Diz o noticiário de tempos em tempos  que as maiores empresas norte-americanas com negócios no Brasil, apesar de voltarem a ganhar dinheiro  não planejam  investimentos substanciais em nosso mercado e  mostram nítida preferência por paises asiáticos , China e Índia , onde os resultados são substancialmente maiores.

Outras notícias mostram que o Chile tem interesse em acordos de livre comércio com a China e está sempre de olho nos mercados do Japão e Índia.

O adiamento de um crescimento sustentado vai  tornar o Brasil um país inviável pela queda de representatividade de seu PIB frente a uma economia globalizada, pelo  sucateamento do parque industrial,  pela baixa qualidade dos produtos frente a novas tecnologias .

Um país com estradas e porto precários ,que provocam atrasos nas entregas dos pedidos  , com produtos tecnologicamente  defasados , com altos custos ,  não pode pretender ser competitivo no mercado internacional.

Isto pode  parecer apenas manchetes estampadas em nossos jornais, contudo essa é a realidade de nosso mercado ,  a qual  não é  percebida em sua totalidade pela paralisia que vivemos há anos.

Representar as empresas junto ao governo , discutindo a carga tributária, as altíssimas taxas de juros, os problemas de infra-estrutura , é  papel dos sindicatos e associações de classe , os quais exigem a participação de nossos empreendedores  para uma discussão ampla já , contudo há temas internos que precisam ser tratados  e estão ao alcance dos gestores para ação imediata .

Produtividade é um tema que discutimos  , mas temos que praticá-lo . O debate e avaliação de nossa produtividade tem que ser diário . Metas de melhoria e crescimento tem que ser estrategicamente estabelecidas, atribuições aos colaboradores tem que ser delegadas  e seu acompanhamento efetivamente realizado .

Rentabilidade do capital investido nas empresas  tem que fazer parte nossos debates  diários. A forma como produzimos , a forma como alocamos a  mão-de-obra nas empresas , os métodos de trabalho  que usamos , os mercados em que os produtos são colocados , a forma como são vendidos , são aspectos que influenciam a lucratividade de nossas empresas e a rentabilidade do capital aplicado.

Esses temas  são acessíveis a todos os gestores , contudo o que nos falta é o exercício e o debate .

Planejar , controlar, debater , questionar , reivindicar, nos leva a sermos  mais combativos , seja nas  questões internas das empresas ,  seja na abertura de novos mercados.

As dificuldades que enfrentamos para competir no mercado externo nos coloca  frente às nossas ineficiências , em cheque com  nossa cultura na solução de problemas , da morosidade de tomada de decisão .

Nossas empresas não podem viver apenas de  alguns bons momentos de mercado , de bolhas de consumo , desenvolvendo um mercantilismo ponto-a-ponto, é preciso um plano estratégico de atendimento ao mercado, de exploração de oportunidades e de crescimento sustentado.

Encontramos no país ilhas de excelência onde se  destacam empresas, regiões e ou segmentos de negócios, então temos que usar a máxima de mercado :”Se alguém pode fazer , então todos podem”.

Aprender com modelos vencedores , abrir debates sobre eficiências e ineficiências é a única maneira de tornar as nossas empresas competitivas e fazer com que  o mercado brasileiro seja atrativo ao capital externo.

Sem uma radical e efetiva mudança de comportamento , sem profundos e imediatos debates , muitas empresas não só deixarão de competir pela “ medalha de ouro ” como estarão fora das próximas “ olimpíadas “ de mercado.

 

 

Ivan Postigo

Economista,  Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP

Autor do livro: Por que não? Técnicas para  estruturação de carreira na área de vendas

Postigo Consultoria de Gestão Empresarial

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