O choro das crianças com certeza é desesperador, tanto para a família que deixa seus pequenos na creche, quanto para quem os recebe e que precisa convencê-los de que o local escolhido pelos pais é o melhor.

Sabemos que o choro nada mais é que uma forma de linguagem utilizada por todos os seres humanos na primeira infância e pode significar uma série de situações, e, também, um pedido de ajuda num momento em que a vida é dependente dos cuidados e de relações afetivas de outras pessoas até então estranhas para esses pequenos.

Período de adaptação escolar, momento em que as crianças por diversas vezes utilizam o choro como forma de expressão e conseguem dos pais o que almejam, geralmente uma chantagem afetiva.

É claro que não podemos banalizar o choro, pois é como se a criança estivesse se perguntando: Que lugar é esse? Quem são vocês? O que estou fazendo aqui? E neste momento de tamanha confusão que muitas conseguem o total domínio sobre os pais, que, por vezes, choram juntos, levam de volta para casa ou saem de coração despedaçado.

            Como é difícil, afinal somos humanos, temos sentimentos. Mas e aí? O que fazer?

  • Primeiro: Não se sintam culpados - seu filho precisa adquirir autonomia e independência, e isso ele só vai conseguir se aprender a se distanciar dos pais;
  • Segundo: Conheça com antecedência o local em que deixará seu filho; se vocês, pais, se sentirem seguros em tal ambiente, passarão à criança segurança também;
  • Terceiro: Se possível conheça os profissionais que irão receber, cuidar, educar e ensinar seus pequenos, pois a troca de informações entre os educadores e a família é de grande valia para total satisfação entre ambas as partes.
  • Quarto: Chorar não vai te ajudar em nada, pelo contrário vai gerar na criança ainda mais insegurança e não é o que ela espera para o momento; Portanto demonstre tranquilidade, confiança no local e nas pessoas que estarão com seu filho maior parte do tempo.
  • Quinto: Achar que a criança vai chorar o dia inteiro, ledo engano. Muitas vezes, logo que os pais se ausentam, a criança começa um processo de socialização, interação e aos poucos vai familiarizando-se com o novo ambiente e as pessoas que fazem parte destes.

E assim a criança vai se sentindo melhor, começa manter laços afetivos com seus educadores e seus coleguinhas.

“À medida que o bebê se adapta ao ambiente da creche, ele tende a apresentar melhor desenvolvimento em termos de sua oralidade, passa interagir melhor com os outros bebês, a tornar-se mais ativo fisicamente, menos agressivo e a relacionar-se melhor com os adultos da escola.” (OLIVEIRA, 2001, p.12).

O processo de adaptação da criança em qualquer ambiente é árduo, não só para ela, mas também para os pais e professores que fazem essa adaptação acontecer. É necessário que os pais sejam firmes neste processo, não cedendo de forma alguma às “chantagens afetivas” em que os pequenos tentam de diversas maneiras.

Tudo que é novo nos causa estranhamento, mas com perseverança e dedicação contornamos qualquer situação e a criança - com o tempo - sentirá tanto prazer em estar no ambiente educativo que em alguns momentos não sentirá vontade nem de ir embora.

AUTORAS: Kédma Macêdo Mendonça & Luciana Rodriguês Maciel & Sibele Silva Leal Rodrigues, pedagogas, são professoras na rede municipal em Rondonópolis.