O QUE É SEXO I

Ato sexual é algo que se pratica a dois, a mais que dois ou a sós? Por que a dois é considerado o tipo normal, mas APENAS se forem obedecidas as seguintes "regras":

  1. Parceiros com sexos (gêneros) opostos;
  2. Parceiros acima de 14 anos (pela Lei, 18) e com diferença de idade não muito grande;
  3. Parceiros não parentes em primeiro grau;
  4. Realizar em local "escondido"
  5. Não machucar/constranger/iludir o parceiro (o que implica o consentimento do mesmo no ato).

O ato a sós ou em grupo não são normais porque quebram algumas das regras acima?

Por que as sensações que se sente DURANTE (início do orgasmo ao fim do mesmo) o ato são as mesmas nos três tipos de atos? Por que o ANTES é muito diferente? Por que o DEPOIS é quase igual?

Por que no DURANTE todas as regras acima perdem a validade? Alguém nega que isso seja verdade naquele instante? Alguém pode se escandalizar deveras em relação às regras 2 e 3. E quem pratica pode "sofrer" muito no DEPOIS, a menos que não seja uma "pessoa normal": Ora, é impossível iniciar o ato já no DURANTE, então, não há como se escandalizar ou sofrer se você tiver um ANTES normal.

Bom, o DURANTE é igual para os 3 tipos, o que significa apenas uma coisa: o ato sexual, o orgasmo em si, é uma experiência cem por cento individual. Então, não importa se é a sós, a dois, em grupo ou com quem ou com o que quer que seja. Pode-se dizer que é um momento de loucura. Tudo vale, tudo pode. Se você estiver com alguém que sofre do coração e não pode sentir sensações fortes você poderá matar esse alguém naquele momento; se você estiver em grupo e uma terceira pessoa (no ANTES dela) "entrar", você vai aceitar. De qualquer maneira, se você é "normal" e o ANTES (seu ou de todos ali) não foi "normal", é melhor que o DURANTE nunca acabe, para o seu próprio bem e de quem estiver com você.

O DURANTE, por ser um momento de loucura, é um momento que não tem como ser interrompido, não tem um "jeito" de ser feito (tudo vale), mesmo que as regras acima comecem a se quebrar uma a uma.

E o ANTES? Por que é tão diferente entre os 3 tipos? O que é preciso fazer em cada tipo para chegar ao DURANTE?

Para o ato a sós, depende muito do estado mental do indivíduo. Para alguns basta começar a pensar num ato a dois, mesmo que o segundo seja ele mesmo, onde ele/ela pode começar a se tocar (sim, o que há de errado em sentir tesão por si mesmo? Isso é gostar de si. Doentio é sentir por apenas si mesmo ou, pior, não sentir por si mesmo de jeito nenhum!), a pensar num ato em grupo (aqui tem uma minoria, talvez ninguém). Para outros é necessária uma motivação mais real como uma revista erótica, um filme pornográfico, um corpo nu (que não o próprio), tocar alguém ou ver alguém fazendo. Dependendo do perfil mental do indivíduo ele já consegue o DURANTE em cima do ANTES. Estes nunca conseguem sair do tipo 1 e nem mesmo efetuá-lo por inteiro, que seria, "normalmente", uma masturbação.

Isso é doença? Não se não evoluir para problemas mentais mais graves, como a auto rejeição. Caso não evolua, fica mais como uma doença social: essa pessoa nunca poderá ter um relacionamento sexual, ou seja, nunca conseguirá satisfazer uma segunda pessoa (ato a dois). Sim, porque no relacionamento sexual, tudo se resume a alguém (ou algo!) satisfazer uma pessoa. Porém, quando existe o amor desse alguém para o outro alguém (fora com o "algo"!!!), essa satisfação tem o poder de aproximar mais ainda o casal.

Será que o indivíduo com esta "doença social" consegue se satisfazer? Até quando?

Quem consegue chegar à masturbação consegue ter um relacionamento a dois ou a mais. Quem se masturba não é "anormal". Quem só se masturba tem uma doença social que nada tem a ver com sexo.

No ato a sós você está sendo homossexual e está fazendo sexo com o “mesmo sangue” (quebra das "regras" 1 e 3) !!!

Para o ato a dois, o ANTES depende do estado mental dos dois (não importando o gênero). É mais difícil do que o ato a sós porque neste, quando eu quero eu também quero! É mais fácil entre duas pessoas que acabaram de se conhecer do que entre duas que já se conhecem (como marido e mulher). Entre desconhecidos não entram os artifícios do ato a sós. Tem que ocorrer uma interação. Primeiro, ela é totalmente imaterial, quase mágica, inexplicável. É como se apenas os inconscientes estivessem acertando os detalhes, ficando o consciente apenas esperando o momento de começar os toques recíprocos. Nada importa. Aqui alguns conseguem até quebrar algumas "regras”, principalmente a 4. Acontece mais com pessoas que acabaram de se conhecer porque as imagens pré-formadas do parceiro ideal de cada um se adapta ao outro facilmente.

