O QUE É O CORPO 1 (DE 3)

Por B. L. C. | 14/03/2015 | Arte

O QUE É O CORPO I

CORPOjàMEMBROSk+ÓRGÃOSlàCÉLULASm+SUBSTÂNCIASnà

MOLÉCULASoàÁTOMOSpàPRÓTONSq+ELÉTRONSr+NEUTRONSs.

Falta algo, não falta? Seria energia? Vamos tentar responder a algumas perguntas primeiro:

1)      O que faz o corpo se mover? A vontade em ação, as células.

2)      O que faz os membros se mexerem? A vontade em ação, as células.

3)      O que faz os órgãos funcionarem? As células.

4)      O que faz os componentes das células se movimentarem? Sobrevivência (muito genérico)

5)      O que faz as substâncias circularem? Sobrevivência, reações químicas, “vontade celular” em ação.

6)      O que faz as moléculas se juntarem ou se separarem? Reações químicas.

7)      O que faz os átomos se combinarem ou não? Forças eletromagnéticas.

8)      O que faz os prótons se manterem juntos? Forças atômicas.

9)      O que faz os elétrons se manterem afastados dos prótons? Forças eletromagnéticas.

10)  Qual é o verdadeiro papel dos nêutrons? Ajudam a manter os prótons unidos.

Será que os itens de o a s realmente existem?

Que tipo de reação química forma a memória? Tem que ser química!

Que tipo de reação química forma o pensamento? Leitura da memória? Uso de “outra” memória? Será que a memória é o caldeirão dos pensamentos? Se é, então o que causa essas “reações-químicas-pensamentos”? A causa tem que ser o que vemos, o que ouvimos, o que cheiramos e mesmo o que pensamos, pois um pensamento pode desencadear outros, certo? Será que um cego surdo-mudo que perdeu a sensibilidade olfativa não mais terá pensamentos novos?!

E cada um desses eventos (ver, ouvir, etc.) é uma reação química cujo resultado (onde se processam essas reações químicas? Na própria memória?) vai para a memória, onde é identificado (“bate” com algo armazenado lá, de uma experiência anterior) e ali reage com outro resultado gerando outro resultado (um pensamento) que, por sua vez, pode ficar armazenado na memória. Essa sequência toda implica que um dia não vamos mais conseguir pensar, pois essa reorganização da memória, como reorganizar uma biblioteca, chegará num fim. Não haverá mais lugar para guardar os “pensamentos materiais”.

Ok, talvez não vivamos o suficiente para esgotarmos essa capacidade. Isso porém significa que nunca conseguiremos escapar da morte, pois, mesmo que vivêssemos o suficiente, um dia não conseguiríamos mais pensar, e uma situação nova que nos colocasse em perigo de vida certamente acabaria conosco.

Como é feita a identificação na memória? Como se descobre que uma reação química que está entrando já está lá? É uma reação química também? Ou é física? Se é, o que diz que aquela reação já ocorreu?

Como uma figura-pensamento é encontrada na memória? Como é “feita a lembrança”? Como ela é encontrada tão rápido (existe um controlador de reações químicas que diz: “pode parar, esta já está aqui”. Mas como ele sabe?) e às vezes não é encontrada, apesar de estar lá? Ou não está? Se não está, não ocorre a procura ou sempre ocorre? Se não achou será rearmazenada? Ou é sempre armazenada, independente de já estar lá, e um rótulo novo não é colado nessa informação que acabou de entrar? (Seria o déjàvu?). Mas estava lá, senão foi apagada. Se foi apagada, como foi este processo? Foi selecionada a esmo? Não pode ser, pois poderíamos esquecer nosso próprio nome! Ou então, cada reação-química-pensamento recebe também um rótulo de importância ou então fica em área especial. Em qualquer caso é necessário a intervenção de algo extra reação.

Se ela é apagada sem ser a esmo, necessário também é a intervenção de algo extra reação. Mais, não há como imaginar uma reação química que usa outra para procurar uma terceira. A interação teria que ser inteligente e, portanto, não-material. Por que aquela reação, como processo de procura, não fica registrada? Acho que tudo isso já seria suficiente para abandonarmos essa ideia de que o pensamento, a memória, são reações químicas.

