O que é o Evangelho

 

1º. Quais são as nossas possibilidades reais?

 

Introdução:

 

Imagine-se chegando à ante-sala do céu e inferno. Você opta pelo céu, toca a campainha, e alguém do lado de dentro lhe pergunta: ‘Por que razão eu deveria deixar você entrar?’ Qual sua resposta?

Acredito que as principais respostas seriam rejeitadas, e a razão já pode ser conhecida hoje.

 

A condição é soletrar AMOR...

 

Há um pensamento reinante que todas as pessoas boas são aceitas por Deus. Quem são estas boas? Qual o padrão de bom que vale?

 

O Que Deus pensa?

 

Romanos 3:10-12; 23

10 como está escrito: Não há justo, nem um sequer,

 

Podemos pensar que injustiça seja da parte de Juízes ou advogados, promotores, etc...

Mas o texto diz: não há nenhum! Aqui é: todos nós.

 

11 não há quem entenda, não há quem busque a Deus;

 

Não existe quem entenda (por tentar adivinhar) o que Deus pensa e exige, há ignorância e é geral.

Não existe quem busque (no sentido de chegar até Ele) por esforço próprio.

 

Se hoje podemos compreender e chegar até Deus, é porque houve uma iniciativa divina, pois do contrário o homem é incapaz de fazê-lo.

 

12 todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.

 

Todo mundo se desviou do plano de Deus. Ninguém faz o bem, no padrão de Deus, é claro.

 

A ideia de “Bom” pode variar na ótica humana, mas não na divina.

 

>Exemplo da história do Almir Sater que foi apostar em briga de galo e uma pessoa disse que o ‘galo bão era o vermeio’. Ele apostou no vermelho, mas o preto ganhou. Ele foi ao homem que disse que o vermelho era bom, e o homem disse que o ‘vermeio era o bom, mas o preto era marvado’.

 

 

23 pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,

 

A Bíblia é categórica!

O fato é que não há quem não tenha pecado, e a consequência é: estamos todos afastados de Deus.

Devemos explorar o conceito generalizado do texto.

 

‘Não há’, ‘nem se quer um’, ‘todos’.

Podemos ter um certo padrão de bom, mas o padrão de Deus é que vale.

 

Isto nos leva a um problema sério:

 

Romanos 6:23 porque o salário do pecado é a morte...

 

A condenação do pecado é o afastamento de Deus.

 

Como podemos resolver isto? O que podemos fazer?

Estas perguntas de alguma forma passam em nossa mente... 

E aí vem a consideração de cumprir com as exigências de Deus.  (LEI)                                        

 

Por que Deus deu sua lei?  >>>   A resposta mais comum é que é para ser cumprida, mas não é.

 

3.19 Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus,

 

O objetivo final da lei é levar as pessoas a perceberem que estão condenadas.                                              Calar a boca não é não se defender, mas reconhecer que está fora do padrão de Deus.

 

20 visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.

 

‘Ninguém’, (novamente a linguagem absoluta) será tomada por justo por cumprir a lei, pois não há quem a cumpra. O objetivo primeiro da lei é fazer-nos ver que nós também não a cumprimos.

 

Isto pode ser exemplificado pelo ...

Fio de prumo’,  ‘Contraste para exames clínicos’.

 

Estes são instrumentos que ajudam a clarear a visão, mas não têm nenhum valor terapêutico e corretivo. Como um binóculo ou microscópio, eles não acrescentam nada além da visão. Este é o papel da lei.

 

Isto não significa que é ruim quando uma pessoa obedece a lei, pois a sociedade toda ganha.                             Se ninguém roubar, matar... vamos gastar menos dinheiro com segurança, vamos nos sentir mais seguros, mais tranquilos, etc, mas diante de Deus isto não muda.

 

Precisamos considerar o padrão de exigência:

 

Mateus 5:21-22; 27-28  21 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. 22 Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.

 

27 Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. 28 Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela.

 

Note que a condição não é só o fazer, mas inclui o pensar. Quem é capaz de cumprir com tal padrão de exigência?

 

Um pouco mais além... 

 

Tg 2:10 Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.

 

O padrão de exigência de Deus é absoluto, errar uma só vez é suficiente.

Isto se deve por duas razões,   a santidade absoluta de Deus   e a   gravidade do pecado.

