Desmatamento, queimadas, falta de fiscais, rincha entre o presidente da república e o hoje ex-presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o que realmente está acontecendo? A floresta realmente vai acabar? O que é fato e o que é lenda? Isso que vamos discutir no artigo desse mês.

Amazonas e Amazônica

Primeiro, vamos esclarecer alguns pontos, Amazonas é um estado brasileiro que possui 62 municípios e sua capital é Manaus, seu nome é uma referência as mulheres guerreiras que foi relatada na expedição do espanhol Francisco de Orelhana (1541/42). Agora Amazônica é a maior floresta equatorial do mundo. 60% dela pertence ao Brasil, 13% ao Peru, e os outros 27% estão divididos entre Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Suriname e Guiana Francesa.

O desmatamento aumentou!

O corte de árvores subiu bastante, isso é um fato, mesmo se não considerar o alerta do crescimento do INPE que apontou uma alta de 278% no mês de julho, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) afirma que o crescimento foi de 66% no mesmo período. A preocupação com esse fator é grande pois alguns cientistas afirmam que a floresta deixa de se regenerar se atingir entre 25% a 40% de desmatamento.

Aumento das Queimadas

As queimadas na região amazônica cresceram 70% se comparada com o mesmo período do ano passado, o INPE registrou 66,9 mil pontos, onde 51,9% está afetando a floresta, desde 2013, quando se iniciou essas análises. Ricardo Mello representando do WWF Brasil relata que isso acontece por conta dos aumentos das pastagens no norte do Mato Grosso.

A fiscalização diminuiu

A redução das operações do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) foi de 30% e a queda das multas foi de 65%.

16h da Noite!

Na tarde de segunda (19/08/2019) o céu escureceu mais cedo, o meterologista do Instituto Climatempo Marcelo Pinheiro afirmou que nuvens carregadas deixam esses aspectos, e que fatores como a fumaça dos incêndios que atingem a região centro-oeste do país, e também de outros países como a Bolívia, também influenciaram no resultado final.

Repercussão Internacional

A repercussão negativa foi tão grande que países como a Noruega e a Alemanha canceram o repasse de R$ 300 milhões para ajudar na preservação do bioma, o Fundo Amazônia foi o maior prejudicado.

O recurso funcionava da seguinte maneira, os Europeus enviavam o dinheiro ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que investe esse dinheiro em projetos ambientais aprovados por ONGs, depois a ONG presta contas diretamente ao banco sobre seus investimentos, o modelo funcionava tão bem, que a Ásia estava interessada em copiar esse projeto para recuperação de suas florestas.

Além de protestos de celebridades em redes sociais o presidente francês Emmanuel Macron, convocou a cúpula do G7 (O Grupo dos Sete é o grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) para discutir o tema.

E o governo?

O presidente Jair Bolsonaro afirma que as ONGs estão se sentindo incomodadas pois 40% de seu repasse de fora, foi retirado. Para ele o crime existe e nós temos que fazer o possível para que ele não aumente.

O ministro Salles está preocupado com as queimadas no Mato Grosso, mas segundo ele, todas as regras aplicáveis ao desmatamento foram mantidas. E sobre a queda nas fiscalizações ele comenta que a crise econômica fez o governo federal cortar orçamentos. E sobre o corte da verba europeia o presidente mandou um recado a Angela Merkel (Chanceler Federal da Alemanha):

"Eu queria até mandar um recado para a senhora querida Angela Merkel, que suspendeu US$ 80 milhões para a Amazônia. Pegue essa grana e refloreste a Alemanha, OK? Lá está precisando muito mais do que aqui"

Acredito que com bom senso e esforços tanto nacionais e internacionais conseguiremos cuidar de nossa floresta, que hoje não é mais apenas de nossa responsabilidade, mas sim de responsabilidade mundial.