Mas, o que dizer sobre andar de bicicleta e, ao mesmo tempo, pensar na prova de matemática de ontem?  São duas reações químicas completamente diferentes ocorrendo no mesmo caldeirão (que cresce a cada reação!), a memória! Quem é que manda as instruções para as pernas e o corpo e ao mesmo tempo pensa em outra coisa?

O “registro” na memória é uma reação química constante, isto é, está sempre acontecendo para que não se esqueça? Ou esse “registro” é uma condição em que algumas células entram e permanecem, à maneira dos bits em computadores? Não há outra alternativa material além destas duas.

Memória e pensamento NÃO SÃO REAÇÕES QUÍMICAS! Materialistas, por favor, deem-me outra explicação ou convençam-me, senão, vocês “acham” que são materialistas sem o serem. Não existem materialistas, existem pessoas que rejeitam o desconhecido e que também conseguem explicar o “como” do que é conhecido mas não conseguem explicar o “porque” (que está no desconhecido!). Uma pedra é materialista, assim como um corpo morto.

Vamos agora supor que os itens de o a s não existem, para ficarmos no “mundo visível”.

O que faz o corpo se mover? Os músculos (que formam os membros e órgãos), acionados por uma reação química (agora sim!) que acontece nos mesmos. Trata-se de uma reação controlada por uma “mensagem” que, materialmente, vem do cérebro. Não é uma mensagem qualquer. Ela tem intensidade definida e direção definida também, de tal modo que o músculo afetado segue exatamente o que foi especificado. Veja as fases do processo:

MENSAGEM NASCE NO CÉREBROà MENSAGEM CAMINHA PARA O MÚSCULOàMENSAGEM CHEGA NO MÚSCULOàREAÇÃO QUÍMICA INICIAàMÚSCULO INICIA MOVIMENTOàREAÇÃO QUÍMICA TERMINAàMÚSCULO TERMINA MOVIMENTO.

Qualquer ruído, em qualquer fase, pode resultar em nenhum movimento, um movimento desordenado ou numa distensão muscular.

MENSAGEM NASCE NO CÉREBRO é composta de outras fases. Primeiro tem um pensamento (QUE NÃO É UMA REAÇÃO QUÍMICA!), depois é gerado um pulso elétrico (que pode até ser resultado de uma reação química iniciada pelo pensamento) que carrega a mensagem inteligente (não é um simples impulso elétrico, é um código). Ela vai atuar num lugar específico e causar uma reação específica de duração especifica. Seria tudo feedback infinitesimal?

Agora, por que aquela pancada com um martelinho na parte inferior do joelho causa um pequeno chute? O músculo (e seu nervo correspondente) que recebe a pancada é o que faz a perna se mover? Não sei, mas não importa. Vamos supor primeiro que sim. Causamos uma reação química no músculo ou não? Se não, então a reação foi física: as células musculares se contraíram, o impulso elétrico gerado pelo martelo diminuiu o tamanho dos poros das células e/ou as aproximou mais umas das outras. Quanto mais forte a pancada maior será a contração. Será que a pancada envia uma mensagem para o cérebro e ele abre a mesma porta que o pensamento abriu? Nesse caso não foi o músculo que iniciou o movimento.

Se causamos uma reação química, os efeitos são os mesmos e, em qualquer caso, a mensagem é uma constante: a mesma intensidade de pancada vai produzir sempre o mesmo movimento.

Os membros fazem o corpo se mexer, mas há um comando anterior.

O que faz os órgãos funcionarem?

Vamos analisar, com olhos de leigos o cérebro, o estômago, o fígado, o coração, os pulmões, os rins, os intestinos e o baço (um ser quase completo!). Vamos começar de trás para diante.

O BAÇO – Por que fala-se tão pouco dele? Parece até que não existe. O baço cria e destrói glóbulos vermelhos (cria novos, mata velhos), controla o sistema de defesa do organismo, limpa a linfa e armazena sangue extra. Deve ter mais funções. Isso é o que ele faz. Sozinho não serve para nada, claro, assim como os demais órgãos.