 

>>>  Compare isto com cicuta. 1gr é suficiente para matar. Se um de nós toma 1gr, outro 5gr e ainda outro 10gr, quem de nós estará mais morto?

 

Todos estarão mortos igualmente. Assim é com o pecado, um só já fatal, independentemente da quantidade. Não é a mesma coisa com a sociedade humana, que quanto menos ofensas, mais segura é.

 

Gálatas 3:10 Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las.

 

Note que só em caso de obediência completa, não há maldição, mas se não é completa, está debaixo de maldição.

Por completa devemos entender uma conduta que inclui o pensamento oculto sem nenhuma marca de pecado realizado na mente ou de fato.

 

O que podemos fazer? Alguém aqui é suficientemente bom para isso?

 

 

2º. O que Deus já fez por nós

 

É muito comum tentar minimizar o problema do homem, mas isto não ajuda em nada. Quem efetivamente está doente, precisa saber o que tem para se dispor a ser tratado.

 

Pense nisto: Esconder a enfermidade não vai evitar que a pessoa sofra a doença.                              Também pensar que nunca vai morrer não isentará a pessoa enfrentar a morte, e as consequências que seguem de passar pela morte!

 

Não vale a pena negar o que Deus já disse sobre nossa situação. Isto não resolve o problema.

 

Se temos consciência de nossa condenação (e devemos ter), resta-nos ver o que Deus pode fazer, pois nós mesmos nada podemos fazer.

 

Ilustração duas histórias parecidas, final diferente.

Treinador que forçou a nadadora a atravessar a nado.   >>>   Deus não é assim...

Pai que acompanha o filho que pretende atravessar o Amazonas.   >>>   Deus é assim!

 

A substituição justa

 

Gl 3.10, 13 Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las....

 

Esta foi a verdade que vimos, se cumprimos está tudo bem. Mas se não, estamos debaixo de maldição, mas vejamos o que Deus fez:

 

Gl 3.13 ... Mas Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro),

 

Ele nos substituiu na hora de receber a paga da maldição, ‘em nosso lugar’. Esta operação era chamada de ‘redenção’ ou ‘resgate’ (pagar um preço exigido para libertar).

 

2Co 5.21 Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.

 

Certa vez um homem contou da história de um juiz que condenou um rapaz a uma fiança por um acidente de transito. Depois ele tirou sua beca, desceu de sua cadeira e pagou a fiança determinada pela lei. Era o pai.

 

Deus ao colocar Jesus na cruz, puniu nele os pecados que ele não cometeu, mas nós cometemos. Deus não poderia, por causa de seu caráter, simplesmente perdoar, pois Ele é absolutamente santo e justo, e como disse que o salário do pecado é a morte, Ele não pode desfazer.

 

Cl 2.14 tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz;

 

‘Escrito de dívida’ era um documento romano que os condenados tinham. Dividido em três partes onde eram escritos:

  1. Crime cometido,
  2. A condenação destinada e
  3. A consumação do crime.

 

Ao estar na cruz, Jesus que sempre chamava a Deus de Pai, enquanto sofreu a condenação, ele disse:  ‘Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste’.

 

Isto evidenciava a separação que o pecado trouxe.

Depois de ter pagado a culpa, declarou em voz alta ‘Está consumado’.

 

Jo 3.16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

 

Deus enviou seu filho para que no nosso lugar morresse, fosse sepultado e ressuscitasse. Este é o evangelho de Jesus. Evangelho significa ’boa notícia’, isto é...

 

O que fora impossível a nós, Deus o fez por mim.

A razão? O seu amor, a sua bondade. 

 

 

3º. Como posso desfrutar?

 

Embora seja verdade que Cristo pagou os pecados de todos, isto não significa que todos desfrutem da salvação.

 

Imagine que um de nós está com uma dívida e o outro se proponha a pagar dando um cheque no valor da dívida. A pessoa que recebe o cheque pode ter diferentes reações como não acreditar que haja fundos, agradecer pela bondade mas quer resolver só, ou ainda ir ao banco e pagar sua dívida. Somente neste caso é que desfrutará do dinheiro oferecido.

 

Da mesma forma, embora Cristo tenha feito a obra completa, se não nos apropriarmos da salvação que Cristo nos proporcionou, temos tudo e não temos nada. Como podemos desfrutar?

