O PROFESOR(A) VERSUS LAÇOS FAMILIARES!

Por :  Wilamy Carneiro 

1 – RESUMO

Esse trabalho visa instigar a população, pais, os educadores, gestores e familiares dos docentes e discentes. Uma matéria para ser analisada, discutida e reformulada por psicólogos, analistas e autoridades em geral.

2- INTRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO.

O tema é bastante convidativo e reflexivo. O professor, profissão bastante discutida em nosso mundo contemporâneo que abrange inúmeras classes sociais em nosso planeta. Por sua vez, caracterizado com profissão afim, desmistificado por muitos doutrinadores, doutores, cientistas e pela sua própria classe de docentes.

Fatos reais alarmantes que assombram as pesquisas relacionadas ao assunto. Ademais, esses grandes profissionais deixam suas famílias parra cuidar de outras famílias. Podem até dizerem que também outras profissões fazem iguais ou até mais. Os médicos, caminhoneiros, viajantes e outros. Sei dos méritos de cada um desses profissionais. Mas, aqui foco o assunto em questão vivido por professores de minha família. Destarte, deixo bem claro que cada caso é um caso.  

Esses profissionais da área são protegidos pela norma constitucional e com direitos e deveres segundo artigo 67 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Entre outros o artigo 13 da mesma lei.  Então vejamos o que diz o artigo 13 da LDB. In versus:

- Participar de proposta Pedagógica da escola; Elaborar um Plano de trabalho docente; Zelar a aprendizagem dos alunos; Elaborar estratégias para os alunos de menor rendimento; Ministrar aulas nos dias letivos estabelecidos pela escola; Participar do Planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; Articular com as famílias dos alunos e a comunidade.

Dos itens aqui mostrados falarei de dois dos quais os professores se habilitam com aptidão. Destarte, somos sabedores que a lista é bem mais abrangente.

O professor, além de sua árdua profissão na arte de ser, é um mediador, psicólogo, conselheiro, tutor, mensageiro, cupido, psiquiatra, e amigo. Se não tiver essas qualidades embutidos em seu eu, ele não toca o “barco para frente.” O que parece tão fácil e rotineiro para alguns é impossível na vida real para outros.

Ademais, deixa seu lar com filhos, maridos, mãe, irmão para cuidar dos filhos de coração na escola e no bairro onde foi lotado. Essa é uma grande barreira que nós professores enfrentamos no dia-a-dia. Deixemos nossas famílias em nossas casas para cuidar de outras. Um exemplo que aqui deixo é a carga horária que nunca fecha para essa tão árdua classe. “Trabalhamos porque gostamos e amamos o que fazemos”. Todos são sabedores que os salários não são lá essas coisas. Existem as exceções, claro. Mas, não fugimos à regra.

Trago como exemplo de profissionais que trabalham “dois ou três turnos” para fechar seu “Orçamento Familiar”, difícil é encontrar um professor que trabalha somente um turno. Faça a pesquisa que não chega a 5% dos profissionais que estão ativos. Outro quesito é a carga horaria fora de sala de aula e que nos prometem conforme lei em vigor. Mas, na prática é bem diferente. Muitos não falam, pois temem represárias e ou, a perda do próprio emprego ou remanejamento para outra instituição. Essa é a verdade.

No serviço público, um dos princípios dos profissionais da educação é não abrir mãos de seus direitos e princípio de ensino. Isso é o que diz o artigo 85 da LBD. Mas, além desse e outros artigos em questão friso os direitos reservados pela nossa Carta Magna no artigo 41 e dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias em seu artigo 19.   

O professor em seu laço familiar fica mitigado de falência com os seus. As cobranças dos filhos por sua ausência, querendo carinho, uma troca de uma palavra amiga. O marido ou mulher fica à solta até nos finais de semana com os filhos jogados na casa de um parente, da mãe, da avó, da tia e ou, de uma amiga ou criada que cuida dos seus filhos. Esse é o mais crucial para um pai professor ou uma mãe professora.

Em sua maioria, têm-se notado uma grande massa de educadores, gestores da educação sem sua família de origem. Pesquisas recentes mostram que muitos quebraram seus verdadeiros “Laços Familiares”, enfrentando um ato nocivo para a família que é a separação e divisão dos seus entes queridos. Muitos dos homens e ou mulheres não aceitam essa ausência constante.   Vejam os casos em sua família ou em sua escola. É alarmantes educadores que não vivem com seus filhos, esposas e ou cônjuge varão.

Analisamos com afinco a questão dos horários em que o professor vive em constantes reuniões intermináveis, jogos escolares, parâmetros curriculares, reuniões com o corpo docente, metas para atingir notas. Nas semanas anteriores aos dias de provas e vestibulares. No domingo, acompanhando alunos no ENEM.

Nos feriados fazendo parte de sua escola no desfile do Dia. Dia dos pais, Dia das Mães, Dia do Diretor. Até nos feriados do “Dia do Trabalhador” já presenciei educadores em sala de aula e reuniões.

Reavaliemos, estudemos nossos princípios, para não sermos vítimas e pegos pelo nosso próprio princípio. Não adiante cartazes com frases lindas pregadas nos corredores das escolas e ou Universidades. Frases prontas de um grande e outro escritor famoso na Educação se não enxergarmos nossos próprios passos.  

 

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Wilamy Carneiro é professor, escritor, poeta, historiador, palestrante, cordelista e memorialista. Patrono da Cadeira nº 97 da ALMECE- Academia de Letras dos Municípios de Ceará. Autor do Poema Diário de um Professor. Em 2018, na Casa da Cultura de Sobral publicou o Livro "Os Estados Unidos de Sobral".   Bacharel em Direito pela FLF – Faculdade Luciano Feijão. Pós – Graduado em Ciências (Matemática). Concluiu a Universidade Estadual Vale do Acaraú a Faculdade de Construção Civil em Edificações. É especialista em Meio Ambiente pela Universidade Estadual Vale do Acaraú.  Colaborador de diversos artigos na web.