OS INTESTINOS – Basicamente, absorvem substâncias dos alimentos, derramam fluidos sobre os alimentos (vindas do fígado, do pâncreas, da vesícula), transformando-os e transportam o que resta através de movimentos ondulatórios para fora do corpo. Nesse meio tempo, também bactérias que existem dentro dos próprios intestinos agem sobre o alimento, mas vamos desconsidera-las.

Quem define esse papel para o intestino? A vida? Ela descobriu que se o intestino funcionasse assim ela se mantinha? Estado de maior equilíbrio geral?

Assim é, assim foi. Mas, o que é a vida? Quem é a vida? Não vou falar de acaso, pois o mesmo não existe, e se existisse não caberia aqui, por bom senso. A vida, no caso, é o conjunto de órgãos? Vamos continuar.

OS RINS – Basicamente limpam o sangue, tiram dele substâncias que seriam prejudiciais às células, redosam outras que poderiam ser fatais a células especializadas como as do coração se a dosagem estiver errada (nas UTIs de hospitais dificilmente alguém escapa quando os médicos começam a falar em “falhas renais”). O papel dos rins é, aparentemente, bem mais simples que o dos intestinos. Ele funciona como um filtro, mas, como ele faz parte do conjunto, ele está sempre se sintonizando com o conjunto, recebendo mensagens de ajustes, coisa que nenhum rim artificial é capaz de fazer. Os rins também têm sua “inteligência”, como os intestinos. Certamente rins e intestinos não trocam mensagens especificas, mas se influenciam.

OS PULMÕES -  Parecem ser bem simples também, mas seu papel é tão ou mais crucial que o dos rins. Enquanto os rins removem “cinzas” do sangue, os pulmões colocam no sangue o fator que produzirá aquelas cinzas, pois são destas reações que o corpo vive.

Pergunta interessante: por que os pulmões não fazem também o papel dos rins ou vice-versa? Por que não são um órgão único? Por que a separação? Será por causa da diferença de textura dos seus tecidos que implicam funções diferentes? Será que existem ligações invisíveis entre os pulmões e os rins que, necessariamente, tem que ter uma “existência espacial”?

Quem precisa dos pulmões? As células. Por que? Pelo oxigênio.

O que causa o movimento de enche-esvazia dos pulmões?

Todas as células, em conjunto, causam a função pulmonar ou são as próprias células pulmonares que causam a função? Ou são as células do diafragma? Ou as do cérebro?

Por que podemos parar o movimento pulmonar? De onde tiramos esta ordem de pará-lo e como fazemos isso? Usando a mente e fazendo o cérebro enviar uma mensagem?

Por que só conseguimos pará-lo conscientemente? Como é e onde fica a “chavezinha” que liga e desliga esse movimento? A que foi ligada no momento em que um bebê começa a respirar é a mesma que desligamos/religamos conscientemente?

Se forem as células que controlam esses movimentos, como conseguimos contrariá-las? Quem são elas e quem somos nós? Somos elas e elas são nós mesmos? O que as diferenciam das células da batata é o que nos faz mais espertos que batatas (pelo menos alguns!)?

Como que o pulmão diferencia os elementos do ar e consegue extrair apenas oxigênio, que representa apenas 21% do ar que entra por eles? Quem ou o que determinou essa “lei” ou inteligência (já que é para proveito próprio)? Tá, a hemoglobina tem uma fechadura cuja chave é a molécula de oxigênio. Ela “captura” o oxigênio. Então, se somos células, somos também oxigênio. Qual é a nossa fórmula química?

O CORAÇÃO – O mais simples (visualmente) dos órgãos vistos até agora: imagine uma bola dividida internamente em quatro câmaras. Este é o coração. E o papel dele? Mais simples ainda: empurrar o sangue até as extremidades do corpo (não se trata das pontas dos dedos ou dos cabelos) e puxa-lo de volta. Na verdade, a ação é só de empurrar, porque o sangue vai por um caminho e volta por outro que, na verdade, é fisicamente o mesmo, um círculo. Daí o termo “circulação sanguínea”.