 

Ef 2:8-9 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.

 

Note que Paulo nos diz que somos salvos pela 'Graça', que significa 'favor que não se merece'. Lembre-se que merecemos a condenação, mas Cristo morreu por nós. Esta obra 'não vem de nós', Deus nos deu de presente, ou seja, é um 'dom'.

 

Como se recebe um presente?

Se você fosse dar um presente, espera que a pessoa lhe pague algo? Se ela disser que não pode aceitar dado, mas quer pagar ainda que seja pouco abaixo do preço, é uma ofensa e descaracteriza o presente. Não aceitamos isso.

 

O único meio de se receber o presente de Deus é aceitar, confiar, crer, pois do contrário não é presente. Da mesma forma, só pela fé se é salvo, por isso diz: 'sois salvos por meio da fé'.

 

Não é fé na nossa fé, mas fé no autor da nossa fé!

A fé em si mesma não salva, mas ela permite o desfrutar da salvação.

 

Filho, vá em paz. Tua fé te salvou.

 

 

Não podemos acrescentar nada ao presente de Deus como dinheiro, vida reta (mesmo por que não a temos), trabalho na igreja, etc. Isto, descaracteriza o presente e pior ainda, não confia na solução que Deus já deu.

 

Toda a Palavra fala da fé como única condição para a salvação.

 

Jo 3:16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

 

Evangelização >> Você acredita em Deus? Sim... A ponto de confiar sua vida nas mãos dEle?...

 

Certo homem se propôs a atravessar as cataratas de Niagara sobre um cabo com uma moto e perguntou quem acreditava que ele o fizesse. Não creram nele, mas depois de ir e voltar perguntou quem acreditava que passasse novamente e com alguém na garupa. O povo acreditou e então ele perguntou quem iria sentar ali e ninguém quis exceto seu filho. Há uma diferença entre acreditar e crer.

 

Jo 3:36 Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.

 

Você pode pensar, 'ah mas isso é muito fácil... eu preciso fazer algo mais'.                                                         

 

Não seja pretensioso, reconheça que você não pode fazer nada, e que Deus já fez tudo.                                      Embora seja muito fácil e totalmente de graça, lembre-se que alguém sofreu e morreu, e isto não foi nem fácil e nem barato.

 

Jo 5:24 Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.

Jo 11:25 Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;

 

Note que Jesus não colocou nenhuma outra condição, pois é um presente. Ou você crê, ou não.

 

Caso creia, Ele diz enfaticamente que tem a vida eterna, não “poderá ter”, não “talvez tenha”, mas, tem!

 

Jo 1:12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome;

 

Foi feito filho de Deus, viverá e isto é para todos.

 

Isto é tão radical que você deve notar:

 

Jo 3:18 Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.

 

Quem crê não é julgado, pois Jesus já foi julgado em nosso lugar e os pecados já foram pagos.

Mas, quem não crê? Não há mais nada que se possa fazer por você!...

 

Já está julgado! E a razão não é pecados, pois estes já foram pagos. A única razão de ser condenado é sua falta de fé.

 

Quando confiamos exclusivamente na obra de Cristo como suficiente, não nos apoiamos em nada mais além dele. Se nos apoiamos em algo mais é por que não temos fé.

 

Rm 5:1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;

 

Quando ponho autêntica confiança em Deus, na sua providência (que inclui enviar seu único Filho para pagar os nossos pecados, e que morreu e ressuscitou por nós), Deus declara que há paz entre o que crê e Ele, pois já foi feita a justiça.

 

Então não importa o que eu faço, estou garantido? Isso não é certo.

R.: Ninguém é salvo por não pecar, mas é salvo para não pecar.

Ef 2:9-10  '..não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.

Somos salvos não por obras, mas para as boas obras. Diferença entre condição e consequência.

Os verdadeiros filhos de Deus vão acabar manifestando o caráter do Pai.

 

 

Tomando posição

Uma vez que entendemos, precisamos tomar um decisão:

Aceitá-lo (crendo), ...  rejeitar ... ou ainda decidir estudar mais o assunto.

 

Qual é a sua decisão?

 Orar... contar que entendeu... espalhar a boa nova


Baseado na série Quão bom precisamos ser... de Fernando Leite