O que é a verdade?

Do ponto de vista religioso várias são as interpretações para o fim da vida. Sabe-se de antemão que quando há muitas explicações para um só fato, é pouco provável que alguma delas seja a verdadeira. A ciência procura abster-se nas explicações do que ocorre no microcosmo de uma vida e dá nome há vários fenômenos que ocorrem com a morte sem explicá-la em si, mas está sempre procurando as respostas responsáveis para, aí sim, se manifestar. Na verdade, o que se pode observar em relação à atitude dos cientistas é que a preocupação maior é a investigação na direção da manutenção da vida, no sentido de prolongá-la, isto é, as pesquisas estão mais voltadas para a promoção da longevidade do que para a morte com qualidade, se é que se pode imaginar isso. Mas, seria mais natural. Penso que a longevidade vem naturalmente na medida em que o homem evolui e cresce em conhecimentos que o protegem das intempéries, das enfermidades e de outras agressões endo/exógenas e, com o progresso, a melhoria da qualidade de vida como um todo. A obtenção gradativa da longevidade virá naturalmente e isso já é possível de ser observado hoje, comparando-se a média de sobrevida humana ao longo do tempo. Em resumo, aí também neste ponto, o homem ainda está preso na ancestralidade, procurando, de uma maneira mais sofisticada,racional, a pedra filosofal dos alquimistas, a fonte da juventude.
Enquanto as religiões afirmam a existência de seres espirituais como anjos, deuses, demônios (não no sentido exato da palavra grega ? demônio = anjo, mas no de espíritos do mal), ao mesmo tempo negam a mesma existência de uma vida espiritual ativa, preferindo ensinar a estagnação dos espíritos (almas) até que algo de muito extraordinário aconteça, sejam corpos ressurgindo das tumbas, seja um imensurável julgamento final com as almas sendo classificadas como do bem e outras como do mal. Estas para o inferno eterno, aquelas para o paraíso eterno. Uma terceira classe teria que existir para justificar o homem comum: o purgatório, lugar mais misterioso que o céu e o inferno, onde ninguém saberia o que seria feito delas. Além desta visão judaico-cristã, os orientais apresentam várias opções para o além, desde a participação na roda das encarnações até que se atinja o ciclo máximo de evolução quando então se integram ao todo e fariam parte da felicidade plena com seus deuses e poderes. Muitas outras visões místicas mirabolantes estão aí convencendo a humanidade dessas "verdades" absolutas, que andam e sempre andaram na contramão do raciocínio, da coerência, do bom senso e da lógica. Mas, isto, é além da morte. Queria, aqui, pensar e instigar sobre a morte em si, o fenômeno, o evento.
Vale lembrar que o "fim do mundo" já ocorreu várias vezes nas previsões religiosas e, mesmo que nenhuma delas tenha se concretizado, todas têm uma explicação mirabolante baseada na velha misericórdia de Deus, o que nunca se vê relatada nos livros antigos que contam a história dos nossos ancestrais no Velho Testamento Bíblico, muito pelo contrário, as ordens de destruição em massa, verdadeiros genocídios eram dadas pelo mesmo Deus infinitamente bom e misericordioso de Moisés e dos outros profetas que se seguiram após. Baseando-se no ensinamento judaico-cristão, o único evento que se aproxima de um final do mundo seria a história bíblica do dilúvio de Noé.
Mas, a velha pergunta salta na frente de todo esse palavreado: "o que é a verdade" ou "onde está a verdade" ou "quem está com a verdade". Um ousou dizer "eu sou a verdade", ninguém mais. Palavras que foram ditas há mais de dois mil anos e que ainda retumbam no "ouvido" da humanidade. Mas não passou disso. Uma doutrina que não foi entendida. As ordens foram de uma maneira ou de outra mal dadas e por isso não compreendidas ou estas normas foram manipuladas ao bel prazer daqueles que nada lucrariam com revelação da verdade da existência humana terrena? Oportunistas viram naquela nova doutrina uma força de conversão jamais vista e, apoderando-se dela, como se deles ela fora partida, deturparam-na juntamente com ensinamentos que faziam parte do processo pedagógico do Homo naquela época em que foi demonstrada. Caso os ensinamentos fossem assimilados pelo ser humano em todas as vezes em que teve a oportunidade de receber as lições, convivendo com a prática pura do bem proceder (Confúcio, Lao Tsé, Krishna, Jesus, Buda, Gandhi, Krishnamurti, Martin Luther King, Madre Tereza de Calcutá, Chico Xavier, Betinho, e muitos outros) , em que estágio ético, moral e material estaríam hoje? Penso que muitos degraus acima.