Esse papel é o mais crucial de todos. Sem o coração, nem os pulmões e nem os rins têm função, não só por faltar o objeto de seus trabalhos (o sangue) como também o transportador dos componentes para que eles funcionem (o sangue). Aliás, o próprio coração só funciona se bombear sangue para si mesmo. Imagine uma bomba que distribuísse água para vários pontos e que, para funcionar, tivesse que distribuir água para si mesma. Como seria o “start-up” dessa bomba? Ela não poderia iniciar-se a si própria pois teria que puxar água para se alimentar, e para puxar água ela tem que iniciar antes! E agora? Simples e claro: intervenção externa. Assim é nos bebês, assim foi nos nossos primeiros pais. Ou os nossos primeiros pais viviam em um meio em que o sangue era ar (se viviam fora da água) ou água (se viviam na água) e, com o passar do tempo, o coração foi se formando e o corpo, por fim, gritou: “independência ou morte!” ?

Na verdade, no exemplo da bomba de água, no interior do País existe na roça uma espécie de bomba que é chamada de carneiro (em Goiás). Ela usa a água para puxar água. Porém, pra ela começar a trabalhar alguém tem que dar o “pontapé inicial” fazendo com que uma coluna d’água atinja uma espécie de êmbolo. A mesma água que atinge o êmbolo é empurrada para dentro do cano em direção à caixa d’água e também causa uma reação no êmbolo para trás. Enquanto isso, mais água está descendo em direção ao êmbolo e se soma à água que entrou no cano, repetindo-se o processo. Dá para fazer essa água circular fazendo a caixa desaguar na coluna que atinge a bomba!!!

De vez em quando entra um lixo na corrente e a bomba para. O peão tem que correr lá, fazer uma limpeza e reiniciar o processo. Se ele não fizer isso, as células (cômodos e moradores) da casa correm o risco de morrerem de sede. Qualquer semelhança com pacientes e médicos é mera coincidência!

 
   

                                                                                                          

                                                                                     

                                                                                                             

                                                                               

                                                                                                        

                       

                                                                                                                

                                                       

                                                                                         

 

 

 

 

 

                                                                  

 

 

 

 

 

No coração detecta-se dois sons:

Primeiro som à fechamento das válvulas tricúspide e mitral.

Segundo som à fechamento das válvulas pulmonar e aórtica.

Todos os órgãos são visitados pelo sangue. Aqueles que tratam o sangue diretamente (pulmões, rins, fígado) recebem o sangue tratado por si mesmos, porque o sangue está sempre circulando, passando por todos os órgãos e controlado pelo coração.

Sabe-se que o que causa as batidas do coração é uma corrente elétrica que corre dos átrios para os ventrículos. A frequência desse sinal corresponde exatamente à frequência das batidas. Então, vamos tentar visualizar o ponto de início:

O coração se enche de sangue (os átrios); uma corrente elétrica “empurra” o sangue para os ventrículos e destes para o corpo. Enquanto isso, sangue voltando está enchendo os átrios novamente, iniciando um novo ciclo.

As figuras a seguir mostram como a corrente elétrica é distribuída e como um eletrocardiograma pode detectá-la.

A fase inicial da corrente elétrica começa no Nodo Sinusal, iniciando a onda P. Antes da onda P, os átrios estão polarizados em relação aos ventrículos (formam um dipolo, com um polo negativo de um lado e um polo positivo do outro).

O início da onda P é o início da despolarização dos átrios, quando eles iniciam a contração (saindo íons K+ e entrando íons Ca+).

Durante a onda QRS ocorre a despolarização dos ventrículos, período no qual eles se contraem.

Do início da subida da onda T até o final de sua descida ocorre a repolarização dos ventrículos.

Em resumo:

P: Despolarização dos átrios (contração atrial).

PR: Intervalo entre o início da despolarização dos átrios e a despolarização dos ventrículos.

