O QUE É A DOR I

Nada sei de Medicina. E até esse “nada” eu esqueci para escrever o que se segue. Só quero pensar, pensar que pode ser assim para que alguém um dia me diga que é assim ou que é de outro modo. Isto implica que aprendi ou que vou aprender. É o que importa.

O que causa a dor sabemos; o que dói também sabemos. Sabemos também que existem tipos de dor: dor aguda – parece que está bem limitada, como se fosse num ponto bem pequeno, como se fosse uma agulha fina e comprida; dor surda – normalmente branda e numa área grande; ardência – como se vários pontinhos discretos estivessem cada um com uma dor aguda; queimação – uma ardência mais forte; coceira – uma ardência mais fraca numa área bem pequena.

Agora, como a dor começa? Quem sente? Por exemplo, como a dor de cabeça começa? A causa inicial pode ser um problema estomacal (na maioria das vezes). Naquelas dores de cabeça onde só dói uma região (enxaqueca) como é escolhida a região que vai doer?  Nem sempre é a mesma região, varia. Será que é derramada alguma coisa no sangue e isto causa a dor? Não, senão onde o sangue chegasse doeria. Será que essa coisa no sangue afeta só uma área específica? Essa área foi escolhida ou estava susceptível? Se foi escolhida, como foi este processo? A área mandou uma mensagem (todas mandaram?) que se encaixou no processo de tal modo que só ela seria afetada? Essa mensagem foi uma substância ou uma energia? Não pode ter sido uma substância, pois todas as áreas mandam e, se não é a mesma substância, pelo menos outro efeito teria que causar em outra área. Não é o caso. Mais: não é o sangue que leva. Só pode ser uma coisa: energia. Tudo no corpo deve estar interligado. Um desarranjo no estômago envia ondas para todo o corpo. Aquele órgão ou elemento que estiver susceptível aceita aquela vibração e entra em sintonia: é a dor.

Mas, quem sente a dor? Não pode ser parte nenhuma do corpo pois o corpo é matéria. Tem que ser algo além da matéria. É certo que sem o cérebro (ou certa parte dele) não haveria a sensação de dor, mas isso não significa que é ele que sente a dor. Através dele é que a dor é sentida! Só pode ser uma coisa: o espírito é quem sente a dor, como sente a tristeza e como sente a alegria. A conexão entre o espírito e o corpo é feita através do cérebro (e suas ramificações). O espírito tem uma imagem do corpo, ou seja, o corpo é mapeado no espírito. Cada órgão, cada célula do corpo tem seu equivalente energético no espírito. Se um vaso (músculo) na cabeça pulsa e dói (pulsação alterada), o vaso correspondente no espírito pulsa na mesma frequência: eis a dor.

Como nós, espíritos, sentimos a dor? Simples, numa recepção de rádio pura e clara quem pode dizer que um ruído que entra (alteração da frequência – pulsação alterada) não é uma dor? Sim, ruído é qualquer interferência que perturbe o equilíbrio vibratório de um campo de energia. Não é o que a dor faz?

Como acabar com a dor? Eliminando a causa primária e seus efeitos sobre o corpo.

Dá para eliminar a dor usando a mente? Bom, a causa primária não dá. Teríamos que ter uma força mental estupenda. Idem para os efeitos (que ainda estão sobre o corpo).

E no nível do espírito, dá para eliminar mentalmente a dor? Eliminar não, mas bloquear sim. Qualquer um pode fazer isso por alguns segundos; outros conseguem minutos ou horas, dependendo da intensidade da dor. Mas é interessante, existe a possibilidade da dor ser eliminada porque naqueles intervalos de bloqueio o próprio corpo se recupera. Funções que estavam bloqueadas pelos efeitos da dor (digestão, por exemplo, bloqueada pelo mal-estar) podem ser liberadas por instantes suficientes para eliminar o efeito. Isso se reflete no espírito, que passa a sentir menos dor, que faz outro bloqueio mais longo, e assim por diante. O problema é que o processo todo pode demorar, pois os efeitos são muitos e não dá para saber se um outro efeito vai causar a parada da digestão de novo.

A maioria dos remédios da medicina fazem nada mais nada menos que bloqueios. O que cura mesmo é a liberação das funções paralisadas. Como cada ser é um ser diferente e único, e os efeitos são múltiplos, é por isso que um remédio que funciona para o João não funciona para o José quando ambos estão com os mesmos sintomas.

Então, para evitar a dor evite a causa primária. Quanto mais você se expõe, mais fraco e mais susceptível vai ficando o corpo. Você pode até adiar essa susceptibilidade fortalecendo o corpo, mas que ela continua agindo, continua.

Brasilio – Outubro/2000.