O QUE É TUDO II

Esta discussão foi baseada no livro Quem Se Atreve a Ter Certeza, do professor Dr. José Pedro Andreeta e Maria de Lourdes Andreeta.

Os meus comentários estão em itálico.

O Que é o Homem

Há uma troca constante de partículas entre tudo: entre o ar e a pedra, entre o ar e o corpo humano, entre este e a água, entre esta e a pedra, entre a pedra e o homem, etc. etc. etc.

Tudo (e todos) é uma coisa só e se influem, como um único corpo. A individualização é o maior mistério.

A interação é constante e ininterrupta. Estamos trocando energia (matéria) com tudo e com todos a cada instante. A cada 15 meses trocamos TODOS os átomos de nosso corpo. Os constituintes do DNA são substituídos a cada seis semanas. Os do cérebro são substituídos totalmente a cada ano. Cerca de 1022 átomos entram no corpo a cada inspiração, outro tanto sai a cada expiração.

 

Questões surgem:

Como o EU é mantido, isto é, se somos apenas matéria, como nossa consciência continua a mesma apesar das trocas? Se somos mudança, onda, o que nos percebe? O que nos "faz"? Somos o que nossa consciência "vê"? Se a memória fica no cérebro, como ela é mantida ano após ano?

Será que o EU é o resultado da harmonia do conjunto? Na troca nada se perde, nada entra a mais. Mas, e o crescimento? O crescimento pode ser um processo de alimentação do corpo, ou seja, matéria vai sendo (inteligentemente) acumulada para sustentar os processos do próprio corpo. Assim as trocas podem ocorrer sem que as “fórmulas” inscritas no corpo se percam.

O meu EU de hoje, presente, é aquele de ontem, do passado. Hoje ele está sendo "reforçado", por isso sempre sei quem eu sou. Cresço, mudo, mas permaneço eu, porque eu sempre me lembro de mim, porque eu estou sempre comigo, a qualquer momento.

O homem é formado por cerca de 1016 células, aproximadamente 1028 átomos. Para "montar" um homem montando-se uma estrutura de célula por segundo, gastaríamos 30 milhões de anos. Para montá-lo em nove meses, a velocidade tem que ser mais de 30 milhões de vezes maior.

Basicamente, o homem é formado por:

1)      Oxigênio (65%)

2)      Carbono (18.5%)

3)      Hidrogênio (9.5%)

4)      Nitrogênio (3.2%)

5)      Cálcio (1.5%)

6)      Fósforo (1.0%)

7)      Potássio (0.4%)

8)      Enxofre (0.3%)

9)      Sódio (0.2%)

10)  Cloro (0.2%)

11)  Magnésio (0.1%)

12)  Iodo (0.1%)

13)  Ferro (0.1%)

além de cromo, cobalto, cobre, flúor, manganês, molibdênio, selênio, estanho, vanádio e zinco.

O que é pior: uma imensa parte de nosso corpo é formada por bactérias e fungos. Vidas à parte da nossa, sem as quais provavelmente morreríamos, pois elas nos ajudam a interagir com a matéria do planeta!

Nós nos julgamos tão inteligentes e não atribuímos a nossa inteligência àqueles elementos químicos. Poderia nossa inteligência provir de algo que não a possui?

A manifestação inteligente implica uma única coisa: a matéria, como a entendemos, não existe. Os elementos são apenas turbilhões de energia. Energia desconhecida, mas inteligente.

Os componentes do corpo humano são cooperativos, alguns até dão a vida pela comunidade, como os glóbulos brancos, as células T, por exemplo.

Das duas uma: ou são inconscientes do que fazem ou são conscientes. Se forem inconscientes, então são dirigidos. Se forem conscientes, então têm uma "alma". Em qualquer caso, fica clara a existência daquela energia inteligente.

Existem fortes evidências científicas de que as células, quando associadas a um organismo, parecem ter comportamentos diferentes do que teriam se fossem isoladas. Quando associadas, parece que são governadas por um comando externo ao qual elas seguem espontaneamente. A origem deste comando pode estar em nós mesmos.

As doenças degenerativas são originadas, invariavelmente, pelos sentimentos de desinteresse do paciente pela vida, isto é, pelos sentimentos de falta ou de fraqueza de comando.

Sentir, portanto é a linguagem de comunicação entre o comando e as células.