QRS: Despolarização dos ventrículos (contração ventricular). Durante este período está ocorrendo, simultaneamente, a repolarização dos átrios. Isso não aparece no eletrocardiograma, pois, a onda correspondente é ofuscada pela onda QRS.

ST: Intervalo entre o final da despolarização dos ventrículos e início da repolarização desses mesmos ventrículos. Ocorre uma polarização reversa.

T: Período de repolarização dos ventrículos.

Estas são as condições para um ECG estar dentro dos padrões normais (sem suspeita de anomalias no coração). É claro que nenhum ECG vai mostrar linhas tão suaves quanto as da figura acima, pois, além dos harmônicos das próprias ondas, o ECG acaba pegando outras vibrações do corpo. Porém, a figura é uma aproximação bastante boa para um coração perfeito, principalmente durante a contração dos ventrículos:

  • A duração da onda P deve ficar entre 80ms e 100ms.
  • A duração de PR deve ficar entre 0.12s e 0.20s.
  • A duração de QRS deve ficar entre 0.06s e 0.1s.
  • O traço que inicia após aquela subidinha de S até o início da subida de T deve ser reto.
  • Não podem ocorrer alterações importantes imediatamente ao final da onda T.

No papel em que é impresso o gráfico do ECG (sequência de batidas do coração), cada quadradinho mede 1mm, e representa 40ms de tempo (na horizontal) e 0.1mV de voltagem (na vertical). A voltagem (ou pico) mostrada é diretamente proporcional à massa do tecido sendo examinado. Grandes amplitudes significam tecido aumentado.

Um batimento completo é dado pela sequência P-QRS-T.

A taxa de batida é adequada para manter todos os órgãos funcionando sob as nossas condições de temperatura e pressão externas. Qualquer alteração notável naquela taxa pode alterar o funcionamento de algum órgão, com o risco de comprometer todo o corpo. É por isso que um choque elétrico pode ser fatal para o coração, como órgão.

Na despolarização, o sinal do dipolo formado vai mudando de + para -, ou de – para +. Quando ele volta à condição inicial, ocorre a repolarização.

Nos átrios, as últimas células a serem despolarizadas são as últimas a serem repolarizadas, enquanto que nos ventrículos, as últimas células as despolarizarem são as primeiras a serem repolarizadas. Por isso, nos ventrículos, costuma-se usar também a expressão polarização reversa (no caso dos átrios, seria polarização direta).

Para mostrar que as curvas de um ECG não são tão suaves como visto acima, as figuras a seguir mostram partes de um ECG real que fiz em 2008.

A primeira mostra o comportamento de meu coração quando eu estava em repouso. As outras duas mostram o comportamento dele durante um esforço (corrida na esteira). Note como o intervalo entre as curvas QRS vai diminuindo.

Figura 1

Figura 2

Figura 3

Ok, então a bomba funciona com corrente elétrica que leva a água para toda a estrutura e para as engrenagens da própria bomba.

Vimos que a corrente elétrica nasce no alto do átrio direito, através da interação cálcio-potássio (como não falar de átomosp ?). Quem ou o que determina o equilíbrio daquela interação? Claro que podemos alterá-la, de vários modos, podendo até matar o corpo. Mas, existe uma lei para manter aquele equilíbrio ou o conjunto todo é que determina essa lei? Como é que o conjunto “sabe” o ponto de equilíbrio? É inteligência? Não é coincidência!

Ora, o que é “passar bem” e “passar mal”? Não é o equilíbrio/desequilíbrio? Ou será coincidência?

O que há é um espírito-de-corpo. Os órgãos são solidários, se comunicam e se ajudam.

Quando os pulmões, por exemplo, começam a falhar (resistir à recepção de sangue, como na Hipertensão Pulmonar, por exemplo), o coração começa a forçar sangue para os pulmões para manter a taxa e não prejudicar o restante do corpo. Se a resistência continua, o coração aumenta de tamanho para compensar (na verdade, é uma reação natura) e, também, manda mais sangue para o fígado e para o baço. Se ele chega no limite, então começa a falhar também. Nessa hora, todos os demais órgãos já estarão estressados também.

