O QUE É O CORPO III

Como o corpo cresce? O que o faz parar de crescer? A gravidade da Terra tem alguma influência? Alguém que passasse a vida toda deitado, desde o nascimento, cresceria?
Qual é a diferença em relação a uma árvore? Não é só a constituição celular, pois, igual a nós, algumas árvores ficam anãs.
Quantidade de células é massa. Qualquer anão, seja gente ou seja árvore, certamente tem menos massa e, portanto, menos células do que um ser considerado como tendo tamanho normal. Mas, nos dois casos, o que determina o “teto” da quantidade de células, e mais, o que determina os sentidos de crescimento e o que cada membro vai ser, de tal modo que uma perna não fique muito mais longa que outra e nem nasça um braço no lugar de uma perna?
Alguém, não anão, que passasse a vida toda deitado, certamente cresceria no sentido normal de crescimento. Se ele passasse a vida toda deitado com as costas ao chão, descontada uma provável má formação da parte de trás do corpo, não cresceria o abdômen, a parte frontal das pernas e da cabeça para cima, como se fosse uma massa de bolo ao forno. Então, a gravidade não é um forte fator a influenciar o crescimento das coisas. Ela, porém, tem alguma influência, mas como moldadora do que como um fator contrário ao crescimento. Certamente, alguém que crescesse sob gravidade zero, teria ossos e músculos parecidos com isopor, quanto à constituição física. Seria o máximo da osteoporose, tanto em ossos quanto em músculos.
Tanto o teto máximo de crescimento, quanto os sentidos e o que cada membro vai ser está programado em cada célula em todas as células, sendo um mistério insondável para a Ciência. O programa “roda” em cada célula e em todas as células ao mesmo tempo, como se cada célula fosse um computador entre bilhões de outros computadores que, além de rodar seu próprio programa, roda, ao mesmo tempo o programa de cada uma das demais células, para que cada uma saiba exatamente o que a outra está fazendo.
Cada programa é parte do programa principal e é, ao mesmo tempo, o próprio programa principal.
Mas, se no início, todas as células (célula tronco) são iguais e rodam o mesmo programa, no final, em vez de um corpo humano, teria que aparecer qualquer coisa e sempre a mesma coisa, ou, na melhor das hipóteses, todos os seres humanos teriam que ter a mesma forma física, da mesma maneira que uma ninhada de cachorrinhos!

No início, o programa principal cria uma máquina (célula tronco) e se instala nela. Esse programa instalado terá funções específicas para aquela máquina, ou seja, apesar do programa principal ser completo para formar qualquer tipo de ser humano, apenas algumas funções específicas rodarão, dependendo da máquina. Assim, a célula inicial em que se instala as funções geradoras do coração, só executará funções que resultará num coração completo.

E assim para qualquer outro órgão ou tecido do corpo.

Um órgão, o coração por exemplo, não é formado sozinho, pois ele precisa ser interconectado a outros órgãos e tecidos, dos quais ele depende e os quais dependem dele. Os programas se comunicam e se adaptam para funcionarem em uníssono com o menor esforço. É essa adaptação que vai determinar o tamanho de cada órgão ou tecido e, consequentemente, o teto que o corpo vai atingir para que tudo funcione perfeitamente com o menor esforço.
Depois que o corpo está formado, atingindo sua forma adulta e o teto máximo de seu crescimento, o que o programa faz é criar mais computadores-células que vão substituindo aqueles que vão se apagando, para manter o equilíbrio do menor esforço.
Se, por um motivo qualquer, seja doença ou seja velhice, algumas partes não forem substituídas (degeneração) ou forem acumuladas além do teto (câncer), o equilíbrio é desfeito e o esforço para manter a vida do corpo aumenta muito, o que leva a mais degeneração e, por fim, a parada total do sistema (morte).

Muito bem. E o programa? O que ele é? De onde ele vem?
E o EU, o espírito, a alma? São um (único) programa também?
O programa é a alma, o eu, o espírito. O que ele é realmente e de onde ele vem não sabemos e, talvez, nunca saberemos.

O pai e a mãe contribuem com uma célula-máquina cada um. As duas máquinas são diferentes entre si, cada uma rodando o mesmo programa, mas executando funções diferentes desse programa. Quando esses dois programas são combinados, começa a surgir um novo ser (o filho). Ele não ganha o eu do pai e nem o eu da mãe. Ela ganha um eu próprio. Ele pode crescer, se desenvolver, virar um adulto e esse eu não se manifestar. Uma coisa é certa: esse eu é uma função superior, especial. Apesar dele não ser capaz de combinar duas outras máquinas para gerar um ser adulto, ele é capaz de se comunicar com outros seres, adultos ou não, da mesma maneira que cada programa parte do programa principal é capaz de se comunicar com os demais programas para atingirem um objetivo comum.
Mas, ele é superior só nessa capacidade de se comunicar, sendo incapaz de fazer o que suas funções semelhantes fazem dentro de um corpo. Para formar o “corpo do mundo”, ele falha clamorosamente. A isso que o leva a falhar dá-se o nome de egoísmo, coisa que não existe entre as células de um corpo. Quando acontece algo parecido, dá-se o nome de anomalia, de doença. O que significa que o egoísmo enche o corpo do mundo de doenças.
Assim como cada célula do corpo roda um programa que resulta num programa maior, talvez gerando o EU (cada um), deveríamos todos juntos rodar, cada um, um programa solidário com os demais, para gerar um EU universal (Deus?!).

Julho/2010.