Esses resultados mostram que, ainda que não tenhamos consciência desse poder, existem sob nosso comando e responsabilidade, trilhões de seres vivos que lutam e exercem as suas atividades com extrema dedicação para a preservação de nossa vida. É nosso dever, como resultado desse conjunto, preservá-lo, sejamos uma simples consequência dele (a mente coletiva das células) ou uma força externa que as comanda para interagir no mundo físico.

Uma célula sem comando pode se reproduzir sozinha, causando patologias.

Nós somos, portanto, apesar de nossas imperfeições, senhores do nosso corpo e de nossas células, e elas parecem necessitar de nosso comando para exercerem as suas funções harmonicamente.

As células têm vida, têm inscritas em si uma lei que lhes dão uma função, sendo o controle desta função reservado para nós.

O que mantém as células unidas formando o corpo? A Ciência dirá: energia magnética. Certo. Como? Ela dirá: de célula para célula. Certo? Então, por que temos órgãos separados? Por que dois órgãos que se tocam não se fundem um com o outro? A Ciência retruca: as células são diferentes! Certo, mas a energia magnética não. As células do pulmão direito são iguais às do pulmão esquerdo, no entanto eles não se fundem.

É muito mais aceitável imaginar um campo energético que formata o corpo e retém em si as partículas, do mesmo modo que o docinho brigadeiro retém o chocolate granulado.

Questões surgem:

Porque um humano tem que nascer dentro do outro? Talvez sejamos como plantas que dão mudas que podem ser transplantadas. Tanto em nós quanto nas plantas, o campo energético pode se replicar, começando com partículas da mãe e depois dos alimentos para montar o corpo material.

Por que os minerais não se replicam? O diferencial se chama vida.

Como o campo energético se replica? Se ele se replica, por que não é cópia exata no caso humano? Fisicamente, o filho até pode ser uma cópia exata da mãe, mas NUNCA o será psicologicamente. O que causa a diferenciação psicológica? A diferenciação psicológica é consequência da interação entre o campo energético e a matéria, ou seja, é reflexo dele nela. A causa primária da diferenciação é o campo energético. Será que o campo-filho nasce do campo-mãe ou vem de fora?

Mãe nenhuma nota a presença do filho antes que ambos os componentes (campo energético e matéria) estejam presentes. É possível que apenas a matéria esteja presente, mas a mãe não vai perceber. Se o campo energético não estiver presente, a matéria não se desenvolve. Permanece morta, como É morta.

O campo energético sozinho, mesmo presente, não pode ser notado (pelo menos pela maioria de nós), pois ele só se manifesta plenamente (para que possamos perceber) através da matéria.

Existem apenas duas possibilidades para a origem do campo energético:

1)      Do campo energético da mãe.

2)      Do exterior.

No primeiro caso a mãe perde parte de sua energia (sim, ela fica mais fraca). As características psicológicas do filho vão resultar da interação desse pedaço de campo energético que é ele com a matéria que vai formar seu corpo. Isso implica que o campo energético não tem qualquer característica psicológica, ou seja, é neutro. Caso contrário o filho teria muitas características psicológicas da mãe. E não é assim. Porém, estamos afirmando que a inteligência provém da interação entre duas coisas totalmente desprovidas de inteligência, sendo estas duas coisas, na verdade, uma só: energia, em dois estados diferentes, mas energia. Falta alguma coisa. Se uma e outra são neutras, como é que podem gerar uma manifestação não neutra? Que tipo de “operação” produziria isso?

A coerência só pode aparecer se admitirmos a energia inteligente. E, nesse caso, ela obrigatoriamente tem que vir do exterior, ou seja, a única energia que a mãe perde é aquela que vai ajudar na formação do corpo do filho. As características psicológicas do filho serão as do seu campo energético moldadas pelo seu corpo.

O Que é a Fé

Alguém disse: "Concluir é melhor que acreditar". Porém, a crença precede a conclusão. Se você não acreditar que pode, você não conclui. Você tem que usar a crença para poder transformar a realidade. Só crer não basta. Só concluir não basta.

Nosso futuro depende de nossas crenças. Sem crer não se conclui, se não se conclui não há conhecimento.

Nosso caminhar depende de nossas crenças. Não ter crenças é estar sem rumo.

O Que é o Conhecimento

Se não conhecemos algo, a limitação não está naquele algo, mas em nós. Devido à nossa falta de conhecimentos, "transferimos" nossas limitações para o que tentamos observar.