Conheço bem isso porque foi uma hipertensão pulmonar que levou minha esposa. Ela nasceu com um problema na válvula mitral (prolapso) que causou (?) uma CIA (comunicação inter-atrial) que evoluiu para a HP (ou teve HP que causou a CIA? Ninguém soube).

Só para vocês terem uma ideia, a HP normal (sim, todos temos!) é de cerca de 25mmHg. Ela passou 3 anos com 75mmHg e, quando se foi, chegou em 140mmHg. Não preciso dizer o que aconteceu com suas veias.

Creio que a maioria das pessoas tem algum tipo de problema no coração, afinal ele é um super-herói: com apenas 4 válvulas faz muito mais que qualquer carro com 16 válvulas!!!

Eu mesmo, segundo um exame que fiz em Belo Horizonte-MG, tive um problema naquela corrente elétrica, no momento que ela faz a volta para iniciar novo ciclo. O nome é meio comprido e não me lembro dele agora. Foi uma anomalia na polarização reversa ventricular. De lá pra cá fiz vários outros ECGs e não foram feitas observações sobre isso.

Por que conseguimos parar os pulmões (prendendo a respiração) e não conseguimos parar o coração? É, parece que cada conjunto de células controlam seu órgão, logo nós e as células não somos um (pelo menos não em termos de funções não-materiais!).

Uma emoção (um susto, por exemplo) acelera o coração. Um susto ao contrário (se é que isso seja imaginável) poderia pará-lo? Claro que um “sustão” pode pará-lo, mas essa é uma parada diferente, não controlada.

Pergunta interessante: Se o intervalo de tempo entre o sangue sair dos pulmões e voltar a eles fosse próximo de zero, conseguiríamos parar os pulmões como fazemos ao prender a respiração? Provavelmente não, pois o intervalo de tempo necessário para oxigenar o sangue seria tão pequeno que morreríamos se prendêssemos a respiração (o coração enviaria sangue não oxigenado para o corpo).

Talvez não possamos parar o coração como paramos os pulmões porque não podemos interromper a corrente elétrica dele. Mas podemos fazer o cérebro enviar uma corrente elétrica para uma perna e faze-la se mover! Por que não podemos fazer o mesmo em relação ao coração? O que aconteceria se conseguíssemos pará-lo por 5 segundos? Nada. Alguém consegue? Não sei.

A questão é: por que não é tão fácil como parar os pulmões? Ainda não sei a resposta. Talvez se o pararmos afetaremos o equilíbrio sódio-potássio irreversivelmente e...

Mas há casos de pessoas que tiveram paradas cardíacas e retornaram depois, sem sequelas. Existe um período mais ou menos curto que, se ultrapassado, não tem retorno. Nem com um coração mecânico e sangue novinho. E aí?!

O FIGADO – Toda substância que entra no nosso corpo o faz naturalmente pelo estômago, e daí para os intestinos. Nenhum outro órgão pode receber diretamente substâncias que não estejam devidamente preparadas. Sólidos, de jeito nenhum. No estômago e nos intestinos as substâncias são preparadas (digeridas) adequadamente para serem misturadas ao sangue. Este sangue “contaminado” segue então para o fígado, onde é processado por uma verdadeira fábrica que executa mais de 500 funções diferentes! O papel do fígado é um dos mais críticos do organismo. Ele começa a agir no alimento, por exemplo, no momento em que ele está no estômago e nos intestinos. É impossível para o corpo sobreviver sem o fígado.

Como é que um órgão de aspecto tão simples pode ter funções tão complexas? Que lei determinou estas funções? Quem criou essas leis? Sim, tem que ser uma lei, mesmo que ela tenha sido gerada por uma conjunção de necessidades de outros órgãos. Aqui NÃO CABE O ACASO. E mais: cada célula do fígado funciona como um fígado à parte, tanto que, se um pedaço for removido, a parte que fica continua funcionando como fígado! Por que isso? É como se ele tivesse sido projetado para se adequar às necessidades do organismo.