No caso de marido e mulher (não necessariamente casados, mas tendo praticado regularmente) é mais difícil porque o "momento mágico" já não existe mais, descobriu-se que as imagens pré-formadas do parceiro ideal nunca se adaptaram, as fantasias e desejos ficam mais difíceis (por que?). É preciso então tentar criá-los. Alguns tentam isso pensando em outro parceiro (ah, aquela vizinha...) como estando no lugar do outro (por que o que ali está não serve?). Aqui, na verdade, entra a velha imagem pré-formada; alguns têm sucesso vendo um filme erótico ou observando alguém praticando.

Como encarar o parceiro como se fosse a primeira vez? Muitas vezes o marido "está a fim" mas a mulher não está, e vice-versa. No primeiro caso, ela até cede e o ato se consuma.

O problema é que a parte animal dele se satisfaz, mas a parte mental de ambos não se satisfaz, e isso gera desgaste. A próxima vez será mais difícil. No segundo caso não há como consumar o ato, pois o marido depende de um fator fisiológico dificilmente controlável: ereção.

Para a mulher é o fim; para ele é o começo do fim. Está formada a bola de neve.

Como mudar isso? Não é tão difícil. Primeiro livre-se dos preconceitos. Pecado? Pecado é APENAS E TÃO SOMENTE prejudicar alguém. Deseje o seu parceiro (parceiro: homem ou mulher). Faça com que ele leia nos seus olhos, nos seus atos, que você o deseja. Isso causará nele as mesmas reações. Então ele vai sentir que você o quer e você vai sentir que ele te quer e, mesmo que o ato não se consumar, não haverá desgaste, porque ali houve amor, que nada tem a ver com sexo. Se você não consegue demonstrar isso, se você não sente isso, é melhor os dois conversarem sobre o caminho que o relacionamento está tomando: o fim. Se tiverem filhos, façam considerações mais profundas, mas NÃO DEIXE COMO ESTÁ. Pode acontecer um milagre se conversarem.

Se o ato se consumar então, as próximas vezes serão cada vez melhores. Se seu parceiro não está a seu lado e você o está desejando, faça sexo a sós com ele! Sim, masturbe-se por ele. Livre-se dos preconceitos!

O ANTES no ato em grupo. Aqui não há como diferenciar de um bordel. A diferença é que não é necessário pagar e se faz "às escondidas". Basta estar disposto a fazer, sem compromisso algum, fazer por fazer. Na verdade, aqui só importa o DURANTE. Nem o ANTES e nem o DEPOIS têm importância. Acho que aqui todos se desvalorizam e perdem o valor. Se fosse pago, como no bordel, esta desvalorização seria bem menor. Não é estranho isso? Seria a "força do dinheiro"?

Se o DURANTE não é interrompível, o ANTES é muito sensível à interrupção, se bem que, em alguns casos, essa possibilidade de interrupção entre como componente catalisador, excitador. No ato a sós o indivíduo tem que estar totalmente a sós, no sentido de estar inalcançável e "invisível". Ele pode ver os outros (alguns até necessitam disso - voyeur). Qualquer tentativa de alcançá-lo destrói o momento por algum tempo (para muitos, por muito tempo). Tudo isso vale também para o ato a dois. A diferença é que, aqui, pode haver os gemidos, o que nem sempre é possível no ato a sós. No ato em grupo, praticamente não haverá ruído que interrompa o momento. Todos que ali estão ou que chegam são cúmplices.

De novo, no caso de marido e mulher, o momento é mais sensível pois, além dos ruídos externos existem os ruídos "internos": se um dos dois disser ou fizer algo que desagrade ao outro, o momento pode acabar bem ali, e com muito desgaste. É difícil saber, por exemplo, o que a mulher quer. Perguntar a ela é ruído na certa. O segredo então é ir em busca do que você quer com muito carinho e muita delicadeza (é, é difícil!). Se ela acender um sinal vermelho ali naquele ponto em que você chegou, procure um atalho, mesmo que precise dar uma volta longa. Afinal, quanto mais durar o ANTES mais intenso será o DURANTE!

Isso nos leva ao jeito de fazer o ANTES.

O jeito de iniciar o ANTES é quase uma regra, só não é porque em alguns casos acontece como que mágica, como dito acima, por isso não tem uma receita. Mas é muito importante no ato a dois.

Nos demais tipos não é necessário muito cuidado com o jeito, porém sem quebrar a "regra" 5 (se bem que alguns só percebem isso no DEPOIS).

O DEPOIS

Ah, o depois! Por que aquela sensação de arrependimento, em alguns casos? Por que aquela sensação de saciedade social (perigosa no relacionamento a dois)?

O sentimento de saciedade sempre acontece nos 3 tipos de atos, mesmo que todas as "regras" tenham sido quebradas.