Adquirir conhecimentos é estender seus limites.

Para que algo possa ser reconhecido como existente pela Ciência, é necessário que possua a capacidade de sensibilizar os nossos órgãos do sentido, seja diretamente, ou indiretamente através da tecnologia (ondas de rádio, por exemplo), modificando a realidade (o meio). Isso se aplica até a pessoas.

O que não existe ainda não foi detectado!

Cada um tem seu próprio Universo, mas a Ciência só reconhece o que é consensual e mensurável. Uns sabem menos (menos do que a Ciência sabe), outros sabem mais, mas nenhum abarca toda a verdade. Estranhamente, quem "sabe mais" é menos crédulo.

O que sai do consenso está errado?

O que parece estranho ou sobrenatural deve estar relacionado com elementos que consideramos ainda inexistentes. Mas, mesmo o que vem de instrumentos ou pelos sentidos podem não corresponder à realidade.

Um dado fornecido por qualquer instrumento só terá valor se o instrumento for bem conhecido. Isso se aplica também à nossa mente.

Existem vários sons que não ouvimos e cores que não vemos por questões de sintonia (ressonância). Para nós eles não existiriam se a tecnologia não nos mostrasse. Então, não podemos assumir que o que não sentimos e nem a tecnologia nos mostra não existe. Seria precipitação. No dia que sintonizarmos, receberemos carga de energia suficiente para aquilo passar a "existir". Em sintonia máxima se consegue energia máxima.

Por outro lado, cores não existem de per si; cheiros não existem de per si; formas não existem de per si. Você já tocou no vermelho?


Em todos os casos, a sensação de existência deriva de uma reação causada pelo objeto (real ou não) em nossos sentidos.

Tudo com o que não conseguimos entrar em contato não existe (no nosso entender).

Um canal só se abre entre duas entidades A e B se eles estiverem sintonizados, em ressonância, no mesmo nível. Não há como A e B’ se “entenderem”, supondo que nenhum alcançará o nível do outro.

Assim é conosco. O que podemos perceber é apenas o que podemos sintonizar. Qualquer discussão sobre algo fora dessa faixa é inútil. É adivinhação, é pivô de brigas. O que sintonizamos (o que percebemos) é o que podemos emitir (assim como o rádio), ou seja, só podemos emitir o que realmente compreendemos. Qualquer coisa fora disso é ruído. Assim, qualquer um pode ser reconhecido por aquilo que ele manifesta, emite. Isso não implica que ele é só aquilo. Talvez até alguém entenda, mas, para o emissor, é um ruído.

Por não termos a condição de alcançar a verdade absoluta, vivemos de dogmas. Noventa e nove por cento de nossos pensamentos de hoje são meras repetições do que pensamos ontem.

Estima-se que o ser humano tenha 60 mil pensamentos por dia e que 90% desses pensamentos são repetições do dia anterior. Graças a esse mecanismo nós permanecemos recriando, tornando os nossos reflexos condicionados (passando a "memória" para as novas células?). Os estímulos externos sempre produzem a mesma resposta bioquímica e comportamental que, invariavelmente, transforma-se em padrões conhecidos da sociedade.

Por outro lado, isto significa que somos feitos na mesma "forma". Como ver além? Não se deixar levar pelo condicionamento. Pense em alternativas.

Se tudo o que eu pensasse no dia seguinte fosse novo eu não teria uma história. Será que aquela repetição não é para gerar na memória a nossa história? Se eu começar a pensar sempre novo eu não vou esquecer minha família, meu trabalho, minha higiene, etc.?

Todos os nossos conhecimentos sobre a nossa realidade são especulações temporárias, mesmo aqueles que podemos "provar" experimentalmente.

Os conhecimentos consensuais que temos hoje são apenas conceitos e não verdades permanentes e imutáveis.

 

Há dificuldades sim, obstáculos no caminho, mas eles são desequilíbrios necessários no conhecimento para forçá-lo a seguir adiante, não ficando parado num laço eterno.

Qual é a diferença entre ser real e existir? Os sonhos, os pensamentos, não são reais, no entanto eles existem.

Se o conhecimento sempre evolui, por que existiram mais gênios no passado do que existem agora?

O que vemos é o que foi impresso em nossa retina. A impressão é causada por uma série de frequências luminosas refletidas pelo objeto para o qual dirigimos nossos olhos. Esse é o único jeito de ver (através de frequências).

