Um problema sem solução sempre impulsionou minha vontade de buscar respostas. Ultimamente tenho procurado entender a definição de política, mas nenhuma das definições que encontrei justifica o fato de delegarem ao povo a escolha de um político para administrar o Estado. No dicionário Aurélio encontrei várias definições:” Arte de regular as relações de um Estado com os outros Estados, modo de haver-se, em assuntos particulares, a fim de obter o que se deseja, esperteza, finura, maquiavelismo”. Escolhi estas três definições porque preconizam a atual crise política brasileira. Uma crise alimentada pelo ódio da burguesia que se sente prejudicada por um governo que prioriza o povo menos favorecido. Incomodados com programas sociais que garantem dignidade aos pobres ou vagabundos, como normalmente chamam os beneficiários do “Bolsa Família”. O tamanho do Brasil não é maior do que esta injustiça. A diversidade deste país é imensa e mesmo com todas as políticas sociais em prol da pobreza, muito ainda precisa ser feito, para que todo brasileiro possa viver dignamente. Entretanto, a burguesia não aceita que pobre tenha direitos e bancaram uma campanha contra o governo com o firme intento de voltar ao neoliberalismo do governo anterior ao PT.

A questão que se coloca com relação a política é a seguinte: podemos confiar na honestidade de um político? Melhor não pensar em nenhuma resposta, dada a complexidade e subterfúgios envolvendo política. Ultimamente temos testemunhado diariamente nos meios de comunicação verdadeira enxurrada de escândalos envolvendo velhos caciques, chefes oligarcas ou seus herdeiros. Também testemunhamos como a justiça funciona neste país, como a verdade pode ser manipulada no jogo do poder. Todo governo que seguiu esta opção preferencial pelos pobres, assim como o fez Lula e Dilma, sofreram a esmagadora pressão da burguesia. Não se iluda os brasileiros: a burguesia jamais abrirá mãos de seus privilégios. No momento que viram pobre frequentado faculdade, viajando, deixando a roça, entenderam que era hora de dá um basta.

O circo foi armado, manifestações contra o governo sacudiram o país. Um espetáculo mediático com fins obtusos acobertou a verdade e alimentou a ardilosidade dos políticos que se sentiam ameaçados com a política do governo determinada a acabar com a corrupção. Virar o “feitiço contra o feiticeiro” foi relativamente fácil, quando se pode contar com a mídia e a justiça mais parcial do mundo. Começaram por tentar descobrir algo que incriminasse o ex. presidente e a atual presidente, sem sucesso. A campanha difamatória culminou com abertura de um processo de Impeachment de Dilma, sob a acusação dúbia de praticar pedaladas fiscais.

No dia 17 de Abril de 2016 assistimos o espetáculo da vergonha, da mediocridade, da desonestidade, da desonra. O congresso brasileiro mostrou sua cara: com 367 votos favoráveis e 137 contrários. O processo de impeachment, recebeu seu aval. Que tipo de político temos? A resposta foi dada naquela noite: temos políticos que fazem política, que vivem de política, que foram orientados para fazer política. O resto que se dane.