O que é o mundo.

Nada disso é exatamente.

Posso garantir peremptoriamente.

Tudo é uma grande fantasia indescritível.

Ao seu próprio tempo histórico.

O que é o mundo?

Apenas a sua negação.

A inexistência é o princípio de tudo.

Até mesmo do átomo criado pela imaginação.

O  mais eminente filósofo e  físico Epicuro.

Mas o que é a inexistência da constituição dos átomos.

Ou aquilo que é quando deixa de ser.

A realidade nesse caso é um grande efeito.

Abstrato.

Alienação abstração do concreto, daquele que não é mais.

Ninguém é ou poderá ser, porque nada até o momento poderá ser.

Essa proposição é exatamente o motivo da perspectiva da humildade.

A insignificância indelével da leveza.

O mundo é exatamente a fluidez desse mecanismo.

A existência é o que ela não é, esse não ser é o ser.

Tudo passa e tudo passa no momento, no tempo histórico do instante.

Motivo pelo qual a realidade deixa de ser.

O que sobra então, com efeito, é a reação da lógica de tudo que é desprezível.

A realidade  deixa de ser, cada um de nós é esse deixar.

Pergunto então porque temos que ser, se o que somos na sua descrição é o deixar de ser.

A espécie é a destruição inexorável daquilo que não é.

As células da negação desse princípio fundamental.

Sobram apenas às idéias, as formulações dos conceitos.

Idiossincráticos.

O mecanismo abstrato da produção das idéias.

A leviandade das definições.

O mundo é apenas a descrição folclórica das imaginações.

Absolutamente irreais como se fossem reais.

Elas saem das imaginações e voltam com vidas próprias.

Exatamente em função das veleidades espirituais.

O mundo foge a existência foge, tudo deixa de existir.

Porque a existência é a criação da imaginação.

Exatamente por esse motivo que tudo é uma ideologia.

Edjar Dias de Vasconcelos.