O arrependimento é normal em alguns casos. O não-arrependimento é anormal em alguns casos. O arrependimento, quando ocorre, é ampliado pela saciedade.

No ato a sós, o grau de arrependimento depende do perfil mental do indivíduo. Quanto mais reprimido ele for, ou quanto mais noviço ele for, maior será aquele grau de arrependimento. Porém, com o passar do tempo, em que a "fome" voltar a crescer e a clamar por saciedade, esse arrependimento vai se desvanecendo. E o ciclo recomeça. O individuo chega num ponto em que, no máximo, ele pensa: podia ter usado este tempo para satisfazer alguém também. Isto não chega a ser um arrependimento, muito ao contrário. De que se arrepender? Está-se fazendo algo errado? Não. Errado, de novo, é prejudicar alguém (mesmo a si mesmo). Prejudicar é reprimir; prejudicar é fazer, se arrepender e voltar a fazer.

A "regra" 2, para mim, é sagrada. Nunca deve ser quebrada. Tem-se que estar insano para quebrá-la; a "regra" 3 depende da sociedade em que se vive. Claro que, para alguns graus de parentesco, ela também nunca deveria ser quebrada, mas, toda ela é passível de um "acidente"; a "regra" 5 tem que ser sagrada também. De resto, no ato a dois não há de que se arrepender. Um possível problema que vejo aqui é a saciedade. É ali, naquele momento, que um pode medir o quanto ele gosta do outro. Falo aqui por mim, como homem. Não sei se as mulheres ou outros homens conseguem "sentir" aquele momento (provavelmente sim). Com minha esposa eu me preocupava no DEPOIS, ficava perto, continuava abraçado, perguntava se estava tudo bem, se ela queria alguma coisa. Isso fazia muito bem para nossa relação. Dali a pouco...

Com outras mulheres (antes de ter minha esposa e depois de perdê-la) eu queria mais era ficar sozinho, a menos que houvesse um relacionamento, tipo namoro. Não, não é egoísmo, falta de caridade ou coisa que o valha. Simplesmente não havia outro tipo de atração que não a sexual, e que só voltaria a aparecer dali a algumas horas ou dias. Fingir que há algo mais, aí sim é se aproveitar do outro. O melhor a fazer é ir embora (se foi uma aventura) ou romper (se é um namoro com apenas atração sexual).

Se o relacionamento é forte ou é casamento e nota-se que há apenas atração sexual, o próximo ANTES vai ficando cada vez mais distante do DEPOIS anterior.

Primeiro a "atração sexual" é transformada em "obrigação sexual". Onde está escrito isso? Quem disse que existe a "obrigação sexual"? Está sim escrito em algum lugar e em nossas mentes que devemos gostar de alguém, e isto leva à atração sexual, observadas as "regras" acima.

No ato em grupo não há de que se arrepender, e pode ser até que você saia gostando de alguém. Por que não? Talvez você volte lá só para procurá-lo!

O DEPOIS é imune a interrompimentos, simplesmente porque nada há para ser interrompido, mas é extremamente sensível ao jeito de ser feito, vocês não acham?

DE PRECONCEITOS E PECADOS

Livre-se dos preconceitos. Pecar é, apenas e tão somente, prejudicar alguém.

Se você acha que é pecado fazer sexo e não acredita em Deus então não há porque ter medo de pecar; se você acredita em Deus, saiba que ele é infinitamente bom, então seus pecados já estão perdoados. Então, o problema aqui não é Deus, é você! Sim, você. Se você não consegue perdoar os seus pecados então pare de pecar; se você consegue, não peque.

Sexo não é pecado. Violência é pecado.

Pecado é engravidar uma mulher e abandoná-la; pecado é violentar uma criança, sexualmente ou não; pecado é violentar alguém moral ou fisicamente.

Quem violenta merece punição.

Se você se violenta você comete pecado. Para a sociedade não é pecado, é "problema seu".

Se você violenta uma pessoa, para a sociedade você cometeu pecado e merece ser punido, mas "o problema é de quem você violentou". Sua punição não vai consertar nada.

Se você se violenta, você se pune simultaneamente. Talvez por isso que a sociedade diz que "o problema é seu" e ninguém será punido por isso. Você merece uma segunda punição? Ora, você se violentou e, portanto, mereceu a punição.

Se você violenta alguém você o está punindo? Mas é punição sem merecimento!

Quem é punido está sendo violentado. Quem violenta tem que ser punido.

Você se violenta e é punido automaticamente. Você violenta alguém e será punido por isso. A pessoa que você violentou foi punida por você, ou seja, você a violentou. Quem te punir estará te violentando. Essa pessoa terá quer ser punida (violentada)?

Você violentou para punir, ou seja, você puniu sem merecimento da pessoa. Você é punido porque violentou, ou seja, você foi violentado por merecimento. Quem te violentou está justificado, o "prêmio" é seu, você o conquistou, você o fez por merecer.

Brasilio - Dezembro/2001-Janeiro/2002