Não existe outro. Quem garante que o que estamos vendo é o que realmente está ali? Na verdade, somos cegos para o que está fora de nossa mente. Através do tato temos alguma confirmação, mas muito superficial. Só existe o caos energético.

Não conseguimos "ver" uma onda como onda. Quando olhamos, vemos um snapshot, e todos os snapshots têm que estar, necessariamente, parados, por isso "parece" uma partícula.

Quando olhamos (ou medimos ou sentimos) alguma coisa, estamos filtrando-a do todo. Não mais percebendo o conjunto, o todo, mas apenas um elemento dele.

Como perceber o todo? Se tentamos perceber, filtramos. Temos que deixar que ele nos perceba? Como algo que está inserido no todo pode perceber este todo?

O filtro é que nos faz perceber as coisas com limitação. Sem o filtro nada existe. Perceber o todo é se isolar de tudo e de todos. É tudo deixar de existir, inclusive você mesmo!

Se tudo o que percebemos é "criado" pelo filtro de nossa mente, então é uma ilusão, e o que está lá fora é só energia vibrante (caos, caso conseguíssemos percebê-la). O que não conseguimos "filtrar" não existe para nós.

Para visualizar uma partícula, "atira-se" contra ela luz ou outra partícula. Isso a perturba, e a "foto" que temos dela mostra-a em um estado particular, alterado. Não há como saber o estado dela antes e nem depois (Princípio da Incerteza de Heisenberg).

Isso implica que o que vemos agora pode ser um estado particular da coisa. Quando deixamos de observar, o estado será outro.

 

Mas isso tem que valer para todas as pessoas, porque uma segunda pessoa pode continuar olhando e descrever para mim exatamente o que eu via! De qualquer maneira, o que ele vê É o que ele vê e não o que EU vejo, pois não vejo mais.

Se, no fundo, tudo é onda, porque uma montanha não nos parece uma onda? Será que, ao ser olhada, ela se "materializa" nos nossos sentidos? Não vemos a onda porque a onda é real. Só conseguimos "ver" formas.

Não se pode mais falar de "coisas", mas sim de "eventos". Quando vejo uma cadeira, vejo-a no tempo, tenho um (ou vários, se continuo olhando) snapshots dela.

Assim como o elétron parece conhecer nossas intenções, reagindo a elas, essa reação, na verdade, é resultado da ação da mente sobre o elétron. Esta ação faz ele reagir e nos mostrar o que queremos ver, ou seja, moldamos o comportamento do elétron, assim como moldamos tudo à nossa volta para que possamos "ver". Isto está tão automatizado quanto o ato de andar de bicicleta e cantar ao mesmo tempo.

 

Se o ato de “ver” é o resultado de frequências refletidas pelo objeto para o qual olhamos, por que “vemos” nos sonhos? Por que “vemos” nos pensamentos? Então há outras maneiras de ver. A diferença entre ver por efeito de frequências refletidas e em sonhos e pensamentos, é que, no primeiro caso, a energia pode, também, ser sentida pelo tato, desde que o objeto esteja a nosso alcance.


Qual a diferença entre ver um objeto e lembrar visualmente desse objeto? Podemos ver o que nunca vimos, mas não podemos nos lembrar do que nunca vimos. Ou sim? A dúvida é porque em sonhos “vemos” coisas que nunca vimos antes. Ou seria uma lembrança do que já vimos? Se sim, então é possível que tenhamos tido outras vidas, pois já vi em sonhos coisas que não existem na realidade, sejam objetos ou animais.

Podemos ver quando acordados e quando dormindo. É mesmo possível “ver” com o tato?

Não criamos algo novo, mas acessamos algo novo. É o inconsciente coletivo, a mente coletiva de Carl Jung. Os “algos” são os arquétipos de Jung. Transmissão de pensamento?

Não sabemos, senão pela nossa faculdade de recepção (Pitágoras).

Você tem que saber discernir (Joana).

Tudo o que conhecemos veio do inconsciente coletivo de Jung?

Não adianta dividir o todo em partes e estudar-se cada parte isoladamente. É a mesma coisa que se separar o 6 nos seus divisores e tentar-se estudar cada um dos divisores para tentar-se entender o 6. O 6 se perde. Só ficam o 1, 2 e 3, que podem formar outro número, além do 6.

