Roberto Ramalho é Jornalista.

A gripe suína é uma doença respiratória causada pelo vírus influenza A, chamado de H1N1. Ele é transmitido de pessoa para pessoa e tem sintomas semelhantes aos da gripe comum, com febre superior a 38ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal, náuseas e vômitos.

Para diagnosticar a infecção, uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha vírus, e examinadas em laboratório. Os antigripais Tamiflu e Relenza, já utilizados contra a gripe aviária, são eficazes contra o vírus H1N1, segundo testes laboratoriais, e parecem ter dado resultado prático, de acordo com o CDC (Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos).

No momento atual duas vacinas estão sendo criadas: uma pela multinacional farmacêutica Novartis, e a outra, pela multinacional farmacêutica Sanofi-Aventis. Somente a Sanofi-Aventis disse que doaria milhões de doses da vacina quando ela estivesse pronta para a Organização Mundial de Saúde poder distribuir com os países pobres e que não tem condições de comprar a vacina. Quanto a Novartis, ela afirmou que não doaria nenhuma dose sequer.

O Instituto Butantã que iria produzir a vacina aqui no Brasil, não recebeu a cepa do vírus da gripe A (H1N1) da Organização Mundial da Saúde. Antes ela deverá ser testada em voluntários para saber da sua eficácia. Mas o cientista Isaías Raw disse que a vacina não será aplicada em todo mundo. Só para quem tiver sido infectado pelo vírus. O cientista do Instituto Butantã, Isaias Raw, afirma que é preciso saber se o vírus poderá sofrer uma mutação. Ele disse que isso poderá acontecer no inverno de 2010. Entretanto, eu acredito que o vírus poderá sofrer uma mutação ainda nesse inverno.

É preciso ficar atento porque o vírus da gripe suína ou gripe A (H1N1) poderá ficar virulento, isso é, tornar-se mutante e resistente aos antigripais receitados que são o Tamiflu e o Relenza. Além disso, uma vacina poderá não ser eficaz e eficiente para comcatê-la. Ele já está matando muitas pessoas na Argentina, no Chile, no México e nos Estados Unidos. Só na Argentina, país que faz fronteira com o Brasil, a gripe A já matou mais de 150 pessoas até agora e em nosso País o número de mortos já chegou próximo de sessenta..

De acordo com um laboratório de São Paulo, o centro das pesquisas é o vírus influenza, o causador da gripe comum e também da nova gripe que se espalhou pelo mundo. A pesquisadora Nancy Bellei analisa também as informações levantadas pelo Ministério da Saúde com pessoas que ficaram gripadas.

Segundo a pesquisadora a gripe comum e a nova gripe são bem parecidas em alguns aspectos. A febre foi notada em 91% dos pacientes com gripe comum e em 91,3% daqueles que contraíram a nova gripe. A tosse teve o mesmo tipo de incidência: apareceu em 87% dos casos.

Estima-se que nos Estados Unidos existam um milhão de infectados, o que ainda não está confirmado. Esse seria o maior número de infectados da gripe suína ou Influenza A (H1N1) no mundo.

Em nota na sexta feira, dia 26 de junho, o Ministério da Saúde detalhou as novas medidas para enfrentar a doença no Brasil.

Veja os principais pontos das medidas:

Medida 1: Os estados e municípios passaram a contar com parâmetros básicos, para orientar eventuais suspensões de atividades em locais públicos ou coletivos. É o caso de creches, escolas, empresas, por exemplo. A recomendação é que se evite fechamentos desnecessários desses locais, o que poderia aumentar essa sensação de intranqüilidade entre a população. O que o ministro reiterou é que não sejam tomadas medidas sem a consulta prévia aos órgãos de vigilância sanitária e de saúde pública de cada município.

Medida 2: Houve ampliação dos cuidados para se reduzir o potencial de resistência do vírus ao tratamento e para se evitar que uma maior quantidade de pessoas desenvolva reações à medicação aplicada para os casos de Influenza A (H1N1). Isso significa uma mudança de protocolo no atendimento dos pacientes.

“A preocupação é dar medicamento nos casos clínicos onde não é necessário dar medicamento, onde o próprio organismo vai dar um andamento natural a essa doença sem nenhum tipo de risco à pessoa. Estou impedindo um contato excessivo do vírus com o medicamento e uma futura possibilidade de desenvolvimento de resistência”, observou Temporão. “A grande maioria das pessoas que estão contraindo esse vírus desenvolvem um quadro brando de doença, com recuperação sem a necessidade de tratamento medicamentoso”.

Medida 3: O processo de confirmação dos casos, em parte, também muda. Até agora, eram utilizadas amostras de material biológico individual para confirmar a doença em cada paciente. A confirmação era sempre laboratorial e individual. Agora, quando houver ocorrência de infectação comprovada laboratorialmente em alguém, as pessoas com vínculo epidemiológico com aquele paciente, em uma mesma instituição – como escolas, creches e empresas –, e que apresentem sintomas do Influenza A (H1N1), passam a consideradas infectadas. O vínculo epidemiológico, então, tornar-se suficiente para a confirmação.

Antes, porém, as confirmações laboratoriais ocorriam na Fundação Oswaldo Cruz (RJ), no Instituto Evandro Chagas (PA) e no Instituto Adolfo Lutz (SP). O ministro da Saúde José Gomes Temporão ainda anunciou que outros três laboratórios do país passarão a fazer a confirmação da doença. Essa medida deve-se ao aumento da demanda aos laboratórios de referência para o Influenza A (H1N1). Apesar desse crescimento, há kits suficientes para os diagnósticos.