Como ele é o órgão que mais sofre com os nossos (por que fazemos esta separação: nós e o fígado?) abusos, será que ele foi se adaptando ao longo do tempo (para ser bem materialista)? Ou quem criou o nosso (separação, de novo?) corpo sabia que seria assim?

Sabemos que uma das principais funções do fígado é a de simplificar as moléculas de gorduras que ingerimos. Se essa função acabar, o corpo também acaba. É ele também que coleta nutrientes e cria proteínas para alimentação das células.

Bom, como as células do coração são alimentadas pelo primeiro sangue que vem dos pulmões, podemos concluir que o sangue, a qualquer momento, contem “alimentos”. Isto é, as células do coração são alimentadas pelo primeiro sangue oxigenado, mas por um sangue que já rodou no corpo. O sangue que é oxigenado nos pulmões não é “puro”, ele tem apenas oxigênio a mais.

Dos órgãos vistos até aqui podemos concluir que eles podem ser substituídos por uma máquina cada um? Em teoria sim, porque, teoricamente, toda função pode ser comparada a uma máquina. O problema é que não se conhece todas as funções de cada órgão e muito menos a interação entre os órgãos.

Sabe-se que o fígado tem 561 funções conhecidas, porém não se sabe se elas são absolutamente do fígado. Será que um coração artificial não causa a redução de algumas funções do fígado?

O ESTÔMAGO – Muito simples, importantíssimo, o “britador” dos alimentos. Tudo que entra nos demais órgãos pode entrar no estômago, mas nem tudo que entra no estômago pode entrar nos demais órgãos. É uma prova viva de que as comunicações entre os órgãos não são só físicas.

O estômago, mais que o coração, sofre muito os efeitos das emoções, e espalha esse efeito, amplificado, pelo corpo todo. Por que? Será devido a ele ser o órgão mais desprotegido do corpo? O mais exposto? Será que isso também faz com que ele seja o mais forte? Sim, ele aguenta quase tudo e mais, aguenta o ácido clorídrico, a que nenhum outro órgão resistiria. Será que ele é tão simples como dissemos no início? Nem sempre simplicidade é antônimo de complexidade. Assim como o fígado, é impossível para o corpo sobreviver sem o estômago.

Por que ele é o órgão que mais maltratamos? Talvez porque seja o órgão que está mais “próximo” de nós. Os seres humanos têm o defeito de maltratar a maioria das coisas que estão próximas deles, não é mesmo?

Sim, o estômago é o órgão que está mais próximo de nós. É o órgão do qual mais falamos: Ih, meu estômago hoje está uma merda; meu estômago está me matando.

Quem fala isso do coração? Quem fala isso do baço? Ninguém. Saibam porém que todos eles sofrem, porque o estômago está na linha de frente e tudo que ele sofre afeta todo o exército corporal.

Quantas vezes você já sentiu dores no baço? E no coração? E no olho? E no nariz? Não considere as pancadas para estes últimos, mas apenas dor aparecendo do “nada”. É, mas as dores do estômago (ou de qualquer outro órgão) não aparecem do “nada”. Com certeza sentiríamos dores de nariz se tivéssemos que enfiar as coisas nele para sentirmos o cheiro, assim como temos que enfiar no estômago. Então, cuidado com o que você enfia no estômago ou com o que você “combina” dentro dele.

O CÉREBRO – Aqui a Ciência só tem teorias. Só tem “eu acho que”. Como é que achamos que sabemos tantas coisas sobre nós mesmos e ao mesmo tempo dizemos que não sabemos nada sobre o cérebro? Afinal, somos ele ou não?

O cérebro é tão simples visualmente quanto um tijolo, mas suas funções são inversamente proporcionais à sua simplicidade. Podemos dizer que o cérebro é o próprio corpo, porque cada ponto do corpo, cada célula, está ligada ao cérebro. Nada acontece no corpo sem que o cérebro reaja. Agora, o cérebro é matéria pura, pelo menos em sua constituição. E quanto às suas funções? É eletricidade ligando e desligando relés à maneira de um computador, fazendo conexões, criando circuitos aqui e removendo ali? Se é, porque ainda não foi criado um ser humano sintético?