Dentre muitas verdades que precisam ser resgatadas está a compreensão e aceitação da morte. Esta que é a mais rejeitada por todas as culturas, mesmo aquelas que a cultuam como se fosse uma festa de libertação, os partidários não a querem para si tão cedo. É só perguntar para um místico qualquer de uma destas religiões ou seitas que pregam a morte como o grande encontro com as divindades, se querem morrer. Eles sempre terão uma justificativa para a necessidade de ficarem vivos. Uns mais honestos dirão como disse certa vez um velho guru ao seu ajudante pessoal, em seu leito de morte, respondendo à pergunta do ajudante por que ele estava temeroso, inseguro naqueles momentos, se durante todo o seu tempo de orientador viveu praticamente entre dois mundos, o material e o espiritual e falava aos saniasins com muita tranqüilidade sobre a morte, como o regresso à verdade. Sua resposta ao ajudante foi: "até um passarinho que viveu preso numa gaiola treme quando a porta se abre e a liberdade lhe é oferecida".
Este desejo íntimo e ao mesmo tempo universal de se saber sobre a morte, mesmo que não seja manifestado, traduz a total ignorância nesta questão, pois, oficialmente, ninguém que tenha morrido se apresentou para dar o testemunho da vida após a morte e nem do "processo" morte em si. E isso leva à constatação da única verdade que não precisa ser provada para ser aceita como verdade absoluta, seja para a ciência, seja para as religiões: a morte é, como todos os momentos "sagrados" de cada indivíduo (eliminação de dejetos, atividade sexual, entre outros exemplos) a mesma para todos, sem diferenciar religiosos de ateus, pobres de ricos, negros, amarelos, arianos. É a única verdade que não tem como fugir e nem negar e nem escolhe cara. A morte é democrática. Aliás, o maior exemplo de democracia que existe, perfeita.
Como pode então uma verdade tão poderosa assim ser repelida do pensamento humano, expurgada de qualquer interesse em conhecê-la, entendê-la e, por fim, admiti-la com suavidade e como um componente da história de cada um, seja ela como for. Na trajetória da jornada humana na terra, do nascimento até a morte, muitas comemorações e histórias, mentirosas ou verdadeiras são compiladas para o dossiê de cada um, mas pouco se fala da morte, excluindo aquela morte escandalosa em vários sentidos, daquelas que "dão o que falar", para o regozijo ou pesar verdadeiro, mas, mesmo assim, trata-se logo de sublimá-la, de uma maneira ou de outra.
Um pensamento interessante me veio: segundo se pode entender na leitura dos evangelhos, Jesus em sua doutrina pregou quase o tempo todo que a verdadeira vida era a vida espiritual, que usássemos esta vida material com desprendimento e guardássemos o máximo possível de conhecimentos adquiridos aqui para utilizá-los lá na verdadeira vida ("os tesouros do Céu"). Afirmou sempre que o reino dele não era aqui, dando a entender claramente, quando dizia que ele era a verdade, que este mundo é ilusório, somente uma ferramenta ou um meio pelo qual pudéssemos evoluir, aprendendo. Isto é, o reino dele era o reino da verdade. E, numa visão holística dos evangelhos, conclui-se claramente que Jesus quis o tempo todo ensinar isto e avisou que provaria ainda em seu tempo essa verdade: a vida espiritual existe, é a verdadeira, é lá que vivem a normalidade dos seres, que aqui era uma passagem escolar, na verdade um nível dentre tantos que o humano tem que passar para adquirir seu diploma de mestre, assim como ele era. E, como dizia provaria isto reaparecendo vivo após ser crucificado e morto. Isto está dito nos evangelhos sem nenhuma tendência a diversas interpretações. Está dito: "e no terceiro dia ressuscitou..." E mais, permaneceu aqui, conviveu, reuniu-se materializado com seus seguidores mais chegados durante dias ainda "até subir definitivamente..."