Quando juntamos duas coisas, obtemos uma terceira totalmente diferente das duas iniciais. É isso que diferenciam os compostos, porque os elementos primordiais são os mesmos!

No fracionamento do todo, a harmonia dele se perde. A vibração muda.

Não existem experimentos com um observador externo. Só existe o experimento. O observador é parte integrante do experimento, e influencia o experimento.

Nossa vida é uma experiência de qual somos partes integrantes, cada um influenciando a seu modo a sua experiência.

O Que é a Vida

Os eventos acontecem em uma única direção – Lei da Entropia: do estado mais organizado para o mais desorganizado. Não tem volta em sistemas fechados.

A matéria se degrada. O hidrogênio chega até o urânio e começa a se degradar (emitindo energia – raios gama e raios x – radiação).

 

O hidrogênio se “desorganiza” em elementos mais pesados ou é o processo que se desorganiza em subpartes organizadas que vão, por sua vez, se desorganizarem?

Também a energia se degrada. A luz pode se degradar em calor, em eletricidade, mas calor não volta a ser luz.

Um corpo sólido em movimento possui energia mecânica. Se essa energia é dissipada pelo atrito, o corpo para e sua energia se degrada, transformando-se em calor. Podemos fornecer energia em forma de calor para o corpo, mas ele não vai se movimentar, pois o calor é uma energia não-nobre, degradada em relação à energia mecânica.

A vida é um produto do processo de degradação da energia em sua interação com a matéria. O Sol, por exemplo, produz e sustenta a vida graça a um processo espontâneo de degradação de sua energia (fotossíntese, por exemplo). Aquela parte de energia fica armazenada no ser vivo.

Do mesmo modo que a matéria, as vidas criadas nessa contração da energia são, inicialmente, sistemas simples que, com o tempo, tornam-se extremamente complexos e, por isso, frágeis. Daí terem de desenvolver sistemas de defesa e, por fim, uma consciência.

A energia sustenta a vida. A energia sustenta a matéria, sustenta o corpo e a vida se manifesta através dele (a vida é outro tipo de energia – energia inteligente, por falta de palavra melhor).

A evolução biológica do corpo, forçada pela vida, permite que esta se manifeste cada vez mais inteligentemente – cada vez mais conhecimentos, cada vez mais sabedoria para viver melhor, para manter mais e mais energia bruta de sustentação, pois a parte biológica tende à desorganização. Uma força desorganizadora age constantemente, procurando desmontar de um lado para montar de outro, pois a movimentação não para nunca, porque tudo vibra, tudo vibra para manter o universo “vivo”. Daí a necessidade de adquirir conhecimento para levar cada vez mais longe a aparente organização de nosso corpo, pois só através dele é que podemos adquirir conhecimento.

 

O Que é o Tempo e o Espaço

Eu não vejo nada de "anormal" em as ondas atravessarem o vazio. As ondas não são a causa de um efeito. Não dão a "batida" num meio transportador, num meio que seja modulado por elas. As ondas são vibrações em si, reais, perceptíveis, por isso podem atravessar o vazio.

 

O vazio é equilíbrio?

O vazio é um espaço sem nada? Vácuo?

O vazio é um espaço com coisas invisíveis?

O vazio é a ausência de espaço e matéria?

 

Espaço é onde tem matéria. A matéria define o espaço. Se não há espaço, não há matéria. Mesmo assim, alguma coisa TEM QUE existir por causa de tudo que está aí. Senão as coisas não existiriam, pois não podem sair do nada. E esse algo é a energia do vazio, que se condensa em matéria em alguns pontos. Das duas uma: essa energia é inteligente ou é efeito de uma mente inteligente, o que dá na mesma. Talvez ela se origine de nossas mentes que, então, cria nossos corpos e tudo o que há no universo. Não a nossa parte limitada da mente, aquela que conhecemos, mas algo muito maior.

O Paradoxo dos Gêmeos (Einstein)

Se a luz percorre a galáxia de ponta a ponta em 100 anos e o gêmeo a 99% da velocidade da luz percorre a mesma distância em 1,5 anos, então "espaço" só existe para o gêmeo, não para a luz, senão ela o percorreria no mesmo tempo que o gêmeo.

Essa teoria é indigerível.

 

O outro (na Terra)              |--quantidade de eventos realizados em 1h---|

Eu (na velocidade da luz): |---mesma qtd de eventos realizados em 1s---|

Quando passar 1h para mim, terão passado 60h para o outro!

