade de refletir profundamente sobre os problemas, pois sem o devido preparo, neste mundo globalizado, onde tudo é novo e as informações possuem maior brevidade, as possibilidades de êxito deste docente estarão bastante diminuídas.
Resumindo a filosofia da educação terá como função primordial acompanhar reflexiva e criticamente a atividade educacional de modo a apontar os seus fundamentos, esclarecer a empreitada e a contribuir conclusivamente sobre as diversas disciplinas pedagógicas sem prejuízo de avaliar o significado das soluções escolhidas, pois não existe possibilidade de levar a cabo uma educação independentemente de uma concepção filosófica. Com isso, a ação pedagógica resultará mais coerente, mais lúcida, mais justa e enfim, mais humana.