Teoricamente, até podemos cria-lo, com um programa (cérebro) que controlaria “órgãos” e a interação entre eles. Faze-lo ver, faze-lo ouvir, sentir o ambiente material é fácil. Mas, como fazê-lo “ler” o semblante de uma pessoa? Como faze-lo distinguir entre a entonação de uma pessoa falando e de uma pessoa brigando? Como faze-lo sentir-se triste? Como faze-lo chorar? Como faze-lo ter emoções? E mais difícil ainda: como faze-lo aprender?

Como o cérebro pode fazer isso? Como ele pode pensar?

O cérebro recebe informações através dos sentidos materiais. Um computador pode também receber informações de seus “sentidos” materiais; o cérebro recebe informações através dos sentidos não-materiais quando ele pensa, quando ele sonha. O que seriam os “sentidos não-materiais” de um computador? Bom, primeiro ele teria que pensar. Teria que ler informações em sua memória e, muitas vezes, fazer isso enquanto lê informação de fora e também ir armazenando este “filme” em sua memória e ser capaz de retoma-lo caso seja interrompido por um evento qualquer. E, seja o que for que ele pense, ou quantas vezes pense, ele tem que armazenar tudo na memória, e também associando tudo que ocorre externamente (um barulho, a hora do dia), internamente (uma “pontada” no estômago) e mais internamente ainda (outro pensamento que nada tem a ver com o corrente). Para sonhar ele teria que desligar todas as entradas e saídas externas e continuar a pensar (percorrendo sua memória) e gerar informações que não estão lá através de dados que não estão lá, e armazenar tudo isso! Bom, todo o silício da Terra ou qualquer outro material não bastaria para construir tal memória.

Por que o cérebro (nós) tem consciência de si mesmo? Por que ele é tão sensível, tanto que é o órgão mais bem protegido do corpo? Quem resolveu protege-lo assim? Ele mesmo? O conjunto de órgãos? Como eles sabem da importância do cérebro? Não dá para ser materialista, por favor.

O cérebro funciona como um transdutor, pois ele transforma informações vindas de várias fontes (inclusive vindas de si mesmo!!!) em outras informações e até em ações.

Mas, é ele que faz isso ou somos nós? Bom, para insistirmos um pouco mais no materialismo vamos dizer que somos ele. Ele mesmo, não as funções dele.

As funções seriam a vontade (as dominadas: prender a respiração, andar – e as não-dominadas: parar o coração). Passo a palavra aos materialistas: por favor, expliquem.

Será que esse transdutor tem consciência de si mesmo realmente ou ele é apenas isso, um transdutor? Esta é a explicação mais lógica para o cérebro. Ele é um transdutor entre dois mundos. Ele não tem consciência de si mesmo (como um tijolo!). Quem o usa é que tem essa consciência da existência dele. Isso explica tudo. Explica os sentidos não-materiais, explica mais ainda os sentidos materiais e completa a explicação do porquê de ele ser tão sensível.

Enquanto os demais órgãos do corpo agem sobre materiais, principalmente sobre o sangue e o que está nele, o cérebro não age sobre nada material, nada mesmo! Ele age sobre coisas invisíveis, coisas impalpáveis, coisas das quais, quando muito, percebemos os efeitos. O pouco que ele age materialmente é sobre os órgãos, e a nível celular. Como ele diferencia as células? Ou não diferencia, faz um “broadcast”  e elas que se virem?

O cérebro é uma prova viva de que nem tudo em nós é matéria. Se um dia for provado que ele é apenas um transdutor, não devemos ficar decepcionados ou tristes por nos sentirmos como se nosso corpo fosse apenas uma torre de retransmissão, pois descobriremos que nós que fizemos essa “torre”, que não somos ela mas que ela é parte de nós, como devem ser todas as nossas obras. Descobriremos que somos muito mais que isso que podemos e fazemos.

Brasilio 2000/2001/2002/2003/2013.

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