A distância que o outro cobre em 60 dias, eu cubro em 1 dia. A distância que ele cobre em 100 anos eu cubro em 1 ano. Isto significa que uma partícula de luz é igual a eu.

A uma velocidade suprema o espaço físico deixa de existir. Todos os pontos podem ser alcançados simultaneamente.

Quanto mais rápido, mais se estica o tempo, ou seja, ele passa mais devagar. A uma velocidade extrema (supostamente a da luz), o tempo não passa mais, tudo parecerá parado, não haverá eventos. Qualquer ponto será atingido instantaneamente, como se todos os pontos fossem o mesmo ponto. Não há mudança de cor, de nada. Tudo existe e inexiste aqui e agora.


É o presente, onde tudo existe e é simultaneamente NULO!

O que dá a sensação de tempo, de separação, de dualidade? É tudo ilusão? Sonho?

Para chegar no absoluto tem-se que acabar com a ilusão. A matéria ilusória nunca chegará lá, nem mesmo próximo à velocidade da luz, por causa da massa de repouso.

Veja: se vivêssemos à velocidade extrema não teríamos a sensação de tempo, porque não poderíamos notar uma transformação, tudo ficaria “congelado” no instante inicial (naquele em que você, de repente, adquiriu a velocidade extrema). Nada mudaria. A consciência das coisas desapareceria. Com isso, não teríamos a sensação visual da matéria. A sensação tátil continuaria, mas tudo seria sentido como se fosse uma coisa só, pois não seria possível sentir a separação (que demandaria tempo para ir de um ponto a outro, mas o tempo é nulo, o pulo é instantâneo).

Se o universo material tiver fim, teremos um monólito único flutuando no infinito; se ele for “esférico” e infinito, seríamos uma energia vagando dentro dele; se ele for “não-esférico” e infinito, seríamos uma energia vagando através dele e no vazio. Na velocidade extrema não teremos a sensação de espaço.

Sem tempo e espaço não temos consciência. Sem consciência é como estar morto.

 

Precisamos da lentidão para sobreviver?

A lentidão é que nos permite ver as coisas, sentir as coisas. Quanto mais nos aproximamos da velocidade extrema, mais o tempo congela, mais o espaço desaparece, mais a matéria fica “árida” e “deserta”, e a escuridão toma conta de tudo, porque a luz não chega aos nossos olhos. A escuridão paira sobre o abismo. Tudo desaparece. Fica o nada, o absoluto. Aquele que é.

O que tem ali? Não tem matéria, não tem luz visível. Não tem espaço. Não tem tempo e, portanto, nada acontece. Não existem eventos. É o absoluto. É o único. É o tudo e o nada em um só.

Chegamos no absoluto. Como nos distanciarmos dele para passarmos a existir?

Chegamos lá aumentando mais e mais nossa velocidade. Então teremos que diminuí-la, frear.

Para aumentarmos nossa velocidade, partimos do zero, de um ponto no espaço e chegamos a outro ponto que, naquele momento, pode ser até o próprio ponto inicial! Pode ser e é, pois tudo agora é instantaneamente alcançado.

Mas, o que é esse aumento de velocidade?

Se partirmos do ponto inicial e chegarmos a um ponto diferente, ainda estaremos devagar. Isto é, se notarmos diferenças, estamos devagar.

Como, então, chegar a qualquer ponto instantaneamente? Como se tornar onipresente? Ou ainda: como perder isso? Como conseguir começar a perceber (as diferenças)?

Para chegar lá temos que perder matéria e para voltar temos que ganhar matéria?

Desturbilhonar (evoluir) e turbilhonar (regredir)?


A matéria tem que ser um turbilhão energético, porque, como num turbilhão, há muitos espaços vazios: a energia concentrada dá a sensação de matéria. O átomo é apenas uma fronteira, a partir da qual um aumento na concentração tem como consequência uma desconcentração violenta.

Não podendo mais haver concentração a partir do átomo, ela continua de átomo para átomo, um atraindo o outro, formando moléculas, e células, e corpos.

Quanto mais átomos num corpo, maior é a sua massa. Então a massa está no átomo, nas partículas, resultado da interação entre elas.

Massa e um condensado de energia se confundem, ou seja, uma partícula é massa. Quanto mais partículas, "maior" será a massa (quantidade de partículas) e maior será a força de atração (gravidade).

Brasilio – Junho/2007.