É preciso treinar as emoções para sermos felizes.

 Precisamos garimpar o prazer nos pequenos estímulos do ambiente que nos cerca. Tudo parece comum aos nossos olhos, embora tudo seja um mistério. Pensamos que conhecemos as pessoas com quem trabalhamos e convivemos, mas muitos sequer conhecem a sala de visitas de sua personalidade.

 

A vida parece uma insolúvel rotina, mas no fundo tudo é tão novo. Até a lembrança do passado nunca é a mesma. Ao resgatar o passado acrescentamos cores e sabores do presente.

Há sempre algo novo dentro da mesmice e belo dentro da rotina. Aqueles que olham os lírios dos campos dessa  maneira sempre considerarão sua beleza mais sublime do que as vestes de um grande rei, como o fez o mestre da emoção, Jesus Cristo.

 

É possível resgatar o prazer de viver, é possível treinar a emoção para ser jovem, desprendida, livre, feliz.

 

Treinando para o rejuvenescimento da emoção.

 

Primeiro: Contemple o belo nos pequenos eventos da vida.

Tenha sempre atividades fora da sua agenda pelo menos uma vez por semana. Valorize aquilo que

o dinheiro não compra e que não dá ibope.

Treine dez minutos por dia contemplar a anatomia das flores, gastar tempo vendo o brilho das

estrelas, experimentar o prazer de penetrar no mundo das pessoas.

Não viva em função de grandes eventos, aprenda a extrair o prazer dos pequenos estímulos da

rotina diária.

Segundo: Irrigue o palco da mente com pensamentos agradáveis.

Treine trazer diariamente à sua memória aquilo que lhe traz esperança, serenidade e encanto pela

vida. Pense em conquistar pessoas e em superar seus obstáculos. Pense em ser íntimo do Autor da vida e

conhecer os mistérios da existência.

Seus maiores inimigos estão dentro de você. Não se deixe derrotar ou se perturbar por

pensamentos que lhe roubam a tranqüilidade e o prazer de viver.

Treine ver o lado positivo de todas as coisas negativas.

Os negativistas vêem os raios, os que renovam a emoção vêem a chuva; os negativistas vêem o

caos e os que renovam a emoção vêem uma oportunidade de começar tudo de novo.

Terceiro: Pense como um adulto e sinta como uma criança.

Treine pensar com lucidez, serenidade e consciência, mas tenha a simplicidade e a espontaneidade

de uma criança.

Treine ser uma pessoa agradável em sua empresa ou família. Cumprimente todas as pessoas do

ambiente, aperte suas mãos e sorria. Uma pessoa é mais jovem emocionalmente quanto mais agradável

ela for.

Quarto: Não faça o velório antes do tempo, não sofra por antecipação.

Pense nos problemas e nas situações que ainda não aconteceram o suficiente para planejar

determinadas atitudes, mas jamais gravite em torno deles.

Os que sofrem por antecipação treinam ser infelizes, gastam uma energia vital, fazem de suas

vidas um canteiro de preocupações e stress.

Quinto: Proteja sua emoção nos focos de tensão.

Não faça de sua emoção uma lata de lixo social. Treine protegê-la nos focos de tensão, não permita

que as ofensas, as perdas e as frustrações invadam sua emoção.

Você deve ser um pequeno peixe num mar de tensão. Você está no mar, mas o mar não está em

você. Não se esqueça que pensar muito aumenta a ansiedade e a ansiedade crônica envelhece a emoção.

Sexto: Não seja carrasco de si mesmo.

Não coloque metas inatingíveis para si.

Reconheça a sua falibilidade. Mesmo não querendo errar, você falhará muitas vezes. Falhará,

talvez, até em lições que já aprendeu.

Não se destrua por sentimento de culpa nem cobre dos outros, o que eles não podem dar.

Comece tudo de novo quantas vezes for necessário. Aprenda a ser compreensivo e paciente

consigo mesmo. Os que são carrascos de si mesmos encurtam a primavera da emoção.

 

 

 

O fenômeno da psicoadaptação é a incapacidade de emoção humana de reagir na mesma intensidade frente à exposição do mesmo estímulo. Quando nos expomos repetidamente a estímulos que nos excitam negativa ou positivamente, com o tempo perdemos a intensidade da reação emocional. Enfim, nos psicoadaptamos a eles.

Nós nos psicoadaptamos ao celular, ao carro, ao tipo de roupa, à decoração de nossa casa, aos conceitos, aos paradigmas sociais.

No aspecto positivo, a psicoadaptação gera uma revolução criativa. Nos estimula a procurar o novo, amar o desconhecido. Ela é um dos grandes fenômenos psicológicos inconscientes responsáveis pelas mudanças nos movimentos literários, na pintura, na arquitetura e até na ciência.

Todavia, quando a psicoadaptação é exagerada, ela gera insatisfação crônica e consumismo. Nada agrada prolongadamente. As conquistas geram um prazer rápido e fugaz. Aqui está uma das maiores armadilhas da emoção. Por isso, não é saudável que os pais dêem muitos presentes para os filhos. Eles se psicoadaptam ao excesso de brinquedos. O resultado é maléfico! Consomem cada vez mais coisas, mas obtêm cada vez menos prazer.

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Outra grande armadilha da emoção é a psicoadaptação às violências sociais, aos ataques terroristas, à competição no trabalho, às brigas conjugais, aos fracassos profissionais, a depressão, pânico, ansiedade. A conseqüencia? Perdemos a capacidade de reagir. Nesse caso, o homo sapiens se torna um espectador passivo de suas misérias.

 

Assim, perdemos o prazer e procuramos inconscientemente novos estímulos, novos objetos, novas idéias. Só conseguimos voltar a ter prazer se reciclamos nossa capacidade de observar e valorizamos detalhes não contemplados.

 

Torna-se praticamente impossível para o indivíduo sentir-se satisfeito e realizado na vida se não aceitar em si a natureza transcendental que pede passagem e lugar em seu desenvolvimento integral. Sentir-se um ser de natureza espiritual é o primeiro passo para quem quiser erradicar de seu interior o vício das reclamações diárias que contaminam alma e corpo. No contexto vital, as manifestações da espirtualidade, inerentes a todos os seres dotados de inteligência, sensibilidade e poder criador, devem fluir com naturalidade.

 Permitir-se contemplar a verdadeira beleza da vida, cuidar, realmente, dos que nos são caros, separar o final de semana e curtir a família, os amigos. Amar-se para poder amar o outro, pois só cuidamos corretamente dos outros, quando aprendemos a cuidar de nós mesmos.

 Aproximar-se uns dos outros e realmente estar perto.