A doutrina do Cristo se resume em:
1. a vida na Terra é uma necessidade temporal, isto é, a Terra é uma escola em determinado nível e que, aqueles que adquirirem os conhecimentos necessários no processo evolutivo galgariam degraus ascendentes nas "várias moradas do Céu" (existem ao menos 11 dimensões), migrando para outros mundos até atingirem grau suficiente que não os obrigariam mais ao retorno para aprendizado, mas, talvez, por missões de ensinamento, apaziguamento, dentre outras, que poderiam partir da própria vontade e, nesta situação, este ser, agora luminoso, viveria de maneiras tão diversas que a mente humana não alcança;
2) para esta evolução ainda na Terra haveria a necessidade de várias idas e vindas, onde, em cada uma vida desta concedida, seria agregado de alguma maneira aprendizados diversos, independente da condição moral do momento, pois, neste aspecto, a moral e a ética sendo abstrações dependentes de conceituações, em grande parte equivocadas, propaladas pelo próprio humano, baseadas, muitas vezes em aspectos culturais e hipocrisias, abandonadas as verdadeiras leis universais do bem proceder. A exigência da "perfeição" para entrar no "reino dos céus" nunca poderia ser cumprida durante uma vida terrena, com tanta variação de tempo vivido (morre-se criança, adolescente, adulto e na velhice). "É necessário nascer de novo...";
3) sendo assim, a vida espiritual dinâmica é uma verdade e a missão do Espírito Verdade aqui, naquela oportunidade, não teria sentido se o seu clímax não fosse a prova de tudo que disse, isto é, o seu ?? ressurgimento?? vivo após ser publicamente morto e sepultado: a ressurreição descrita nos evangelhos, com alguma perda devido a transcrição da história cerca de cinqüenta anos após o ocorrido.
Se toda a verdade sobre o como se deu a estruturação do elemento humano fosse aceita por unanimidade, tudo se explicaria de forma clara e tênue, até a morte e a reencarnação. Se o homem recebesse a explicação sobre: O que somos? De onde viemos?Para onde vamos?
1)O que somos? Digamos, de maneira simplória, que somos um elemento de estrutura similar a um átomo, com grandezas diferentes e características peculiares onde habitam 3 cargas: positiva/próton (+1), negativa (-1)elétron e neutra/nêutron ( ). Onde, analogamente, a matéria/carne está para o próton, assim como a alma está para o elétron e o fluido vital está para o nêutron. Na matemática, aprendemos que os sinais/cargas (?) e (+) resultam em (-). Na física e química, os sinais dos elementos estão sempre acompanhados de um elemento neutro, para evitar a auto-aniquilação. Com os seres vivos, ocorre o mesmo. Ao sermos acometidos severamente pelo envelhecimento, pela doença ou por traumas agudos (ocorridos ou causados), a nossa carga neutra pode se distanciar das demais e demorar a retornar ao núcleo, levando ambas a uma reação de aniquilação e liberação de energia e, por conseguinte, a carga negativa se distancia da positiva. Inevitavelmente, o óbito da matéria ocorre. A carga negativa se desprende liberando energia, e ocorre, não rotineiramente, mas sucessivamente o reencontro da carga negativa com a neutra, simulando que aquele espírito (próton) seja recepcionado em sua viajem por um espírito de luz(nêutron) que reflete a sua imagem (memória da matéria) e semelhança(pai/irmão/deus?). O reencontro imediato entre o elétron e o nêutron, quando há equilíbrio entre as cargas de energias positivas e negativas durante o período que ambas coexistem, é quase imediato (atração).Todavia, ao existir desequilíbrio entre as partes positivas e negativas, a carga negativa se desprende de forma mais vagarosa da positiva após a aniquilação desta, liberando menor quantidade de energia, conseqüentemente, levando um maior tempo para reencontrar a carga neutra, ou, se fixando na transição das dimensões (limbo, purgatório) onde necessitará de ajuda externa para adquirir mais energia que a leve até o nêutron. Portanto, nada é para sempre, há misericórdia e perdão também, mas tudo dependerá do nosso próximo a partir do momento que não possuímos mais ??poderes?? naturais e inerentes aos humanos. Restando-nos, apenas, as aparições em sonho, materializações e outros fenômenos menores ??sobrenaturais?? que bastante sensibilizam os seres ditos sensitivos, que captam tais energias.
2)De onde viemos? Do ciclo vicioso das encarnações, idealizado pelo ??nêutron?? maior, a imparcialidade, o mentor da vida terrestre, mais conhecido no ocidente por Deus, criador. No oriente por Alá, nas dimensões extraterrestres por Pai Maior, aquele que dá de si para compor o DNA espiritual de cada ser que evolui na carne.
3)Para onde vamos?
Depende muito de nós, dos nossos planos, de onde queremos chegar. Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve.